Anata no Koe. escrita por ryuu_27


Capítulo 1
1


Notas iniciais do capítulo

deu vontade de escrever uma OneShot de 6927.
é isso ._.'



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/127982/chapter/1



            Vozes.

            Era a única coisa que o garoto de cabelos castanhos rebeldes conseguia ouvir.

            Tantas vozes... mas nenhuma que realmente quisesse ouvir.

            Suspirou.

            Estava tão cansado, mesmo sem ao menos ter feito ‘nada’. Apenas estava parado ali, a algumas boas horas, olhando a multidão de pessoas que conversavam e bebiam, ora ou outra o cumprimentavam.

            Suspirou novamente.

            Sua mente repleta de pensamentos não muito desejados.

            Recordava-se de que nunca havia concordado realmente, com nada daquilo. Com o negócio de líder da máfia, família que não fossem seu pai e sua mãe, ou até mesmo um tio, enfim. Nunca havia concordado por si, com tudo aquilo. Mas ainda sim estava ali, com toda aquela gente cujo 90% não conhecia, e pior; sendo elogiado a todo momento por um “cargo” que nunca quis.

            E novamente, suspirou.

            - Pare de ter esses pensamentos bobos, e concentre-se em sua família. – uma voz aguda e muitíssimo familiar disse.

            Sawada manteve-se calado. Já sabia bem que se retrucasse, acabaria levando um chute no rosto, ou quem sabe, teria um braço quebrado.

            - Reborn... – finalmente pronunciara alguma coisa, mesmo num tom baixo.

            - Hm? – o Hitman ainda encarava a multidão a sua frente, assim como o Décimo líder da família Vongola.

            - Por que toda essa gente que não conheço? – perguntou com desdém.

            - É bom se acostumar, Tsuna. Essas pessoas são muito importantes no mundo da máfia, e você convivera mais com elas daqui um tempo. – respondeu sem tirar os olhos da multidão.

            Tsuna nada disse.

            Olhou em volta; quanta gente... Lembrou-se de um rosto do qual não havia visto ali, e muito provavelmente, não veria mesmo.

            - Ele não vem? – perguntou num tom quase triste ao bebê amaldiçoado.

            - Huh? – Reborn parecia confuso.

            Sawada balançou a cabeça negativamente.

            - Esquece. Eu vou... tomar um pouco de ar. – disse ao virar as costas para o Arcobaleno, mas logo este segurara a manga der seu blazer.

            - Onde pensa que vai?

            - Vou apenas tomar um pouco de ar, Reborn! Eu não demoro.

            O professor particular apenas soltou seu aluno, deixando assim, este continuar a caminhar.

            Tsuna caminhava – ou tentava – por toda aquela gente, tentando de alguma forma, abrir caminho para que pudesse passar. Mas parecia meio impossível; ou eram pessoas parando-o para cumprimenta-lo, ou apenas não conseguia abrir um espaço para passar.

            Aquilo tudo realmente, estava o irritando.

            Finalmente conseguira chegar até a porta de saída do grandioso salão.

            Respirou aliviado.

            - Tsuna-kun? – um garoto com a mesma idade que a sua, de cabelos avermelhados, e com algumas ataduras presentes no rosto, o encarava.

            - Enma-kun! – sorriu.

            - Onde está indo? Pretende fugir da cerimônia?

            - Seria uma boa idéia se Reborn não viesse atrás de mim para me matar depois. – sorriu fraco.

            O líder dos Shimon riu baixo, mas logo a expressão séria e quase depressiva, desenhou-se em seu rosto novamente.

            - Bem, - sorriu tão fraco quanto o amigo – vou entrar.

            - Ok.

            Despediram-se, cada um indo para um lado.

            Tsuna caminhou até um banco de cor branca, bonito e muito bem detalhado, no meio de algumas árvores, mas não muito longe da porta de entrada do salão.

            Sentou-se apoiando seu rosto em suas mãos. Logo todos aqueles pensamentos desagradáveis tomaram conta de sua mente, novamente.

            Estava tão desconfortável com tudo aquilo.

            Colocou suas pernas, também em cima do banco abraçando-as e escondendo o próprio rosto entre os braços.

            Sentia vontade de chorar, mas não iria faze-lo, não queria. Sentia uma enorme vontade de fugir daquele lugar, daquela gente, daquilo tudo! Mas não poderia... não é? Afinal de contas, todos estavam contando consigo. E precisava, de alguma forma, acabar logo com aquele mistério que estava rondando toda a família, precisava descobrir quem deixara Yamamoto naquele estado horrível.

            Seus olhos estavam marejados, não sabia o que fazer. Desejava ouvir uma voz que o acalma-se, que o fizesse esquecer tudo, todas as coisas ruins que estavam acontecendo, pelo menos por alguns instantes. E sabia muito bem, qual voz queria ouvir. Sabia que aquela voz o acalmaria, mas ao mesmo tempo, o deixaria temeroso.

            Passaram-se alguns minutos, e o futuro e oficial líder da família Vongola ainda estava ali, na mesma posição. Tentando pensar em algo que não tivesse nada haver com máfia e afins mas, essa tentativa, que na verdade já estava frustrada, fora interrompida por um arrepio que sentiu.

             - O que faz aqui? – perguntou, sem tirar o rosto de entre os braços.

            - Kufufufu

            Estremeceu levemente, ainda sem encarar a figura que se aproximava cada vez mais de si.

            - Bravo. Sua intuição Vongola é realmente boa.

            - Você não respondeu... O que está fazendo aqui?

            - Oya, oya. Apenas me deu vontade de ver o meu querido... chefe. – disse pairando a desprezo.

            - O que você quer, Mukuro?! – Sawada praticamente gritara, agora, encarando o maior que estava sentado ao seu lado.

            O dono dos olhos bicolores manteve-se em silêncio, encarando o menor.

            Aquela voz... era aquela voz que tanto deixava Sawada Tsunayoshi tão desmontado e temeroso, sem saber para onde correr. Se é que deveria.

            Tsuna ainda tinha os olhos marejados, e se antes já não queria chorar, agora é que não iria mesmo faze-lo! Não na frente do homem mais imprevisível que já conhecera. Desviou o olhar para baixo, apoiando o queixo em seus joelhos, fitando a grama.

            - Mukuro... – o chamou baixo.

            - Estou aqui.

            - Por que venho?

            - Eu já respondi isso á você, Tsunayoshi. Quis te ver. – fitou o céu escuro e estrelado que aquela noite os mostrava.

            Tsuna o olhou um tanto surpreso, apesar de já ter ouvido a mesma resposta minutos atrás.

            Ficaram em silêncio. Os únicos sons ouvidos ali eram o das folhas das árvores quando o vendo as tocavam, uma música tocada a piano e pessoas conversando. Ambas as ultimas, tão distantes e baixas.

            - Mukuro... – seu tom de voz ainda era baixo.

            - Sim?

            - Que bom... que bom que venho. – disse quase inaudível.

            - Sim. Afinal, sou seu guardião da névoa, apesar de odiar o fato.

            Novamente, alguns curtos minutos de silêncio.

            - O que eu faço?

            - Hã? – Mukuro o olhou confuso.

            - O que eu devo fazer? Eu... eu não sei.

            - Do que está falando, Tsunayoshi?

            - Todo mundo... todo mundo está contando comigo para uma coisa da qual eu não faço a mínima idéia de como resolver! Eu nunca concordei com nada disso. Eu apenas queria uma vida normal, calma, sem nada de máfia, sem mistérios, conflitos! Eu só queria poder decidir o que vai ser o meu futuro, e não que um bebê de seis anos decidisse por mim! Eu não queria ter que ficar mentindo pra minha mãe para ir salvar o mundo dez anos no futuro! Eu nunca quis nada disso! E agora não sei o que fazer! – Tsuna gritava, seu rosto estava coberto com as lagrimas que tanto se esforçara para não deixar cair, enquanto segurava com força o colarinho da social que Mukuro usava, como se o culpado de tudo aquilo fosse o próprio ilusionista - Eu sinto vontade de fugir, mas sei que isso não daria certo. Eu apenas... –  disse num tom mais contido agora, abaixando a cabeça, mas ainda permitindo que as lagrimas deslizassem por seu rosto – eu apenas, queria sumir um pouco... do mundo.

            Mukuro ouvira tudo em completo silêncio, encarando a face molhada do menor. Suspirou, em seguida retirando com delicadeza as mãos de Sawada de seu colarinho.

            - Olha, Sawada Tsunayoshi, - começou – eu não sei exatamente o que esta acontecendo e muito menos o que se passa nessa sua cabeça. Mas, se você ficar assim, se desesperando, as coisas só iram piorar.

            - Mukuro... – sussurrou.

            - Você sabe que eu odeio a máfia com todas as minhas forças, mas de certa forma, eu te entendo e acho que não gosto de te ver assim, do modo que está. – enxugou as lagrimas que ainda teimavam em rolar pelo rosto do menor – Eu quero ver o seu sorriso. – sorriu sincero.

            - H-hã? – Tsuna o olhava confuso. Aquilo de fato, não era típico de Rokudo Mukuro, mas como o mesmo era um homem completamente imprevisível...

            - Se sente melhor?

            - Hã? Ah, sim. Obrigado... – sorriu – Mukuro.

            - Tsunayoshi.

            Fora rápido, muito rápido. De um segundo para o outro, Tsuna sentia o calor do corpo do maior o envolvendo em um abraço.

            - M-Mukuro... ? – sentiu o maior acariciar seus cabelos rebeldes.

            Sawada nunca havia pensado em como Rokudo Mukuro era quente, apesar de que na realidade, ele não estava de fato ali. De qualquer forma, estava se sentindo tão bem e seguro nos braços de seu guardião da névoa, sentia-se longe de tudo e de todos, e principalmente, longe dos problemas.

            Encostou a cabeça o peito do maior, escutando as batidas tão calmas de seu coração. A principio achou um pouco estranho poder ouvi-las, mas não ligou. Apenas queria manter aquele momento para sempre.

            - Eu... – Tsuna começou – eu realmente precisava desabafar com alguém... não sei dizer bem o porque, mas... eu desejava tanto que fosse você. – sorriu – A sua voz... você me tranqüiliza.

            Mukuro surpreendeu-se com a revelação que seu chefe fizera.

            - Alguns convidados devem estar sentindo sua falta. – sorriu fraco, desviando o assunto.

            - Tudo bem. Eu não me importo. Não conheço a grande maioria deles. – riu baixo.

            - Bem, que bom que não se importa, porque... não iria gostar se você entrasse agora. – abraçou mais forte, mas ainda sim com delicadeza, trazendo o menor que parecia tão frágil em seus braços, para seu colo.

            Tsuna sentiu suas bochechas queimarem levemente.

            Longos minutos se passaram, e ambas as figuras ainda estavam ali sentadas. O portador do anel do céu já não estava mais tão confuso e perturbado, sentia-se completamente aliviado por ter finalmente desabafado com alguém e, por estar nos braços da pessoa que não só ocupava sua mente, mas também, seu coração.

            - Sabe, - o jovem Vongola quebrou o silêncio – só existem duas coisas que eu gosto nisso tudo. – comentou.

            - E quais seriam elas? – Mukuro perguntou fitando o céu.

            - Os amigos que ganhei.

            O ilusionista manteve-se quieto, esperando que o menor pronunciasse a segunda coisa da qual gostava. Mas esta, não fora pronunciada.

            Mukuro franziu o cenho.

            - E a segunda seria... ?

            As bochechas de Sawada coraram.

            - Tsuna!

            Líder e guardião olharam em direção a voz aguda que se fez presente ali.

            - R-Reborn?!

            - Arcobaleno. – Mukuro sorriu cínico.

            - O que você está fazendo? Estão todos curiosos para saber o que aconteceu com o líder da família, que desapareceu do salão. – Reborn informou.

            - E-eu... – Tsuna tentou argumentar mas, fora interrompido pelo Hitman.

            - O que faz aqui, Mukuro? – perguntou sério.

            - Kufufufu Também sou um guardião de Sawada Tsunayoshi apesar de tudo. Então é claro que tenho direito de comparecer a esta cerimônia.

            O Arcobaleno do sol não retrucou. Afinal, Mukuro estava certo.

            - Tsuna! Vai continuar no colo de Mukuro enquanto todos esperam por você lá dentro?

            - E-e-eu já estava indo! – gaguejou, retirando-se a completo contragosto do colo de seu guardião, ficando parado de frente para o mesmo.

            - Então vamos logo. Irei te esperar lá dentro.

            - Ta, ta! – digamos que uma enorme gota formava-se na cabeça de Tsuna.

            - Kufufu Parece que tem que ir. – o dono dos fios azuis disse sorrindo, mas não muito feliz.

            - É... - estava claro que também não estava muito feliz por ter que deixar o maior – Mukuro, – segurou as mãos do homem a sua frente, olhando fixamente para os olhos bicolores que este possuía – obrigado!

            Mukuro sorriu.

            - Tsunayoshi, eu sempre vou estar com você. Afinal de contas, você é meu maior objetivo. – revelou beijando as mãos que seguravam as suas.

            Primeiro rosa, vermelho, então as bochechas de Sawada Tsunayoshi queimavam impiedosamente.

            - M-M-Mukuro... eu... – respirou profundamente, tentando reunir força e coragem para revelar o que a tanto tempo estava preso em sua garganta – A segunda coisa que eu gosto nisso tudo... é você. – sussurrou, e sem querer encarar a face completamente surpresa de Rokudo Mukuro, retirou-se dali as pressas, entrando no grande salão em que todos o esperavam.

            O ilusionista estava perplexo tentando raciocinar o que havia escutado.

            - Acredite nas palavras de Tsuna, Mukuro. – novamente o Arcobaleno estava presente ali.

            - ... – Mukuro o olhou confuso.

            - Todos os dias, Tsuna me pergunta de você; Se você esta bem, quando será libertado da Vindice, quando se encontraram novamente... Todos os dias. Ele se preocupa muito com você, e os sentimentos que tem por você são verdadeiros. Por isso, acredite nas palavras dele.

            - Kufufu Eu... acredito nelas... – voltou a fitar o céu -  porque... os meus sentimentos também são verdadeiros. – colocou-se de pé, sorrindo – Bem, não tenho mais o porque de continuar aqui.

            - Não pretende entrar?

            - Não quero ter que encarar todos esses mafiosos que tanto odeio.

            - Huh É você quem sabe. – disse Reborn, dando de ombros.

            - Kufufufu Até mais, Arcobaleno. – despediu-se do bebê amaldiçoado enquanto sua figura sumia feito poeira levada pelo vento – E até mais, Sawada Tsunayoshi. – desapareceu.

            - Reborn-san! O Nono está te chamando para... !

            - Eu sei. Já estou indo, Gokudera.

            - O-ok.

            Ambos entraram no salão, deixando que a única coisa que tomasse conta daquele jardim agora, fosse a luz do luar.

            O Arcobaleno portador da chupeta do sol, apenas sorriu.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

é, esse foi o terrível resultado da minha tentativa de fazer algo "fofinho" de 6927 as 4hrs da manhã rindo com meuirmão dos nomes de comunidades do orkut,ouvindo música ruim na mtv e pensando num modo de como trollar o patodonald no kingdom hearts, porque ele me atrapalha muito as vezes QQQ
enfim; apesar deeee... to dedicando essa fic pra minha Nagi linda e perfeita! Mukurão aqe ama você Nagi u3u é
REVIEWS??



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Anata no Koe." morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.