Desculpe Inglaterra, mas eu escolho a liberdade. Declaro a minha independência.

Lembro-me que sonhei com isso algum dia, quando era menor. No início não achei necessário algo assim, e até mesmo ri do meu próprio sonho. Para mim aquilo era impossível. Arthur era meu irmão, e eu nunca poderia me separar dele. Porém, era quase impossível me lembrar disso quando decidi que enfim o sonho se tornaria real.

•○•

A noite estava fria, e os soldados atrás de mim estavam armados esperando meu sinal. Quando encarei o inglês, sozinho, meu olhar era firme, e acho que ele percebeu melhor isso quando pronunciei novamente as palavras. As mesmas palavras de meu sonho.

Não sou criança! Não sou mais seu irmãozinho!

As palavras foram jogadas para fora de minha boca e, por mais que me doesse dizê-lo, eu tive que ser firme. Arthur havia feito tanto por mim... Mas ele me prendeu demais, me usou demais. E agora eu queria aquilo, precisava daquilo, precisava me tornar independente.

Eu não permito!

Você não tem que permitir, eu conquistarei isso. Tentei me concentrar nos sentimentos que possuía agora, nas conquistas de meu país e nos benefícios que traria a ele, e tentei ignorar meus sentimentos em relação a Arthur. Conquistaria minha liberdade, queira ele ou não. Senti a força do outro sobre minha arma assim que me defendi, e, quando percebi, ela estava no chão e Arthur apontava uma arma para minha cabeça.

Você não tem forças para viver sozinho, America.

Eu perdi? Meu coração batia rápido, tão rápido que tinha a impressão que ele saltaria para fora a qualquer momento. Eu encarei a arma, e então o nada. Quando os soldados ameaçaram atacar, eu simplesmente fiz um gesto com a mão para que não atacassem. Eu sabia o que minha metrópole podia fazer agora e grande parte de mim realmente acreditou que ela fosse atirar. As mãos dele tremiam. Arthur... Seria melhor para você ter atirado.

Seu idiota! Eu... Não consigo...

Ele jogou a arma, e eu devo ter parecido um pouco surpreso. Por um momento pensei em comemorar, mas quando percebi as lágrimas de Arthur, esse sentimento passou e eu senti um aperto no coração. Ah, Arthur... Eu devo ser realmente um péssimo irmão mais novo para estar fazendo isso, não é?

Por quê? Droga...

Eu venci. Devia estar orgulhoso não é? Deveria ter ficado feliz. Mas não podia sorrir vendo Arthur daquela maneira, não conseguia. Sem que eu permitisse, a lembrança do dia em que ele me descobriu me veio à mente. Arthur me estendia sua mão, e quando eu olhava para ele... Era nele... Era nele em quem eu me espelhava. Era alguém grande como ele que eu queria me tornar.

Inglaterra... Você parecia... Tão maior...

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