Yogen no Tenshi - o Anjo da Profecia escrita por Malifysence


Capítulo 2
Capítulo 2 - Um Desencontro Oportuno




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         Eram oito horas da manhã e como eu sabia bem Hiruga não gostaria de ficar com fome, mas também não gostaria de se pronunciar para isso. E bem quando eu estava prestes a perguntar ouvi um leve ronco.

—Bem... Acho que estava certo, não?

—Sobre o que?

—Você está com fome.

         Ele corou levemente enquanto olhava para a barriga que roncava novamente e virava para o chão com os cabelos na frente do rosto enquanto assentia com a cabeça.

—Então melhor você vir comigo para eu preparar um lanche para gente.

—Tudo bem.

         Eu sabia que hoje estava começando um bom dia, mas não sabia que mentir era tão errado assim. Meu irmão Saito havia chegado da rua e tinha acabado de abrir a porta quando ficou de repente estático.

—Oi, Saito!

—Quem é esse cara e o que faz aqui em casa?

         Com toda a certeza eu percebi o tom agressivo que meu irmão usou naquela frase, mas ignorei naturalmente, já estava acostumado.

—Esse é um amigo meu da turma e... Ele veio aqui para estudar comigo. Sabe aluno novo e eu me ofereci pra ajudar ele. Bem... Nós estávamos indo...

—Qual o seu nome e o que você faz aqui?

—Hã?

         Ele parecia estranho, tudo bem que meu irmão era brigão e gostava de flertar e cabular aula, mas a agressividade dele e o jeito com que olhava Hiruga foram como se ele fosse um monstro estava prestes a me devorar sem eu saber... Não era normal de Saito fazer isso.

—Então você não vai se pronunciar ou vou ter que tirar a resposta do seu cadáver?

         Neste instante Saito havia pegado Hiruga pelo colarinho e o prensado contra a parede ao lado da porta por que veio.

—Hei! Saito larga o cara! Ele não fez nada!

—Cala a boca Hiro! Anda fala logo quem é você seu anjo desgraçado!

         Eu parei pasmo depois dessa. Saito sabia que Hiruga, Yagami Hiruga era um anjo e ainda por cima por algum acaso estava o prensando na parede para saber seu nome sabe-se lá por que.

—Eu é que pergunto quem é você, ou melhor, o que é você?

—Sou eu que faço perguntar aqui anjo maldito! Qual o seu nome me diga! Ou eu te mato agora mesmo!

—Você não pode matar ele Saito! O que ele te fez?

—Se o problema fosse me matar ele já o teria feito, mas o problema é me conjurar... Ele quer saber meu nome para arrancar-me de dentro deste corpo.

—Como assim?... É verdade Saito?

—Se você não vai dizer então eu vou arrancar de você seu idiota! “Para este servo que vos clama... Sombras profundas o obedecem... Para este servo que vos suplica... Mostre-me quem és... Luz profana!”

         Enquanto dizia aquelas palavras sombras de tudo que havia na sala espiralavam como se meu irmão fosse o epicentro de um redemoinho que após girar por baixo dele como se sugado, as sombras voltaram-se a cobrir Yagami até somente restar sua silhueta e depois uma luz arroxeada brilhou vinda dele e ofuscou tudo. Quando pude abrir os olhos novamente pude ver um anjo de asas cor de cimento transluzindo da silhueta agora envolta pelo corpo do anjo flutuante no meio do quarto de um Yagami reluzente. O anjo tinha vestes de batalha e uma espada nas costas que parecia ser leve como a de um bom assaltante (termo de batalha para quem ataca rápido), seus olhos eram prateados fortes, com uma grande rigidez e inexpressivos como os de Hiruga, porém ainda mais sem vida do que antes, seus cabelos eram tão arroxeados que quase se dizia que eram negros ou pitados de roxo forte caindo por seu rosto e ombros até parar no meio das costas e meio do tórax.

         Meu irmão que o segurava estava no chão encostado na parede oposta com um braço na frente dos olhos ofuscados e o nome que Hiruga havia me dito estava escrito luminoso repetidas vezes entorno da silhueta angelical que transluzia como vários círculos que o prendiam a sua forma humana e anja de uma só vez.

—Co-como você fez isso Saito?

—É simples... Ele é um demônio.

         Novamente estático com a situação e confuso até os dentes eu ainda não conseguia entender nada nem mesmo o que eu estava realmente vendo. Yagami estava voltando ao chão depois que sua silhueta anja havia desaparecido junto com seu nome e os círculos formados pelo mesmo.

—Diga a seu amado irmão o que está havendo... Dante...

—Vo-você... É realmente um...

—Sou sim Soihiro. E você anjo o que faz aqui em baixo? Veio cumprir uma missão ou veio caçar?

—Eu não vim para cumprir missão alguma, muito menos para caçar demônios feito você Dante...

—Então qual é o seu propósito aqui no mundo humano Malifysence?

—Viver novamente...

—Não vem com essa não, anjo! Se você tivesse aqui pra isso já teria perdido suas memórias e estaria sem seus poderes! Anda! Diz qual o seu real motivo pra descer aqui merda!

         Eu me mantinha calado por que já não tinha o que dizer nessa história toda de qualquer jeito.

—Falo sério Dante... Estou aqui por conta própria não como Anjo ou Querubim... Então esqueça que eu estive aqui.

—Não vem com essa porra de que está pra viver com humanos que isso é uma merda de uma mentira mal lavada! Melhor você começar a falar a verdade ou eu vou começar a te mostrar o por que de meu nome ser Dante, o Carrasco.

—Se é uma luta que você quer para eu poder sair daqui então você terá.

         Eu já estava confuso, estava com fome, estava com medo e com vontade de esmurrar os dois até eles desmaiarem, mas tudo que pude fazer foi gritar.

—Parem!

         Os dois estavam se encarando me ignorando por completo até o primeiro movimento. Hiruga que estava perto da porta fechou os olhos por um instante.

—“Céu e terra me dêem mais uma vez aquilo de que abdiquei por escolha e que com este almejo minhas fiéis asas venham a seu fatídico dono!”

         Ele brilhou por um segundo em tom de prata e quando abriu os olhos asas cor de cimento se abriram proporcionais ao corpo de Yagami que tomou a cor de olhos e cabelos iguais aos de Malifysence que vi antes. Saito recuou meio passo antes de aproximar as palmas das mãos com os dedos voltados para os pulsos como se fosse fazer um kame-hame-ha ao estilo Dragon Ball e focando Hiruga.

—“Sombras profundas do inferno concedam a este servo tuas chamas para obliterar aqueles que lutam contra ti!”

         Um feixe de energia espiralava as proximidades das palmas das mãos de Saito enquanto brilhavam como fogo. Yagami que flutuava com suas asas no meio da sala estava riscando o ar novamente.

—Morra!

         O choque da esfera de Saito e do aparente escudo de Hiruga fizeram uma grande explosão que transformou a sala em cinzas somente restando as paredes, teto e chão carbonizados além de nós três por sorte. Isso por que eu estava acidentalmente atrás do meu irmão que se protegeu assim como Hiruga senão euzinho aqui estaria morto, MORTO, M-O-R-T-O! Já disse que estaria morto? Pois bem... Mortinho da silva.

—Então já desistiu?

—O que? Não fiz nem um arranhão? Que merda!

         Os dois estavam bem e estavam parados um diante do outro com cada um uma mão agarrando a outra como se guerreassem por suas vidas.

—Querem parar! Já estou farto de vocês dois!

         Eles pareceram finalmente me ouvir depois dessa baderna de poderes estranhos. Aff... ¬.¬” Anjos e demônios...

—Saito... Tudo bem você ser um demônio, sem problemas, mas você destruiu a sala e quase me matou seu maldito idiota! E você Hiruga... Senão te paro dá no mesmo também!

         Ahahahahahaha! Reinei sobre os dois hoje!!! XD Eles caíram na minha de autoridade. Nossa eu tenho que praticar mais isso no colégio. “^-^”v. Eles pareciam ter baixado a crista por uns instantes e tinham se esquecido completamente da rixa entre eles.

—Melhor eu começar a arrumar as coisas...

         Saito olhava para mim e depois para Yagami como uma criança que levou bronca da mãe por causa do irmão. E Hiruga olhava fixamente para mim como se eu estivesse agindo certo no fim.

—Espere Dan... Espere Saito... Deixe eu te ajudar. Eu sei de uma maneira que podemos deixar esse lugar do jeito que era antes...

—Você não está falando de...

—Sim... Mas você sabe que precisamos de ou mais um anjo ou mais um demônio para isso não é?

—Esquece! Nada de mais um anjo para me azarar a vida e não posso chamar um irmão do inferno só para isso! Esquece!

—Então vamos tentar nós dois juntos... Não temos nada a perder mesmo...

—É talvez dê certo.

         Eu não estava entendendo nada, como de costume ¬.¬”, e quando percebi os dois estavam com uma das mãos unidas enquanto piscavam em prata e roxo leve repetidas e rápidas vezes.

— (uníssono) ”Para estes que o céu e a terra se esquecem... para os que deixaram a unidade o tempo voará... Eu teu servo lhe peço volte até quando o desejo me cabe... Esqueça os erros do vagante para um novo início!”

         Por um segundo pensei estar louco, mas não estava enquanto eles brilhavam lindos e fofinhos no meio do quarto carbonizado tudo estava voltando ao normal, o vidro que se despedaçou com a explosão voltou do chão da rua que antes estava cheia de gente curiosa com o que havia acontecido e os móveis haviam retornado a seu lugar. Até o relógio que eu usava em meu pulso estava voltando os ponteiros assim como o sol e as nuvens, tudo estava voltando no tempo!

—É... Não é que funcionou?

—É... Cansativo, mas funciona...

         Tudo bem... Vou fingir que não entrei de repente num vídeo game do Final Fantasy ou outra coisa assim e vou continuar a minha vida medíocre na minha total insignificância...

—Uau... Vocês têm que parar de usar isso antes que eu queria aprender também... Ou antes que eu enlouqueça de vez...

         Um ronco suave vinha de um Yagami que se contorcia como se contivesse um monstro em seu estômago.

—Que coisa hein?... Eu que sou o demônio e você que parece ter um demônio no estômago! XP

—Cala a boca Saito!

         Mais um ronco veio a chamar a atenção dos dois, mas... Não era de Hiruga nem de Saito... Bem... Eu também estava com fome ora!

—Melhor eu preparar algo para comer como já ia fazer antes de vocês começarem a se comer na porrada!

         Eu tinha preparado uns sanduiches e tinha trazido alguns mochis (bolinhos normalmente de arroz ou de doces de feijão e outros molhos) que estavam guardados na geladeira para o lanche do colégio do meu irmão, mas como ele sempre comia em casa com uma ou outra namorada, eu já presumia que ele iria pedir.

—Aqui estão os lanches.

—Cara e você ainda trouxe os mochis que eu esqueci de comer hoje! Itadakimasu!

—Hei seu demônio mal-educado! Espera a gente!

—Itadakimasu...

—Você também Yagami? Eu fiquei para trás! “T-T” Pensei que os anjos fossem mais educados...

         Eu me juntei a eles um pouco tarde, mas aproveitei também o lanche, tudo isso me lembrou uma vez em que eu, mamãe e Saito estávamos nos campos de cerejeira num verão de festival Tanabata. ~ Flash-back ^^~

“—Olha mãe eu consegui fazer a tsuru (Grou ou como chamamos cegonha, no caso, origami de cegonha) !”

“—Que bom filho... Você está aprendendo muito bem... Saito, por que você não se junta a nós no picnic?”

         Ele estava encostado na cerejeira sentado apreciando o festival, mas olhava para os parentes como se estivesse de mal humor.

“—Não... valeu, prefiro ficar aqui mesmo...”

         Soihiro percebeu o olhar de tristeza da mãe e logo Saito que também havia percebido se juntara ao grupo para comer mochis, sanduiches, doces do festival e beber sucos feitos em casa pela mãe dos dois.

“—Aniki! Qual foi o seu desejo? O meu foi...”

“—Me diga por que eu deveria desejar alguma coisa?”

         O olhar de Soihiro foi uma mescla de tristeza e repreensão desnecessária como um grande pesar que fazia quase Saito ter desistido de perguntar aquilo.

“—Isso é...”

         O garoto olhou novamente agora com um toque de curiosidade.

“—Se eu tenho tudo que quero aqui!”

         Soihiro fora pego de surpresa quando o irmão ao terminar de dizer aquilo começou a fazer cócegas para arrancar um sorriso do desanimado Soihiro que fizera com aquela pergunta. ~ Flash-back ^^~

—Hei Ototto (Irmãozinho)... Por que você ta assim?

—Hã? Como assim?

—Assim ora... Você ta cabisbaixo por algum motivo. O que foi?

—Nada só lembranças de quando saiamos pra festejar com a mamãe...

—Ah! Que isso sorria! Ou vou forçar você a sorrir!

         Ele começou a me fazer cócegas como sempre quando eu estava triste ou desanimado e eu que não era nada tonto fiquei rolando de rir enquanto implorava para ele parar.

—Que patético... Isso só por que eu fui no banheiro...

         Eu fiquei roxo de vergonha é claro! Isso só pelo fato de pelo menos eu ter algum se-mancol na cara. XS

—O que foi nunca viu irmãos brincando? Ou isso é muito high-tech pra vocês anjinhos?

         Ta agora fiquei branco e de longe podia ser percebida minha vergonha já que eu usava uma das almofadas do sofá onde cai na gargalhada para esconder a cara. Por que, Kami-sama (Deus), por que céus eu tinha de ter um irmão demônio ou melhor por que eu tinha de ter a sorte, que só pode ser sorte mesmo ¬.¬”, de ter um irmão demônio retardado e um colega anjo frio como a Antartida? Nem você sabe, né? Imaginei... -.-“ Depois desse suicídio social de meu irmão eu pensei em sair correndo pro meu quarto e dormir pra ver se ou eu assimilava isso tudo ou eu descobria que era tudo um sonho extremamente louco, mas antes que pudesse esquecer meus devaneios mais uma armadura apareceu demolindo a parede da sala por completo na tentativa de atingir um de nós, mesmo que só tenha conseguido chegar a poucos metros de nós.

—Ah! Merda! O quadro favorito da mamãe estava nessa parede, sabia?

—Cara cala a boca antes que eu resolva pegar o super bonder na cozinha ~.~”.

         Ele tava merecendo hoje -.-‘. Tentando esquivar da armadura negra que estava na minha sala de estar (aff jamais pensei que iria dizer uma coisa tão absurda quanto isso ~.~”) percebi grandes asas nela e o fato de que diferente das demais esta tinha uma espada mais leve e menor como uma espada medieval inglesa.

—Se abaixa Hiro! “Queime na profundeza de minha escuridão! Chama Infernal!”

         As mãos de Saito tinham tomado a cor vermelha aos poucos enquanto ele gritava ao meu lado quase até os meus tímpanos estourarem -.-“ desgraça... Depois chamas vermelhos sangue as circularam indo após na direção da armadura que ficou completamente envolta.

—Pronto!

         Se Hiruga não o tivesse puxado para o chão quando saltou em sua direção ele teria perdido a cabeça... Literalmente...

—Lembra que eu falei que eles são emissários do caos? Pois bem, eles são criaturas enviadas do seu antigo lar e são imunes a chamas do submundo.

—Ta desculpa eu esqueci!

—“Luz contínua que guia minha alma alcance meu algoz até que somente reste seu pó! Luz divina!”

         Diferente de Saito, Hiruga conjurava calmamente sem gritar, além de uma luz vinda aparentemente de dentro do corpo dele ter brilhado forte por um instante até que eu e meu irmão não pudemos ver nada além de uma armadura se desfacelando como se estivesse sendo obliterada que nem no Yu-Gi-Oh! XD

—Ta o que foi isso?

—Mais um emissário do Caos...

—Como assim você está sendo perseguido pelo inferno?

         Nós olhamos para Saito como se ele fosse um retardado (não muito diferente da realidade eu diria ¬¬”) enquanto ele nos olhava com curiosidade e Hiruga olhava um tanto confuso para ele. Todos nós pudemos ouvir um escárnio ecoando como se viesse de lugar nenhum de uma voz que era ao mesmo tempo que assustador, suave e doce como a de um anjo.

—‘Ora, ora... Um servo do caos e um servo da ordem? E somados a um reles humano? — A risada dele era como um riscar de quadro negro que me dava frio na espinha. — Isso é simplesmente patético... Eu esperava mais de você meu caro ‘Caído’.

         Eu pude ver que os dois olhavam para todos os lados como se quem quer que falasse pudesse estar em qualquer lugar ali ou aparecer de repente numa outra surpreendente explosão ou coisa assim (já não me surpreenderia ¬¬).

—Quem é você?

—“protetora protegida... face do suplício sagrado da virgem... mostre-me quem és para trazer meu inimigo diante de mim...”

—Habilidoso como sempre... Pena que não tanto...

         Um homem havia aparecido repentinamente como se feito de penas de corvos que se juntavam diante do meu olhar ao qual mais nenhum dos outros dois tinha percebido e ele parecia estar concentrando energia para um ataque com a mão esquerda apesar de eu só poder vê-la por estar fora de toda a manta que escondia boa parte da sua face e seu corpo por completo, tudo num tom vermelho vulcânico como se desbotado para um cinza rasgado nas barras.

—Cuidado!

—!!!

         Todos haviam se abaixado a tempo evitando o golpe de energia repentino por minha causa.

—Sorte a de vocês... Mas interessante... Quero saber mais sobre isso...

         Eu estava me levantando quando fui pego pela cintura pelo mago que me jogou no ar como se me jogasse numa maca imobilizadora e riscando o ar num tom arroxeado ele fez meus pulsos, calcanhares e cintura se manterem inertes no ar.

—Hiro! Larga o Hiro ele não tem nada a ver com o anjo ou eu!

—Se você ama tanto assim este humano, por que não vem buscá-lo em Gehenna? Eu sei que você vai adorar voltar para sua terra natal, não é, Dante Hakushaku (Conde) ? Até lá estarei a tua espera e a de seu colega Caído, por enquanto adeus.

         Após isso só lembro-me de ter acordado num lugar escuro com cheiro leve de enxofre, ferro fundido e sangue que me deixavam zonzo.

—Onde eu estou?

—Bem vindo a Gehenna meu precioso prisioneiro...

         O jeito com o qual ele falava aquilo não soava muito bem principalmente por eu estar acorrentado a parede sem poder me mover mais do que as correntes me permitiam que era um pouco mais que o pé da janela onde o mago estava sentado olhando o céu estranho que parecia noite mesmo que ele estivesse iluminado como se houvesse um sol forte vindo do céu.

—Quem é você?

—Meu nome é Mefisto e sou um dos sete condes infernais...

         Já tinha visto um cara com asas e outro usando magia, então para mim isso foi pouco -.-“.

—O que é Gehenna?

—Gehenna? Gehenna é a primeira barreira e camada do inferno por um todo. É aqui nesta grande fortaleza situada num rodamoinho de areia que fica no meio do deserto onde os renegados turvam suas asas límpidas com o sangue negro de inocentes para poderem descer os níveis do nosso lar.

         Ta... Uma explicação e tanta... Quase histórica ou épica sobre Gehenna...

—Hmmm... E o que?...

—Qual é o seu objetivo sabendo sobre onde está ou quem sou?

—Na verdade nenhum... É que eu detesto ficar em silêncio.

         Ele pareceu abrir um pequeno sorriso como se achasse isso engraçado por alguma razão, mas eu somente podia ver parte de seus braços e pernas além de metade da face dele do nariz para o queixo apesar de poder ver de longe que os olhos dele eram vermelho sangue entre a escuridão que o capuz lhe proporcionava.

—Posso perguntar mais uma coisa? O que é um conde infernal?

—Isso é um título que é concedido pelo rei Lúcifer a sete renegados que provarem sua lealdade em batalha, eu tenho o título de Mefisto, o Conde Indolência. Além de mim hão mais seis condes. Lilith, a Condessa Luxúria; Abigail, a Condessa Inveja; Astaroth, o Conde Ira; Samael, a Condessa Ganância; Abaddon, o Conde Gula; e Dante, o Conde Orgulho.

         Pera ai! Esse não foi o nome que ele chamou o Saito e que eu me lembre o Hiruga também o chamou assim! Puta que me pariu dez vezes de cesariana mal feita! Meu irmão mais velho é um ex-conde do inferno, meu colega foi um anjo da guarda que juntou o cara que eu gostava com um cara com quem fiz amizade e como antes é uma coisa esquisita e fria como gelo seco... ¬_¬” É sorte... só pode ser minha pobre sorte brilhando...

—Gostaria de saber...

         Olhei para ele um pouco apreensivo e curioso por causa dos meus pensamentos.

—Por que será que Dante está no mundo humano? Ou melhor por que ele caiu num corpo humano de idade tão simples se ele já está sumido de Goetia a séculos?

—Hã... O que é Goetia?

—Este, meu caro, é o nome da cidade-nação de teu irmão mais velho.

         O olhar daquele cara era medonho, mas quando ele falava podia-se perceber um tom sarcástico e sádico, além de um profundo dramatismo como se ele estivesse atuando num palco o que estava me dizendo. Ao piscar meus olhos o cara na janela da minha prisão havia desaparecido por completo.

—Eles estarão aqui em breve, meu caro... Não te preocupes com teu irmão eu irei pessoalmente dar as boas vindas a nossos convidados especiais da festa desta tarde...

         Ai! Cara chato! Eu queria poder socar a cara dele só um pouquinho para me desestressar... Pena -.-“... Logo que se passaram duas horas eu já estava morrendo de fome e já estava insalivando só de olhar as algemas... elas me lembravam caramelo maciço ^¬^” (correntes de cor amarronzada semi-translucida que prendia os dois pulsos de uma só vez mesmo que em encaixes separados com uma corrente negra presa a parede).

—Ai! Merda!!! Cadê a educação? O seu precioso prisioneiro ta com fome!!!

—Cale a boca insolente! Mestre Mefisto deveria ter-lhe arrancado a língua antes de sair! Seja grato que ele não lhe torturou até arrancar de você seu desejo mais nocivo de suicídio!

         Nossa que notícia mais acolhedora. ¬¬” Isso quer dizer que ele pode vir a fazer isso quando voltar, não é? Sorte mesmo a minha -.-“. Mais dez minutos haviam se passado e logo o guarda que parecia um leopardo que empunha duas espadas trouxe uma sopa de sei lá o que pra mim. o“*-*”o

—Fique quieto de agora em diante ou eu mesmo vou te calar com minhas lâminas gêmeas!

—Qual o seu nome guarda?

—Me chamo Ose um dos setenta e dois demônios de Goetia o espadachim das chamas do inferno!

—Muito obrigado pela refeição.

—Tudo bem, agora cale a boca de uma vez!

         Ele parecia ter corado com o agradecimento que dei e falou aquilo sem me olhar nos olhos pelas barras da grade da porta de aço. Ele vestia uma capa preta que pra mim dava a ele a cara do gato de botas só faltando o chapéu. XD

 


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