O Errado Te Excita? escrita por deadlovers


Capítulo 3
Capítulo 3 - In The End.


Notas iniciais do capítulo

Depois de anos...



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Peguei um de meus telefones na bolsa, mas ele estava incapaz de realizar ligações.

Lá em baixo, os carros estavam estacionados na porta do hotel.  Tom abriu a porta do banheiro. Ele estava com uma toalha enrolada na cintura, e seu peito nu estava molhado. Ao ver que eu estava chorando, imediatamente me abraçou.

O calor de seu corpo brigava com o frio que fazia no quarto, e mais uma vez eu me sentia segura nos braços de Tom, que imediatamente me levou até o banheiro, e me despiu delicadamente. Entramos na banheira, e ficamos ali, um olhando o outro.  Ao ver que meus olhos se enchiam de lágrimas novamente, Tom me abraçou.

- Recebi a ligação de Bill. – Apertou os olhos, afagando meus cabelos. – Vai ficar tudo bem.

Cici’s P.O.V Off

Tom’s P.O.V On

Depois de um tempo, Cici quase adormeceu no meu colo. Porém, despertou de seu transe quando meu celular vibrou na pia, fazendo um barulho um tanto quanto estranho.  Ela me olhou assustada e saiu da banheira se enrolando na toalha. Logo em seguida, saí enrolando outra toalha em minha cintura. Fui até a pia, e peguei o celular.

Era Giulia.

- Hallo! Novidades?

- Thomas! Está tudo bem com a minha menina?

- Sim, está. – E comigo também está, obrigado por perguntar.

- Ah, que bom! – Ela disse, com uma voz de alívio. E aí, o alívio foi embora. - Tom, vocês não poderão ficar aí. Nem regressar à Alemanha. Desconfiam de que tudo isso tenha algo a ver com alguma máfia japonesa.

- Então nós vamos pra onde? – Perguntei incrédulo.

- Enfim, nós vamos nos espalhar pelo mundo. Bruck irá para o Brasil, Bill para a Austrália, e, Howard e eu iremos para a Rússia – Completou.

- E eu e Cinthia? – Perguntei novamente. Deu pra ver que a ‘’sogrinha’’ não vai muito com a minha cara...

- Vão para os Estados Unidos. Tu para a Califórnia. Cinthia para Nova York. Organizei para que ela fique na casa do primo de Haidee, que tirou algumas férias, e a encontrará lá.

- Por que nós dois não podemos ficar no apartamento, no Canadá? – Ouvi um suspiro.

- Tom, querido... Arrombaram o apartamento. E não levaram absolutamente nada. O que você deduz com isso?

- Mas... Se vamos os dois para os Estados Unidos, por que não podemos ficar juntos? – Bufei.

- Fique aonde quiser, Kaulitz. Mas escute, terão que andar disfarçados. Não podemos deixar pistas de onde estivermos. Os paparazzi são bem espertos, e não queremos que o mundo saiba de mais nenhum ‘’conflito’’ antes de acharmos Chloë e Charlotte.

- Tudo bem. – Eu disse.

- E, ah... Percebemos que muitos dos nossos celulares pararam de funcionar. Provavelmente estão nos rastreando. Eu e Howard falamos com o pessoal da operadora e achamos melhor cancelar as linhas. Afinal, poderiam ter grampeado. Então exigimos alguns ‘’pins’’.  É uma espécie de walk-talk, que terão acesso apenas aos números que mais ligamos. Ou seja, Bill, tu, Howard, eu, Cici, Bruck.

- Eu sei o que é um ‘’pin’’, Giulia. – Disse, cerrando os olhos.

- Tudo bem, avise a Cici, aí.

- Não quer falar com ela?

- Não, não. Vou fazer as unhas. Beijos, Thominhas. – E desligou.

Cocei a cabeça. Acho que não era só comigo o problema. Desliguei o telefone e saí para o quarto. Cici estava penteando os cabelos, quando eu me deitei na cama.

- Cici?

- Sim? – Ela se virou. Não pude deixar de notar seus olhos inchados.

- Se for pra morar nos Estados Unidos... Você iria querer ir para Nova York, ou Califórnia? – Perguntei.

- O que quer dizer com isso? – Disse deixando a escova de cabelo na mesa e se deitando ao meu lado.

- Tua mãe ligou. Até não acharem Char e Chloë, vamos todos nos espalhar pelo mundo, disfarçados. E...  Nós vamos para os Estados Unidos.  Vamos ter de andar disfarçados, Cici.

- Já pensou na possibilidade de irmos para o meu apartamento, no Canadá? Ninguém me conhecia lá. Não era uma vida turbulenta... Era normal.

- É aí que tu te enganas... Tua mãe disse que arrombaram teu apartamento. Não roubaram absolutamente nada. Então, obviamente eles queriam você.

I tried so hard and got so far
But in the end, it doesn't even matter
I had to fall to lose it all
But in the end it doesn't even matter

(In The End – Linkin Park)

Tom’s P.O.V Off

Cici’s P.O.V On

Dois dias se passaram e nós continuávamos enfurnados dentro do quarto em Tóquio. Tom e eu já estávamos ficando nervosos. Almoçávamos, jantávamos... Tudo dentro daquele quarto. Ficávamos observando os japoneses pela janela, mas até isso meus pais recomendavam não fazer.  Apesar do tédio... Foi uma boa oportunidade para que eu e Tom nos conhecêssemos melhor. Fazíamos perguntas um ao outro, brincávamos... Foi legal, no final das contas.

Na terça-feira à noite, enquanto jantávamos, ou pelo menos tentávamos, recebemos uma ligação de Bruck, diretamente do Brasil. Tom atendeu e colocou no modo viva-voz.

- Ei, japoneses. – Bruck disse, aparentemente rindo.

- Hallo, Bruck. – Dissemos em uníssono.

- Bem, Howard pediu para que eu ligasse pra vocês e avisasse do vôo para Nova York ás 00:00.

- Mas Bruck! Isso é daqui á quatro horas. Por que você não avisa mais cedo? – Perguntei nervosa.

- Desculpa, mas eu esqueci... – Bufei enquanto me levantei da cama para ir arrumar minhas coisas. – Bem... Vou explicar. Vocês irão descer em uma hora, e falar com a Natsumi, uma das recepcionistas mais confiáveis do hotel. Ela irá acompanhar vocês até um Audi Q7 preto, e lá vão estar dois seguranças que irão viajar com vocês até Nova York... Os pins que Giulia mencionou a vocês há dois dias estarão com eles. Pedi para Haidee procurar uma cobertura em Nova York para vocês, e ela fez um ótimo trabalho. As caixas com as coisas de vocês já estão lá... Quando chegarem à ‘’Big Apple’’, nos avise.  – Ele finalizou, suspirando.

- Tudo bem. – Tom completou. – Obrigado, Bruck. – E desligou.

Após desligar o telefone, Tom se levantou desajeitadamente da cama e foi arrumar suas coisas também. Em exatamente uma hora depois, já estávamos no tal Audi Q7 preto. Havia dois seguranças que nos entregaram os pins e então seguimos para o aeroporto.

***

Cici’s P.O.V Off

Tom’s P.O.V On

Ao desembarcarmos em Nova York, ligamos para Haidee e pedimos para que nos buscasse no aeroporto. Iríamos dispensar os tais seguranças naquela noite.

Finalmente conheci a tal Haidee. Muito bonita ela, meu tipo. Claro. Todas são. Risos.

Poucos minutos em Nova York, e eu já havia visto um lado diferente de ser. Não estava com seguranças. Nem fomos de carro para o apartamento. Fomos de metrô mesmo.

Percebi que Haidee e Cici sussurravam, e sorriam maliciosamente. Imagens das suas se pegando era tudo o que me vinha em mente, oh Deus. Eu estava ficando excitado.

Finalmente chegamos ao nosso ‘’lar’’. Um apartamento muito bom, em Manhattan.

Como Haidee estava na casa do primo, que coincidentemente era no mesmo prédio que o ‘’nosso’’, ela estava com as chaves...

Ao chegarmos lá, deixamos as malas, conhecemos o território e saímos novamente para comer. Fomos à restaurante brasileiro, onde comemos churrasco e outros pratos típicos.

Na volta, pegamos um taxi e fomos para o apartamento. 

Subimos o elevador em silêncio. Haidee desceu no andar de baixo, e nós subimos.

Assim que Cici abriu a porta, eu logo vi a caixa de alguma das minhas Gibson’s. Soltei uma gargalhada e saí pulando todos os ‘’obstáculos’’ à minha frente. E logo abri aquela grande maleta de couro no topo de muitas outras. Era uma Les Paul preta.

- Ué, essa não é minha. – Estranhei.

Cici riu.

- Claro que não! – Disse, rindo. – Essa é minha. – ELA TOCA???

Sorri amarelo e coloquei a guitarra de volta na caixa. Abri outra caixa, e mais outra...
- Cadê? – Disse eu (quase) choramingando.

- Essas são as minhas, Tom. – Ela riu. – As tuas provavelmente são aquelas. – Apontou para um canto com uma pilha de maletas de couro.

Mais uma vez corri pulando os ‘’obstáculos’’, louco e sedento pelas minhas amantes, é.  Todas empilhadas. E lindas. Abri a primeira maleta da pilha. Era a minha Flying V branca. E linda. Quase chorei de emoção.

Olhei para Cici. Ela sorria encostada no batente da porta.

- Não acredito que tu tocas! – Eu disse, sorrindo ainda abobadamente.

- É. – Ela caminhou para perto de suas guitarras e, abrindo uma caixa, pegou um amplificador de tamanho médio.

Cinthia o ligou na tomada, e conectou alguns cabos que o ligavam à Les Paul preta. Cici tocou um solo rápido, porém, me deixou entorpecido. Ela riu com a minha expressão sem fala.

- O que você sabe fazer? – Perguntou. Desafiando-me.

Sorri maliciosamente e caminhei para perto de Ci. Conectei o cabo da guitarra em outra entrada e toquei algo. Ou pelo menos tentei. Alguma coisa havia me travado. Eu não conseguia tocar absolutamente nada.

- E então? – Cici mordia teu lábio inferior de uma forma deliciosa. Porém um rosto sem expressão tomou conta de mim.

Ela soltou uma risada gostosa, e se aproximou me beijando delicadamente. Suas mãos entrelaçavam em meus dreads, e os puxava com certa leveza.

Eu sentia algo estranho. Como se quisesse, mas não pudesse. Eu queria alguma outra coisa. Mas não sabia o que era. Estava perdido no meu subconsciente.

Sorri para Cinthia que retribuiu o sorriso e se afastou um pouco.

Ela colocou sua guitarra de volta na caixa, e desligou o amplificador. Fiz o mesmo.

- Vamos dormir, huh? – Disse, bocejando enquanto apontava para um colchão recostado na parede.

De imediato, assenti e fui até o mesmo. Afastei algumas caixas, e o deitei no chão.

Com a ajuda de uma chave, Cici abriu uma caixa onde havia escrito ‘’Roupas de Cama’’ e tirou dois travesseiros meio murchos e amassados, e um cobertor grosso. Estava ótimo. Resolveríamos o problema do travesseiro murcho no dia seguinte.

Ela se deitou no colchão fazendo uma careta, e em seguida, fiz o mesmo, porém, não consegui dormir. Fiquei observando o teto.

Tom’s P.O.V Off

Cici’s P.O.V On

No dia seguinte, acordei com a claridade em meu rosto. Tom ainda dormia, e eu fiquei ali, o observando. Tão sereno. Peguei sua mão e segurei com força. Tom suspirou e foi abrindo os olhos lentamente.

- Desculpa, não quis te acordar. – Disse.

Ele me exibiu um sorriso lindo em resposta. Quase derreti.

- Não te preocupes. – Ele disse, logo suspirando novamente. – O que vamos fazer hoje?

- Hm... Acho que poderíamos ir ‘’nos disfarçar’’, sim? Depois começamos a arrumar aqui... – Disse, olhando em volta.

- Vou ter que tirar os dreads. – Tom disse, choramingando, quase num sussurro.

Ri baixinho.

- Não se preocupe com isto. – Eu disse, beijando-lhe a face e me levantando.

Ele fez o mesmo, e então fomos tomar um banho.

Depois do banho, e de toda a higiene matinal, fomos até o andar de Haidee, que também já estava acordada.

Saímos para comer alguma coisa.

Fomos a uma lanchonete perto do apartamento mesmo, porém, parece que o pessoal lá assiste mesmo os noticiários, afinal, estavam nos reconhecendo. Precisávamos mesmo mudar.

- I want some coffee, please.  – Tom disse com seu inglês ridículo e sua voz máscula e sexy, enquanto Haidee ria do sotaque.

Comemos, e logo resolvemos sair logo dali. Afinal, as pessoas estavam reconhecendo mesmo as nossas carinhas.  Então Tom ‘’seguiu o teu rumo’’, e eu e Haidee fomos botando o papo em dia no trajeto para o Harlem.

- Precisávamos mesmo que Tom estivesse conosco. – Ela disse, me preocupando.

- Por quê?  - Perguntei assustada.

Haidee soltou uma risadinha e respondeu:

- Ah, tudo bem. É só que este é um bairro onde você vê de tudo. Pessoas sendo presas e tudo mais. Mas não se preocupe. Conheço bem essa região.

Cici’s P.O.V Off

Bill’s P.O.V On

Desci no aeroporto da Austrália, e então, imediatamente peguei um taxi. Estava frio em Sydney, o que me fez lembrar casa, junto com Charlotte. Por alguns segundos, meus pensamentos se fixaram nas duas mulheres desaparecidas. Em que lugar deste mundo estariam Charlotte e Chlöe?

Eu não gosto de ficar sozinho. E, por esse mesmo motivo, resolvi ligar para Andreas, um velho amigo de infância. Saquei o celular do bolso e então procurei seu número nos contatos. Peguei o minúsculo pin, e digitei lá seu número. Chamou algumas vezes e logo pude ouvir a voz de meu amigo.

- Hallo?

Andreas é alemão, assim como eu, e meu irmão, porém havia se mudado há alguns anos para Sydney.

- Hey, bro! – Eu disse.

- Tom? – Ele riu.

- Bill! – Eu disse, rindo.

- E essa gíria de ‘’mano’’?

- Força do hábito... De Tom!

- Mas o que devo a honra de sua ligação, Kaulitz?

- Estou em Sydney! E, sabe, poderíamos sair...

DOIS ANOS DEPOIS

Levantei-me da cama deixando Adrianne só. Caminhei até a cozinha, pegando uma caneca de café e voltei ao quarto bebericando o líquido negro e fumegante. Depositei uma de minhas mãos no vidro gelado que me fornecia uma maravilhosa vista limitada de Sydney. Aquela manhã, quase mórbida, e, de repente, senti mãos quentes e femininas me agarrando os ombros. Adrianne mordiscou o lóbulo de minha orelha direita, e o puxou até que se soltasse. Eu sorri. Ela desceu suas mãos pelo meu peitoral nu, pousando-as sobre o elástico de minha boxer. Deixei a caneca de café no criado-mudo, me virando de frente para Adrianne, que, lentamente, até mesmo hesitando, tocou meus lábios, beijando-me docemente.

- Bom dia, anjo! – Ela sussurrou. Eu apenas sorri, novamente.

Adrianne pegou a caneca no criado-mudo e tomou um último gole do líquido que continha ali, assim se virando e caminhando em direção a cozinha.

Notei que usava a camisa preta que eu havia vestido noite passada. Caminhei de volta para a cozinha aonde Adrianne já havia pegado algumas frutas, o jornal diário e os depositado na mesa.

- Já chamei a camareira, e, aqui estão algumas frutas, e o teu jornal, docinho.

Assenti.

- Eu irei passar em casa agora – Disse ela indo ao meu quarto. – Depois irei para a agência. – Concluiu voltando já vestida e se atrapalhando um pouco para colocar os sapatos. Amarrou os cabelos ruivos num rabo-de-cavalo e, finalmente, me perguntou:

- Está tudo bem? – Se virou para tocar a maçaneta com sua bolsa e a chave do carro já em mãos.

- Sim, sim. – Sorri. – Apenas um pouco cansado... Vou sobreviver.

Ela me deu um meio sorriso, caminhou até mim, se abaixou e me beijou a testa. ‘’Fique bem’’, foi o que eu ouvi em forma de sussurro. Em seguida, Adrianne saiu, fechando a porta atrás de si.

Suspirei olhando o vazio. Já faz dois anos desde toda a confusão, e apesar dos ‘’pins’’ de merda, nunca mais tive contato com Tom ou os outros. Estão cada vez mais ‘’enterradas’’ as memórias, e, na mídia, não se fala mais nisso. Apenas para lembrar o aniversário de sumiço das meninas, que, a essa altura do campeonato, já concluíram que estão mortas. Apesar disso, não deixamos de fechar o negócio com os japoneses, então, faz exatamente dois anos que me dediquei à fotografia. Andreas me ajudou a entrar no ramos e, foi onde conheci Adrianne, uma modelo. É incrível como mulheres desse ramo me atraem. Adrianne começou a posar pra mim logo quando comecei a levar a fotografia à sério, e fazer sessões de moda. Desde então, ela é ‘’minha’’ modelo particular. São dela as fotos que decoram grande parte do meu apartamento... Não sei. Vi uma beleza diferente nela. Não mantenho segredos com Adrianne: Ela sabe muito bem o que foi o meu passado, e, ás vezes ela me lembra Charlotte, só é um pouco desprendida demais... Charlotte era mais dependente de mim... Enfim... Substituí os dreadlocks por um corte curto, onde as laterais de meu cabelo foram raspadas. Fora isso, nada mudou. Não quis mudar meu nome, sabe? Ainda sou eu mesmo. Ainda sou o Bill Kaulitz, e, pela falta de ‘’escândalos’’, não ando aparecendo muito pela mídia. Estou feliz assim. É claro que sinto falta de meu irmão, Bruck, e dos outros, mas acho que o melhor a fazer agora é seguir em frente, afinal, é o que todos estão fazendo. Gosto de morar aqui em Sydney, mas ás vezes penso em regressar à Europa. Acho que Adrianne não iria gostar muito disso. Apesar de não termos assumido nada absolutamente sério, somos muito amigos. Melhores amigos... E, baseado nisso, acho que ela iria ficar um pouquinho chateada.

 Acordei de meu ‘’transe’’ após ouvir o ringtone de meu telefone celular. Levantei-me da cadeira, e caminhei sem muita pressa até a sala onde o objeto se encontrava.

- Alô? – Disse, com aquela animação.

- Bill, sua sessão é daqui a 30 minutos. – A voz da minha... Secretária meio robótica avisou.

- Tudo bem, estou indo. – Desliguei  o telefone, levando minhas mãos aos olhos.

Fiz minha higiene matinal, e me encaminhei para o estúdio onde tiraria fotos de Kate Moss em piscinas onde continham líquidos coloridos. Ficou... Exótico. Mas um exótico maravilhoso, sabe?

Logo após a sessão, já eram 12:00AM, então resolvi me encontrar  com Adrianne e uma amiga em um restaurante qualquer.

Bill’s P.O.V Off

Haidee’s P.O.V On

Acordei completamente confusa naquela manhã de novembro. Tom estava deitado ao meu lado, e nós estávamos no quarto de Cici. Eu não me lembrava de absolutamente nada do que havia acontecido na noite anterior. Apoiei meus braços na cama, e me levantei lentamente ‘’analisando o local’’. Havia algumas garrafas de vodka ao lado da cama – o que explicavam a intensa dor que atingia minha cabeça – e eu, me encontrava parcialmente nua. Puxei o lençol a qual Tom estava agarrado e me enrolei no mesmo.  Caminhei até a sala e gargalhei alto ao ver Cici dormindo com Joshua no chão e, peraí, havia outra garota ali... E mais garrafas. Claro. Resolvi acordar Cici. Fui andando na ponta dos pés até a mesma e, com a ponta dos dedos, a cutuquei. Como diabos ela não tinha acordado ainda com todas essas buzinas? Aff. Logo, Cici balbuciou algo inaudível e com dificuldade, abriu os olhos colocando rapidamente as mãos sobre os mesmos pela claridade. Deu uma olhadinha em volta, após levantar lentamente, coçou os olhos e finalmente:

- Que. Porra. É. Essa? – Peguei sua mão, ajudando-a.

- Nem te conto com quem eu dormi hoje...

- Ah, não! – Disse, levando as mãos aos cabelos negros. – Velho, quem é essa?  - Ela não se preocupou em falar baixo ao se referir à desconhecida adormecida.

- Não faço idéia! – Puxei Cinthia para a cozinha, onde peguei um copo d’água.

Cinthia bebeu um gole e, em seguida pegou sua câmera fotográfica em cima do balcão. Resolvemos olhar! O primeiro vídeo era a ‘’desconhecida adormecida’’ no colo de Joshua, chorando e resmungando algo como ‘’Minha mãe me odeia por que eu não irei fazer medicina’’. O outro era Tom num pré-sexo... Comigo! Deus. Cici irá me matar. Uma morte lenta e dolorosa... Ou não, sabe? O relacionamento de todos nessa casa é uma coisa... Muito doida. É como se todos se relacionassem com todos... Como se as quatro pessoas que aqui vivem – Eu, Joshua, Tom e Cinthia – tivessem um compromisso e se ficassem com alguém fora desse grupo, aí sim seria uma traição... Com uma exceção... Eu não podia chegar perto de Tom. Não existia nenhum contrato me proibindo disso, e Cinthia nunca me falou nem nada, mas como uma melhor amiga decente, eu tinha o dever de não chegar perto dele. E, bom, eu não tinha sido uma melhor amiga muito boa nessa última noite... O terceiro vídeo era Cici ficando, eu disse FICANDO com a ‘’desconhecida adormecida’’.

- Fu. – Ela disse, deixando a câmera na minha mão. – Apaga isso.

‘’Haha, ’’ pensei. Ri, e logo passei para o próximo vídeo.

Era claramente Cinthia fazendo sinal de silêncio para a câmera e colocando a mesma no buraco da fechadura da porta de seu quarto. Ouvi gemidos.  Meus gemidos.

- Ahn, Tom! – ‘’A garota dos gemidos’’, vulgo eu, gritou/berrou/urrou.

- Fu. – Olhei para Cici, que Graças a alguma benção dos céus estava separando algumas roupas sujas e nem prestou atenção nisso. Soltei uma risadinha. – Falta um... – Sussurrei para mim mesma.

Era mais uma vez a ‘’desconhecida conhecida’’ dizendo ‘’Confissões’’ com uma voz doce, porém arrastada, e virando a câmera em direção a Tom, que parecia desesperado... ‘’Sinto falta da Chlöe. Eu a amei de verdade, sabe? Foi sempre Chlöe. Nunca Cinthia. ’’

Imediatamente, me certifiquei que Cinthia estava distante, e apaguei tal vídeo.

Haidee’s P.O.V Off


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Notas finais do capítulo

E aí? '-'



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