Só Você escrita por Kah Moon


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

É a mesma historia porém agora ela é narrada por Archer!



Que sentimentos o arqueiro guarda para com sua mestra?



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- Archer!Se arrume!

Quando eu a ouvi gritar pensei que iríamos atrás de algum mestre. Ah, como eu estava enganado.

- Para onde vamos?

Permaneci sentado não queria mostrar nenhuma inquietação a ela. Preferi mostrar certa indiferença.

- Tirar umas férias...

Não acreditei no que ela estava me falando. Tirar férias, justo no meio da batalha para conseguirmos o cálice sagrado?Sabia que esse jeito durão por fora e mole por dentro um dia nos prejudicaria. Mas eu sou seu servo, tenho que acatar as suas ordens. Mesmo eu não querendo, ela poderia usar a marca em mim... Mesmo achando que ela não seria tão louca a ponto de desperdiçar a marca com assuntos tão banais como esse... Ou seria?

Mesmo assim decidi conversar com ela, talvez eu a fizesse mudar de opinião...

- Férias? Rin, não podemos sair de... Férias!Você se esqueceu do nosso objetivo? – Pela expressão em seu rosto parecia que eu estava lhe falando algo absurdo como se eu a estivesse insultando...

- Não. Eu não me esqueci... E por dez anos eu me lembro disso todos os dias... Mas eu cansei... E preciso de um tempo longe de tudo isso.

Um tempo longe de tudo isso? ‘Isso’ que ela menciona também se referia a mim... Se ela quisesse realmente ficar longe de todas essas batalhas porque ela me invocou?Talvez não soubesse o quão duro seria, o quanto ela teria que abdicar para poder ser um bom mestre. Mesmo assim ficar longe da cidade era abrir a guarda para que outros mestres nos atacarem. Ela já havia sido exposta como mestre e a partir do momento em que os outros mestres saibam sua identidade, o cuidado deveria ser redobrado.

- É por pouco tempo Archer... Um dia ou dois...

Vi-a se levantando. Sabia que sua decisão havia sido tomada e eu não deveria ir contra ela. Também me levantei, estava com raiva... Não sabia o que fazer com tanto ódio no peito.

Sabia que o que ela estava fazendo era besteira, pois aonde quer que ela vá, sua vida jamais seria a mesma. Mas porque ela queria ficar longe?Segui meu caminho e chagando a pouca distancia da porta me virei, porém sem encará-la nos olhos... Senti medo... Que ela pudesse ver quanto eu estava nervoso... Segurei-me. Não queria fazer uma besteira... Minha vontade era de pega-la pelo braço e dizer-lhes umas verdades. Mas novamente senti medo...

Eu sentido medo de uma garota?!De simplesmente olhar para ela?!Ou de falar-lhe alguma coisa?!Um servo não deve ter medo de seu mestre pelo menos eu não tinha... Mas naquele momento olhá-la estava completamente fora de questão....

- Vou arrumar minhas coisas. – falei com certo desanimo. Estava indo contra minha vontade. Mas não deveria deixar transparecer minha frustração por isso não a olhei nos olhos nem sequer respondi quando ela me agradeceu.... Foi um agradecimento um tanto serio, mas eu sabia que por detrás daquela Rin ‘durona’ está uma garota que não quer ficar sozinha... Uma garota que quer parecer forte... Continuei meu caminho.... Arrumar minhas coisas... O que eu arrumaria?Não tenho nada, não preciso de nada.

Sentei-me no jardim debaixo de uma arvore que fica bem em frente ao quarto de Rin... Por alguns minutos pude vê-la arrumar suas coisas, perecia tão... Feliz. Mas ficar a observando seria uma total invasão de privacidade. Isso era o que eu não queria... Talvez um pouco, não poço negar que Rin é uma bela mestra e que por vezes me vi sentido coisas que não deveria sentir por ela...

O sentimento não seria recíproco. Eu também não poderia fazer nada que colocasse em risco nossa ligação. Isso seria o fim de nossa relação Mestre x Servo. E a disputa pelo Cálice Sagrado estaria perdida para nós.

Senti quando ela saiu pela porta da mansão. Esperei que me chamasse, mas ela não o fez,esperei um tempo e comecei a segui-la a considerável distancia. Sempre de longe.. Senti quando ela olhou para trás e diminuiu o passo, e também diminui o passo. Não queria ficar perto dela ainda estava nervoso demais. Sem querer me aproximei e ela de súbito parou se virando para trás. Parecia nervosa.

- Qual é o problema Archer?

Qual era o problema?!Ela sabe muito bem qual é o problema!Eu não queria sair da cidade!Era perigoso para nós. Mestres poderiam armar uma cilada!

- Você sabe Rin...

- Me leve Archer!

Ela sabia muito bem. E mesmo assim estava ignorando.

Ela queria que eu a levasse?Mesmo sendo perigoso eu deveria levá-la. Alias antes comigo do que com outra pessoa ou sozinha. Pelo menos eu posso protegê-la se algo sair errado.

- Para onde devo levá-la? – perguntei um pouco alterado.

- Um campo. Já que você não quer se ausentar da cidade. Vamos então para um campo.

Um campo... Lugar ainda menos apropriado para irmos. Mas ainda assim... Melhor comigo do que com outra pessoa...

Ao falar que ela queria ir a um campo se virou dando as costas para mim. Fiquei meio nervoso e cheguei silencioso por trás dela, segurei sua cintura e a peguei no colo. Com certa estupidez eu acho. Senti que quando eu a peguei ela levou certo susto. Provavelmente não esperava que eu o fizesse. Segurei-a, firme, contra meu peito.

Senti alguma coisa diferente em Rin naquele momento. Não sei o dizer era mais com certeza era bom. E como se eu não pudesse explicar... Alguma coisa diferente.... Pelo menos pra mim.

Não sabia onde levá-la não conhecia direito o local então avistei um campo a beira de um rio com arvores de sakuras por todo lado. Esse seria um bom lugar para deixá-la. Coloquei-a no chão... Ainda estava nervoso apesar de tudo.

- Ai está. Satisfeita agora? – falei com certo desdém na voz a encarando nos olhos. Não pude resistir àqueles olhos verdes.

- Quase... – ela me falou com uma cara de safada. Senti meu coração disparar. E me afastei, não poderia deixar meus sentimentos me comandar... Sentei-me encostado a uma arvore a lá fiquei a observá-la de longe quando novamente ela me chamou.

- Archer! - Aproximei-me dela meio receoso, vi certas intenções naqueles olhos, que eu pensava ser mentira. - Tire o casaco! – Não acreditei no que ela havia me pedido... Embora não tivesse importância eu retirar o casaco, mas as intenções dela estavam claras demais.

- O que?

- Você ouviu... Tire o casaco. – ela se aproximou de mim e colocou suas mãos sobre meu peito e novamente meu coração disparou senti vontade de pega-la em meus braços, mas eu não podia. Quantas vezes senti essa vontade de pega-la nos braços e lhe beijar aqueles lábios que tanto me chamavam a atenção nesse momento.

Ela olhava nos meus olhos de um jeito tão maroto. Estava me segurando. Por fora me mostrava frio mais por dentro eu queimava... A queria. Mas o que eu sinto por ela não surgiu de um dia para o outro. Faz muito tempo que eu já sentia algo diferente por Rin, mas nunca me manifestei. Nada poderia atrapalhar nossa relação Mestre e Servo... Nada!

- E que eu quero me sentar.

Ela só queria se sentar... Talvez eu tivesse interpretando-a mal, ou fantasiado algo que eu tanto queria. Meu coração pulsava e meu sangue fervia... Como ela podia mexer tanto assim comigo?

Retirei o casaco e coloquei no chão em um lugar que ela pudesse se sentar confortavelmente e me distanciei, me recostando sobre a mesma arvore de antes.

A olhava de longe perdido em pensamentos loucos, de uma imaginação muito fértil... Rin mexe comigo de uma maneira que nem eu mesmo sei... Tão diferente de tudo. Embora eu não lembre de minha identidade, lembro-me muito bem de meus sentimentos e nunca me vi,em um turbilhão de sentimentos como agora.Mas eu tenho que parar com isso!

Não posso me iludir, ela é somente minha mestra!É assim que ela me vê, e é assim que eu tenho que vê-la como minha Mestra...

Mas com atitudes dessas, é muito difícil. É complicado ter ela tão perto, mesmo assim não poder tocá-la da maneira que eu quero... Não poder abraçá-la e mostrar meus sentimentos como eu quero... Eu tenho que me conter, esse jogo que nós participamos, a busca pelo cálice sagrado, é um jogo muito delicado. Qualquer deslize pode ser nosso fim. E me entregar aos meus sentimentos nesse momento... Está fora de questão... Ou não...

- Archer... - falei baixo.

- Hum... – a voz dela no tom que foi pronunciado me fez tremer e por um momento hesitar. Uma voz melancólica e triste. Queria abraçá-la. Queria sentir seu corpo próximo ao meu... Tê-la próxima a mim.. Mas não podia.

- Vamos embora? – Ir embora? Porque ela queria ir embora?Fazia tanta questão de vir para descansar e agora quer ir?

- Pensei que quisesse ficar mais.

- Perdi a vontade.

Como assim perdeu a vontade?Isso não era verdade, e eu sabia disso. O clima entre nós dois tinha ficado estranhamente pesado. Talvez só eu sentisse isso. Mesmo assim decidi tirar isso a limpo.

- Acho que temos que conversar Rin.

- O que é?

- Não podemos ficar assim. Você de cara amarrada comigo e eu com você. Somos servos. –coloco a mão em meu próprio peito. – E mestre. –e levo a mão ao seu ombro. - Não devemos fazer nada que atrapalhe nossa conexão. – “Mesmo que eu queira...”.

- Você tem razão Archer...

Eu fiz o melhor tenho certeza disso. Ela não deveria se apegar a mim. Sou um mero servo... Só isso... Um servo. E mais cedo ou mais tarde eu terei que deixá-la, mesmo não querendo, e ambos nos esqueceremos. E Rin seguirá sua vida normalmente...

- Você não quer ficar mais aqui? – eu perguntei tentando animá-la, já que ela perecia tão perdida em seus pensamentos.

- Melhor não eu quero ir embora mesmo.

Se ela queria ir embora.. Eu a levaria. A noite chegava muito calma. Eu novamente a peguei no colo para irmos embora. Em meus braços vi Rin adormecer tão tranquilamente que parecia um anjo.

Ao chegar em casa ela acordou,entrou em silencia e se sentou na sala,segui-a e também me sentei em uma poltrona que ficava em frente a que ela estava.Tão abatida.Parecia ter lutado o dia todo.E novamente perdida em seus pensamentos.

Foi quando ela me olhou, e veio em minha direção com determinação nos olhos, a mesma determinação que vira mais cedo, só que dessa vez maior. Ela chegou tão próxima de mim, que novamente me perdi naqueles olhos verdes que me fascinavam. Mas nada fiz. Simplesmente fiquei imóvel... Pela elegância da garota a minha frente.

E tão rápido como se aproximou ela se debruçou sobre mim, e me beijou. Senti aquela boca quente envolver meus lábios, sem pressa, calmamente. Mas eu não correspondi.

Não correspondi!Como pude fazer isso? Eu também queria aquele beijo, mas se eu a beijasse naquele momento não responderia mais por mim.. Talvez a única coisa que ela quisesse era não se sentir sozinha. Não queria fazer uma coisa que no dia seguinte ela poderia se arrepender... Porque com certeza eu não me arrependeria. Queria tanto aquele beijo... Sentir aqueles lábios quentes se encontrarem com o meu e não corresponder foi maior prova de que eu sou.... Um imbecil!

Queria aquele beijo, mas não correspondi!Fui pego tão de surpresa.

Senti aqueles lábios se distanciarem do meu, deixando um gosto de quero mais. Realmente eu queria. Ela saiu correndo pela sala, eu não a segui sabia para onde ela iria.

Eu queria mais daquele beijo... Como ela tem o poder de mexer tanto comigo?

Não podia mais ficar ali, sentado sem ação. Não queria deixá-la imaginando o porquê de meu ato. De não ter correspondido a um beijo que eu tanto queria. Meu sangue fervia. Corri até seu quarto quando a vi no corredor encostada na parede...Chorando!Ela chorava muito, um choro que eu sabia que era culpa minha...

Mas ela é minha mestra!!Não poderia corresponder!Mas eu queria!

Vê-la chorando realmente me fez perder a capacidade de raciocinar ou de simplesmente falar alguma coisa. Eu a vi virar o rosto, talvez para que eu não a visse chorando, o que me ajudou na total perda da noção.

Aproximei-me dela reduzindo ao Maximo a nossa distancia. E fiquei a olhá-la. Ela tentou sair e desviar meu olhar, talvez se sentisse acuada ou não quisesse. O que me fez hesitar. Mas não a deixaria sair, passei meus braços apoiando a palma das mãos na parede, a prendendo. E novamente eu fiquei a olhá-la dessa vez sendo correspondido pela mesma.

Ficamos algum tempo a nos olhar quando ela se aproximou novamente de mim,meu coração disparou,achei que me beijaria novamente e poderia sentir aquele gosto e dessa vez corresponder a altura. Mas ela parou.

Com certeza por causa do episodio na sala. Se eu quisesse outro beijo eu que deveria tomar a iniciativa...

Aproximei-me deixando quase nula a nossa distancia e a beijei com pressa. Precisava sentir aquele gosto tão bom novamente. Aquela boca junto a sua... Aos poucos ela passou o braço sobre meu pescoço me abraçando... Acabei de encostá-la por total na parede segurando em sua cintura. Senti aquelas mãos quentes correrem por meus ombros, e retirarem meu casaco...

Já não pensava mais em nada. O que era certo ou errado...

Quando ela interropeu aquele beijo e se afastou de mim.

Ela se arrependera. Mas ao olhar novamente em seus olhos vi que não. Ela também me queria tanto quanto eu a queria...

Sem nada a dizer, afinal nada precisava ser dito, a peguei no colo levando-a até seu quarto.......

Fim.....


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Notas finais do capítulo

Archer.



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