A Máscara escrita por OllySwan


Capítulo 11
Mudanças


Notas iniciais do capítulo

Oii meninas, tudo beem? nos falamos lá no final ;) Boa leituraaaaa !



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“Eu tenho que tentar, ainda não é o fim. Nenhum sinal de amor você deixou, meu coração está sangrando por você, sangra apenas por você.”

            Não sabia o que responder, apenas deixou que ele a abraçasse e a beijasse, e fizesse daquela noite a melhor que ela poderia ter.

***

“Talvez eu saiba em algum lugar no fundo da minha alma

Que o amor nunca dura

E nós temos que arranjar outros meios

De fazer isso sozinhos ou manter a cabeça erguida

E eu sempre vivi assim

Mantendo uma distância confortável

E até agora eu jurei pra mim mesma

Que eu era feliz com a solidão

Porque nada disso nunca valeu o risco


            Assim, Sophie Lestrange terminara mais um de seus shows no Moulin Rouge, cantando uma de suas músicas preferidas. Como sempre, recebendo aplausos de todos os lados, até de suas próprias dançarinas e alguns de seus dançarinos que estavam naquele lugar por serem diferentes.

            Seus olhos verdes profundos observavam todas aquelas pessoas aplaudindo-a e não sabia se poderia ficar feliz ou triste, porque sabia que a letra daquela música realmente fazia parte de sua vida.

            Mas ninguém a conhecia realmente, exceto o Conde Edward Cullen, que a investigava até a alma, fazendo-lhe milhares e milhares de perguntas, querendo que contasse cada detalhe de sua vida fútil.

            As únicas coisas que conseguiu lhe contar foi como se tornou a dona de uma casa de prostituição e também como se tornara a cortesã mais desejada da cidade depois de Renné, a Preferida.

            No mezanino, ao seu lado direito, onde somente os principais senhores da Cidade tinham a oportunidade de se sentarem, encontrava-se Lorde Cullen, totalmente a vontade, segurando um charuto em seus dedos e observando sua cortesã.

            Com um suspiro pesado cumprimentou a todos e deu as costas ao público, era hora de voltar para seu aposento e descansar.

            Alice partiu logo atrás de sua senhora, percebendo cada passo que mais parecia ser rastejado. Alice percebia muito bem o que se passava por dentro de Isabella, mesmo não admitindo, e não contando tudo a ela.

            Isabella podia ouvir os passos de Alice bem atrás de si. Com um ímpeto parou seu andar e se voltou para Alice, a jovem de cabelos curtos encarou os olhos de sua senhora e sentiu algo em sua pele, um arrepio.

            — Sim... Mademoiselle? – perguntou ainda com a voz trêmula.

            A mulher de olhos verdes coberta por uma máscara de cetim vermelho suspirou e lhe disse

            — Peça ao Conde para vir ao meu aposento...

            Mas antes mesmo de Alice virar-se para cumprir o que Isabella lhe pedia, pode ouvir os passos firmes e o som daquela voz absurdamente grave.

            — Já estou aqui, Mademoiselle

            Alice percebeu que era momento de se retirar e procurar algo para fazer. Lá fora o show das dançarinas ainda continuava e ela precisava comandar tudo. Para a felicidade de Isabella, Alice era inteligente o suficiente para fazer o que fosse preciso para manter tudo em ordem, por isso confiava sua casa nas mãos da jovem.

            Edward suspirou enquanto via a pequena jovem de cabelos arrepiados se retirando. Achava a jovem tão engraçadinha e foi assim que sem perceber abriu um sorriso e começou a rir sozinho.

            — Do que está rindo? – Sophie perguntou, estava sem entender nada

            Edward balançou a cabeça e seguiu Sophie para o aposento.

            — Esta jovem é tão pequena... de estatura... e mesmo assim, é absurdamente linda.

            Isabella engoliu as palavras que iria dizer, mas não havia gostado do que o Conde dissera.

            Edward respirou fundo e sentou-se na cadeira que havia perto do leito de Mademoiselle Lestrange.

            Observou toda a decoração do lugar e algo o instigou a começar o questionário sobre a vida de Isabella.

            — Foi você quem decorou este lugar?

            — Não – respondeu a jovem — Este lugar mantém a mesma decoração de muitos anos atrás.

            — Entendo – sorriu Edward — É que sua casa ficou tão... linda que achei que tivesse decorado aqui também.

            Isabella estava sentada em frente ao espelho retirando sua máscara, maquiagem e afins enquanto ouvia o Conde e o via através do espelho.

            — Como veio parar aqui? – perguntou.

            O silêncio foi algo que reinou por vários instantes. No fundo de seu coração não sabia se contava sobre seu passado aquele homem ou continuava em silêncio, deixando que ele conhecesse apenas o seu presente.

            Pensou mais um pouco e foi de repente que começou a falar de si.

            — Minha infância era normal, eu acho – suspirou — Sabe que nem eu lembro como vim parar aqui... Só me lembro da noite em que tentei fugir de casa...

            — Fugiu de casa? – Edward arregalou os olhos.

            — Sim, Marcus saiu igual louco atrás de mim e foi quando sem perceber entrei neste lugar...

            E foi então que as imagens daquele dia vieram à tona na cabeça de Isabella... era tão nova e inocente que nem sabia o que era aquele lugar.

            Viu os homens fumando... bebendo... alguns com outras mulheres... mulheres mascaradas dançando num palco e alguns homens jogando-lhe tudo o que tinham.

            Foi então que um homem a reconheceu como esposa de Lorde Windsor e todos pararam as musicas e o falatório cessou, todos querendo saber o motivo de uma dama da sociedade encontrar-se naquele lugar, ainda mais toda maltrapilho.

            — Naquele dia eu não disse uma só palavra. A dona da casa era Lady Charlotte. Ela era tão dócil, mas já era velha o suficiente para saber que precisava de alguma jovem para comandar sua casa.

            Respirou fundo e continuou.

            — Lady Charlotte sempre me dissera que eu tinha muito mais do que sabia. Que eu tinha herdado um poder incontrolável sobre os homens, por isso eu seria a escolhida para ficar em seu lugar, quando morresse.

            - Depois daquela noite Lady Charlotte me ajudava a entrar e sair sem que ninguém me reconhecesse. Foi então que me tornei uma cortesã – ela riu — Foi a partir disso que conheci a verdadeira sociedade que vivemos. Vi de tudo, maridos de mulheres que eu conhecia, que na frente delas dizia que eram as únicas de suas vidas, mas por trás nos procuravam para satisfazer seus desejos carnais. Vi meu próprio marido com outras.

            — Marcus nunca desconfiou de você?

            — Não – respondeu com firmeza na voz. — Nunca lhe dei motivo para desconfiar, aliás, nunca se quer quis deitar-se comigo e isso eu agradeço profundamente.

            — Lady Charlotte disse que eu iria passar por muitas experiências que me transformariam. Eu era tão doce e tão ingênua quando me casei que você não poderia nem imaginar que eu me tornaria uma mulher tão...

            — Amarga – completou Edward.

            Isabella o encarou através do espelho e um nó se formou em seu peito.

            — Achas que sou amarga?

            O homem sorriu e balançou a cabeça.

            — Não sei na verdade... Sei apenas que possui algo que não consigo interpretar... algo que é estranho para mim...

            — Acho que o senhor já deveria se retirar... já estou de saída.

            Edward respirou fundo. — Posso acompanhá-la aonde quer que vá?

            Isabella suspirou e balançou a cabeça negativamente.

            — Até mais ver – e assim ela saiu de seu aposento, deixando-o sozinho com seus pensamentos.

            A cada dia que passava Edward conseguia descobrir um pouco daquela mulher que tanto o intrigava. Talvez estivesse invadindo a privacidade dela tanto que depois a mesma voltaria a ser arrogante como era no começo em que se conheceram.

            O homem suspirou mais uma vez e decidiu voltar para o salão, aonde as jovens ainda cantavam, dançavam e ele poderia tomar mais algumas doses de bebida antes que tivesse de encontrar sua mulher em casa.

***

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            A doce melodia podia ser apreciada por qualquer um que entrasse na casa de Mademoiselle Windsor. Ela possuía um dom que chegava a ser invejado por algumas das mulheres que a viam tocando.

            Seus olhos estavam levemente fechados, tentando absorver as notas daquela melodia, e foi quando seu marido entrou pela sala tirando sua atenção e fazendo-a parar a musica.

            — Ainda bem que estás aqui! – disse Marcus.

            O homem de estatura média estava com alguns papéis em sua mão direita e um sorriso nos lábios, que fazia Isabella entender que algo estava bom em seus negócios.

            — O que queres? – perguntou a jovem enquanto lhe direcionada o olhar friamente.

            O homem sentou em sua poltrona preferida — No final deste mês começaremos as importações para Londres, assim, logo Lorde Cullen poderá voltar em paz para a terra donde veio!

            Isabella sentiu como se fosse uma facada atingisse seu peito. Final do mês? Estavam na primeira semana ainda... mas, era melhor para ela... poderia ter sua paz de volta... ao mesmo tempo... já estava se acostumando àquele sórdido bisbilhoteiro.

            — Final do mês? – perguntou Isabella.

            — Sim – disse Marcus, respirando fundo — Ele fez uma amizade com você nesse tempo que está por aqui... não é verdade?

            Isabella engoliu em seco e nada respondeu.

            — A esposa dele é tão adorável, qualquer um faria de tudo para ter uma esposa como ela ao lado.

            A mulher não pode agüentar segurar os risos, aonde Lady Denali era melhor que ela? Enfim, cada um tem um gosto e isso não se discute.

            — Senhores, chegou uma visita – Esme, a criada entrou na sala, interrompendo-os.

            Isabella revirou os olhos e imediatamente levantou-se, agindo como se aquela fosse uma hora imprópria para visitações.

            Marcus não respondeu, apenas deixou que Isabella retirasse aquela máscara de mau humor e respondesse algo cordial à sua criada.

            ­‑ Deixe-os entrar – respondeu após algum tempo. Esme sorriu e saiu pela porta para fazer o que sua senhora lhe ordenara. Não demorou muito e Isabella logo ouviu a voz de seu irmão soando pela entrada.

            ‑ Ma douce Belle – disse o jovem, fazendo com que sua irmã virasse seu rosto e logo seu corpo e sorrir abertamente para ele. Como sempre fazia, partiu de encontro ao peito de seu irmão, como se precisasse dele para esquecer a todos os seus problemas.

            Edward, Tanya e Rosalie, educados como sempre, cumprimentaram o Barão Windsor e também a Baronesa.

            O jovem Conde não conseguia deixar de possuir aquele olhar que fazia Bella perder até a respiração. Aquele olhar que dizia que a queria, que precisava dela... que queria possuí-la a todo e qualquer custo.

            Isabella tentou disfarçar, mas foi impossível, suas mãos gelaram e suas bochechas ficaram rosadas, como se fosse uma menina quando se apaixona por alguém no auge de sua adolescência.

            ‑ Sentem-se, por favor – disse Marcus. Eles assim o fizeram. E ali se iniciou uma longa conversa. Falaram sobre tudo, negócios, casamentos, viagens, sonhos.

            Isabella estava tão alheia a tudo que mal percebera os olhos do Conde atentos aos seus gestos. Estava pensando no que seu marido lhe dissera. No final do mês estaria livre de Edward Cullen, aquele maldito que a tomara como posse.

            Respirou fundo e levantou-se com precisão.

            - Peço desculpas, mas vou me retirar... Preciso resolver algumas coisas... Pendentes – deu um meio sorriso – Espero que me entendam...

            - Tudo bem minha irmã, nós entendemos, sinta-se a vontade.

            A jovem despediu-se e saiu rapidamente, com os saltos italianos batendo com um barulho sobre o piso de madeira.

            Edward voltou seu olhar a Marcus.

            - Pois é, meu jovem Conde... nossas negociações estão se acabando...

            O Conde não entendeu muito bem o que o homem lhe dissera e continuou olhando-o sem dizer nada.

            - Digo que... no final do mês poderá voltar em paz para sua terra, afinal estamos terminando as negociações e está tudo certo, Lorde Cullen.

            Edward tentou absorver aquelas palavras. Final do mês. E como ficaria sua vida com Isabella? Ele não poderia simplesmente voltar para Londres e deixa-la sendo a cortesã de outros homens! Não poderia e nem deveria deixa-la... afinal... estava ficando tão louco que se não a sentisse em seus braços todas as noites... não tinha noção do que faria de sua inútil vida.

            - Mas creio que foram muito rápidas nossas negociações... bem, não sei se devo voltar assim tão rápido, Lorde Windsor.

            As mãos de Edward transpiravam, ele estava ficando nervoso com toda aquela conversa.

            Emmett percebera como seu amigo ficou estranho de uma hora pra outra, mas nada lhe dissera.

            - Lorde Cullen, já está tudo certo, no final do mês nossas negociações estarão encerradas.

            O jovem Conde respirou fundo e só lhe faltou a atitude de dar um soco na face de Lorde Windsor, como ele ousava separar-lhe de sua amante?

            - Bem, preciso tomar um pouco de ar... estou sufocado... acho que é o calor que anda fazendo ultimamente...

            Emmett e Marcus sorriram.

            - Claro, anda muito quente... fique a vontade Lorde Cullen – disse Marcus.

            Edward levantou-se e seguiu, mas é claro que não estava com falta de ar, esta era apenas uma de suas desculpas para poder encontrar Isabella.

            Imaginou para onde teria ido, já que estava tão alheia a tudo desde que chegaram. Ele pensou um pouco e resolveu seguir para seu aposento, a fim de procura-la.

            O Corredor era enorme, eram mais de doze aposentos só naquele andar. Abriu porta a porta, até que em seu olhar refletiu a luz do dia vindo do aposento do final do corredor, a porta estava entreaberta, por isso imaginou que ali seria o esconderijo da Baronesa Windsor.

            Aproximou-se lentamente e espiou pela abertura, seu olhar brilhou quando viu a formosura daquela mulher encostada a sacada de sua mansão. Ela estava tão despercebida que Edward entrou e fechou a porta e ficou a observá-la.

            - Está tão distante hoje... – comentou, fazendo Isabella sentir uma pontada em seu peito.

            - Por que entras aqui deste jeito? Só para assustar-me? – disse a jovem, com furor em sua voz.

            O homem sorriu, adorava aquele jeito arrogante que tentou lhe causar pavor desde que se conheceram.

            - Perdoe-me – ele se aproximou e a abraçou por trás – Não quis assustá-la – deu-lhe um beijo em sua nuca.

            Isabella sentiu arrepio por todo seu corpo, então se afastou de Edward.

            - Diga o que está fazendo aqui...

            O homem estranhou a repentina mudança de Isabella e nada lhe respondeu.

            - Eu creio que se não tem algo de importância para falar comigo, deva se retirar... afinal está no aposento de uma mulher casada.

            E essa foi a gota d’agua.

            Isabella pensava que podia tratar Edward como queria, da sua maneira arrogante... mas esquecia-se que um homem quando perde a paciência pode tornar-se outro. Edward não teria coragem de fazer mal à Isabella, porém, ela não o conhecia nem um pouco para tentar fazer dele um fantoche em suas mãos.

            Sentiu seu sangue fervendo e a puxou pelo braço, fazendo ficar face a face com ele.

            - Edward, me solte... você... está me machucando! – ela disse furiosa, encarando-o com raiva.

            Ele fez de conta que não ouvia o que ela dizia, agora era a vez dele falar umas verdades.

            - Você já sabia, não é? – disse com raiva em sua voz – Você já sabia que no final do mês eu a deixaria livre para os outros homens desta cidade! – respirou fundo – Mas você está muito enganada Isabella... ou devo chama-la de Sophie... ou Madame Lestrange... o que você prefere?

            Isabella encarava-o aturdida, não tinha reação alguma.

            - Vou chama-la de Isabella, afinal estamos em sua casa... onde você se acha uma mulher normal que tem seu marido e sua casa para cuidar. – Continuou segurando-a firme pelo braço – Lembre-se que não te deixarei livre tão fácil assim, você é minha e de mais ninguém... nem desse seu maridinho que está quase caindo no túmulo! Você me entendeu?

            Isabella puxou seu braço, conseguindo livrar-se do aperto daquele homem.

            - Eu não sou sua, eu não sou de ninguém Lorde Cullen, eu já sabia que você iria voltar para Londres no final do mês e sabe o que eu achei? Achei ótimo! Afinal ninguém manda em mim, ninguém!

            Se não fosse a porta do aposento estar fechada qualquer um poderia ouvir os gritos de discussão dos dois.

            A fúria e o rancor daquelas palavras ditas por Isabella tomaram conta de Edward que puxou-a novamente para si, fazendo-a encarar seus olhos raivosos e ... Sofridamente apaixonados.

            - Eu não vou deixa-la em paz, se é isto o que desejas... – suspirou e continuou encarando-a – Porque você me deixa assim? O que você fez comigo, Isabella? Você é alguma espécie de bruxa? Que feitiço lançou contra mim? – perguntou com toda a raiva que sentia por dentro, o que ela fizera com sua dignidade?

            Ela não sabia o que responder, não sabia o que havia feito com o Conde e nem mesmo o que fizera com si própria, sabia somente que no fundo de sua alma não queria que aquele homem fosse embora de Paris, não sabia se voltaria a vê-lo... não sabia o que faria se ele deixasse de dizer que ela era sua propriedade.

            Sem nem pensar onde estavam e no que poderia acontecer se os pegassem deixou que ele a envolvesse e a beijasse com todo aquele desejo que possuía.

            O jogo estava ficando mais difícil, peças teriam que ser eliminadas... peças que poderiam mudar a vida de ambos completamente.

Continua...


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Notas finais do capítulo

Xiii o Conde está se revelando... será que a Baronesa está conseguindo penetrar no coração do nosso Conde?
O que vocês acham que vai acontecer durante esse mês?
Quero ver os palpites ... (:
Meniinas, sei que isso é chato mas gostaria que minhas leitoras me adicionassem no MSN... ta aqui ó olly.y@hotmail.co.uk ... vamos trocar umas idéias, conversar sobre A Máscara e quem sabee, ficar sabendo das novidades ;)
BEEIJOS!