Livre Arbítrio: Eu Escolho Você. escrita por MilaBravomila


Capítulo 5
Capítulo 5




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 Daniel manteve sua posição apenas por poucos segundos. Ele estava com as asas abertas, os músculo tensos. O cabelo loiro bagunçado úmido de suor. Os braços esticados para frente segurando uma espada dourada. Era uma visão tão magnífica que eu tive vontade de chorar. E eu chorei. Quando olhei pra ele, uma lágrima quente rolou pela minha bochecha. Ele largou a espada no chão, veio em minha direção e fez exatamente a única coisa de poderia me manter sã naquele momento: me abraçou apertado contra seu corpo e sussurrou em meu ouvido as palavras mais doces e perfeitas que inventaram: eu te amo. Eu soltei o ar e o abracei de volta. Eu queria dizer a ele que o amava mais que tudo, pedir desculpas por tudo o que estava acontecendo, dizer tantas coisas... mas somente lágrimas saíam de mim. Quentes e abundantes. Ele me apertou contra seu corpo e pôs uma das mãos na parte de trás da minha cabeça. Eu relaxei. Deixei ele segurar o peso do meu corpo, porque eu já não agüentava mais. Minhas lágrimas escorriam por seu torço nu. Essa era uma coisa de Daniel, quando ele ia para batalha, não vestia nada além de uma calça de tecido leve de cor clara.

- Isso nunca mais vai acontecer, entendeu? – ele disse ainda me abraçando. – Nunca mais vou deixar você sozinha.

- Você não teve culpa.- consegui responder entre lágrimas e soluços – Você não podia...

- Eu juro, nunca mais. – ele me interrompeu.

Nos separamos lentamente quando ouvi passos vindo em nossa direção. Eu ainda estava assustada e tensa pela batalha. Meus músculos rapidamente se contraíram quando eu percebi um movimento.

- Calma – ele disse docemente, ainda segurando minhas mãos – é Arriane.

- Acabou – Disse ela se aproximando de nós. Suas asas abertas e uma fina e delicada espada prateada nas mãos.

- Você está bem, Luce? – ela estava preocupada. Ela se aproximou de mim com cuidado e pôs uma mão em meu ombro.

- Sim, eu acho – respondi, secando meu rosto com as mãos. Mas até para mim, isso soou como uma tremenda mentira – Alguém... morreu? Algum de nós?...  - eu perguntei com a voz falha. Não poderia suportar ouvir a resposta.

- Não. Eles não vieram para isso. – Ela disse olhando Daniel nos olhos – mas temos pessoas gravemente feridas que precisam de atendimento urgente. Muitos já foram levados para a clínica, mas tenho certeza de que alguns precisaram ser levados para hospitais.

Meu estômago deu uma cambalhota. Eu estava tão feliz que ninguém havia morrido, mas, ao mesmo tempo, me sentia culpada por tudo isso. Quando olhei em volta me senti voltando mil anos atrás, como se eu estivesse no meio de um campo de batalhas, no fim da guerra. Daniel me soltou.

- Eu preciso ver os outros, ver o que aconteceu lá dentro. – ele olhou pra mim enquanto pronunciava as palavras suavemente. Mas eu vi, no fundo daqueles olhos que brilhavam violeta – um pouco menos violeta agora – que ele não queria me deixar. E eu não queria que ele fosse.

- Fica. – Arriane falou já se virando para a escola. – Eu vou auxiliar os outros. – e saiu.

- Você precisa entrar – Daniel disse me olhando nos olhos enquanto fazia um leva carinho em minha bochecha – tomar um banho, comer e descançar.

Eu acenei. Nesse momento, Taurus emergiu da floresta. Ele estava muito ferido. Segurava um dos braços na altura do bíceps, onde me pareceu ter um corte profundo. Ele estava se arrastando. Daniel foi direto ajudá-lo. Taurus se apoiou em Daniel, levantou a cabeça e sorriu pra mim.

- Eu sabia que você era durona. – ele disse, olhando de mim para o banido morto perto dos meus pés.

- Não fui eu. – me apressei em esclarecer.

- Eu sei. – ele disse sorrindo ainda mais – mas até que você agüentou bem até a ajuda chegar.

Eu respirei fundo e o cheiro de ferrugem e terra molhada finalmente me atingiu.


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