- Acho uma besteira esse negócio de amor. – ela disse e apoiou a cabeça sobre a mão e travesseiro, cara séria, aparentemente muito certa do que dizia. Não, ela tinha certeza do que dizia, apesar de não querer estar certa sobre tal coisa. Por sua vez, ele a olhou, meio surpreso, meio confuso, meio incrédulo, e riu – sabia que ia deixa-la com raiva por isso – mas foi praticamente impossível não rir. Ela fazia de novo aquela cara de criança birrenta. Ele achava isso lindo.

                - Mas do que é que você tá rindo? Não é pra rir!! – ele jurava ter visto um “beicinho”. Riu ainda mais alto, o que foi seguido por diversos tapas. – Você nunca dá atenção ao que eu falo! Sempre acha que é brincadeira!

                Ela tenta levantar da cama mas é rapidamente puxada de volta. Mais forte que ela, ele a deixa de novo em seus braços, fazendo-se ficar por cima dela, como estavam antes da reflexão acerca do amor.

                - Se não é brincadeira, é uma ótima piada! Jeito bom de começar o dia, ne? – mantia o sorriso, na opinião mental dela, um cínico sorriso de olhos verdes.

                - Eu odeio você.

                Não era bem o que queria falar.  Além disso a frase saiu apagada, estranha, trêmula e perceptivelmente falsa.

                - Jura?!

                Agora é que ele teria motivos pra rir seu belo sorriso cínico, mas antes que ela tentasse responder com mais palavras tremidas, ele a beijou, calmo e suave... como prometia ser aquela manhã preguiçosa de domingo.

                - E eu amo você.