Devil May Cry: The Funeral Of Hearts escrita por Miojo-san


Capítulo 1
This is how the World Ends


Notas iniciais do capítulo

Essa Fic é continuação direta de minha fic anterior (Twisted Demon Opera)



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“Alta cúpula governamental dos Estados Unidos da América é encontrada assassinada na Casa Branca. CIA suspeita de um atentado terrorista.” – The New York Times

“Terremoto de proporções épicas atinge Sudeste Asiático, provocando dezenas de tsunamis na Ásia de Monções. Numero de mortos pode ultrapassar a casa dos milhões.” – CNN International

“Atentados a locais históricos ou de importância religiosa multiplicam-se ao redor do mundo. Jerusalém, Roma e Meca bloquearam a entrada de estrangeiros ou visitantes de qualquer espécie.” – The Guardian

“Vazamento de reatores nucleares franceses alarmam toda a Europa. Existe a suspeita de sabotagem ou atentado.” – Le Monde

“Incêndio gigante atinge Floresta Amazônica no Brasil e na Venezuela. Área destruída já chega a 40% do total da vegetação. Cientistas divergem sobre as causas do incêndio.” – O Estado de São Paulo

Dante lia os jornais sem demonstrar surpresa. Aquelas notícias tornaram-se comuns nas últimas semanas, de modo que o caçador simplesmente jogou os jornais sobre sua mesa, e voltou a concentrar-se em sua saborosa pizza. Apesar da aparência despreocupada, casaco jogado sobre a cama luxuosa de hotel e camisa desabotoada, sabia que as coisas não iam bem. Sabia que toda a onda de mortandade que atingia o globo era relacionada à Mundus, mas não havia nada que pudesse fazer. O Príncipe das Trevas usava de vários meios, de vários métodos, para infligir dor à humanidade.

Nero e Lady estavam na Europa, combatendo os demônios liberados por Mundus, Julian e Ayame por sua vez estavam na Ásia. Todos os caçadores de demônios do mundo estavam envolvidos de um modo ou de outro nessa guerra silenciosa e ao mesmo tempo avassaladora. O meio-demônio terminou sua pizza e sacou o celular, discando em seguida os vários números necessários para se realizar uma ligação a cobrar para o exterior. A conta provavelmente não seria paga mesmo, o mundo estava acabando afinal.

- Está ligando cedo de novo. – a voz de Julian não era amigável, fora acordado pelo amigo.

- Como assim cedo? É de noite! – Dante retrucou, sem entender a reclamação do ex-professor.

- Dante, você está em um hotel de Nova York, eu estou em Tóquio! – bradou Julian, indignado com a falta de perspicácia do mestiço.

- Indo ao que interessa – Dante tentou desviar a atenção do aliado para o assunto importante – Descobriu o que te pedi?

Julian suspirou do outro lado, e levou alguns segundos para voltar a falar. Dante já estava acostumado, era a pausa para o chá, violá-la era algo absurdamente perigoso, com efeitos colaterais severos.

- Estou trabalhando nisso. – a voz do ex-professor era calma, mas havia um certo tom de deboche no fundo.

O caçador estava prestes a provocar Julian quando, de súbito, várias criaturas similares a esqueletos com mantos negros e lâminas dos mais variados formatos, arrebentaram a porta de seu apartamento. Queriam a cabeça do mestiço, que simplesmente os ignorou e continuou a falar no telefone.

- Ahn, me ligue quando souber de algo, tenho algumas visitas aqui. – Dante não esperou a resposta de Julian, enfiou o telefone móvel no bolso e correu na direção do demônio mais próximo, acertando-lhe uma voadora na cara.

O monstro espatifou-se na parede, assustando os restantes, que tomaram a ofensiva e tentaram atingir Dante com suas lâminas. O mestiço esquivou-se com facilidade, retomando Rebellion que estava encostada na parede no processo. Vieram então vários golpes da massiva espada, que retalhou os demônios. Muitas das criaturas tombaram, e as restantes urravam de dor.

Dante sacou uma de suas pistolas e disparou sem piedade nos inimigos, liquidando a todos. Em questão de segundos, não passavam de um punhado de pó e tecido no chão. O mestiço retornou a pistola à cintura, e jogou Rebellion num canto do quarto, deixando-se cair na cama. Aqueles ataques estavam se tornando corriqueiros, demônios que buscavam destruí-lo e, em troca, obter favores de Mundus.

- Mas que saco! O pior é que não estou nem ganhando pra salvar o mundo! Quero ver quem vai pagar os gastos disso no final! Ah é! As pessoas de um modo geral não sabem o que está acontecendo, então, quando tudo estiver bem, quem vai pagar a conta sou eu!  – reclamou o caçador, girando na cama.

Dante não resistiu ao conforto da cama de hotel, tão melhor que seu velho colchão no Devil May Cry, e acabou pegando no sono. Toda aquela tensão lhe cansava, não gostava daquele ar épico que as coisas estavam tomando, preferia as caçadas tranqüilas, esporádicas.

- O que raios aconteceu aqui!? – o gerente do hotel, assustado com os barulhos da luta, subira para conferir o que ocorrera, e encontrou um quarto arrebentado pelo confronto, Dante dormindo tranquilamente.

O mestiço saltou da cama, fitando encabulado o homem de meia idade, mas não teve muito tempo para pensar em uma desculpa. Um forte estrondo veio dos andares superiores, trincando os vidros do quarto de Dante, que tinha certeza de que não se tratava de uma pane no elevador.

- De onde veio esse barulho? – inquiriu o caçador.

- Pa-parece que veio do heliporto, no último andar – foi tudo que o pobre gerente conseguiu dizer.

Dante pegou o casaco, colocou seus revólveres na cintura e Rebellion nas costas, estava pronto para a caçada. O Filho de Sparda definitivamente tomara o papel que outrora fora de seu pai: repelir todos os demônios.

Deixou o amedrontado gerente para trás, saindo do quarto e tomando as escadarias de emergência. Subiu os cinzentos lances de escadas em questão de segundos, e logo arrebentava a porta que levava ao heliporto do hotel com um chute. Lá, onde antes havia um equipado helicóptero de um executivo, descansava um demônio de aparência grotesca. A criatura assemelhava-se a um humanóide enorme com quatro braços, envolto em chamas negras com chifres descomunais na cabeça. Uma longa cauda, dois pares de asas como as de um morcego e uma juba flamejante completavam o visual.

- Você saiu de onde ein? Até parece um monstro de videogame! – brincou o caçador, Rebellion no ombro.

A criatura voltou seu olhar para Dante, obviamente reconhecendo-o. Rugiu com violência e abriu as asas de maneira ameaçadora, destruindo o que sobrara do heliporto com as chamas que surgiram.

- Moleque! Você realmente é insolente! Sabe com quem fala? Sou Baal, reverenciado pelos antigos como deus! – bradou o demônio com orgulho.

- Tá, tá, já ouvi falar, admito. Você é um dos velhões né! – Dante simplesmente não levava seu inimigo a sério.

- Vou matá-lo como prova de meu valor para Lorde Mundus! – berrou novamente o demônio.

A criatura saltou na direção de Dante, que recuou rapidamente para as beiradas do prédio, evitando assim um esmagamento. Baal continuou na ofensiva, tentando acertar o mestiço com uma seqüência veloz de socos desferida pelos seus quatro braços. O caçador acabou levando alguns socos e recuou mais um pouco.

- Okay, agora realmente estou me sentindo dentro de um videogame! – o Filho de Sparda ironizou.

Saltou por cima do demônio, ferindo-lhe uma asa com um forte ataque de Rebellion, depois usou o momento para ganhar distância e disparar com uma de suas pistolas. Baal urrou de dor, mas logo se recompôs e voou, ganhando altitude e distância do prédio para pode disparar uma violentíssima rajada de bolas de fogo, habilmente bloqueadas pela lâmina de Dante, que não perdeu tempo e saltou na direção de seu inimigo, cravando Rebellion em seu peito.

Os dois então começaram a cair, e o mestiço fora imobilizado por dois braços do demônio enquanto os restantes tentavam-lhe acertar poderosos socos. Dante defendia-se como podia, e devolvia os ataques do oponente com projéteis à queima-roupa. A queda, que não levou mais do que alguns segundos, pareceu levar horas para os combatentes, ou pelo menos para Dante, pois no momento em que ambos se arrebentaram em cima de um ônibus que estava estacionado nas proximidades do hotel, Baal já estava morto.

Dante levantou-se com dificuldades, pois estava ferido e preso na lataria do ônibus, cujo alarme disparara com o impacto. Retomou sua espada, cravada no cadáver do inimigo, que logo se desfez em chamas, e andou calmamente pela rua, ignorando os gritos de medo e as câmeras. As pessoas olhavam o caçador com um misto de pavor e curiosidade, irritando-o profundamente.

- Estão olhando o quê!? – berrou, fazendo com que a multidão recuasse um pouco.

Não demorou para que o barulho de sirenes de polícia pudesse ser ouvido. Dante balbuciou algum xingamento e começou a correr no meio da multidão, e depois a saltar entre os prédios e construções. Em alguns minutos, era impossível ouvir as sirenes, mesmo com sua audição aguçada pelo sangue de demônio. De fato, sua vida era tudo, menos fácil, salvava o mundo dos homens, e era pago com medo e repulsa.

O mestiço passou o resto da noite em um pequeno bar nos subúrbios da cidade, um gueto de traficantes e prostitutas, foras da lei que não se importavam, ou pelo menos fingiam não se importar, em dividir espaço com o homem de cabelos brancos que passou no noticiário. O recinto, sujo e mal iluminado, forneceu-lhe um teto e bebida suficiente para que a manhã chegasse sem maiores problemas, e com os primeiros minutos da manhã, veio a ligação de Julian.

- Dante, eu vi você na TV, está tudo bem? – perguntou o ex-professor em um tom polido.

- Sim, estou, você sabe que sempre quis ser uma celebridade. – Dante tentou descontrair.

- Haha! Sim, eu sei. Tenho boas notícias, descobri aquilo que você havia me pedido. Demorei muito pra chegar a um caminho, mas consegui. – o tom de Julian era de triunfo, sentia-se orgulhoso de sua capacidade intelectual.

Dante sorriu de maneira sincera, apesar de não poder ser visto pelo amigo. Se o britânico tivesse razão, era questão de tempo até entrar no Purgatório, era questão de tempo até salvar Vergil.


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