Amante Suicida escrita por Brit Crazy


Capítulo 1
Capítulo Único




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- Preciso de mais robôs - O homem declarou sem rodeios, com os braços cruzados sobre o peito - E ve se os faça mais resistentes dessa vez.
Era a terceira vez que ela teria que parar tudo que estava fazendo para consertar os malditos robôs de Vegeta. O que ele pensava que ela era, uma empregada? Mas dessa vez ele iria esperar, querendo ou não. Estava muito ocupada tentando criar o disign da nova linha de Capsulas que seriam lançadas naquele ano. Eram para já estarem prontas no mês passado, mas todo o tempo que tinha livre aquele lunático espacial fazia questão de consumir inteiro. Levantou-se num salto da cadeira giratória que estava sentada e o olhou com ódio. Agora ele vai escutar umas verdades, pensou.
- Escuta só Vegeta, eu não sou sua empregada e, por mais que seja dificil de você entender, eu também tenho uma vida, sabe? Consertarei quando eu PUDER, e não venha querendo me por horarios.
- Ora essa, deixe de ser tola, mulher petulante! - rosnou cheio de raiva - Eu preciso disso para hoje, entendeu? De robôs, e não de escandalo de mulherzinha idiota.
Não podia acreditar no que estava ouvindo. Desde quando Bulma Briefs era humilhada desse jeito em sua própria casa? Já fazia um tempo, tinha que adimitir. Lágrimas grossas brotaram de seus olhos e sua garganta começou a ficar apertada. Já estava cansada de ser desrespeitada daquele jeito. Num furor súbito, pegou o copo de agua sobre a mesa e jogou com toda sua força na direção de Vegeta, que desviou com facilidade e soltou uma risada debochada.
- Sabe qual é o seu problema, Vegeta? Você não sabe como a vida realmente é. Porque claro, quando alguma coisa te incomoda você a mata ou destroi, ou nesse caso, manda alguém consertar para você. Você é patético! - Gritou, já não tentando mais segurar as lágrimas.
- Você é bem ridícula mesmo. Além de ser escandalosa, gosta de falar a tua opinião erronea como se fosse fato - Falou sereno, aproximando-se dela com passos pequenos. Bulma engoliu em seco com aqueles olhos cheios de ódio lhe fitando - Você não duraria nem um dia na nave das tropas de Freeza. Ou talvez sim, mas depois que todos os homens de lá te estrupassem de todas as formas possiveis, iriam cortar sua cabeça e joga-la junto com o seu corpo no espaço. E não pense que seria só porque seu poder de luta é quase nulo... É porque você se dá ao luxo de ser absurdamente irritante, mesmo sendo uma criatura tão fácil de esmagar.
Nesse momento, ele já estava bem próximo dela. Tudo que ele falava era tão... assustador. Baixou o rosto e fixou os olhos em seus pés, sem coragem de encara-lo. Como era irritante o fato de ele sempre ter uma resposta na ponta da lingua para tudo que ela dizia! Limpou com as pontas dos dedos os olhos úmidos e voltou a fita-lo.
- Comece a pensar antes de falar as coisas e ponha-se no seu lugar. - vociferou com a boca perto do ouvido dela e deu as costas, deixando uma Bulma de orgulho ferido para trás.
Silenciosamente ela fechou a porta e deixou todas as lágrimas que precisava chorar para poder se acalmar cairem. Ele é um grosseiro mesmo! E o que mais lhe incomodava era que tudo que vinha dele a interessava...                         


                                                  ♣ ♣ ♣
- Ufa, terminei! - Limpou o suor da testa e sorriu orgulhosa.
Finalmente tinha acabado de consertar os robôs de Vegeta e de acrescentar mais peças para deixa-los mais resistentes. Sorrio ao se dar conta de como ela era eficiente quando tinha algum proposito. Foi até a cozinha dando saltos e preparou um sanduíche com tudo que tinha direito e botou numa bandeja junto com um copo de leite.
Caminhou com ela equilibrada nas mãos até a nave de Vegeta e respirou fundo antes de bater. Teria que se manter indiferente a qualquer tentativa de Vegeta de começar uma discussão para conseguir o que queria.
- Vegeta, abra a porta! Trouxe um lanchinho pra você! - Gritou, tentando parecer natural.
Depois do que pareceu quase cinco minutos, quando Bulma estava prestes a desistir, a porta se abre lentamente e Vegeta a olha desconfiado. Resmunga algo semelhante a petulante e continua fitando-a, como se quisesse alguma explicação para uma gentileza vinda dela.
- O que foi? Eu não posso tentar ser legal? Temos que parar de viver em pé de guerra, sabe? Quer dizer, somos duas pessoas adultas e não crianças - Bulma disse, com um sorriso amarelo nos lábios - E ah, eu consertei os robôs e trabalhei para deixa-los mais resistentes.
- Hum, não fizesse nada mais que a obrigação - Cruzou os braços sobre o peito e continuou com sua típica cara de quem comeu e não gostou.   
- É, então... Posso entrar um pouco? Para deixar a bandeja em algum lugar.
- Seja rápida.
Então apressadamente ela entrou na nave e deixou a bandeja num canto qualquer. Ok, agora era a parte mais dificil do plano: tentar começar uma conversa com Vegeta que não envolvessem xingamentos como 'mulher vulgar'. Colocou a mão sobre a nuca e lançou-lhe o olhar mais doce que pode.
- Sabe, Vegeta... Eu fiquei meio assustada com aquilo que você me disse. E culpada, também. Você realmente devia ter uma vida muito apavorante fazendo parte daquele exercito de lunáticos, não é mesmo? E eu realmente fiquei curiosa...
- Então era isso que você queria? Eu não te falarei nada sobre a minha vida - Ergueu uma das sobrancelhas e fez sinal com a cabeça para a porta - Saia daqui. Você é mesmo uma mulher que sempre tem segundas intenções. 
- O que é que te custa, Vegeta? Eu quero te conhecer melhor, e para isso preciso saber sobre o teu passado... Ah, vamos Veggie! Eu... eu posso contar do meu também. Da época que eu e Goku saiamos por aí em busca das esferas do dragão. Ah, bons tempos aqueles!
Vegeta encostou-se na parede e ficou em silencio por alguns segundos, parecendo estar ponderando. Deu aquele seu costumeiro sorriso ironico e Bulma gemeu baixinho.
- Tudo bem... Eu contarei tudo sobre a época que eu fazia parte do exercito de Freeza com uma condição: tudo que eu pedir relacionado ao meu treinamento tem que ser atendido na mesma hora. Entendeu, terraquea?
- E-entendi sim... - Vai valer a pena, Bulminha linda - Bom, então, como era sua vida por lá? Vocês não se divertiam ou era só luta, luta, luta? - Sentou-se no chão gelado  com as pernas cruzadas, esperando ansiosa pela resposta.
- Humf, aquele lugar era a casa da bajulação. Eu não suportava ninguém de lá. As únicas pessoas que eu conversava era Raditz e Nappa, coisa que não fazia com muita frequencia pelo fato de fazermos partes de alas diferentes por causa da diferença de poderes. Bom, Freeza dava festas nas quais ele sempre me convidava, mas era raro eu ir. Aquilo era simplesmente nojento...
- Por que nojento? - Perguntou sem conter sua curiosidade.
- Porque existiam muitos tipos de especies por lá, e muitas delas eram que nem aqueles namekuseijins: só tinham um sexo. Freeza era um desses. Nisso aconteciam muitas relações entre os soldados. Além de que naquelas festas havia muitas drogas, entre elas uma chamada Experitamina. Era uma especie de comprimido que era injetado no cerebro e que causava alucinações. Algo muito mais forte que aquele pó que os teus amigos terraqueos usam nessas festas que você dá.
Engoliu em seco e levantou as sobrancelhas. Ora, quem é que usa cocaína em suas festas? Vegeta estava sabendo mais fofocas que ela. Tateou pela bandeja que tinha deixado ali por perto e pegou o copo de leite, dando um longo gole. Aquela história toda podia dar um bom livro.
- Então, você não se envolvia com essas coisas?
- Não. E nunca tive caso com nenhum daqueles vermes. Nem com Freeza. Ele sempre quis que eu fizesse as sujeiras que Zarbon fazia com ele, coisa que sempre me neguei. Apesar de saber que, se caso eu aceitasse virar a vadia de Freeza, eu provavelmente teria muitos mais privilegios como mais empregados a minha disposição e um quarto maior. Mas de qualquer modo eu nunca me venderia.
- Bom, então quer dizer que você nunca... Teve um caso com alguém? - Perguntou, meio receosa. Seria uma decepção saber que Vegeta era virgem depois de tantos pensamentos eróticos o envolvendo.
- Claro que tive. - Vegeta respondeu, seco. Bulma ficou quieta esperando que ele continuasse, até perceber que ele não pretendia lhe falar mais nada.
- E elas eram de onde? Quer dizer, de que planeta? E como eram fisicamente? Parecidas com a gente?
- Ora, pra que você quer saber? - Perguntou, parecendo irritado.
- Ah, bom... Porque eu quero saber mais coisas de ti além de que você é um sayiajin. Para de ser chato Vegeta - choramingou.
Por que Vegeta tinha ficado tão irritado com esse assunto? Será que tem casos mal resolvidos por aí? Ou teve uma decepção amorsa? Ou... Será que Vegeta tem filhos? Sentiu um arrepio pelo corpo com esse último pensamento. Agora não arredaria o pé antes de lhe arrancar alguma informação.
- Qual o nome dela? - Jogou verde, levantando-se do chão e aproximando-se dele.
- Ela quem? Não fale asneiras - Desviou o olhar para o chão. Hum, realmente tem uma 'ela'.
- Ora essa, você sabe muito bem quem - Tocou com o dedo no peito nu dele - A que fez você ficar irritado e desviar o olhar.
A expressão de Vegeta passou de irritação para supresa em questão de segundos. Bulma sorriu vitoriosa. Conseguira arrancar daquele sayiajin alguma emoção diferente de raiva. Balbuciou alguns resmungos que provavelmente nem ele entendia e suspirou. Suspirou! Seu olhar que normalmente era dura igual a pedra ficou visivelmente desolado e caiu para seus pés. De repente Bulma sentiu uma pontada de culpa por perturba-lo assim, para matar apenas uma simples curiosidade. Que direito ela tinha de fazer isso?
- Vegeta, eu não...
- Você quer saber? Eu te contarei tudo - Cuspiu essas palavras com ódio  - Você é uma humana muito irritante. Essa sua mania de sempre querer saber um pouco mais sobre a minha vida é simplesmente detestavel. Mas se falar do meu passado te fará calar essa boca, então assim seja - Desencostou as costas da parede e deu as costas para ela, que permanecia imovel no mesmo lugar, boquiaberta.
- O nome dela era Sayied. - Finalmente disse, com a voz firme e os punhos cerrados - Ela era princesa de um planeta bastante desenvolvido que costumava comprar planetas de Freeza em troca de tecnologia. - Outro suspiro escapou pelos seus labios - Ela era uma mulher muito inteligente. Sayied era a alma daquele planeta, ela e mais uma equipe de cientistas que faziam pesquisas e conseguiam manter o planeta deles a salvo das garras de Freeza. E além de tudo ela era uma mulher muito bonita. Ela era bastante parecida com você, Bulma. Tanto na personalidade quanto fisicamente, tirando o fato que sua pele eraesverdeada, suas orelhas pontudas e seus olhos tinham um contorno preto. - Ele tinha acabado de dizer que lhe achava... bonita? Mordeu os lábios.
"Nos conhecemos em uma das poucas festas de Freeza que fui. Ela sentou-se ao meu lado e disse que também achava aquilo tudo muito sujo, mesmo eu não tendo dito nada. Começamos a beber e já alterados, fomos até meu quarto e passamos a noite juntos. Depois disso, eu comecei a ir em todas as festas só para poder junto com ela. No inicio era só uma aventura, mas depois comecei a gostar realmente dela... O jeito como ela conseguia ser bonita e inteligente ao mesmo tempo era surpreendente."
Virou-se e olhou para ela, com os olhos vermelhos e com lágrimas grossas escorrendo pelo rosto. Hesitante, Bulma aproximou-se dele. Seu coração estava apertado só de olha-lo assim. Falar sobre Sayied estava o deixando muito mal... Sentiu-se na obrigação de iterrompe-lo.
- Olha Vegeta, não precisa...
- Por favor, deixe-me continuar. Depois de dois anos comercializando com Freeza, o pai de Saiyed, Masuike, começou a cobrar um planeta para cada remédio que eles criavam. Isso deixou Freeza muito nervoso e, então depois de mandar um espião para aquele planeta, descobriu quem eram os cientistas que desenvolviam as coisas por lá - Fehou os olhos e ficou quieto por alguns segundos, as lágrimas aumentando a cada palavra que ele dizia - Eles a sequestraram, Bulma. Ela e mais o grupo de cientistas. Destruiram todo o planeta e botaram a venda. Freeza sabia que eu ela estavamos tendo um caso e então me mandou para falar com ela para continuar suas pesquisas. Ela gritava para que eu a salvasse... E seus olhos transpareciam decepção. Eu ia todo dia para a cela que ela estava para tentar convence-la, mas Sayied se recusava a olhar nos meus olhos. E então, em uma dessas idas.... Eu me deparei com seu corpo pendendo no teto. Saiyed se matou e a culpa foi minha.
Ele chorava com tanta intensidade que Bulma não sabia o que fazer. Provavelmente nada que ela falasse iria consola-lo. Então o abraçou sem emitir nem uma palavra. Era uma surpresa saber que Vegeta sofrera por... amor. Pelo visto ele não é o monstro sem sentimentos que ela pensava que era. 
- Você não pode se culpar por isso, Vegeta. O que você poderia fazer, afinal? Pegar ela nas costas e voar até um planeta bem longe? Porque até aonde eu sei isso é fisicamente impossível. - Droga!, exclamou mentalmente. Ela sabia construir naves capazes de chegar em outras galáxias em um mês e não era capaz de selecionar boas palavras de consolo. Chegava a ser irônico.
- Eu podia dar o meu jeito... Ter fugido com ela, não sei. Mas eu preferi não me arriscar e assistir tudo de camarote.  Você faz ideia de como isso me perseguiu? Eu tinha sonhos... com Sayied. Passava noites em claro treinando para parar de pensar nisso. E, quando eu finalmente consigo esquecer tudo isso, aparece você, uma Sayied versão terráquea. Que merda, Bulma! 
E, naturalmente, o fantasma vivo de seu passado aproximou seu rosto do dele. Seus lábios se atraíram que nem ímã e mental e suas línguas se envolveram num ritmo sincronizado.  Fazia tempo que seu coração não ficava mais acelerado não sentia um friozinho na barriga de beijar alguém. Ela sentia-se uma adolescente de treze anos! E isso era tão... nostálgico e excitante. Podia sentir-se virgem também! Bom, talvez não... Até porque seu apetite sexual era de alguém que já teve muitas experiências no ramo.    
- Eu não te prometo nada depois disso - Disse ele, passando uma das mãos geladas sobre a nuca dela - Nada. Tenha em mente que foi você quem procurou por mim. 
E Bulma entendeu que Vegeta não estava pronto para se apegar a alguém novamente. E ela não o culpava, apesar de tudo. E ela também não exigiria nada porque, como ele mesmo disse, ela que o procurara. 
E assim, Bulma teve Vegeta por duas horas inteiras. Tudo fora muito rápido, silencioso e ao mesmo tempo prazeroso. Depois disso a comunicação entre os dois fora reduzida de brigas envolvendo robôs para quase nula. Mas ela sabia que Vegeta precisava de tempo para conseguir lhe ver como Bulma, e não como sua eterna amante suicida. 


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Notas finais do capítulo

Mandem reviews, independente de ter gostado ou não! Criticas bem feitas são sempre bem vindas