A carta para Esmeralda.

Era uma tarde normal em uma ilha remota, no Pacífico. As pessoas viviam em paz e deviam isto à um jovem de cabelos curtos e azuis, com uma cicatriz cortando a rígida fronte. Todos o respeitavam e se esforçavam para que ele se sentisse bem ali, embora o rapaz estivesse um tanto pensativo àquela tarde.

Encontrava-se em uma costa da ilha, olhando para o por do sol pensativamente. Levava um papel consigo, ao qual voltava o olhar de vez em quando, para olhar em seguida um túmulo que estava ao seu lado e sorrir, como se ali estivesse uma pessoa em lugar de uma sepultura.

Respirou um pouco, pegou um lápis do bolso e preparou-se para escrever algo no fim do papel, mas resolveu reler a carta antes:

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Algum lugar perto da Ilha da Rainha da Morte, 15 de agosto.

Querida Esmeralda,

Hoje é meu aniversário e esta carta é um presente a mim mesmo.

Estou longe do Shun após reencontrá-lo, pois ele ficou muito dependente da minha proteção. Mas não estou tão triste, sabe? As pessoas desta Ilha me tratam muito bem, acho que você gostaria daqui...

Desde a sua partida, eu passei para o lado do mal por causa do ódio que sua morte me causou. Isto te deixou triste, não foi? Mas a neve daquele dia, me lembrou seu sorriso. E foi por você, que do mesmo modo que lutei pelo mal, passei a lutar pelo bem.

Como você está? Está com frio ou calor? Está alegre ou triste? Está com a mesma dor que eu? Está vivendo bem? Está com saudades de mim?

Sinto falta de poder conversar contigo, afinal ninguém me entende melhor que você. Sabe temos que lutar por Athena, mas está é uma patricinha que não entende a real dor humana. Mesmo assim, sinto-me obrigado a protegê-la, pois, se aquela inútil morrer, alguém realmente do mal assumirá o controle da Terra que você sempre amou. Se estivesse aqui, você sorriria pra mim e diria para que eu continuasse lutando por este mundo, afinal foi o que escolhi quando decidi ser um cavaleiro.

Desculpe-me por manchar esta carta com minhas lagrimas. Eu só queria expressar-me como antes. Agora vamos lutar contra Hades. Será difícil e eu posso morrer, então o meu "adeus" pode transformar-se em um "até logo". Não quero morrer, só quero evitar que você fique surpresa ao me ver por aí.

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Dessa vez sim, pegou o lápis e, com as mãos tremulas por causa da falta de costume de demonstrar seus sentimentos, terminou seu desabafo.

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Continuarei lutando pelo mundo que você sempre amou,

Nunca esqueça que eu te amo,

Ikki Amamiya.

Trazia também um ramalhete de flores do campo, o qual colocou junto à carta fechada e ateou fogo, para depois enterrar as cinzas junto ao túmulo da amada. Sentia um grande alívio, estava melhor para lutar. Mas antes olhou o céu, agora estrelado, ser cortado por uma estrela cadente. Mesmo não sendo supersticioso pediu àquela estrela que sua carta chegasse às mãos de Esmeralda.