Nem Todos que Vagam, Estão Perdidos... escrita por emiliepp


Capítulo 9
Capítulo 9




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/127155/chapter/9

     [...] No mínimo, eu gostei da perspectiva de passar as tardes andando por aí com o elfo mais bonito (que eufemismo, gostoso) de Valinor e das Terras Jovens do Leste. RISOS. [...]

Giulia’s POV

     Eu teria gostado de passar o resto do dia naquela biblioteca fuxicando os livros e os pergaminhos e tudo o mais que estavam lá, mas eu não entendia uma letra daquele alfabeto de louco, então resolvi me empenhar em controlar a minha animação (TARDES POR AÍ COM O MAEDHROS! OMFG SURTOS) e tentar achar o caminho de volta pro meu quarto sem ir parar em alguma torre de observação ou um estábulo. (Coisas assim acontecem com bastante freqüência comigo em ~shopping centers~, então imagine numa mansão élfica né). Até meu professor e recém-nomeado guia *-* me explicar como é que é possível andar por aí e de fato CHEGAR no cômodo certo, é mais seguro eu ficar no meu quarto e gastar a minha ansiedade fuçando as coisas que existem dentro dele.

     Abri o meu guarda-roupa, e ele estava total e completamente cheio de VESTIDOS. Ah, eu odeio vestido. E não sei MESMO usar vestido longo sem tropeçar, mano, o que que eu vou fazer agora? Ah, sim, tinha umas calças também, mas elas estranhas demais pra serem usadas sem um vestido por cima. Provavelmente eram pra cavalgadas. Mas eu estava reclamando do que não deveria. Era tudo perfeito. E no resto do quarto eu estava igualmente bem-servida: na penteadeira havia pentes, águas perfumadas (SIM, PERFUME, AH, EU AMO OS ELFOS. S2 S2 coraçãozinho.) e uma bacia de água com uma jarra que ficava magicamente sempre cheia ao lado. 

     Mas havia os pequenos detalhes da existência humana dos quais os elfos (pra felicidade deles) não precisavam conhecer. Pelos corporais.

     E menstruação. Sim, os elfos conseguem controlar isso, eles (elas RS) só menstruam quando querem (leia-se: quando querem ter filhos). Nerdanel, SOCORRO.

     Resolvi sair pra tentar achar ela, e ver se eu não me perdia dessa vez. Adivinha? É lógico que eu me perdi, mas dessa vez eu fui parar num lugar menos embaraçoso, um pátio central com uma fonte no meio. E um elfo loiro com um cachorro extremamente grande.  Celegorm, o irmão (um dos 6) de Maedhros. [N/A: Giulia: PUTA FAMÍLIA GRANDE DO CACETE VIU, deixa eu explicar. Fëanor e Nerdanel são os pais, e os filhos são, em ordem, o Maedhros, o Maglor, o Celegorm, o Caranthir, o Curufin, e finalmente o Amrod e o Amras, que são gêmeos. Ufa. *respira*]

            Continuando, Celegorm se aproximou no estilo “Mae govannen, Giulia” e eu fiquei tipo WTF, todo mundo aqui já sabe quem eu sou, great ಠ_ಠ.

            - Mae govannen, Celegorm. Mae govannen, Huan. – Huan era o cachorro, e eu devo dizer que ele é foda. Foi o própro Oromë que deu ele pro Celegorm, só pra ter uma idéia de como as coisas funcionam em Valinor, rs. – Nerdanel? – perguntei.

             - Escadas. Direita. Corredor. Nerdanel. – ele me explicou com mímicas e SIM, essas palavras eu consegui aprender em élfico, afinal, era o que eu mais tentava perguntar pras pessoas. VICTORY!

            - Le hannon, Celegorm.

            Nerdanel estava sentada em uma varanda checando uma lista que se desenrolava até o chão.

- Mára aurë, Nerdanel. [N/A: Giulia: “Mára aurë” é “olá” em élfico obgddd]

            - Mára aurë, Giulia. Sente.

     E eu sentei, pois isso eu também já sabia em élfico. E contei pra ela sobre os meus problemas da maneira menos embaraçosa possível. OMG, vou ali me atirar da varanda, sério, eu estou falando que eu sangro periodicamente e que tenho pelos no corpo e preciso tirá-los. Ela vai achar que eu sou um animal num vestido, beijos.

     Mas ela pareceu entender, com uma cara meio estranha, os meus problemas existenciais de ser humano, e vinte minutos depois eu estava com uma navalha e o equivalente medieval a absorventes na mão, para os quais eu vou dispensar uma descrição detalhada, obrigada. Eu tinha trabalho a fazer. Meus pelos estavam com os dias contados.

     No fim da tarde, quando eu já estava livre de pelos indesejáveis – um minuto de silêncio, amém – uma elfa apareceu em meu quarto.

     E vinte minutos depois eu estava sentada à mesa de jantar de Fëanor, que era, diga-se de passagem, enorme. E quem estava sentado do meu lado, com o intuito de me ajudar com as palavras, era ele. Vou deixar que adivinhem quem é, rs. E ele sentou ali por vontade própria! (Ou talvez fosse só o lugar dele. Enfim). E puxou a cadeira pra eu sentar. E passou o jantar inteiro me apontando os nomes das coisas, e o nome das pessoas, e me ensinou palavras legais. E eu nunca achei que fosse gostar tanto de ser vegetariana, porque a comida de Valinor era simplesmente melhor do que qualquer churrasco que eu já comi na minha vida inteira.

     E eu pude passar o jantar inteiro do lado dele, CONVERSANDO (uma salva de palmas, obrigada, e sabe que até que eu estava pegando os básicos do quenya num tapa? uhul) com ele e com os irmãos dele. Contei a ele um pouco sobre o meu mundo. Sobre o saco que é ter que acordar todos os dias pra ir pra escola, e sobre como eu queria trabalhar com as leis, e sobre a minha casa, e a minha gata gorda que só dorme, e sobre o natal que estava chegando (eles gostaram bastante da idéia de trocar presentes, mas não entenderam mesmo o porquê de enfeitar uma árvore. Risos). Falei sobre a minha família, e sobre o meu primo-melhor-amigo, o Haroldo, e sobre tudo o que a gente fazia juntos. Daí o Maedhros me falou sobre o Fingon, (filho de Fingolfin, meio-irmão do Fëanor) que era o primo-melhor-amigo dele. Também falei sobre as minhas amigas, e sobre a Emilie, e sobre como eu estava preocupada com ela, porque ela estava comigo quando eu vi a luz verde e tudo o mais, e eles me prometeram que iriam procurar por ela perto de onde eu, cof, aterrisei. E Maedhros me prometeu que no dia seguinte iríamos lá.

     Foi lindo, conseguir manter um diálogo razoável com todo mundo *-* principalmente com ELE, né. E pra terminar, eu não me perdi no caminho pro meu quarto. Porque ele me acompanhou até lá. [N/A Giulia: GENTE, é muita perfeição num homem – sorry, elfo – só né, morta/]

     - Le hannon, Maedhros. Boa noite. (Porque a minha vai ser, hehe.) 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!