Rin carregava aquele homem, sem saber bem o porque, mas tinha a ligeira impressão que já vira aqueles olhos antes. Passou a acreditar que tinha o abrigado por piedade já que ali, naquele estado ele seria uma presa fácil, para qualquer inimigo. Levou então o youkai para a caverna onde estava, logo depois saiu para buscar ervas. Não sabia bem o porque mas, gostara daqueles olhos frios, daqueles cabelos prateados e daquele tom ameaçador! E se sentia um tanto quanto responsável pelo youkai, que nem sabia quem era!

Mas de quem havia salvo a vida! Quando retornou notara um “que” ameaçador próximo ao local! Mas estava tão imersa em pensamentos e preocupações que nem reparou que alguém a observara.

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Ele ainda estava extremamente fraco! Mas mesmo assim, se levantara e se perguntara onde estava, o que era aquilo à sua frente? Ele só enxergava borrões, mas sua consciência parecia estar intacta, lembrava-se de tudo que acontecera com ele! Mas sua única preocupação real eram os olhos cor de chocolate, sentiu-se fraco e sentou-se. Mal sabia ele que o motivo de sua preocupação o olhava com muito interesse aos poucos os focos de sua visão foi voltando, e ele conseguiu enxergá-la com mais clareza, e ela o fitava. Quem seria aquela Youkai?

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-Você está muito fraco!

-O... o.... que.... aconteceu comigo?-ele perguntou com dificuldade.

-Você estava lutando com um youkai, senti o cheiro de batalha e ouvi os urros do outro!

-Mas onde estou?-ele disse com a voz mais firme. – à medida que sua consciência voltava ele reassumia seu tom arrogante de sempre.

-Você está numa caverna, nas Terras do Norte. Está seguro, eu me chamo Rin! – disse com um tom calmo porém extremamente firme e certo.

-Não me sinto bem, estou ficando zonzo! – disse ele levando uma mão à boca e a outra à barriga.

-Você foi envenenado. Eu posso te curar, mas eu precisava do seu aval!

-Como?

-Eu preciso te dar meu sangue para que você possa se curar completamente dos seus ferimentos, o veneno que aquele youkai injetou em você, era extremamente forte e sendo assim, com os seus limitados poderes não consegue nem se colocar de pé.

Ouvindo isso, ele tentou se levantar de súbito, e sentiu uma tonteira tão lancinante e uma dor tão forte que foi puxado ao chão, além de se sentir mil vezes mais enjoado.

-Não force desse jeito o seu corpo, isso só ajuda o veneno a se espalhar mais e o seu estado já passa de crítico, daqui a pouco, se eu não cuidar direito de você, acabarás perdendo a visão. – disse ela num tom extremamente nervoso. - Eu só preciso da sua permissão e amanhã mesmo, estarás curado.

-Mas como os seus poderes youkai podem ser maiores ou melhores que os meus? - pronunciou Seshoumaru que escutou tudo até agora calado. - Eu sou o Grande Seshoumaru-Sama, o Tay Youkai Lord, Senhor das Terras do Oeste. - finalizou com pompa, nem parecia estar tão ferido quanto estava.

-Você é um Tay Youkay Lord???? o.o’ Como se deixou ferir por aquele ser inferior??? – perguntou Rin divertindo-se. – Ah! Deixe para lá! Bom Senhor. Eu sou Rin Tatsume a Duquesa Pan Youkai. Muito Prazer.

-Agora os cabelos de Rin, que eram chocolate ficaram brancos, um branco tão puro que a própria brancura rejeita, e lhe começaram a crescer mechas verdes oliva, um verde vivo, invejado pelas folhas das árvores e seus olhos achocolatados agora eram de um rubro inigualável. – UMA VAMPIRA!

-Uma... uma... Vampira?

-Sim, uma vampira.

-Mas porque você precisa de minha permissão? Não teria sido mais cômodo para você me dar o seu sangue e ter me largado aqui?

-Para lhe conferir a honra de ter meu sangue correndo em suas veias, você se transformaria parcialmente num vampiro, isso quer dizer que sentiria sua pele arder sobre o sol e gostaria de sentir o gosto da carne vermelha ainda pulsante e o amanhecer desprotegido poderia lhe custar a vida. Por isso precisava de seu consentimento. Mas é também a única forma de lhe ceder meu poder de cura.

-Mas isso eu já sinto normalmente! – disse Seshoumaru, num tom que mesclava a indignação e o desafio. – Eu sempre tive sede de sangue fresco!!

Rin agora balançava a cabeça de um lado para o outro, como se quisesse tirar de lá de dentro um pensamento ruim. (N/A: Ou catastrófico se o leitor preferir.¬¬’)

-Mas o meu instinto é diferente!!! É mais aguçado. Tanto que consigo sentir até um medo patético em sua imponente voz, que o senhor tenta fazer soar fria aos meus ouvidos... – disse a mulher com desdém.

Ficaram em silêncio por um tempo, ele pareceu medir as palavras dela com cuidado. Então decidida, ela o encarou e disse num tom mais ameno:

-Olha, eu posso tentar te curar sem te morder, mas essa cura depende mais de você do que de mim. E pelo que eu sei ao seu respeito... Paciência não é o seu ponto mais forte.

-Pode mesmo me curar sem me transformar? Eu não quero ser um vampiro. – Agora o tom de Sesshy(N/A: amo chamar ele assim... ah!!!! Aham *onomatopéia tosca que a autora usou para um pigarro mais tosco ainda*... N/C: de volta à fic???? Por favor?) era quase que suplicante ( N/A: Ah!! Gente ele naum é um amorzinho?!?!?!?).

-Posso mas vai requerer tempo... e seu esforço também!

-Eu te ajudo mas... me cure... – assumiu de novo o ar plácido e frio.

Foram as últimas palavras ditas enquanto Rin observava um clarão no céu que agora já não era tão negro. Tinha se tornado um azul escuríssimo e Rin já sentia os efeitos do amanhecer sobre si,  o sono estava quase dominando e ela adormeceria em breve. O que não era nada bom. Ela não gostou da idéia de dormir enquanto Seshoumaru estava acordado. Apesar de que ele estava tão fraco que ela duvidou que ele fosse conseguir se levantar quanto mais querer fazer algo contra ela,... ela era a única pessoa que o ajudava no momento.

Mas não teve muito no que pensar mesmo, ela não tinha escolha. E obedecendo aos seus instintos se deixou levar à terra dos sonhos com os pensamentos no youkai, e o sono a dominou.