Quando Dean e Bobby saem em busca de Sam, eles percebem que o Impala não estava estacionado onde deveria estar.

– Mas que merda! – Dean pragueja aflito – Ele pegou o carro!

– Então significa que ele pode ter ido longe...

– Não fala isso! Ele não nos abandonaria! Ele só está... Confuso, sei lá!

– Olha, eu sei que isso pesa, mas...

– Não! – Dean o reprime – Eu aposto que ele só está confuso por causa da perda de memória.

– Ta. Tanto faz... Mas agora temos que achar o Sam antes de perder toda a memória, se já não perdeu...

– Mas aonde ele iria, afinal?

– Bom, ele saiu daqui num enorme desespero, dizendo que ele não deveria estar aqui e entre outras coisas...

– Isso significa que ele não o reconheceu? E nem a sua casa?

– Vai ver ele acha que aqui não é a casa dele.

– Como assim “aqui não é a casa dele”? Ele, no mínimo, deveria ter te reconhecido!

Houve um breve silêncio entre eles até Dean pensar em voz alta.

– Bom, se ele saiu por que acha que aqui não é a casa dele, então...

– Então – Bobby o concluiu – Ou ele foi recomeçar uma nova vida, ou ele foi procurar sua “verdadeira” casa.

Outro breve silêncio pairou sobre os dois, e uma compreensão junto com incredulidade esboçou-se no rosto de Dean.

– Mas como?! Não pode ser! O Sam era novo demais para se lembrar daquela casa, não é possível que ele tenha fugido para lá!

– É o nosso único palpite... Mas sabe? eu acho que Sam estava certo...

– Como?

– Pesquisar sobre um modo de acabar com uma maldição não foi muito útil, e nem brilhante... Eu lembrei de uma pessoa que é especialista em profecias e pode nos ajudar a desvendá-la.

– Ta certo, então eu vou atrás do "esquecido" e você procura contratar o tal especialista.

– Ta, mas não faça nada perigoso!

– Isso não é perigoso!

– Mas isso foi! – Bobby aponta para o machucado na sua cabeça – Cuidado com as palavras, você não vai querer ser acertado na cabeça!

– Certo...

Dean diz com um suspiro e pega emprestado outro carro do Bobby. Um carro não muito atraente, com um cheiro diferente – nem ruim, nem bom, apenas diferente – e com o rádio dessintonizado, mas dava pro gasto. Dean ficou muito pensativo durante a viagem, mas pelo menos conseguia dirigir, apesar da mão enfaixada, mas, obviamente não era nisso em que ele estava pensando. Ele estava preocupado, com medo de que seu irmão sem nenhuma mínima lembrança sua, e isso o fazia se sentir descartável.

Só de pensar em tudo aquilo que eles já passaram, até mesmo os momentos de extreme desgraça, quando eles brigavam, quando não se suportavam, ou quando queriam se afastar um do outro, pensou na hora não queria que aquilo fosse deixado para trás, e queria com toda sua vontade, que seu irmão não o abandonasse, e até mesmo estava sentindo falta de tais momentos. Mas ele não se sentia totalmente determinado, na verdade, havia-lhe uma vazio, como se tivesse se arrependido de algo, não sabia se era algo em relação as memórias ou á bruxa-demônia, apenas sentia que em algum momento ele perdeu uma oportunidade enorme.