Apologize escrita por Quididade
Notas iniciais do capítulo
Dedicado a todas as ShikaTemas pelo Mundo, como a maravilhosa Rama-Chan.
Eram três horas da madrugada em ponto. A loira estava fora, sabe se lá onde e o moreno, estava em casa. Preocupado, suando frio e alheio a tudo em sua volta.
Ele se arrependera de ter brigado com ela mais cedo. Talvez não tenha demonstrado respeito a ela. Talvez não tivesse a amado o suficiente quando juntos; quem sabe foi falta de dizer isso. Ele sempre fora tão preguiçoso.
Talvez fora o seu inseparável cigarro. Ela vivia ralhando com ele por isso, alegava fazer mal a sua saúde.
Pôs-se em pé e caminho ate a porta, estava obstinado a achá-la e pedir desculpas. Mesmo que isso fosse complicado demais, e o fizesse parecer uma trouxa; amava aquela mulher e não poderia contestar isso.
Pegou um casaco grosso e saiu. Estava fria em Konoha, era a semana de véspera do natal. Hora perfeita para brigarem e ele falar em Sasame. Maldita hora em que ele disse que voltaria para a ex, de onde tirou isso? Sasame esta casada e esperando um filho, esta feliz com isso e ele também, pois mesmo não dando certo ele estima a felicidade da ruiva.
Apertou os passos. A neve caia sobre o moreno, deixando os ombros e parte do cabelo branco. Respirava com um pouco de dificuldade, e tinha esperanças de encontrá-la logo.
Meia hora se passou, e ele ainda vagava pelas ruas desertas da vila. Estava cansado, com sono e com um possível inicio de resfriado. Olhou a sua volta e avistou um banco na pracinha, decidiu-se sentar um pouco, afinal de contas esteve em busca da loira por um bom tempo.
Apoiou a cabeça no encosto do banco e deixou o ar gélido transpassar sobre seu rosto, refrescando-o. Pensava no quão estúpido fora com ela, em suas rudes palavras e no seu amor.
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Um vaso de flores voou em sua direção, dando-lhe tempo apenas para esquivar-se.
- Está louca Temari?! – Gritou para a loira furiosa em sua frente.
- Não. – Ela mantinha a voz baixa, mas a raiva era tangível na mesma. – Estava cega, mas louca, nunca.
- Do que esta falando? – Ele tentou se aproximar, mas avistou outro vidro na mão da kunoichi, afastou-se.
- Shikamaru Nara. – Ela respirou fundo. Já havia esvaído um pouco da raiva quando se pôs abater no moreno. – Se você não sabe as merdas que faz, não serei eu a alertá-lo. – Pôs o vidro na mesa- E sabe de uma coisa? – Ele negou – Eu Cansei. Cansei de te esperar todas as noites, enquanto você saiu para beber com os “amigos” Casei de ficar só quando você vai ficar com Ino, ela esta casada sabia?
- Temari...
- ESTOU FARTA! FARTA DE TER UM MARIDO CAFAJESTE, PREGUIÇOSO E INÚTIL COMO VOCÊ! – Subiu as escadas em ritmo célere. – EU VOU EMBORA!
Embora? Ele também já estava cansado de toda vez essas brigas estúpidas. Farto de sempre o ataca de uma hora para outra, já havia suportado bastante, e se não era para ser, ele não seguraria. Como dizia seu sensei: “quando um não quer, não rola”.
- SABE DE UMA COISA TEMARI? – foi atrás da loira. – SUA TEIMOSIA CONSTANTE JÁ ME DEIXOU FARTO. VOCÊ ESTÁ CANSADA? E EU? EU ATURO VOCÊ O TEMPO INTEIRO, VOCÊ VIVE ME MENOSPREZANDO, E A TODO TEMPO ARRUMA UM JEITO DE FALAR QUE VAI!
Encararam-se furiosamente.
- E quer saber de mais algumas coisas? – falou com a voz calma – Desta vez não serei eu a te impedir. Quer ir? Vá! – Deu espaço para ela passar com a mala - Eu vou voltar para minha Ex.
Isso fora um baque para a loira de Suna. Depois de tanto jurar que não amava a “aquelazinha” denominada Sasame, depois de tanto falar que a amava. Agora vira o erro que foi entregar-se totalmente a essa paixão.
Passou por ele sem nada falar. O bate-boca havia ido longe demais.
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Levantou ao ouvir uma voz doce, entoada em choro. E logo ele avistou a loira sentada poucos metros de distancia de onde ele estava. Ela estava com seu sobretudo preto, e uma toquinha nas madeixas soltas, agora cacheadas.
Aproximou-se da loira, agachando-se e encarando-a firme. Esta sustentava o olhar.
- Temari eu... – Começou tentando explicar-se, mas esta parte do plano ele não havia planejado. Saiu de casa exasperando força de vontade para encontrá-la, não pensou no resto se assim conseguisse.
- Não, Shikamaru – Ela disse, os lábios arroxeados pelo frio, e a voz com resquícios de magoa. – Não peça desculpas, muito menos diga que se arrepende.
- Mas...
- Mas, nada. – Ela abriu os olhos, antes fechados fortemente, e jades foram reveladas hipnotizando o estrategista. – Você disse tudo que estava guardando há tempos. Palavras não voltam no tempo Nara.
Ele calou-se, sentando ao lado da Sabaku. Não perderia ela de jeito algum, isso estava fora de questão. Mas, como convencê-la de que fora da boca para fora suas tolas palavras?
Teria de reconquistá-la...
Suspirou, e passou a mão na testa.
- Você que eu jogue o cigarro fora? – Levantou-se brusco mostrando o maço do objeto – Eu jogo! Quer que eu demonstre mais o tamanho do meu amor por ti? Eu mostro. Eu deixo de ser o preguiçoso, que nunca reage às coisas se assim quiser!
Ela olhava atônita para ele. Um surto não era do convenio do Nara.
Ele encarou-a. Talvez fosse tarde demais para se desculpar.
Agachou novamente, ficando Face-A-Face com ela.
- Me diz o que quer Temari. Qualquer coisa que não seja me abandonar. – Rogou para a Teimosa. – Tudo menos isso... Eu deixo de falar com minha irmã, se assim lhe fizer feliz.
Temari virou a face, mirando um ponto qualquer da neve. Ele imitou o movimento, prevendo um adeus, ou quem sabe, acabou. Um ponto final.
- Shika, nem se eu quisesse com toda a força de minha alma eu lhe abandonaria. – Mirou o rosto com candura – Eu lhe escolhi no céu, antes de vir para Terra. E pelas leis de Kami-Sama, não tem devolução.
Um sorriso emergiu dos lábios da loira, e uma risadinha de alivio dos do moreno.
- Não sou um objeto, Temari. – Rebateu, sentando-se novamente ao lado da mulher e envolvendo-lhe a cintura.
Esta não respondeu.
- Volta para mim? – Ele perguntou suplicante.
- Não ia retornar para sua ex? – Relembrou-o de suas palavras.
Shikamaru riu.
- E é o que estou fazendo. Volta para mim?
- É claro, bebê chorão. – Deram um beijo estalado, esquentando os lábios de Temari.
- Obrigada, minha garota de fases. – Beijou-a novamente, deitando-os na neve.
É, nem sempre é tarde para se desculpar.
Fim!
- Ah! – Ela disse quando ele permitiu novamente – Não quero que deixe de ver Ino. Ela é minha amiga, só usei o nome dela para te aborrecer.
- Eu e Ino? – Eles riram – Nada a ver.
Agora sim... Fim!
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