Eu queria que aquela carta não tivesse chegado, eu queria que a Dominique não tivesse contado que fui traída por ela para sua mãe, eu queria que a Fleur não tivesse decidido que sua filha era uma péssima amiga, eu queria que ela não se sentisse culpada pela filha, eu queria que ela não tentasse de redimir, mas acima de tudo, eu não queria ir para beauxbatons, mas eu não tinha um motivo para ficar em hogwarts, eu não tinha um motivo para não ir para beauxbatons, eu não tinha um sonho de me formar lá, eu não tinha nada, além de um cargo de monitora-chefe, que poderiam arrumar uma outra garota rapidinho, segurei a carta com força, a estupida carta da tia Fleur, era meu último dia em hogwarts, para todos o de minha sala, seria apenas o último dia do penúltimo ano, mas para mim, seria o ultimo dia que eu veria todos aqueles lugares, andei sozinha por todos os lugares daquela escola, cada mínimo lugar, sala de poções, DCAT, Estufa de Herbologia, dormitório de corvinal, torre de astronomia, invadi a cozinha, olhei as corujas do corujal, os sereianos do lago negro, certo não dava para ver, mas os imaginei, entrei pela última vez na cabana do guarda caças, olhei cada mínimo lugar, até o mais minúsculo de todos. Agora estou sentada na cabine do expresso hogwarts junto com Lysander que chora por mim, um Albus dormindo em seu colo, eles estavam juntos, ao que parece o plano deu certo.

- Eu vou sentir muito a sua falta. – ela falou chorando.

- Eu sei, mas ainda passaremos as férias juntas. – falo rindo. – mas antes, tenho que encontra uma pessoa. – levanto-me depressa e vou em direção a cabine em que encontrei Scorpius com Emilly, ao adentrar, percebi que ele estava dormindo e Emilly também, não queria acordá-lo, então peguei um pergaminho e uma caneta que estavam jogados lá.

Querido Scorpius,

Não quis te acordar, então me desculpe por não me despedir direito. Só não quero que tenha problemas com os Malfoy, eu ainda sou uma Weasley então...

Quero lhe dizer, que foi ótimo ser sua amiga esse ano, claro, vamos excluir os problemas, você é uma excelente pessoa, mas infelizmente, não creio que a amizade vá durar mais, não quero ter que fazer isso, mas não tenho motivos para não fazer, próximo ano, não voltarei a hogwarts, estarei indo para Beauxbatons, não quero ir, mas não posso dizer isso a tia Fleur, não sem um motivo para ficar. Sinto muito. Eu queria me despedir direito, mas... desculpa.

Com muito amor, Rose.

Sinto uma lágrima escorrer pelo meu rosto,

- Não faça isso! – minha mente fala, mas contra tudo que ela diz, coloco a carta e vou saindo. – Rose Jean Granger Weasley, pegue aquela carta e fale com ele cara a cara. Você está sendo corvade. – minha consciência explodia.

- Não posso, se eu olhar naqueles olhos, eu não conseguirei. – eu sussurro para mim mesma, voltando para a cabine, Lysander já havia adormecido.

.

Pego minhas coisas lentamente, caminho para fora do trem, sinto dois braços fortes me puxarem para dentro de uma cabine e fechá-la.

- Não acredito que iria embora sem se despedir. – fala Scorpius Malfoy bagunçando o cabelo completamente bagunçado – e muito sexy – e os olhos completamente cinzentos. – Poxa.

- Eu... Eu não queria lhe acordar. – ele revirou os olhos.

- Acho que você é mais importante do que eu os meus sonhos, não acha? – encaro os pés. – Olha para mim, por favor.

- Não. – falo nada confiante, sentindo as lágrimas chegarem aos meus olhos. – Odeio despedidas Scorpius, e pelo tempo que passei com você, conheço seus olhos mais do que qualquer um, e odeio vê-los dessa cor. – sinto sua mão em meu queixo, mas essa muda de rumo me puxando pela cintura para me abraçar com força, eu retribuo com força.

- Por favor, Rose, não vá. – ele me segurava com força, como se não quisesse que eu fosse, meu coração saltitava. – Eu te peço, por favor. – sabe quando uma pessoa diz uma coisa que te faz sentir importante? É, eu não estou sentindo isso, sinto meu coração se despedaçando por estar magoando uma pessoa que eu amo, mas, eu não venceria a Fleur sem uma motivo.

- Eu quero, por tudo, ficar. – eu funguei. – mas não conseguiria nada, sem um motivo. – ele se afastou levemente de mim.

- Rose, você já tem um motivo, desde que me conheceu você tem um motivo, só basta você dizer, se é o bastante ou não. – ele falou firme, olhando-me nos olhos, e inesperadamente, ele colocou a mão em minha bochecha e me beijou. Dessa vez não era um beijo desesperado, era um beijo calmo, suas mãos seguravam minha cintura delicadamente, eu coloquei minhas mãos em seu pescoço.

- Era você. – falo delicadamente assim que nos separamos. Com as testas coladas, percebo o seu olhar confuso, seus olhos deixaram de ser cinzentos. – O cara do conselho, quem eu estava apaixonada, mas gostava de outra garota, achei que estava com a Emilly. – ele os olhos e sorri. – Respondendo a sua pergunta, é o bastante. – ele abre os olhos extremamente azuis, e um sorriso enorme se apodera dos meus lábios.

- Eu te amo. – ele falou me suspendendo no ar e eu dou um leve gritinho. – Muito.

- Eu também amo você Scorpius. – escutamos a porta se abri e viramos.

- Rose, seu pai está tendo um ataque de nervos. – falou Lysander rindo. Eu sorri de lado.

- Certo, estou indo. – falei começando a caminhar. Scorpius segura minha mão e me puxa para dá um selinho.

- Não vai sem mim mesmo. – fala rindo, e me puxando para fora, com ele.

.

Eu e ele descemos de mãos dadas, mas logo eu fui falar com meus pais e ele com os dele.

- Mamãe, papai! – grito e abraço os dois ao mesmo tempo. – Bichento. – começo a alisar o pelo do gato nos braços da mamãe.

- Quanto tempo querida. – fala minha mãe sorrindo. – Sentimos sua falta.

- Como minha princesinha se comportou em hogwarts? – pergunta o Ronald sorridente.

- Como um anjo. – responde Scorpius atrás de mim, eu arregalo os olhos. – Senhor Weasley, posso falar com o senhor um instante? – ele fala polidamente, e eu fico tensa.

- Claro. – meu pai sai sorrindo junto com Scorpius. Encaro tentando ler os lábios, meu pai parece perturbado, Scorpius utiliza uma calma sobrenatural, eles passam cerca de dez minutos nisso até que o senhor Malfoy aparece.

- Rôssé. – eu viro para de onde vem a voz. Tia Fleur.

- Oi Tia. – ela sorri.

- E sobér a mia porposta? – eu respiro fundo, pronta para responder.

- Infelizmente Madame Fleur, a Rose não poderá ir. – falou o senhor Malfoy atrás de mim, eu encaro curiosa.

- É, ela não pode ir mesmo. – fala meu pai sorrindo. – ela tem coisas importantes para fazer em Hogwarts. – franzo o cenho.

- O que... – antes que eu possa falar qualquer coisa Scorpius me encara risonho.

- Bom, a Rose não vai poder sair de hogwarts, por que ela tem que ficar com o seu namorado lá. – fala o doido do Scorpius pegando minha mão. E a parte estranha é que meu pai concorda totalmente.

- Oh, non sabiá quê eestava com o Marfoy. – fala ela com seu sotaque francês.

- É, eu estou. – falo mostrando as mãos.

- Beauxbatons vaaár peder uma garrota e tantu. – ela fala sorrindo e depois vira para seus filhos, conversa esquecida.

- VOCÊ NÃO ME CONTOU? – pergunta Lily começando a fazer várias perguntas, reviro os olhos. Scorpius me puxa um pouco para longe.

- Scorpius, você é doido? – pergunto rindo.

- Não, por isso que a primeira pessoa que eu falei foi o seu pai, antes mesmo de você. – ele ri. – A proposito, quer namorar comigo? – ele fala rindo.

- DÃÃ. – falo rindo. – pergunta estupida essa.

- Eu amo você. – ele ri e me beija, e então, acho que o pesadelo, nem foi tão ruim, a verdade é que se for para ser, vai ser e se for amor, nunca acabará.

"As feridas do amor só podem ser curadas por aquele que as fez."
(Publílio Siro)

FIM!