PDV Edward

-Mãe cheguei... Mãe?

Corri até ela, nunca tinha visto minha mãe daquele jeito, ela estava sentada no sofá chorando sem parar, seus olhos completamente inchados e vermelhos como se ela não dormisse a muito tempo, sua cabeça encostada em seus joelhos olhando para o vazio como se não existisse mais nada nem ninguém, fui até ela me agachei e olhei no fundo de seus olhos, ela me olhou por um breve segundo as lagrimas escorrendo por seu rosto sem cessarem, como se naquele momento o mais importante para ela fosse eu, como se ela quisesse que eu não fosse embora, ela simplesmente me abraçou, um abraço muito apertado e muito aconchegando, fazia muito tempo que minha mãe não me abraçava daquele jeito como se precisasse de mim acima de tudo.

-Mãe...-Comecei hesitante sem saber o que falar ou o que fazer, apenas continuei a abraça-la e deixando ela chorar ficamos assim por um longo tempo.

-Edward... Edward meu filho eu preciso te contar uma coisa...-Disse em meio as lagrimas.

-O que mãe?Sabe que pode me contar qualquer coisa não sabe?Não importa o que seja eu to aqui me conta!

Tentava me fazer de forte, como se nada pudesse me abalar naquele momento, mas mesmo não sabendo o motivo, mesmo não tendo a mínima idéia do que poderia ter acontecido saber que minha mãe estava naquele estado deplorável, já me fazia uma pessoa triste, o que mais me deixava triste era ver minha mãe sofrer...

-Edward... sei pai ele.. ele..-Esme não conseguia terminar a frase, como se algo impedisse ela de falar, respirou fundo, olhou no fundo dos meus olhos, pegou minha mão e em meio das lagrimas continuou.-Edward seu pai está... ele está morrendo.

As lagrimas de minha mãe vinham agora com mais força que nunca, eu ao ouvir aquilo fiquei paralisado, sem reação nenhuma teria alguma reação certa naquele momento?Chorar?Gritar?Berrar até ficar sem voz e sem força para nada?Nada disso adiantava, não iria ajudar, não iria fazer meu pai voltar para essa casa.

-Ele...-Continuou minha mãe.-Ele piorou Edward, ele já estava sem vontade de viver, ele pensava que não valia mais apena já que estavam com suspeita que ele tinha câncer, ele pegou o carro e eu não pude impedi-lo Edward eu juro que eu tentei... eu tentei filho, mas ele não me deu ouvidos apenas foi embora, e isso foi numa madrugada ele dirigiu até de mais cansado, ele acabou dormindo enquanto dirigia e bateu o carro e..-Ela não conseguia continuar a falar, e eu nem queria que ela continuasse.

Não podia deixar minha mãe ali naquele estado, tinha que ajuda-la mas como?Como ajuda-la se não consigo nem ajudar a mim mesmo?Como falar está tudo bem mãe ele vai melhorar se eu sei que não vai?

-Mãe... eu.. eu...

Ela percebendo meu sofrimento oculto, me abraço como tinha me abraçado a minutos atrás, naquele abraço pude sentir todo o sofrimento dela, e sem poder evitar as lagrimas caíram do meu rosto, a casa estava totalmente silenciosa, só dava para ouvir o choro de minha mãe e o meu, e daí que pra frente seria assim só nos dois, pois apesar de sussurrar ele vai ficar bem... sabia que não.

-Edward você tem que ir para o hospital.-Disse minha mãe ao me soltar daquele abraço.

Apenas assenti com a cabeça, me arrastando fui até meu quarto, evitei olhar dentro do quarto da minha mãe sabia que aquele sofrendo era precipitado, afinal tinha chance dele sobreviver não tinha?

Ao chegar no meu quarto, me joguei em minha cama coloquei a mão no meu rosto e deixei s lagrimas escorrerem, pois era somente isso que poderia fazer...

Fiquei um longo tempo assim, sabia que minha mãe precisava de mim lá em baixo mas não queria vê-la ate parecer forte o suficiente para enfrentar toda essa situação, mas ainda não estava pronto para enfrentar ela que estava se sentindo tão culpada por algo que era praticamente inevitável, também me sentia culpado, enquanto estava me divertindo com meus amigos minha mãe estava aqui sozinha tentando evitar que meu pai se matasse.

Foi quando pensei nos meus amigos que tive a idéia de ligar para a Bella, de todos ela era a única que eu queria conversar, não que os outro não fossem me ajudar mas com a Bella seria diferente.

Peguei meu celular e logo disquei seu numero não demorou muito para ela atender.

-Ah oi Ed tudo bem?-Sua voz estava, calma e parecia que ela estava feliz.

-Bella.-Disse tentando parecer o mais normal possível como se nada tivesse acontecido, não queria ter que contar pelo telefone o que aconteceu..-Bella por favor vem pra cá agora!

-C-claro Edward o que aconteceu?-Ela parecia realmente preocupada e assustada.

-Bella quando você chegar aqui eu te explico tudo mas por favor vem aqui, eu preciso de você comigo.-Implorei desligando o telefone.

Sem ao menos saber a resposta dela, desci as escadas limpando as benditas lagrimas que insistiam cair, minha mãe não tinha mudado muito, ainda estava sentada no sofá chorando, me sentei ao seu lado e segurei sua mão.

-Você vai querer ir no hospital comigo?-Perguntei um pouco apreensivo já que não sabia qual seria sua reação.

Ela apenas balançou a cabeça negativamente, e eu somente assenti, imaginava a sua dor e imaginava porque ela não iria querer ir, entendia minha mãe muito bem, nem eu queria ir ate o hospital tinha medo de como o meu pai poderia estar.

-Edward você vai ficar bem lá sozinho?

-Vou sim mãe não precisa se preocupar, e alias acho que uma amiga vai junto comigo.

-Edward não se deve levar as suas namoradas ao hospital.-Minha mãe agora não estava com uma voz triste, mas usava um tom repreensivo.

-Ah.. não mãe ela é minha amiga mesmo.-Ri sem humor algum. -A melhor amiga que tenho...

-Edward fico muito feliz que você tenha feito uma amiga!

-Ah eu também mãe fico muito feliz!

Minha mãe e eu ficamos conversando sobre a Bella alguns minutos contei a ela como que me sentia bem perto dela, e todas nossas confusões no acampamento, isso pareceu distrair um pouco minha mãe, eu ainda estava triste tentando evitar as lagrimas que temiam em tentar escorrer.

Fomos interrompidos pelo barulho de alguém batendo na porta, obviamente seria a Bella, levantei do sofá e simplesmente desisti de impedir as lagrimas, olhei para minha mãe e vi ela fingindo um sorriso que ainda transparecia sua tristeza

Abri a porta e quando vi a Bella pude perceber que ela já imaginara o que aconteceu, uma vez tinha dito a ela que se meu pai morresse esse seria meu fim...

Ela veio ate mim e me deu um forte abraço foi tão aconchegante e reconfortante quanto o de minha mãe.

-Edward sinto muito.

-Bella.. ele ta morrendo...-Disse deixando as lagrimas escorrerem.

-Edward ele vai ficar bem....-Disse em tom extremamente duvidoso.

-Eu sei que não Bella... vamos entre e eu te conto tudo.

Ela apenas assentiu, quando entramos na sala minha mãe ainda estava sentada no sofá, Bella lhe deu um forte abraço minha mãe retribuiu e parecia estranhamente ter gostado do jeito dela, logo saiu para eu poder contar tudo para Bella certamente não iria querer ouvir sobre ele.

Bella prestava atenção em tudo que contava, a cada palavra que dizia uma lagrima caia de seu rosto, tentei ser o mais breve possível, tentei não chorar, tentei me fazer de forte e falar que estava tudo bem, mas não consegui nada disso as lagrimas tomavam conta do meu rosto, as palavras parecia não quererem sair de minha boca, apenas o que me reconfortava era os abraços que Bella me dava quando eu parava de falar.

Quando terminei de contar tudo, o rosto de Bella estava ligeiramente vermelho e dominado por suas lagrimas, podia ver a tristeza em seus olhos a tristeza que ela sentia por alguém que nem conhecia, mas Bella tinha um enorme coração conseguia se entristecer vendo o sofrimento dos outros mas ao mesmo tempo ser forte o suficiente para dar força.

-Edward..-Começou um pouco hesitante.-Edward você quer que eu vá com você até o hospital?

Apenas assenti ter ela ao meu lado naquele momento era o que eu mais queria..

Logo ela se levantou do sofá e estendeu a mão para mim, abriu um pequeno sorriso, peguei em sua mão e me levantei do sofá nos despedimos de minha mãe, não queria deixa-la sozinha então Bella ligou para a sua mãe para poder fazer companhia para minha Esme e ela logo aceitou.

Bella e eu fomos no seu carro para o hospital, não era muito longe da minha casa, e logo chegamos o caminho todo ela perguntou se eu estava bem, e por impulso eu apenas respondia sim to bem!

Quando chegamos ao hospital ela pegou minha mão e olhou nos meus olhos ,parecia querer descobrir se eu estava realmente bem, mas não estava só de pensar em como meu pai poderia estar...

Logo estávamos na recepção dei o nome do meu pai e logo a recepcionista falou o numero de seu quarto, as visitas só eram liberados porque ele ainda estava acordado.

-Vai Edward... eu fico aqui fora.-Disse Bella quando chegamos na porta do quarto.

-Mas Bella...

-Vai, qualquer coisa eu to aqui!-Disse ela sorrindo.

Assenti com a cabeça, e entrei no quarto.

Meu pai estava melhor do que eu podia imaginar, claro estava cheio de cicatrizes, cheio de tubos, e aparelhos daqueles que quando você desliga a pessoa morre.

-Edward.-Disse ele, sua voz não passava de um mero sussurro rouco, quase impossível de se ouvir.

-Sim pai sou eu!-Disse tentando parecer feliz.

-Edward me desculpe por tudo!Por tudo que eu fiz você passar, por na ser tão presente na sua vida como deveria, por tudo Edward...

-Pai.. não precisa se desculpar!-Disse um pouco espantado.

-Preciso Edward ou ficarei eternamente em divida com você! Edward você veio ate aqui sozinho?

Espantei-me um pouco com a pergunto, mas logo me recompus e falei:

-Não ai porque?

-Chame ela!-Disse ele sorrindo.

-Co-como você sabe que é ela?

-Ouvi vocês na porta, filho posso estar morrendo mas ainda não estou surdo!

Soltei uma leve risada mesmo não estando feliz, fui até a porta e quando abri dei de cara com a Bella.

-Ah.. Bella meu pai ta te chamando.

-Eu?-Perguntou ela espantada.

-Sim você vem!-Segurei em sua mão.

Quando entrei no quarto de novo estava um pouco melhor, não importa o que acontecesse sabia que Bella estaria ali do meu lado e isso me reconfortava um pouco.

-Você é a?-Perguntou o meu pai olhando para a Bella.

-Isabella.-Disse ela gentilmente.-Mas por favor me chame de Bella!

-Ok Bella o Edward já me falou muito de você e vendo você agora posso imaginar o porque, sabe vou falar uma coisa para vocês dois e espero que levem isso por toda a vida de vocês, talvez ainda não perceberam, talvez não seja a hora de perceber, talvez isso nem faça sentindo hoje mas um dia ira fazer!Edward e Bella em vocês eu vejo dois grandes amigos e é dessas grandes amizades que nascem os grandes amores e as grandes paixões, as vezes temos alguma grande decepção na vida, mas nada... nada impede de sermos felizes outra vez, o amor é algo lindo e eterno mesmo após o termino de uma relação ainda á amor, claro as vezes conseguimos apagar esse amor mas isso só acontece se não for verdadeiro, Edward temos que nos arriscar na vida, temos que saber a hora de dar uma nova chance, temos que reconhecer o esforço de quem esta ao nosso lado e pensar ei porque você esta aqui? Bella, apesar de você não perceber vejo em você um sentimento verdadeiro, só por estar aqui com o Edward já significa algo, nesses seus olhos tão sinceros vejo uma pessoa dócil e apaixonada, de uma chance abra os olhos, e acima de tudo perceba que todos tem ma chance para ser feliz!

Olhei para a Bella ela parecia ter entendido menos do que eu, será que ele queria dizer que... não entre eu e a Bella nunca aconteceria nada.

Bella se aproximou do meu pais e se agachou ao lado de sua cama, sussurrou algo que não pude ouvir meu pai olhou para mim e apenas assentiu.

Olhei nos olhos de meu pai, sabia que ele estava indo não tinha forças nem para falar, estendeu a sua mão e logo a peguei, me agachei ao lado da Bella e olhei nos olhos dela que me olhava triste.

-Sejam felizes.-Sussurrou meu pais antes de partir.

Depois dessas palavras não podia ouvir mais nada havia somente o silencio, o silencio que tanto evitava e tanto me assombrava, o silêncio que significava uma morte, uma perda, o silêncio que significa que ele havia partido.

-Edward...-Ouvi Bella sussurrar.

Derrotado e vencido pelo silêncio apenas chorei e fui abraçado pela Bella que tentava e acalmar, mas nada ajudava nesse momento queria ir junto com ele enfrentar o silêncio junto com ele, morrer ao seu lado, não pensava em nada, nada mais importava.

Meu pai tinha morrido, e me levou junto com ele.