Andei completamente desnorteado até meu carro. Ele ainda tinha um pouco do cheiro de Stefan, e grama molhada. Meus olhos embaçados não ajudaram muito na direção, porém a mantive estável e rápida.

Cheguei em casa, larguei meu casaco no sofá, subi as escadas e me joguei na cama. Ela tinha o cheiro de Stefan, mais ainda... Me agarrei em seu travesseiro e me encolhi, chorando.

O que eu iria fazer, de agora em diante, sem ter os olhos dele para olhar de manhã? Sua mão para me acalmar, e sua voz para me confortar?

Eu o amo tanto.

 - Sr Edward? Sr? – Isabella novamente.

Por favor, que tudo o que passei tenha sido um pesadelo, implorei.

Abri meus olhos. Senti minha bochecha com lágrimas secas. Eu estava agarrado ao travesseiro de Stefan.

Aconteceu de verdade. Tudo aquilo aconteceu.

 - Meu Stefan! – chorei.

 - Shhh! Acalme-se, Sr... – disse Isabella, enquanto afagava meu braço.

Abafei meu choro no travesseiro dele...

- É o telefone, Sr Cullen. Do hospital... – murmurou.

Peguei o telefone de suas mãos, sem ao menos olhar.

 - Alô? O que houve? – minha voz estava muito embargada. Não importava...

 - Sr Cullen... Pode vir até aqui, por favor?

 - Claro, claro. Estou indo... Só um momento. – murmurei, enquanto desligava o telefone. Não esperava despedidas.

Cheguei lá em pouco tempo. Meu cabelo estava bagunçado, minha roupa amarrotada e meus olhos provavelmente inchados. Pouco importava.

 - Cadê ele? O que houve?

 - Por favor, Sr Cullen, venha até aqui.

 - Sim... - a segui.

 - Sr Cullen... – hesitou, mas logo disparou como uma máquina – Mantivemos os aparelhos ligados... Sinto muito, mas o Sr Stefan faleceu. Ele não resistiu a falha de alguns órgãos, e... – não senti minhas pernas. De repente eu estava no chão, cobrindo meu rosto com as mãos, chorando descontrolavelmente.

 - NÃO! MEU STEFAN NÃO! – chorava, berrava, e soluçava.

 - Shhh, Sr Cullen... – e me consciência se foi.

 - Edward? Querido, venha até aqui. – chamou Stefan.

 - Sim... O que foi? – perguntei, curioso.

 - Hey, olhe só essa parte de que escrevi. Sobre Hamlet, lembra-se? Então. Já fiz isso daqui, o que acha? Leia, vamos! Está aqui! – dizia Stefan.

 - Onde? – perguntei, pois só via ele, olhando para mim e o nosso guarda-roupa.

 - No guarda-roupa? – perguntei.

 - É! – exclamou, batendo palmas.

 - Stefan? – perguntei, procurando-lhe com a mão.

 - Shhh. Sou eu, Alice. Estou aqui. – afagou meu braço.

 - Cadê ele, Stefan? – solucei.

A boca dela se abriu, porém nenhum som saiu dela. Suspirou, abaixando a cabeça.

 - Não... – sussurrei.

Ela assentiu.

 - Vou embora...

 - Tudo bem... Cuide-se, não seja um tolo.

 - Não serei... – murmurei debilmente.

Fui de volta para a casa, sem a menor vontade de acelerar.

Cheguei em casa, joguei meu casaco no sofá novamente. Subi e tomei uma ducha... A água fria tentando desfazer a tensão de meus músculos. Sem sucesso. Vesti uma calça moletom, uma camisa branca e andei até o quarto. Olhei para o guarda-roupa e lembrei-me do sonho que tive... Uma estranha curiosidade me atingiu... Fui até o guarda roupa e procurei. Revirei tudo, até que encontrei uma gaveta. Trancada com chave. Desci até a garagem e peguei uma chave mestra. Abri a gaveta, sentado em cima da cama totalmente cheia de roupas jogadas. Lá haviam alguns cheques, uma caneta de pena, muito antiga, com um nome gravado nela... Edward Cullen. Lágrimas inundaram meus olhos, e uma lembrança me atingiu, não muito velha...

- Se fosse para você escolher algo, o que queria, agora?

 - Hmm. Dificil. Acho que... uma caneta de pena.

 - Uma caneta de pena? Uau. Nunca pensaria nisso.

Eu ri.

 - Pois é. Mas é algo difícil, então me contento com tudo o que tenho. E você é tudo o que eu mais quero... – disse, ao me aproximar e beijá-lo.

Lágrimas já haviam ensopado minha camiseta. Era um presente para mim, claramente, já que, meu aniversário já estava próximo... Mexi mais um pouco na gaveta e achei um livro novo, e alguns papeis saindo de dentro dele. Não tinha nome na capa. Abri-o, e as suas palavras eram...