[Hanna]

Acordei algumas horas depois e ainda estávamos do mesmo jeito.

Esses meninos tão fazendo milagre conseguindo me fazer dormir!

Mesmo com muita dor no corpo, continuei deitada. Aquele momento parecia ter me feito esquecer o que parecia ser um sentimento pelo Bill.

E então, senti os braços de Georg me envolverem.

- Bom dia! – Sussurrou. –

Levantei minha cabeça, apenas dando um sorriso tímido.

[Hanna Off]

[Tom]

É, acho que acabaram-se as esperanças para o meu irmãozinho...Pelo menos é o que parece, depois de ver a bela imagem do Gezao e da Hanna deitados no sofá.

- Nossa ein...justo na sala? Vocês não têm vergonha não? – Brinquei, terminando de descer a escada. –

- Cala a boca, Tom! – Hanna me atirou uma almofada – E aí, melhorou? – Se levantou e veio até mim. –

- Ainda ta tudo doendo, mas to bem melhor.

Escutei a voz abafada de Bill se aproximando aos poucos. Só consegui pensar uma coisa: Fodeu!

- Ah, ainda bem que você já ta acordado. Temos muito que conversar! –Ele ta pior que a nossa mãe! –

Do nada todos apareceram. Nos sentamos à mesa.

Estava parecendo um tribunal: Eu era o réu, Bill o juiz e a acusação, Hanna era minha defesa, Lunna a testemunha, e o resto era aquele pessoal que não tem nada pra fazer e fica assistindo a desgraça alheia.

- Pode começar, Tom Kaulitz. – Bill me encarava sério. –

- Então, estava eu feliz da vida, curtindo a festa, bebendo um pouco, quando resolvi andar...Vi todos vocês e logo em seguida a Lunna, mas tinham dois caras mexendo com ela. Pensei que conseguiria afasta-los de perto dela, então começamos a discutir. Perdi a cabeça e parti pra cima, mas eram dois contra um...foi aí que eu ganhei algumas manchas roxas pelo corpo. – Expliquei. –

- Foi isso mesmo Lunna? – Hanna perguntou. –

- Foi sim...

- Agora deu de querer virar defensor? Você não pensa nas conseqüências não? Não quero nem imaginar o que vai acontecer com a banda depois disso... – Bill falava irritado, batendo as mãos na mesa o tempo todo. –

- Bill, já falei ontem e vou falar hoje de novo. Foi o Tom, seu irmão gêmeo, quem apanhou – enfatizou o ‘’seu irmão gêmeo’’ – Ele teve toda razão de ir defender a Lunna, é o que qualquer um aqui faria, menos você! – Já falei que eu amo essa Hanna?! –

- Quem aqui acha que o Tom agiu mal? – Sharon perguntou e todos ficaram em silêncio – Pois é, Bill, são seis contra um...

- Tudo bem... – Bill veio em minha direção e eu levantei – Desculpa! – Me abraçou. –

- Finalmente posso ver um sinal de que meus bebês estão crescendo! – Jess comentou levantando os braços, fazendo todos rirem. –

[Tom Off]

[Bill]

Puxei Tom pro quarto.

- Não acredito, Tom!

- No que mais você não acredita? – Ficou sério. –

- Falando assim até parece que te odeio...Mas eu não acredito que você apanhou pela Lunna! – Falei todo empolgado. –

- Acho que eu to bem machucado pra você não acreditar...

- Você é meio lento de raciocínio ein...Mas então, você ta apaixonado! – Comecei a dar pulinhos de emoção. –

- Eu? Apaixonado? De onde você tirou isso? Bateu a cabeça e perdeu a noção? – Sentou na cama. –

- Mas é claro que ta! Você apanhou por causa dela! Quer prova maior do que essa? – Sentei de frente pra ele. –

- Será que eu to mesmo? – Fez cara de dúvida. –

- Você sempre fala que seria legal se um dia você se apaixonasse...Agora vai em frente! – Pulei pra cima dele, o abraçando. –

- Aaaaai, Bill, isso dói! – Disse dando tapinhas em minhas costas. –

- Foi mal, me empolguei... – sentei ao seu lado – Agora só eu que falta achar meu verdadeiro amor... – Fiz cara de triste. –

- Um dia você acha, irmãozinho! – Me abraçou. –

[Bill Off]

[Hanna]

- Essa casa ta precisando de umas comprinhas viu... – Sharon comentou ao abrir a geladeira. –

- Alguém se habilita a ir comigo hoje? – Perguntei. –

- Preguiça... – Lunna se jogou sobre a mesa. –

- Preguiça dois... – Jess falou. –

- Preguiça três... – Sharon se jogou sobre a mesa também. –

- Eu ein...grandes amigas vocês são...Podem deixar, arranjo alguém pra ir comigo. – Levantei e subi. –

Ninguém melhor pra fazer compras do que Bill Kaulitz!

Entrei em seu quarto, mesmo sem bater na porta.

- Hey! – Os dois Kaulitz reclamaram. –

- Bill, você vai comigo hoje no supermercado.

- E por que não chama o Georg? – Ficou sério. –

- O dia que ele conseguir calçar o sapato sozinho vai ser um milagre! – Tom comentou e nós rimos. –

- Então, Bill, topa?

- Ok! Mas eu não sei se quero ser atacado...

- Fique despreocupado! Isso não vai acontecer, posso te garantir. Mas então, mais tarde a gente vai. – Saí do quarto. –

O dia passou um pouco rápido e já eram mais ou menos umas quatro da tarde.

- Bill, já ta pronto? – Gritei do lado de fora do banheiro. –

- Um minuto só. – Falou com a voz meio abafada. –

- Você vai no supermercado, não casar! – Encostei na parede. –

- Pronto! – Saiu do banheiro. –

Ele estava lindo. Com um casaco preto e a maquiagem bem marcante.

- Tom, você viu a minha chave? – Perguntou pro irmão que saia do quarto. –

- Nós vamos a pé mesmo!

- Ficou louca?

- Não é longe daqui...andar faz bem de vez em quando.

Então saímos.

No supermercado, algumas pessoas o paravam pra pedir autógrafo e fotos.

Ficamos até o dia escurecer.

Como estávamos sem carro, pedimos para que entregassem tudo em casa.

- Não acredito! – Bill reclamou ao perceber que estava chovendo. –

- Vamos assim mesmo. Adoro tomar chuva! – O puxei pelo braço. –

Atravessamos a rua e corremos na chuva como dois adolescentes.

- Não agüento mais correr! E a gente já ta todo molhado mesmo... – Parou se apoiando na parede de uma casa. –

- A gente não correu nem três metros direito, Bill! – Rimos. –

- Vem aqui. – Tirou o casaco e colocou sobre a cabeça, fazendo tipo uma cobertura. Me puxou pra debaixo do casaco. –

- Seria uma boa hora pra cantar Monsoon. – Comentei e ele riu. -

Continuamos andando daquele jeito.

- Me rendo! – Abaixou o casaco que já estava todo encharcado. –

Ficamos ali, parados, nos encarando. Nossa maquiagem estava toda borrada por causa da chuva forte.

Senti um choque percorrer meu corpo todo quando Bill envolveu uma de suas mãos em minha cintura, me puxando pra mais perto dele. E então nossos rostos começaram a se aproximar, sem que nenhum dos dois dissesse nada. Quando nossos lábios já estavam quase se tocando, alguém buzinou. Nos assustamos e então imediatamente nos separamos. Pude ouvir Bill soltar um ‘’filho da puta!’’.

- Entrem logo! – Tom gritou de entro do carro. –

Bill sentou na frente, junto a Tom, e eu no banco de trás.

- Depois os dois vão secar meu carro. – brincou – Vocês são loucos, por que não se esconderam da chuva?

- Tomar chuva é bom! – Comentei. –

Chegamos em casa e todos estavam na sala assistindo TV.

- Ainda bem que eu não saí... – Sharon comentou. –

- Jess... – Fiz sinal para que ela me acompanhasse até o quarto. –

- Fala. – Sentou na minha cama enquanto eu tentava me secar com uma toalha. –

- Hoje cedo eu pensei que gostava apenas do Georg, sabe, pensei até em falar pra voltarmos...Mas agora de noite, senti como se o que eu tinha começado a sentir pelo Bill tivesse ficado mais forte, mais óbvio... – Fiquei olhando pro nada. –

- Ai Hanna, o que foi que aconteceu?

- Quase nos beijamos...mas Tom nos interrompeu bem na hora. – Revirei os olhos. –

- E agora...?

- Não sei...

[Hanna Off]

[Bill]

Tom e eu estávamos no quarto, enquanto eu me secava.

- Eu vi bem? Você e a Hanna...

- Tom, é ela, eu tenho certeza! – Falei num tom meio triste. –

- Ela o que?

- A garota que eu sempre falei que queria encontrar. Eu tenho certeza de que é ela. Nunca senti nada por nenhuma outra garota como sinto por ela!

- E eu pensei hoje que não tinha mais jeito, já que ela e o Gezao estavam dormindo no sofá juntos... – Deitou na cama. –

- Muito obrigado por me lembrar dessa parte...

[Bill Off]