[Hanna]

Assim que saí do quarto de Tom, encontrei Lunna no corredor.

- Não quero ninguém aqui em cima agora...por favor...

- O que foi que te deu? – Me encarou surpresa. –

- Nada, só não quero que incomodem o Tom...ela ta meio mal e precisa descansar. – Falei calma. –

- Eu ein...

Descemos e os outros estavam lá ainda. Bill estava uma pilha de nervos.

- Como que ele ta? – Esse garoto é bipolar? Uma hora ta bravo e do nada fica preocupado...–

- Bem machucado, mas ta bem...só precisa dormir. Você vai dormir no meu quarto e eu aqui na sala. –Eu estava realmente muito calma. –

- Mas o que foi que aconteceu? – Georg perguntou. –

- Ele me falou que bebeu, depois viu uns caras mexendo com a Lunna e foi tentar tirar eles de perto dela, mas acabou apanhando feio...Depois ele conta direito. – Expliquei. -

- E lá se vai a reputação da banda...porque com certeza alguém tirou foto. – Bill cruzou os braços. –

- Dane-se a banda! Foi o teu irmão que apanhou, não um ajudante dos bastidores. – Enfatizei o ‘’teu irmão’’. Agora eu perdi a calma. – Egoísta...

- Você não é mundialmente conhecida pra falar ‘’dane-se a banda’’! – Começou a alterar o tom de voz. –

- Olha aqui, Kaulitz, - fui pra cima dele, aumentando o tom de voz também – enfia a tua reputação no...

- Heeey! – Jess me interrompeu. –

- Ele tem que ouvir algumas verdades pra ver se vira gente! –Apontei o dedo indicador para ele. –

- Ninguém vai ouvir nada aqui, vocês tratam de acalmar agora! – Falou firme. –

Algum tempo se passou e todos continuaram acordados, menos Tom, é claro.

- Meninos e meninas, vocês precisam dormir. Principalmente nós que acabamos de fazer uma apresentação. – Jess estava um pouco nervosa. –

Gustav, Sharon e eu estávamos jogados no sofá. Lunna e Georg, debruçados sobre a mesa e Bill andando de um lado para o outro.

- Eu já fui então. – Gustav deu um salto do sofá e subiu a escada.

- Eu também. Boa noite. – Sharon foi logo em seguida. –

- Já vou indo também. Não quero saber de confusão, Ok? – Jess subiu. –

- To com sono, mas não quero dormir.

- Troca comigo então, Lunna. Faz uns cinco anos que eu não durmo.

- Não vou conseguir dormir hoje... – Bill cansou de andar e sentou na escada. –

- Problema seu! – Troquei a ferradura hoje! –

- Oow! Não vão começar de novo não. – Lunna me repreendeu – Ah quer saber, fui! – Subiu. –

Ficamos os três sozinhos ali. Não sei porque, mas sinto um leve cheiro de confusão...

Permanecemos em silêncio por um longo tempo.

- Adorei a apresentação de vocês... – Bill resolveu quebrar o silêncio – Vocês são incríveis!

- Eu não imaginava que vocês iam ficar como nós. Ficou até melhor que a gente... – Georg saiu da cozinha e sentou no braço do sofá. –

- Não exagera, Ge. Melhor que vocês não existe! – meu sonho era dizer uma coisa assim... – Nossa, agora que eu percebi, meu penteado já era. – Passei as mãos no cabelo. –

- Vou lá em cima só prender o cabelo e já volto. – Georg subiu a escada. –

Fui pra cozinha e Bill foi logo em seguida.

- Você estava simplesmente linda! – Se aproximou de mim. –

- Só porque eu tava vestida de Bill Kaulitz? – Arqueei a sobrancelha. -

- Bom, também...Mas corrigindo, você não estava, você é... – Se aproximou mais, me olhando fundo com aqueles olhos pintados de preto. Resolveu tomar atitude é? –

- Er...obrigada, eu acho... – Dei um passo pra trás, mesmo querendo dar dois pra frente. –

Eu estava quase desmontando de tanto que minhas pernas tremiam.

Bill se aproximou mais de mim, não tinha mais como eu andar pra trás porque já estava encostada na pia.

Levou uma de suas mãos até meu rosto, e antes que encostasse...

- Bill, eu acho melhor... – Escapei para o lado. –

- To atrapalhando alguma coisa? – Georg apareceu na porta. Acho que agora a coisa fica feia. –

- Não, Ge... – Fiquei sem graça. –

- Fiquei com medo de acordar o Gustav, então desisti de prender o cabelo. – Ele fuzilava Bill com os olhos. –

- Eu acho que já vou dormir. Boa noite pra vocês! – Bill subiu pro quarto. –

Ainda bem que não aconteceu nada. Nada de brigas entre os dois e nada entre Bill e eu...

Georg e eu ficamos no sofá conversando, relembrando coisas que aconteceram ao longo do ano, principalmente sobre a gente.

- Foi muito constrangedor o dia que você apareceu em casa com um buquê de flores...fiquei tão sem graça... – Disse tampando os olhos ao lembrar. –

- Até hoje ainda não entendo porque você não gosta de aliança e flores...

- Eu também não sei...só não sou muito chegada a essas coisas...

- Bons tempos viu...foi uma pena ter acabado... – Fez uma carinha triste. –

Por um momento fiquei bastante pensativa. Ele podia até estar meio obcecado, mas eu me sentia tão bem perto dele...e lembrar de tantas coisas me fez sentir um aperto forte no coração.

Me aproximei dele e deitei minha cabeça em seu peito, fechando os olhos. Senti suas mãos acariciarem meu cabelo. E depois de ficar assim por alguns minutos, acabei pegando no sono.