Amante Conquistado escrita por leel


Capítulo 15
Capítulo 15




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Entrando na cobertura, Alysia encontrou Vishous sentado em um dos sofás, o olhar perdido no chão, o dedo brincando na borda de um copo vazio. Ela aproximou-se com cuidado e parou a cerca de dois metros dele.

“Ouça, Vishous… não precisa me contar todos os seus segredos. Mas não tem problema se eu souber de algum de vez em quando. Todos temos segredos. E, às vezes, é bom se aliviar deles.”

O vampiro olhou para ela, como que avaliando a situação. Certo, estou tensa agora, ela pensou, esfregando as mãos. Depois foi a vez dela olhar para o chão, como que esperando a reação dele.

Ficou surpresa quando houve apenas um suspiro, seguido de mais silêncio.

Bom, se ele não explodiu, talvez eu possa chegar mais perto.

Sentou-se ao lado dele no sofá, a uma curta distância. Ficou observando-o por alguns minutos.

“Eu não vou julgá-lo por nada que sei de você.”

Foi o bastante. Vishous virou-se para ela e disparou a falar, sem poder conter as palavras. Falou antes que fosse tarde demais. Antes que se arrependesse.

“Você não tem noção do que é viver como se tivesse um ferro em brasa queimando cada canto seu por dentro, com a sua mente nas sombras, tentando empurrar a agonia e as lembranças pra algum lugar escuro sem nunca conseguir. Nem sabe o que é ter a sua vida tomada de você e ser tratado como um animal o tempo todo e ver cada pedaço do que era bom em você sendo destruído. E sentir tanta vergonha do que lhe aconteceu que não consegue contar nada a ninguém, transformando essa vergonha em cinismo e arrogância para sobreviver. Você se força a não se importar com ninguém, porque nunca se importaram com você e é melhor assim, para não criar laços, para não ser subjugado depois. Pensam que é um monstro sem alma? Melhor isso do que descobrirem que tem um lado sombrio, ao qual só consegue dar vazão assim.” Apontou para os aparelhos no canto da sala. “Melhor mesmo ser um filho da mãe, um miserável. E impor respeito pelo medo.”

Fez uma pausa muito breve, e continuou.

“Mas você… você não teve medo de nada disso. Ignorou todos os avisos que lhe dei. Agiu como um cão sem dono que se instala na sua casa apesar dos seus protestos. O pior… é que eu comecei a me importar tanto com você que estou questionando tudo o que sempre pensei, o que sempre fui. E não posso trazer você para o meu maldito mundo. Em qualquer outro lugar, em outra situação, você seria uma bênção. Neste momento, se eu deixar que se aproxime de mim, só vou lhe trazer dor.”

 O silêncio caiu entre eles como uma pedra pesada. Ficaram entreolhando-se pelo que pareceu uma eternidade, como se o tempo estivesse suspenso. Se ao menos Alysia soubesse o que tinha causado nele tamanho sofrimento, o que o tinha levado a tornar-se o ser duro e implacável que era…

Vishous não conseguia sondar a mente de Alysia, mas não precisava disso para saber o significado daquele olhar. Talvez, se ele deixasse todo o conteúdo de sua caixa de Pandora sair, ela compreendesse e fosse embora. Daria a ela uma última chance de tentar se safar.

“Eu lhe prometi não esconder nada. Vou cumprir minha promessa.”

Encarou-a com seus olhos diamantinos e contou-lhe tudo. O que passou exatamente no campo de seu pai, como ele o perseguia e destruía tudo o que lhe pertencia, fisicamente ou emocionalmente. A morte do jovem pré-trans que sempre o provocava. O que lhe aconteceu após a transição, quando teve de enfrentar outro vampiro e o que foi forçado a fazer depois de vencer.

Só não conseguiu contar o que seu pai lhe fez depois disso, quando tatuou seu olho direito, sua mão e sua virilha… e também sobre a mutilação.

Quando terminou, ele respirava profundamente… a um só tempo alívio e ansiedade pela reação de Alysia. Ele a odiaria se percebesse alguma pena nos olhos dela.

A expressão dela, porém, estava quase passiva. Percebeu uma ponta de perplexidade. Ele percebeu que devia ser essa a expressão que Alysia ostentava quando deparava-se com algum crime grave, desses de arrepiar os cabelos da nuca de uma pessoa comum.

A detetive também respirou profundamente, como que para se controlar. Fechou os olhos por alguns segundos. Quem sabe estivesse tomando uma decisão.

Quem sabe finalmente ela fosse embora dali e cortasse o vínculo entre eles.

Em vez disso, porém, ela se adiantou. Tomou a mão direita de Vishous, e ele não conseguiu impedir o gesto. O toque dela meio que o entorpeceu. Lentamente, ela segurou a imensa mão dele com suas duas mãos, espalmando-a e pousando-a diretamente em seu coração. Ela não se queimou ou morreu. Era como se não estivesse sentindo nada. Mas a verdade era que, bem ali onde ela havia posicionado a mão dele, ela sentia um calor. Um doce calor, selando o contato dos dois.

“Nada irá mudar o que você significa para mim. E você não significaria nada se eu não o aceitasse exatamente do jeito que é. Não me importa o quão sombrio é o seu passado. Você não pode mudá-lo. Mas pode sempre começar de novo. E tudo o que me interessa agora é o seu futuro.”

Depois, soltou a mão dele apenas para segurar-lhe o rosto com ambas as mãos, puxando-o para si. Depositou um beijo suave em seus lábios. Então forçou-o a abrir a boca. E ao fazê-lo entregar-se, também se entregou.

***

O segundo beijo é sempre melhor do que o primeiro. Era o que Alysia tinha ouvido de uma amiga quando elas ainda eram adolescentes, e a tal amiga tinha mesmo razão.

Agora que não havia o estresse da situação no beco, Alysia desfrutava de todas as sensações da boca de Vishous, que engolia a sua, como se quisesse tragá-la para dentro de si. Em contrapartida, ela explorava o corpo dele com as mãos, esmiuçando todos os detalhes possíveis. Ele era tão imenso quanto maravilhoso.  E o vampiro a apertava para junto dele, e a sensação daquela muralha em forma de macho tinha potencial para levá-la para muito, muito longe dali.

Quando conseguiu prender Alysia junto a seu corpo, Vishous fez com que ela caísse no sofá, embaixo dele. Dominando-a completamente, interrompeu o beijo.

“Nada do que eu disser vai fazer você ir embora, não é, fêmea?”

Alysia abriu a boca para responder, mas ele livrou uma das mãos para tapar-lhe a boca.

“Sem essa. Agora você só fala quando eu quiser que fale. Entendeu?”

Sem poder se mexer, Alysia só pôde lançar um olhar inquisidor, como se não estivesse entendendo a atitude dele. Mas acenou com a cabeça, lentamente.

Ele continuou.

“Eu lhe dei todas as chances para perceber com quem estava se metendo e dar o fora. Agora que você não foi, sou eu quem dou as cartas. E já que ficou, você é minha.”

De todas as maneiras.

Aliviou a pressão sobre o corpo dela e ergueu-se, mas continuou segurando os punhos dela com uma só mão, enquanto a mantinha calada com a outra.

“Vai fazer como eu mandar. E sem dizer nada. Fui claro?”

Outro aceno de cabeça. Alysia sentia seu corpo arder de desejo, mas ao mesmo tempo era espicaçada pela dúvida. Teria errado ao dar uma chance a Vishous? O que ele faria com ela agora? Ah, Deus, que ele não a levasse para aquela mesa.

Ele não faria nada contra a vontade dela… faria?

O vampiro tirou a mão da boca de Alysia, que passou a língua pelos lábios, olhando-o sem saber o que fazer.

Segurando os pulsos dela, Vishous puxou-a com alguma delicadeza.

“Fique de pé.”

Ela obedeceu. V. abaixou-lhe os braços, mantendo-os presos de cada lado do corpo dela.

“Agora vire-se.”

Assim que ela o fez, V. voltou a segurar-lhe os pulsos, prendendo-os atrás das costas dela. Chegou o mais perto que pôde e disse em seus ouvidos:

“Você. Na mesa. Agora.”

Alysia inspirou profundamente. Uma ameaça de pânico instalou-se no corpo dela, e o cheiro ácido desse medo invadiu as narinas de Vishous, que ignorou o terror dela solenemente. Dando-lhe um tranco com seu próprio corpo, forçou-a a avançar. Ao parar perto da mesa, porém, não conseguiu deixá-la à própria sorte para subir no equipamento.

Deu-se conta de que não queria provocar dor alguma nela. Jamais faria isso sem consentimento. O que Vishous tinha era uma necessidade absurda de dominar a situação. Ainda seria um Dom, e faria com que ela o obedecesse. Tudo o que acontecesse dali para a frente era responsabilidade dele. Inclusive o prazer dela.

Encostando seu corpo no de Alysia, soltou-lhe os pulsos e percorreu os braços dela até a altura do tórax. Depois deslizou as mãos, acariciando-a, chegando até seu ventre. Abraçou-a com força.

“Peça para eu erguê-la e colocá-la na mesa.”

Entorpecida pelo medo e pelo desejo, ela hesitou.

“Peça. Já.”

Alysia abriu a boca. Gaguejou.

“Co-co-loque-me na mesa.”

Ele a apertou mais.

“Não está esquecendo de nada?”

Ela pensou por um instante. Decidiu arriscar.

“Por favor.”

V. tomou Alysia no colo de uma só vez, e pousou-a na mesa. Inclinou-se sobre ela, fixando seus olhos nos dela.

“Preste atenção no que vou lhe dizer. Eu jamais a machucaria. Tudo o que acontece aqui é com consentimento de ambos. Prometo que não sentirá dor nenhuma. Mas farei as coisas do meu jeito.”

Alysia fechou os olhos. Um leve tremor a percorreu.

O vampiro prossegiu.

“Vamos dizer que agora eu serei responsável por você e por todo o seu bem-estar. Mas terá de submeter-se a mim. Diga, Alysia, você aceita?”

Ela abriu os olhos. Mordeu o lábio inferior.

Estava nas mãos dele.

Respondeu com um fiapo de voz.

“Aceito.”

“Boa menina.”

Vishous colocou os braços de Alysia acima de sua cabeça. Abriu as mãos dela e a fez segurar-se nas correntes. Depois, afundou a cabeça no pescoço dela, lambendo, sugando. Ela arqueou-se e gemeu.

“Quietinha aí.”

Olhando-a o tempo todo nos olhos,  percorreu os ombros de Alysia, chegando até o busto, apertando-lhe os seios sem muita força. Foi abrindo os botões da camisa dela, um a um, até descobrir o ventre dela, macio e liso.

Subiu na mesa, ficando sobre Alysia. Colocando as mãos por baixo dela, acariciou-lhe as costas e segurou-a firme.

“Solte as correntes para que eu possa erguê-la.” Em seguida, levantou-a até que ficasse colada nele. Alysia tentou abraçá-lo de volta, mas ele a deteve.

“Sem me tocar. Abaixe os braços.”

Tirou a camisa que a detetive usava, fazendo-a apoiar-se nos braços para soltar o sutiã púrpura que ela usava. Inclinou-se sobre ela até que deitasse novamente, e então prendeu-lhe os pulsos, sem apertar.

Beijou-lhe o ventre, demorando-se no umbigo, enquanto Alysia ofegava. Soltou o botão da calça jeans dela e a tirou, com tanta delicadeza quanto podia.

Encarou-a com um sorriso que mostrava a ponta das presas, malicioso, quase cruel. Os olhos de Alysia brilhavam, pedindo mais. Mordiscando as coxas dela, tratou de se livrar da calcinha. Desceu da mesa para apreciar o espetáculo. Ela era tão linda quanto ele imaginava, voluptuosa, macia, com curvas.

E estava ali, completamente à sua mercê. Ia tratar de compensá-la por isso.

Tirou a camisa, ficando apenas com a calça, o zíper já aberto. Voltou para a mesa, afundou as mãos no cabelo de Alysia e lembrou-se de que aquela era a primeira vez em que fazia sexo com uma fêmea de cabelo solto. Como o cabelo dela era macio. Como cheirava bem!

Ergueu-lhe a cabeça apenas o suficiente para beijá-la profundamente, sugando-lhe a língua. Depois desceu e explorou cada detalhe do corpo dela: os ossos que lhe saltavam da clavícula e o pequeno buraco na junção desses ossos. Alcançou o vão entre os seios desenhando círculos com a ponta da língua, passando para os mamilos em seguida, sugando-os com tanta vontade que parecia alimentar-se deles. Alysia deixou escapar um gemido alto e desesperado, e Vishous riu.

“Seu banquete de sensações ainda nem começou, fêmea.”

Alysia sorriu um pouquinho, e relaxou. Era a deixa que V. esperava. Foi desenhando o caminho com beijos até o baixo ventre dela, separando-lhe as pernas e aplicando pequenas mordidas na parte interna das coxas. Deu uma última mordida, com um pouquinho mais de força, não tanta para machucar a mulher em seus braços, mas o suficiente para fazê-la soltar um gritinho de surpresa.

Com as pontas dos dedos, foi acariciando a fenda de Alysia, explorando-a, provocando-a, preparando-a. Ela já arqueava o corpo quando ele introduziu dois dedos nela, fazendo-a gemer mais uma vez. Queria fazê-la gozar. Retirou os dedos e usando a boca com a mesma dedicação com que cuidou dos mamilos, passou a chupar o sexo de Alysia, fazendo-a estremecer rapidamente enquanto experimentava seu primeiro orgasmo.

Voltou a beijá-la para que não perdesse o ritmo, sua ereção roçando o ventre dela, dolorida, ansiando por libertar-se também. Apertou-a nos braços tanto quanto as algemas permitiram, erguendo-se um pouco e levantando uma das pernas dela até apoiá-la no ombro. Sem poder mais se conter, penetrou-a profundamente.

Logo ambos eram um emaranhado de gemidos e gritos e explosões de prazer.

Minha.

Não demorou para que Alysia sentisse um odor almiscarado, apimentado, excitante. Entreabrindo os olhos, admirou seu homem e deliciou-se com o prazer na expressão dele. Estaria ficando louca ou aquele cheiro delicioso vinha daquele corpo imenso?

Incapaz de pensar por causa do novo orgasmo que se aproximava, gritou. Libertando-se, ele gritou também, num clímax poderoso, inundando-a com o fruto de seu prazer.

Por fim, desabou sobre ela, juntando-se à respiração ofegante da fêmea.

Sua fêmea.


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