Sobrevivente escrita por suicide_party


Capítulo 1
CCLVII


Notas iniciais do capítulo

a GRANDE maioria da história foi tirada do conto Sobrevivente, número 16 do livro Tripulação de Esqueletos, de Stephen King (página 257). TODOS os personagens são dele. E os erros de conconrdância/gramática/etc no final são propositais.



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    Cedo ou tarde, a pergunta se apresenta a todo estudante de Medicina. Até que ponto o paciente suporta um trauma? Instrutores diferentes respondem à pergunta de diferentes maneiras mas, reduzida a seu nível básico, a resposta é sempre outra pergunta: Até que ponto o paciente deseja sobreviver?

26 de janeiro

    Faz dois dias que a tempestade me derrotou. Esta manhã, medi a ilha a passos. Que ilha! São 190 passos em sua parte mais larga e 267 de ponta a ponta.

    Que me conste, não há nada para comer nela.

    Este é meu diário, para destruí-lo facilmente se eu for encontrado (quando). Não há escassez de fósforo. De fósforo e de morfina. Há bastante de ambos. Nenhum deles vale nada por aqui, ha-ha! Então só me resta escrever. De qualquer modo, vai servir para passar o tempo.

    Se for para contar toda a verdade – E por que não? Sem dúvida, tempo não vai faltar – devo começar dizendo que não sou criminoso. Depois que meu pai morreu sem deixar meio centavo de herança tive que aprender a me virar sozinho para pagar a faculdade de medicina. Aquele maldito poço de colesterol.

    Por que estou escrevendo isto? Chega a ser quase ridículo. Não, É ridículo. O grande Dr. Pine, sentado em uma pedra, com suas calças de pijama e uma camiseta rasgada, em uma ilha menor que o Vaticano, escrevendo sobre como é uma vítima. E estou com fome! Bem, não importa, escreverei a maldita história da minha vida, se quiser. Pelo menos desviará minha mente do estômago. Eu espero.

    Também quero deixar registrado que nem sempre vendi morfina para qualquer drogado idiota só por diversão. Eu realmente preciso desse dinheiro. Depois de algum tempo fazendo residência descobri a confusão que era a farmácia do hospital. Ninguém sabia o que entrava ou saía. Tinha gente que catava remédios aos lotes. Eu, não. Sempre tive o máximo de cuidado. Nunca me envolvi em problemas.

    Não posso continuar escrevendo. Meu pulso está cansado e gastei a ponta do lápis. Aliás, não sei por que me preocupo. Daqui a pouco alguém vai vir me resgatar.

27 de janeiro

    O barco saiu à deriva esta noite e afundou uns três metros na água, ao norte da ilha. Grande coisa. Estava mais furado que um queijo suíço depois de bater nos recifes. Eu já tinha desembarcado tudo que valia a pena trazer. Quatro galões de água. Um estojo de costura. Um estojo de pronto-socorro. Este livro no qual escrevo, que deve ser um registro de inspeção do barco salva-vidas. Que piada. Onde já se viu um barco salva-vidas sem NENHUMA comida a bordo? O último registro anotado aqui foi de 8 de agosto de 1990. Oh, sim, e duas facas, uma cega, a outra razoavelmente afiada, uma combinação de garfo e colher. Vou usá-los quando eu comer o meu jantar, esta noite. Pedra assada, Ha-ha! Bem, pelo menos consegui fazer a ponta em meu lápis.

    Quando der o fora dessa pilha de rochas salpicadas de guano, vou processar a Paradise Lines, Inc. Vale a pena viver nem que seja só pra isso. E eu vou sobreviver. Vou me livrar desta. Não tenham dúvidas quanto a isso.

(mais tarde)

    Quando estava fazendo meu inventário, esqueci uma coisa: dois quilos de morfina pura, valendo cerca de 35 mil, preço da rua. Aqui seu valor é zero absoluto. Não é engraçado? Ha-ha!

28 de janeiro

    Bem, consegui comer – se é que se pode chamar aquilo de comer. Havia uma gaivota empoleirada em uma das rochas no meio da ilha. Lá, as rochas ficam amontoadas, em uma espécie de mini-montanha. Peguei uma pedra que se ajustava à minha mão e escalei as rochas o mais próximo que ousei. A gaivota continuou lá, em cima de sua rocha, fitando-me com brilhantes olhos negros. Fiquei surpreso por não tê-la assustado com os roncos de meu estômago.

    Atirei a pedra o mais forte que pude e a atingi de lado. Tentou fugir voando, mas eu lhe quebrara a asa esquerda. A maldita obrigou-me a uma verdadeira caçada: teve uma hora, no outro lado do monte central de rochas que enfiei o pé na fenda entre duas pedras e quase fraturei o tornozelo.

    A gaivota finalmente ficou cansada e acabei a pegando no leste da ilha. Botei a mão em seu miserável pescoço e o torci. O som da fratura me encheu de satisfação. O almoço está servido, ouviram? Ha-ha!

    Levei para meu “acampamento”, e a operação na gaivota transcorreu normalmente. Não pude cozinhá-la, o que foi uma pena. Afinal, não existe nada parecido com vegetação ou madeira nessa maldita ilha. E o bote afundou. Assim, comi a carne crua. Meu estômago quis expulsá-la na hora. Eu compreendi, mas não permiti que o fizesse. Contei em ordem regressiva, até parar a náusea. Isto quase sempre funciona.

    Podem imaginar aquela ave, quase me quebrando o tornozelo e ainda me fazendo correr? Se pegar outra amanhã vou torturá-la. Deixei barato com esta. Agora, enquanto escrevo, posso olhar para sua cabeça decepada, na areia. Os olhos negros com o vidrado da morte, parecem zombar de mim.

    Será que gaivotas pensam?

    Elas são comestíveis?

    Ha-ha!

29 de janeiro

    Nada para comer hoje. Uma gaivota pousou nas rochas mas não tive tempo de me aproximar. Minha barba começa a crescer e coça como o diabo. Se a gaivota voltar e conseguir pegá-la, vou arrancar-lhe os olhos antes de comer.

    Meu Deus, estou faminto!

30 de janeiro

    Hoje não havia gaivota. Isto me recorda os avisos que, às vezes, vemos nas carrocinhas lá no subúrbio: HOJE NÃO HÁ TOMATE. Entrei na água até a cintura, levando na mão a faca amolada. Fiquei absolutamente imóvel, no mesmo lugar, durante quatro horas, com o sol batendo em mim. Por duas vezes pensei que fosse desmaiar, mas contei de trás pra frente até passar a sensação. Não vi peixe nenhum. Nenhum.

31 de janeiro

    Consegui pegar outra gaivota. Estava tão faminto que não a torturei como prometi. A estripei e comi. Depois espremi as tripas e comi também. É estranho como sentimos a vitalidade ressurgir. Eu comecei a ficar um pouco assustado. Pensei ouvir vozes. A do meu pai. Da minha mãe. Do chinês que comprava morfina em Saigon.

1º de fevereiro

    Passou um avião. Voou logo em cima da ilha. Tentei subir ao monte de pedras e acenar para ele. Meu pé enfiou-se num buraco. Aquele mesmo maldito buraco que me prendeu no dia que matei a primeira gaivota, eu acho. Fraturei o tornozelo, fratura exposta. Foi como um tiro no pé. Uma dor indescritível. Gritei e perdi o equilíbrio, rolei até embaixo, bati com a cabeça e tudo ficou negro. Acordei quando já era noite. Perdi algum sangue onde bati com a cabeça, meu tornozelo havia inchado como um pneu e tive um sério caso de queimadura por exposição ao sol. Bolhas na pele.

    Arrastei-me até aqui e passei a noite chorando de frustração. Desinfetei o ferimento da cabeça, logo acima do lóbulo temporal direito. Coloquei ataduras o melhor que pude. Foi uma concussão secundária. Mas meu tornozelo... Foi uma coisa feia, envolvendo dois lugares, talvez três.

    Acho que era um avião em busca de sobreviventes do Callas. É possível que nem voltem mais por aqui. Será que mais alguém sobreviveu?

    Meu Deus, meu tornozelo está doendo!

2 de fevereiro

    Fiz um sinal na pequena praia de areia no lado sul da ilha, onde o barco salva-vidas aportou. Levei o dia inteiro, com paradas para descansar na sombra. Mesmo assim, desmaiei duas vezes. Imagino que já tenha perdido uns 12, 13 quilos, em especial pela desidratação. Espero que o próximo avião veja o sinal.

    Se houver outro avião.

    Meu pé lateja constantemente. Continua inchado e muito vermelho em volta da fratura dupla. Parece pior. Amarrando apertado com minha camisa, alivio o pior da dor, porém ela continua forte. A ponto de eu desmaiar em vez de dormir.

    Começo a pensar que talvez precise amputar.

3 de fevereiro

    Está realmente piorando. Vou esperar até amanhã. Se a operação se tornar necessária, acho que conseguirei fazê-la. Minha camisa servirá como atadura.

    Tenho até dois quilos de sedativo. Mas tenho medo de usá-los. Os compradores ficariam muito bravos se eu voltasse sem pé e sem morfina. Isso sim seria suicídio.

4 de fevereiro

    Decidi amputar meu pé.

    Há quatro dias não como e se esperar mais pode ser que não me recupere. E mesmo estando um trapo, eu quero viver. Lembro-me do Mockridge, em anatomia básica: “Cedo ou tarde, a pergunta se apresenta a todo estudante de Medicina. Até que ponto o paciente suporta um trauma? Instrutores diferentes respondem à pergunta de diferentes maneiras mas, reduzida a seu nível básico, a resposta é sempre outra pergunta: Até que ponto o paciente deseja sobreviver?”

    Acho que posso conseguir.

    Tenho certeza.

    Acho que estou escrevendo para adiar o inevitável. Mas sei o que tenho que fazer. Este talvez seja o último registro nesse livro, mas acho que vou conseguir. Não consegui sempre?

    Chegou a hora de verificar se sou tão bom como imagino. Sorte.

5 de fevereiro

    Já fiz.

    A dor era a parte que mais me preocupava. Posso suportá-la, mas pensei que, em minha condição debilitada, uma mistura de fome e agonia poderia me fazer perder os sentidos antes que conseguisse terminar.

    A morfina, no entanto, resolveu isto completamente.

    Naturalmente, houve muita dor, a maior parte dela no começo da cirurgia. Contudo, ela parecia desligada de mim, como se fosse em outra pessoa. Isso me perturbou, porém foi muito interessante. Dá pra entender?

    Logo depois de escurecer eu...

    Eu...

    Um momento, já lhes contei que estou sem comer há quatro dias? E que a única coisa de que me vali, na questão de reabastecer minha debilitada vitalidade, foi meu próprio corpo? Não faz diferença. Ninguém vai saber. Meu último ato, antes de deixar a ilha será destruir este livro.

    Fui muito cuidadoso.

    Lavei-o minuciosamente, antes de come-lo.

7 de fevereiro

    A dor no coto foi terrível. Mas acho que a arraigada comichão, à medida que se inicia o processo de cicatrização, tem sido o pior. Esta tarde lembrei de todos os pacientes que se queixavam dizendo que não suportavam a terrível e não-coçável coceira da carne amputada. Eu sorria, dizendo que no dia seguinte se sentiriam melhor.

    Nessas horas, quando a coceira se tornava insuportável, eu contava de trás para frente, começando por 100 e me dopava.

    Não sei quanto já usei, mas eu vou ter problemas com os compradores. E está acabando.

    Oh, Deus, espero que não, mas... talvez seja necessária outra cirurgia.

    100, 99, 98, 97, 96, 95, 94

    Deus Deus Deus

8 de fevereiro

    Pouco me importo se usar toda a mercadoria! Processarei todos eles, até o fim! Ficarei numa boa pelo resto da vida! De minha longa vida!

    Mais uma gaivota pousou no monte de pedras. Joguei uma pedra e a acertei, mas até eu me arrastar até onde estava, ela saiu capengando até o mar e foi arrastada pelas ondas.

    Não é justo.

    Levei quase uma hora para me arrastar de volta para meu acampamento. Por que não se limitou a fugir voando?

9 de fevereiro

   Amputei meu pé esquerdo e o envolvi com ataduras que fiz da minha calça. Curioso. Durante toda a cirurgia eu fiquei babando. Babaaaaaaando. Do mesmo jeito d quando vi a gaivota. Babando irremediavelmente. Mas obriguei-me a esperar até depois do escurecer. Fiquei contando de trás pra frente, a partir de 100... 20 ou 30 vezes! Ha-ha!

    E então...

    Fico repetindo pra mim mesmo: rosbife frio. Rosbife frio. Rosbife frio.

11 (?) de fevereiro

    Choveu e ventou forte nos últimos dois dias. Fiquei dopado durante toda a tempestade, talvez tenha chovido três dias, em vez de dois. Talvez um só. Mas acho que escureceu duas vezes. Uma pessoa não passa por uma coisa dessas em troca de nada.

    Metade do tempo estou delirando, na outra metade, meus cotos ficam coçando e a umidade faz com que doam terrivelmente.

    Ainda assim, eu não desisto, Juro. Isto não acontece por nada. Tudo isso não é em vão.

12 de fevereiro

   O sol saiu novamente, está um belo dia. Espero que eles estejam morrendo de frio lá pela minha vizinhança.

    Não foi um dia ruim, a febre que tive durante a tempestade parece ter caído. Eu estava fraco e tremendo quando rastejei para fora de meu abrigo, mas depois de jazer no sol por duas ou três horas, comecei a me sentir humano novamente.

    Rastejei para o lado sul da ilha e encontrei algas e plantas marinhas em algumas tábuas do meu barco salva-vidas. Eu as comi. Tinham um gosto terrível, era como comer uma cortina de plástico. Contudo, senti-me bem mais forte esta tarde.

    Levei as tábuas para a areia, esperei que secassem e fiz uma pequena fogueira durante a noite.

13 de fevereiro

    Encontrei um caranguejo. Matei-o e o assei na fogueira. Esta noite, quase voltei a acreditar em Deus.

14 fev

   Só esta manhã percebi que a tempestade havia desarrumado meu sinal. Ora, mas a tempestade terminou... há três dias?

   Tornei a arrumá-lo e isso me tomou metade do dia e agora estou exausto. Procurei um caranguejo onde encontrei o outro, mas nada. Cortei as mãos em várias rochas que usei pra fazer o sinal, mas imediatamente as desinfetei com iodo, apesar de meu cansaço. Devo tomar cuidado com as mãos, haja o que houver.

15 fev

    Uma gaivota pousou no alto do monte de rochas, mas voou antes que eu chegasse perto o bastante para atirar. Desejei que ela fosse para o inferno, onde poderia bicar os olhinhos injetados de sangue do padre Halilley, por toda a eternidade.

    Ha! Ha!

    Ha! Ha!

    Ha!

17 (?) fev

    Amputei minha perna esquerda na altura do joelho, mas perdi um bocado de sangue. A dor é lancinante, a despeito da morfina. O choque pelo traumatismo mataria um homem menor. Deixe-me responder com uma pergunta: Até que ponto o paciente suporta um trauma? Até que ponto o paciente deseja viver?

    Minhas mãos tremem. Se elas me traírem, estou acabado. Elas não têm o direito de trair-me. O menor direito. Afinal, cuidei bem delas por toda a vida. Papariquei-as. É melhor que não me traiam. Ou se arrependerão.

    Pelo menos não estou com fome.

Fev?

   Tirei a outra perna á altura do joelho. Dormi o dia inteiro. “Esta operação era necessária, doutor?” Haha. Mãos trêmulas como as de um velho. Eu as odeio. Sangue debaixo das unhas. Feridas. Alguém se lembra daquele modelo na faculdade de medicina, com o ventre de vidro? É assim que me sinto. Só que não quero olhar. Nem me conte.

    No entanto, fiquem sabendo que, com a terapia adequada e uma boa prótese, posso ficar novo em folha. Voltarei aqui e direi às pessoas “Isto. Foi onde. Aconteceu.”

    Hahaha!

23 de fevereiro (?)

    Encontrei um peixe morto. Apodrecido e fedorento. Comi assim mesmo. Quis vomitar, mas não me permiti. Eu VOU sobreviver. Tão maravilhosamente chapado, o pôr do sol.

Fevereiro

    Não tenho coragem, mas é preciso. Mas de que jeito vou suturar a artéria femural, em um ponto tão alto? Nessa altura, ela é tão grande quanto uma auto-estrada.

    Vai ser preciso, de algum modo. Fiz a marcação através do topo da coxa, na parte que ainda está carnuda. Fiz a marcação com este lápis.

    Eu queria parar de babar.

Fe

    Você... merece... uma folga hoje... portanto, levante-se e vá... até o McDonald’s... dois hambúrgueres... alface... queijo... molho especial... cebola... picles... e um pão com gergelim...

   Tra-la... la-la-la... la-ri-la

Feverei

    Hoje olhei meu rosto na água. Nada mais que um crânio coberto de pele. Já estarei insano? Devo estar. Agora sou um monstro, uma aberração. Não sobrou nada mais das virilhas para baixo. Apenas uma aberração. Uma cabeça presa a um torso, arrastando-se na areia, pelos cotovelos. Um caranguejo chapado. Não é como chamam a si mesmos agora? Ei, amigo, sou um pobre caranguejo chapado, pode me arranjar algum trocado?

    Hahahaha

    Dizem que somos o que comemos e, se for verdade, EU NÃO MUDEI NEM UM POUCO! Santo Deus, o choque-traumático, choque-traumático NÃO EXISTE ISSO DE CHOQUE-TRAUMÁTICO

    HA

40 fev (?)

    Sonhei com meu pai. Maldito seboso.

    Só que não há nada mais sobrando para eles cortarem fora. Ontem tirei o lóbulo de minhas orelhas.

mão esquerda lava a direita não deixe sua mão esquerda saber o que faz a direita uma batata duas batatas três batatas quatro nós temos uma geladeira com portas de prateleiras

    hahaha.

    E daí, quem se importa? Esta mão ou aquela. boa comida boa carne bom Deus vamos comer.

dedos-de-dama ele tem exatamente o mesmo sabor que dedos-de-dama

[fim]

p.s.: o livro tem contos muito bons MESMO. Vale a pena ler.


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