Normal escrita por EmyBS


Capítulo 12
PASSADO


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo... O próximo dependendo dos comentários sai sexta... Beijinhos...



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Meu corpo foi arremessado a metros de distancia preso no chão em cima de algumas raízes entre as árvores. Respirei fundo, mas não senti cheiro de sangue. Já era ruim ter meu coração disparado pela adrenalina da situação.

Vincent estava sobre o meu corpo, prendendo meus pulsos firmemente no chão com uma das mãos sobre a minha cabeça, tão firme que eu tive medo que ele os quebrasse e olhando intensamente para o meu pescoço.

- " Tão macia! Tão cheirosa! " – ele passava o nariz pelo meu pescoço sentindo meu cheiro e meu corpo tremia levemente com seu toque gelado.

Eu não tinha como me mover, não apenas pela força dele me prendendo em baixo do seu corpo, mas também pelas sensações que eu sentia por estar perto dele. Era estranho.

- " Tão apetitosa! " – agora ele percorria a língua até encontrar a minha clavícula.

Meu coração batia alucinadamente no peito a ponto de me causar dor, seria irônico ter um ataque do coração nesse momento, mas eu estava bem perto disso.

- Vincent – minha voz saiu rouca e muito baixa, mas ele escutaria mesmo que estivesse a quilômetros de distancia.

Ele me encarou com seus olhos negros de desejo e sua expressão se alterou drasticamente para uma angustia profunda.

- "Você não pode fazer isso outra vez "

- “Não a mate! Por favor, não a mate! "

- "Seja forte, você consegue, não cometa o mesmo erro."

Seus pensamentos me pegaram desprevenida, ele estava novamente percorrendo meu pescoço com a sua língua, enquanto lutava internamente.

Sua mente estava clara agora e memórias de um passado distante vinham a tona como uma correnteza.

Eu podia ver a mulher de cabelos ruivos ao seu lado sorridente, ele estava feliz e a amava, mas ainda escondia seu segredo dela.

Então as imagens ficaram obscuras, havia muita chuva, a mulher chorava enquanto corria, ele tinha seu coração em pedaços, ela se assustara com a sua revelação.

Vincent estava agachado no chão ensopado pela chuva, perdidos nos seus próprios tormentos quando ouviu o barulho do pneu derrapando.

Ele correu como o vento, mas não conseguiu chegar a tempo de impedir o acidente e foi envolvido pelo forte cheiro de sangue que vinha do corpo da mulher jogado no chão.

Eu reconhecia a moto dos seus pensamentos anteriores e estava presa as suas lembranças do passado, mas enfim eu entendia que ele nunca se envolverá realmente naquele acidente.

Vincent a pegou nos braços sem saber o que fazer realmente, ela estava muito ferida e o sangue dela fazia aumentar a sua sede. Foi nesse instante que ela sussurrou um pedido, ela tinha pedido para ele a transformar.

Ele a mordeu para transmitir seu veneno para ela, mas não largou. A sede o atacou e ele continuou sugando o sangue enquanto a mulher se debatia em seus braços até que ela parou imóvel.

- "Você não pode cometer o mesmo erro" – ele continuava a repetir sem parar.

Ele apertava meu pulso cada vez mais forte e eu soltei um gemido de dor para em seguida segurar o grito quando senti a dor alucinante do pequeno corte que seus dentes faziam no meu ombro.

Ele não me mordeu, apenas abriu um talho por onde meu sangue escorria e ele lambia delicadamente, fazendo-o sentir raiva de si mesmo por estar provando meu sangue e principalmente por ter gostado absurdamente dele.

Vincent encarou meus olhos mais uma vez, seus olhos ainda eram negros, nossos rostos tão próximos.

Ofeguei quando me dei conta do que ele pretendia fazer e tremi ao sentir a sua língua contornando o meu lábio inferior. Eu não podia fazer nada, pois ele ainda prendia meus pulsos acima da minha cabeça com uma das mãos e a outra acariciava meus cabelos.

- "Tão linda!"

Gemi sentindo a maciez dos seus lábios nos meus para recebê-lo num beijo no qual ele ia aprofundando a cada segundo numa urgência crescente aonde eu sentia o gosto inebriante do seu veneno e do meu sangue.

O beijo não era nada cauteloso e eu podia sentir a ardência do veneno penetrando os cortes que seus dentes afiados faziam nos meus lábios e na minha língua, mas eu não me importava. Tudo o que eu queria era que esse momento fosse eterno.

Não sei quanto tempo durou o beijo, mas de repente senti a brisa quente da floresta no meu corpo e eu estava sozinha, no meio da floresta como se tudo não tivesse passado de um sonho isso se não fosse pelo sangue e pela dor.

A dor do veneno estava aumento e eu nunca imaginei que queimasse tanto. – "Como eles conseguiam agüentar três dias dessa agonia?" – eu me perguntava enquanto tentava me levantar.

Voltei a me deixar cair no chão quando percebi que minhas pernas não agüentariam me sustentar deixando o veneno agir no meu corpo, ouvi os barulhos a minha volta tentando encontrar algo que pudesse me preocupar, mas não havia nada.

Perdi a noção do tempo em que fiquei ali deitada, mas não devia ter sido muito ou algum dos Cullen teria ido a minha procura ou será que Vincent não tinha voltado para eles.

- "Não, ele deve ter ido para outro lugar." - mas o que ele achava que poderia acontecer comigo me largando daquele jeito?

Eu não tinha respostas e nem achava que ele teria, seus pensamentos estavam tão confusos que eu nem tinha me dado conta que ele pretendia ir embora, mas agora eu precisava sair dali.

Pulei me colocando de pé num único salto e sorri para mim mesma, o veneno podia doer horrores, mas estava fazendo efeito, meus movimentos estavam voltando. Eu estava voltando ao normal.

A brisa me trouxe a lembrança que eu precisava me alimentar, havia um animal separado do bando, era pequeno, talvez um filhote, mas teria que servir no momento eu não tinha forças para uma caçada real.

Me virei em direção ao local aonde estaria o animal e comecei a caminhar para lá, eu ficaria extremamente feliz quando conseguisse voltar a correr. Essa lerdeza começava a me estressar nessas horas.

Eu dirigia de volta para casa tentando colocar meus pensamentos em ordem, o animal tinha sido muito pequeno, mas eu não poderia me dar o luxo de beber muito sangue de uma vez de qualquer maneira. Depois de tantos anos meu organismo não estava muito feliz com a nova mudança, eu nunca entenderia meu organismo completamente.

O corte do meu dedo estava completamente curado e o rasgo feito pelo Vincent no meu ombro estava apenas aparente, o veneno era mais difícil de desaparecer, mas com uma semana e mais sangue ele iria sumir completamente da minha pele.

Minha aparência era lastimável, meu vestido delicado estava rasgado, ensangüentado e meu cabelo possuía varias folhas secas no meio. Eu precisaria de um novo banho para retirar toda aquela sujeira de terra e sangue do meu corpo.

Fechei meus olhos e a imagem de Vincent veio em minha mente. Ele havia provado meu sangue e me beijado. Como isso era possível? Eu ainda podia sentir o gosto suave dele na minha boca. Era tão macio e gelado. Em breve eu não o sentiria mais tão gelado, mas eu sempre seria quente para ele.

- "Como ele vai reagir a quem eu sou depois disso tudo." - eu tinha duvidas se ele ficaria feliz ou irritado e não sabia o que poderia esperar.

- "Ele havia matado Jully" – esse era um outro pensamento que eu tentava esquecer.

Mas eu não podia negar, as suas memórias foram vividas, ele havia matado-a tentando transformá-la, ele havia matado a mulher que ele amará no passado, mas nesse momento eu não queria pensar nisso, nesse momento minha mente ainda estava entorpecida pelo seu beijo.

Eu estava sentada na minha janela aberta tentando inutilmente secar o meu cabelo, depois de ter colocado uma calça jeans e uma regata, totalmente perdida nas minhas lembranças desastrosas da manhã quando senti um cheiro familiar no ar.

- Nãooooooooooooooooooo

O grito escapou da minha boca desesperadamente e corri até o meu carro ainda não tinha forças suficientes para correr e eu teria que ser rápida. Isso não podia estar acontecendo. Não agora.

- “Por quê?” – era tudo o que eu podia pensar, mas não obtinha respostas.

O carro quase derrapou na curva de entrada da casa dos Cullen, eu precisava ser rápida, eu podia visualizar agora a entrada os nove vampiros, além de Jacob e Nessie estavam na varanda de entrada esperando a inesperada visita. Todos pareciam proteger Nessie que estava agarrada a cintura de Bella.

Pelo que eu podia perceber Alice não tinha visualizado um perigo imediato o que era muito bom, mas Vincent e Jasper estavam na dianteira logo atrás de Carlislie que iria receber os recém chegados.

Eu já podia visualizá-los também e joguei meu carro entre os Cullen e eles. Meu coração batia a mil pela velocidade com que eu tinha vindo – “Mas que droga eu não teria sossego para o meu coração.” – eu ofeguei ao sair do carro, eu sabia pela distancia que nenhum dos Cullen poderia me impedir.

Olhei diretamente para os três pares de olhos vermelhos a minha frente, eles haviam diminuído a velocidade ao me perceberem. O homem da esquerda de cabelos castanhos claros tinha uma expressão de puro ódio para a família atrás de mim, a mulher de cabelos também castanhos quase loiros da direita tinha os olhos confusos para toda a situação e o homem do centro olhava diretamente para mim, seus olhos vermelhos vivos nos meus negros.

Eu não sei o que passou realmente pela minha cabeça, mas eu fiz a primeira e única coisa que eu queria fazer naquele momento e para desespero de todos aqueles que estavam atrás de mim eu pulei nos braços do vampiro de olhos vermelhos que me encarava.

# Amores, por favor, respirem... #


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