Normal escrita por EmyBS


Capítulo 10
SANGUE


Notas iniciais do capítulo

Olá!!! A fic recebeu uma indicação!!! Fiquei tão vermelha quando li... Aí, olha a responsabilidade agora... Muito obrigada Costa!!!



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A semana passou exatamente no mesmo ritmo, eu ia quase todos os dias para a casa dos Cullen conversar com Nessie, e claro, sempre encontrava Jacob por lá. Era espantosa a dedicação que ele tinha por ela, na verdade não só ele mais toda a família.

Nessie me mostrou a casa dos seus pais, era realmente linda, uma casa de conto de fadas no meio da floresta e eu me tornei sua cozinheira predileta com aprovação de Jacob e Seth que passaram a aparecer mais cedo para almoçarem conosco.

Nessie manteve suas tentativas de perguntas e eu continuei dizendo meias verdades para cada um dos seus questionamentos. Para minha sorte o sol não brilhou nenhuma vez, mas eu duvidava que ela tivesse coragem suficiente de me deixar vê-la brilhar e eu tinha duvidas se eu realmente ainda brilhava mesmo que fracamente. A obsessão de Nessie estava deixando os demais bastante desconfiados.

Edward ainda estava extremamente frustrado por não conseguir ler minha mente e evitada a minha presença, na verdade ele adorava quando eu ia visitar Nessie, pois tinha mais tempo sozinho com Bella sem que ela ficasse se sentindo culpada por deixar a filha sozinha.

Bella estava encantada com o fato de a pequena Reneesme ter encontrado uma nova amiguinha, apesar da minha idade. Ela me contou da sua vida em Phoenix, me mostrou radiante seu álbum de casamento e comentou o quanto amou a sua gravidez. Bella era a felicidade personificada.

Esme me adotou como filha dividindo a função com a minha mãe, ela ia toda a noite para a nossa casa ajudá-la com as reformas e as duas passavam horas em cima de plantas e desenhos. Nunca tinha visto Mary mais feliz.

Carlisle eu praticamente não encontrava, pois ele passava o dia inteiro no hospital e quando voltava eu ia para a minha casa, então mal nos falamos, porém eu sentia sua preocupação com a minha saúde, minha fraqueza parecia mais aparente a cada dia.

Rose, apesar de não admitir, gostava da minha companhia e como ela passava boa parte do tempo com Nessie acabávamos conversando bastante. Eu não me incomodava com seu exagerado egocentrismo e Edward chegava a revirar os olhos toda a vez que eu apoiava alguma das suas neuroses.

Emmet decididamente queria me deixar sem graça em todos os minutos. Sua motivação era inesgotável e quanto mais vermelha eu ficava mais ele se empolgava, mas eu precisava admitir que eu nunca tinha rido tanto em toda a minha vida.

Alice muitas vezes tinha ataques histéricos por não conseguir ver meu futuro e por ter dor de cabeça por ficar tentando inutilmente, principalmente quando ela me incluía nas suas programações.

Jasper era o mais desconfiado apesar de não expressar isso abertamente para os outros. Ele sentia minhas oscilações de humor, mas não conseguia modificá-las como gostaria e estava muito preocupado com o seu amigo Vincent.

E Vincent quase não aparecia quando eu estava por lá, mas muitas vezes eu podia senti-lo na casa. Nas raras vezes que ele se reuniu conosco trocamos poucas palavras e ele evitava me olhar nos olhos, contudo eu sabia que ele passava as noites no meu quarto desde o primeiro dia. Todas as noites ele entrava pela minha janela, me dava um beijo na testa e se deitava nos pés da minha cama para me ver dormir.

Eu adormecia sentindo o seu cheiro delicioso de violetas meio amadeirado, incrível e único e me deixava levar pelos sonhos sabendo que lá seria o único lugar aonde eu poderia tocá-lo.

Isso me deixava frustrada. Eu não sabia exatamente o motivo que o fazia manter distancia, na verdade não só ele como Jasper também passou a não estar mais presente e no fundo apesar de não demonstrar isso me deixava muito chateada.

Não queria pensar na menina de cabelos ruivos, mas essa parecia a única explicação. No momento que ela apareceu em seus pensamentos ele se afastou de mim tão rápido quanto se aproximou e eu não conseguia encontrar outra explicação lógica.

- "Mas quem é Jully?" - suspire pesadamente enquanto pressionava meu pingente nos lábios e me jogava na cama.

Eu tinha acabado de voltar de um passeio por Seatle com Nessie, Jacob e Alice, obviamente tínhamos ido comprar roupas e Alice exagerará mais uma vez. Eu estava exausta. Shopping Center era o pior lugar do mundo para mim.

Diversas vozes na minha cabeça, a garganta ardendo desesperadoramente fazendo a sede aumentar drasticamente, a comida me enjoando, o cansaço físico normal de passar o dia em pé fazendo compras. Era simplesmente horrível.

Ouvi a porta da sala bater e me sobressaltei, normalmente eu escutava o carro da minha mãe chegando na rua e agora eu me assustava quando ela chegava em casa, meu caso era dramático.

Desci as escadas lentamente e pateticamente me segurando no corrimão, meus olhos ardiam e o mundo começava a perder sua exatidão, talvez essa fosse uma visão mais próxima dos humanos. Eu precisava comer alguma coisa.

Quando entrei na cozinha vi Mary sentada em uma das cadeiras saboreando seu arroz integral com carne de soja e meu estomago embrulhou, soja me enjoava, mas a pulsação dela me pareceu bizarramente convidativa. Fui direto para a geladeira buscar um pedaço de carne para preparar um bife.

- Olá mãe, como foi seu dia? - eu já me preparava para cortar a carne no balcão.

- Cansativo. Tivemos duas batidas na estrada. - "Eu não acredito que perdemos a criança! Céus! Era só uma criança! Carlisle estava tão arrasado"

Eu sabia como ela se sentia incapaz quando perdia um paciente e quanto mais jovem pior ela ficava, tentei imaginar como um vampiro deveria ficar nessa situação, principalmente um vampiro como Carlisle, deveria ser horrível. Estava tão distraída com nossos pensamentos e cansada que só me dei conta do que estava fazendo quando senti uma dor aguda no dedo.

- Ai!

- O que houve querida?

- Eu me cortei! - eu olhava boquiaberta para o dedo ensangüentado na minha frente.

Eu me lembrava de ter tido sempre a preocupação de não me cortar na casa dos Cullen para não sangrar, mas isso sempre me pareceu ridículo, porém agora eu via o quanto isso era uma possibilidade real.

- "Como assim se cortou? " - ela estava se levantando para vir ao meu lado.

- Deixe me ver? – sua voz era preocupada.

- "Eu estou sangrando! Eu estou sangrando! " - eu estava em pânico enquanto deixava ela ver meu dedo.

- Como isso aconteceu?

- Eu não sei. Eu me cortei com a faca.

- Com a faca? - ela me olhou desconfiada enquanto pegava a faca.

Sim, a faca era bem afiada para cortar a carne, mas isso nunca tinha sido um problema para mim, pois em toda a minha vida eu nunca havia me machucado e muito menos sangrado. Isso era desconfortável e preocupante.

- "Ela está realmente fraca! Talvez eu tenha feita tudo errado! Aonde eu estava com a cabeça! " - ela se culpava e eu não podia fazer nada, pois boa parte da culpa era dela.

- Talvez seja melhor você voltar a se alimentar. - no fundo ela não estava muito segura disso, eu sabia dos seus medos, ela tinha medo que eu fosse como meu pai no final.

- Eu não sei. Talvez seja melhor. - eu também tinha algumas duvidas na verdade.

- Você está sangrando! - ela parecia mais chocada do que eu agora.

- Isso não é bom! Faça parar! – eu quase gritava - Isso pode me causar problemas! - a imagem de Vincent vindo me visitar enquanto eu dormia e sentindo o cheiro do meu sangue fez minha voz falhar.

Ela arregalou os olhos em minha direção e pegou o kit de primeiros socorros que ficava na cozinha, enquanto eu me perguntava se ela realmente entendia o real problema que aquilo representava naquele instante.

- "Eles podem senti-la "

Sim, ela sabia do que eu estava falando e tentava camuflar o cheiro do sangue com outros produtos fortes, eu teria que trancar minha janela com cadeado essa noite, não que isso fosse algum empecilho para Vincent, mas isso poderia fazê-lo desistir ou persuadi-lo a não entrar.

Eu estava com medo! Queria poder dormir abraçada com a minha mãe, como uma criança pequena, mas eu não podia arriscá-la desse jeito. Eu me lembrava da sede que ele sentiu pelo meu sangue e eu não queria vê-lo naquele estado mais uma vez.

Suspirei - "Talvez você queira! " - o lado suicida parecia feliz com o cheiro do sangue.


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