Amor, Reflexo de Ação escrita por pehdrah
Notas iniciais do capítulo
Prefácio
— Alô? Alô? Jolly?
Era de se esperar que ele não respondesse, afinal ele estava cansado de tudo mesmo...
- Bom dia, Hannah, quer café?
- Não, Jolly, agradecido. O que houve com você esta manhã?
- Acho que nada em especial, por quê?
- Deve ser alarme falso. Esquece isso e vai lá trabalhar, anda que ainda tem bastante idéia pra você desenvolver.
E lá estava a minha mesa, com um papel com as notas das idéias que tiveram. E o computador a sua frente. Idéias que eu sabia que iam complicando ainda mais a minha vida, especialmente a minha, que tinha uma determinada mania, útil, e ao mesmo tempo inútil. Eu sou um programador. Alguns dizem até que sou um ótimo programador. Não era lá muito alto com meus 1,71m, e não praticava muitos exercícios, mas nada que me mantivesse fora de forma. Eu mantinha meu cabelo curto, pois odiava penteá-lo, pra mim isso era uma perda de tempo, E demorava um pouco a fazer a barba, nota-se que eu sou meio relaxado.
Hannah, minha companheira, mantinha seus cabelos lisos curtos, na altura do ombro. Ela era mais alta que Jolly, com seus 1,80m. Seus olhos eram azuis, e sua pele era branca. Realmente ela se parecia com uma secretária, mas ela somente me auxiliava em meu trabalho até porque ela sabia meus pontos fracos e conseguia me constranger facilmente se quisesse. Ela é bastante simpática e tinha um zelo especial pela sua forma, sendo que ela chegou a fazer um implante de silicone para acentuar os seios.
Não que isso fizesse muita diferença para mim. Na verdade, eu estava mais preocupado com o trabalho que tinha pra fazer e o pouco tempo que tinha para pensar. Alguns dizem que eu realmente conseguia pensar em coisas fascinantes em frente aquele computador, mas digamos que a minha mente não funcionava muito bem naquele ambiente.
- Sabe, Jolly, eu acho que você precisa de um descanso, ou trabalhar menos, ou sei lá... O que você faz no final de semana?
- Eu gostaria de fazer algo, mas o chefe faz tanta pressão que eu acabo perdendo meu final de semana terminando os projetos.
- Nossa. Isso é realmente chato.
- Sabe... Eu não tenho muitas alternativas. Eu tenho sorte do chefe me aturar até hoje.
- Seu chefe é que tem sorte de te ter, isso sim. Pra entregar os projetos com pouquíssimos dias de atraso.
- Que nada, Hannah. Um programador que sabe mesmo faz o que eu faço em pouco tempo.
- Mas com certeza não com o nível de optimização que você faz.
Triiiiim! Triiiim!
Maldito telefone, aquilo que eu mais odiava em minha mesa... Meu celular.
- Alo? Jolly?
- Diga, Chris.
- Foi encontrado um bug no programa que a gente fez de prontuário eletrônico pro hospital, lembra? Tem como você dar uma olhada pra mim?
- Bem, se há um bug é trabalho daqui consertar, eu vou dar uma olhada aqui, logo mais te ligo quando terminar.
- Jolly, o problema esta na parte de cadastros, está acontecendo conflito de pacientes, o hospital ta tendo problemas.
- Ta bom Chris, vou desligar agora pra ajustar isso aqui. Obrigado. Tchau.
- É... De volta ao trabalho, Jolly! Hehe.
- É... Hannah, me tira uma dúvida, eu te mostrei meu projeto individual?
- Ainda não.
- Da só uma olhada!
- Mas o que é que é isso? Parece até que eu to jogando Alex Kid em 3D.
- Ah, fala sério, ta simpático.
- Ta bom mesmo. Você podia mostrar isso pro chefe pra ver se ele arranja alguma serventia e te libera. A propósito, a trilha sonora ta boa. Você que fez?
- Sim, eu fiz com uma guitarra. E não vai adiantar mostrar ao chefe. Os programas que ele desenvolve tem a desculpa de serem estritamente práticos. Pelo menos aqui eu consigo pensar um pouco mais, penso menos, mas tenho menos distrações.
- Nem as meninas bonitas das outras mesas? – Cochichou Hannah.
- Pior que não. Acho que eu não daria certo com elas. Acho que eu não conseguiria sustentar um relacionamento afetivo por muito tempo.
- Ah, Jolly, saí dessa. Você tava assim 1 mês antes de terminar com sua namorada. Acho que o que te falta mesmo é um pouco de... Afeto. – Hannah ria com alguma malícia.
- Ah, testa essa coisa, Hannah, logo mais eu volto. – Peguei um fio dental do bolso, tirei um pedaço e fui pro lado de fora, mascando o fio dental.
Saí, bebi um copo de água, saí do recinto para tomar ar, mesmo sabendo que não surtiria efeito, mas o fiz de qualquer forma, então apertei a mão com o fio dental, até sentir dor, e quando senti, afrouxei e respirei profundamente, pensando “Vamos lá, você consegue”.
Quando voltei a minha mesa, lá estava Hannah lendo o caderno que eu guardava na primeira gaveta, porém embaixo de muitos papéis.
- Hannah, o que você...
- Mesmo se você não me amar, te amo cada vez mais... – Hannah olhou para Jolly com um sorriso que com certeza tinha um sentido a mais. Corei por um bom momento e fiquei sem palavras ali.
- Aaaaah, Jolly, eu não sabia que você era assim. Eu sabia que você precisava de afeto!
- Não enche, Hannah.
- Oooooh, o Jolly ficou nervosinho? Eu já testei o programa, ta funcionando bem. Até que eu mexi aqui e achei isso aqui na sua gaveta, achei que você fosse demorar mais e eu fosse me divertir bastante lendo isso aqui.
- É né... Acho que serei obrigado a ver o que você tava fazendo ali...
- Opa! Nem pense! Senão vou divulgar isso aqui pra quem quiser ouvir nessa empresa!
- Você sabe bem como negociar... – Olhei meio que de lado e me virei – Está bem, o que você deseja?
- Você vai sair comigo esse final de semana. E nada de Chris. Você vai sair e ponto.
- Olha... Eu não te garanto, mas eu prometo que vou me esforçar.
- Melhor mesmo. – Disse ela com aquele famoso sorriso, mostrando o caderno. – E saiba que ele vem comigo como Refém. – Em seguida ela saiu da mesa.
Mais um estresse. Agora eu realmente não vou conseguir compor aquilo que eu tanto queria. Tudo bem, são coisas que a gente tem que fazer. Apesar dos pesares eu sabia que não iria conseguir ver Hannah. Ela é muito minha amiga, mas dessa vez não daria, pois eu sabia que Chris ia ligar, me pedindo pra terminar alguma coisa. Só que a coisa foi um pouco mais forte.
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