LUMPUS E RAPUS

Seqüestrada

SOUL POV.

Já haviam se passado duas semanas desde que chegamos aqui. Maka parecia estar muito feliz com a mudança. Sempre esta sorrindo, ficou mais aberta e mais espontânea.

Ainda era estressada. Se alguém a chamasse da plana ou algo que ela não gostasse, ela metia um livro na cabeça da pessoa.

Seu famoso Maka-Chop.

Mas uma coisa não mudou. Ainda não havia contado a ela o que sentia. Ainda éramos melhores amigos.

Sempre que tentava confessar o que sentia para ela alguém interrompia. Era frustrante!

 Já não aquentava mais ficar perto dela e não poder beijá-la ou abraçá-la como eu queria. Meu coração, minha alma e meu corpo pediam a gritos para pega-la pelo braço e puxá-la para poder sentir seu corpo contra o meu. Mas podia me controlar e agir normalmente, com custo, mas conseguia.

Agora estava andando pela floresta pensando em como dizer a Maka que a amava sem que fossemos interrompidos.

Quando estava passando por certa área da floresta pude ouvir um pequeno murmuro. Não dava pra ouvir muito bem, mas o reconheci como um canto.

Comecei a andar na direção dessa voz com cuidado para não chamar atenção de quem quer que fosse. A cada passo que dava na direção que supunha vir a voz ela ficava mais forte.

Era bem familiar, mas não conseguia me lembrar de quem era.

Acabei parando atrás de uma árvore perto de uma parte mais abaixo do riacho que passava perto do acampamento. Nele havia alguém se banhando. Era a origem do canto, disso tinha certeza.

Tive que apertar um pouco os olhos para poder ver quem estava lá. E juro, que só não cai para trás ou tive uma hemorragia nasal porque fiquei muito abobado para fazer.

Bem ali, se banhando no riacho, estava Maka com os cabelos soltos e cantando uma pequena melodia.

When I see your smile
Tears run down my face I can't replace
And now that I'm stronger I've figured out
How this world turns cold and breaks through my soul
And I know I'll find deep inside me I can be the one

I will never let you fall
I'll stand up with you forever
I'll be there for you through it all
Even if saving you sends me to heaven

(Quando vejo seu sorriso
Lágrimas correm pelo meu rosto e não posso fazê-las voltar
E agora que eu sou mais forte descobri
Como esse mundo se torna frio e rompe completamente minha alma
E eu sei que descobrirei no meu íntimo que posso ser o primeiro

Nunca deixarei você cair
Eu enfrentarei tudo com você pra sempre
Eu estarei ao seu lado apesar de tudo isso
Mesmo que salvar você me mande pro céu)

Cantava Maka animada enquanto passava as mãos por seu próprio ombro e os levava a te os cotovelos.

Sua pele pálida parecia reluzir com os raios do sol que atravessavam as árvores. Seu corpo não era tão infantil como todos pensavam. O que conseguia ver era a mais pura perfeição.

Metade do seu corpo estava fora D'água no momento, me permitindo ver sua cintura fina, a curva das costas que levavam ao quadril e que tinham uma pequena cicatriz. Os cabelos quase chegando na cintura davam um toque mais provocativo.

Era realmente perfeita.

Seasons are changing
And waves are crashing
And stars are falling all for us
Days grow longer and nights grow shorter
I can show you I'll be the one

I will never let you fall
I'll stand up with you forever
I'll be there for you through it all
Even if saving you sends me to heaven

Cause you're my, you're my, my true love, my whole heart
Please don't throw that away
Cause I'm here for you
Please don't walk away and,
Please tell me you'll stay, stay

(Tudo bem, tudo bem, tudo bem
As estações estão mudando
As ondas se quebrando
Todas as estrelas caem por nós
Os dias aumentam e as noites diminuem
Eu eu posso te mostrar que serei o primeiro

Nunca deixarei você cair
Eu enfrentarei tudo com você pra sempre
Eu estarei ao seu lado apesar de tudo isso
Mesmo que salvar você me mande pro céu

Por que você é, você é, meu verdadeiro amor, de todo meu coração
Por favor, não o jogue fora
Por que eu estou aqui por você
Por favor não se vá
Por favor diga que você vai ficar, ficar)

Sua voz era a mais linda que eu já tinha ouvido. Parecia um anjo cantando.

Era fina e bem afinada. De vez em quando sua voz aumentava dando mais emoção a musica.

Podia ate jurar que uma lagrima saiu de seus olhos, mas mantinha os olhos fechados e o sorriso no rosto.

Use me as you will
Pull my strings just for a thrill
And I know I'll be ok
Though my skies are turning gray

I will never let you fall
I'll stand up with you forever
I'll be there for you through it all
Even if saving you sends me to heaven

(Me use como você quiser
Me persua sutilmente só por emoção
E eu sei que ficarei bem
Embora meus céus se tornem cinza

Nunca deixarei você cair
Eu enfrentarei tudo com você pra sempre
Eu estarei ao seu lado apesar de tudo isso
Mesmo que salvar você me mande pro céu)

Terminou cantando o refrão mais algumas vezes ate finalmente sua voz desaparecer completamente.

Comecei a me aproximar lentamente de onde estava. Não pensava, minha mente estava completamente em branco. A única coisa que realmente pensava era em estar perto dela, de voltar a tocar sua pele macia e quente.

Ela estava de costas para mim bem perto da beirada do riacho, parecia tão perdida em seus pensamentos que nem me notou chegar.

Cheguei bem perto e me ajoelhei ate ficar na altura de seu ouvido para logo depois sussurrar sedutoramente:

- Canta muito bem. – não pude evitar sorrir ao ver ela virar rapidamente para mim tampando os seios com os braços.

A visão que tinha era um corpo de um completo anjo. O ventre plano e exercitado, a cintura dando inicio ao quadril pequeno, mas com uma curva bem atraente, os braços finos cobrindo os seios pequenos.

- Soul! – exclamou com os olhos arregalados. – Seu pervertido o que esta fazendo aqui?!

- Estava apenas passando quando te ouvi cantar. – falei sem dar muita importância, mas sem parar de olhá-la de cima a baixo. – E não me arrependo de ter seguido sua voz ate aqui.

- Ora seu pervertido! – gritou mergulhando seu corpo todo na água. – Quem você pensa que é para me espiar enquanto me banho?

- Ainda posso ver muito bem seu corpo. – falei frustrando sua tentativa de cobri-lo.

Maka me olhou enfadada e tacou uma pedra em mim, acertando em cheio na minha testa. Cai para trás e tudo que vi depois foi escuridão.

Acordei um pouco depois. Os raios do sol batiam em meu rosto indicando que ainda era de dia. Ou seja, não havia ficado desacordado por muito tempo.

Comecei a abrir os olhos lentamente. Levei uma mão ate minha cabeça e esfreguei a testa lentamente, para tentar fazer a dor que sentia naquela região parar.

Olhei para o lado onde podia escutar o barulho de uma correnteza não muito rápida e acabei vendo Maka, já vestida, sentada em cima de suas pernas, penteando os cabelos com os dedos.

Uma facha de luz a iluminava completamente, fazendo com que o reflexo de seus cabelos parecessem um auréola rodeando as orelhas. Sua pele parecia reluzir e sua cauda parecia soltar brilhos dourados a cada movimento que fazia. O rosto relaxado de Maka, que estava com um sorriso no rosto e olhos fechados, era tão angelical agora quanto em qualquer outro momento.

Se antes ela já parecia um anjo, agora era mais do que isso. Nunca havia visto uma criatura tão bela quanto estou vendo agora.

- Ah! Vejo que já acordou. – falou Maka virando seu rosto na minha direção. – Estava começando a me preocupar. Acho que taquei a pedra forte de mais.

Comecei a me sentar. Maka virou seu corpo para ficar de frente para mim e me mandou uma mirada assassina.

- Mas você mereceu por ter me espiado enquanto me banhava.

- Desculpa. – falei corando ligeiramente ao lembrar do corpo nu de Maka. Ela era simplesmente linda.

O lugar ficou em um completo silencio que só era quebrado pelo barulho no riacho. Debatia-me internamente se falaria ou não pra ela.

Tudo estava propenso para falar, então qual era o problema? Ah sim... O medo da rejeição.

Respirei fundo e a chamei: - Maka.

Ela voltou a me mirar, já que estava olhando para o chão, cravando seus belos olhos jades nos maus. Perdi-me por um instante naquela imensidão ate que voltei a falar.

- Maka, já faz um tempo que descobri uma coisa, mas não queria te falar porque tinha medo da sua reação, mas agora... – me aproximei dela deixando nossos rostos a apenas centímetros de distancia. – Mas agora não posso mais suportar isso que estou guardando dentro de mim. Maka, desde muito tempo quero dize que te...

Mas antes que pudesse dizer o "te amo" ouvimos gritos e tiros. Entreolhamo-nos e coremos ate o acampamento.

Haviam varias pessoas correndo para todos os lados, gritando e se escondendo. Olhei para todos os lados tentando achar a causa de toda essa confusão.

Quando vi os guardas daquela prisão com as armas apontadas para todos os lados e atirando sem parar, não duvidei em pegar a mão de Maka e levá-la para longe daqui.

Corríamos pela floresta tentando nos afastar o máximo possível do local onde os guardas estavam. Só torcia para que não nos tenham visto.

- Soul! O que esta acontecendo? – perguntou Maka. Ao parecer não havia notado.

- São aqueles guardas. – falei apertando um pouco mais sua mão. – Não olha para trás Maka, apenas corre.

Continuamos correndo, mas ao parecer, eles estavam preparados para uma perseguição. Uns cinco ou seis guardas apareceram em motocicletas preparadas para trilhas.

Um se aproximou de nos e eu congelei a roda, fazendo-o sair voando da moto. Não iria permitir que fizessem alguma coisa a Maka.

Mas acabou que meu pior medo se tornou realidade. Maka acabou tropeçando e sua mão escorregou da minha.

Maka havia caído no chão, indefesa. Parei de correr e me virei para ir buscá-la, mas antes que eu pudesse chegar um guarda de moto parou do lado dela e a segurou pelo cabelo. Ela conseguiu escapar queimando a mão do guarda, mas logo outros apareceram e tentaram capitulá-la.

Tentei ir ate ela para ajudá-la, mas uns dez guardas me rodearam e me impediram de passar.

Lutei com os guardas, mas sempre que nocauteava um, mais outros apareciam. Isso já estava começando a me estressar. Queria ajudar a Maka e tira-la de lá em segurança.

Ouvi um grito olhei na direção que estava Maka e a vi tentando desesperadamente tirar uma espécie de coleira do pescoço. Os guardas a pegaram e a prenderam na moto. Por mais que ela se debatesse não conseguia escapar deles.

Consegui derrubar a quantidade de guardas suficientes para poder escapar. Corri ate Maka, mas a moto já tinha começado a andar em uma velocidade superior a minha. Tentei alcançá-los, mas já era tarde de mais.

Cai de joelhos no chão. Eles a haviam levando e de novo eu não pude fazer nada para ajudá-la.

Esmurrei o chão com raiva. De novo havia sido um fraco. A havia perdido de novo.

Levantei meu rosto novamente e jurei. Jurei pela minha vida que iria trazê-la de volta. Nem que isso custasse a minha vida.

MAKA POV.

Os guardas me levaram ate a prisão Baba Yaka. Não me sentia muito confortável estando lá, alem de ter o pressentimento de que havia mais que uma razão para eu estar aqui.

Ao entrarmos na prisão eles não me levaram para uma sela. Na verdade me levaram para uma sala luxuosa que tinha duas pessoas dentro: um homem e uma mulher.

O homem eu reconhece como o guarda que nos havia guiado na excursão da escola. Mas a mulher, nunca a tinha visto antes.

Ela era loira, com olhos cor meu e um corpo bem atraente. Usava um vestido preto com saltos altos e um casaco branco.

- Vejo que finalmente te achamos. – falou o homem com um sorriso macabro no rosto. – Quem diria que iríamos achar você no acampamento dos Lumpus e Rapus.

- O que quer de mim? – perguntei ríspida. O guarda me sacudiu e mandou eu ficar calada.

- A única coisa que eu quero é que você fique longe de uma coisa preciosa para mim. – falou mais serio.

- Mas o que é? Não está me dizendo coisa com coisa! – gritei tentando me soltar do guarda que segurava minhas mãos com força. – Por que nos persegue? Por que persegue ao povo dessas tribos?

- Cale a boca garota! – gritou o guarda me tacando no chão.

O homem se aproximou de mim e segurou meu queixo, levantando meu rosto para poder mirá-lo.

- Você devia ser mais educada, sabia? – falou com um sorriso presunçoso no rosto.

- Só sou educada com quem merece. – respondi ríspida.

- Pois é melhor você aprender a me respeitar, porque quem manda aqui sou eu. – falou me soltando bruscamente. – E você vai sofrer muito se não souber seu lugar. Principalmente quando você não tem seus poderes para te ajudar.

- O que quer dizer com isso? – perguntei confundida.

- Essa cólera em seu pescoço neutraliza seus poderes. – falou sem muito interesse. – Enquanto a estiver usando não poderá nem se transformar em raposa. A única coisa que pode fazer é ficar com essas orelhas e cauda.

Levei a mão ate a coleira em meu pescoço e tentei tira-la com toda a força que conseguia usar, mas ela não saia.

- Nem perca seu tempo. – falou o homem – Ela só sai com essa chave. – mostrou uma chave dourada presa em um cordão que estava em volta de seu pescoço. – Sem isso aqui você não vai ter seus poderes de volta tão sedo.

O mirei com fúria segurando as lagrimas que queriam sair.

- Podem levá-la.

Os guardas me pegaram com força e me empurraram ate chegar a uma cela vazia e sem nada.

Tacaram-me brutalmente lá dentro para logo depois fechar a porta.

Dirigi-me para um canto afastado da cela e me sentei, levando as pernas ate o peito e as abraçando com força.

Estava com medo. Aqui eu era vulnerável. Podiam fazer o que quisessem comigo que eu não poderia fazer nada.

Soul, supliquei mentalmente, por favor, não me deixe aqui. Vem me salvar.

Lagrimas saiam de meus olhos enquanto eu escondia o rosto entre os joelhos. O que faria agora?