POV THALIA

FLASHBACK 25/03/2009

Seis horas da manhã, horário que nos outros dias eu nunca pensaria em acordar, mas por hoje ser o meu aniversario é uma exceção. Fiz a minha higiene pessoal, olhei para o celular que já possuía a caixa de mensagens lotada, como sempre, me contentei apenas com uma roupa simples e um, sobretudo bege por cima, e desci as escadas, minha melhor amiga Annabeth Chase esperava-me no saguão principal, segundo meus empregados.

- Onde esta Annie ? – perguntei ao avistar uma caixa enorme.

- A senhorita Chase pediu para que você abrisse o presente que a mesma fez para você – Hefestos me apontou para o grande embrulho, que não hesitei e o abri e me surpreendi ao ver minha melhor amiga saindo dali.

- Surpresa – sorriu a mesma com um presente um pouco menor em mãos.

- Nossa obrigada – dei uma leve gargalhada ao constatar que mais uma vez ela tinha me surpreendido.

- Abra – estendeu o pequeno pacote onde fui abrindo desajeitadamente e mais uma vez surpreendo-me ao ver um porta retrato com uma foto de nos duas, no apartamento da vó da mesma em Paris, e dentro dele um cordão com uma bonequinha que abria a mesma e tinha uma foto de Annie – quero que nossa amizade seja eterna, eu já estou com meu cordão aqui, apontou para o mesmo onde tinha a minha foto dentro, só mude a foto caso encontrar seu verdadeiro amor e eu também só mudarei caso encontrar o meu verdadeiro amor – abriu um leve sorriso e eu ri.

- E Luke ? Pensei que vocês estavam praticamente namorando – comentei, já que vira e mexe via o mesmo paquerando minha amiga.

- Eu não sei, ele é tão perfeito, quem sabe – deu uma leve piscadela, que me fez gargalhar.

- Você não tem jeito – neguei com a cabeça, enquanto meu meio irmão vinha correndo e me abraçando.

- Parabéns, maninha – falava o mesmo.

- Obrigada – sorri.

- Sobrou abraço para mais um ? – meu pai Zeus, veio ate mim dando um abraço bem apertado e sussurrando, parabéns.

- E a mamãe onde esta ? – perguntei, e o sorriso em todos saiu no exato momento.

- Filha ela – não conseguiu terminar a frase, pois eu intervi.

- esta trabalhando adivinhei ? – falei ironicamente e ele apenas confirmou.

- Como sempre – bufei saindo dali sendo acompanhada pela minha melhor amiga.

Quando abri a porta do elevador, desci rapidamente e por pouco Annie ficava fora do elevador, pois tamanha foi à velocidade que entrei o mesmo já estava praticamente fechando quando ela entrou.

- Você precisa se acalmar – ela disse ofegante.

- Me acalmar por quê ? Nem no meu próprio aniversario ela esta presente – disse embargada.

- Ela trabalha Thalia, trabalha para comprar as suas roupas de grife – tentou explicar.

- Pois eu preferia mil vezes que a mesma não trabalhasse para ficar comigo eu sinto falta dela, poxa papai também trabalha e nem por isso ele fica dias fora – choraminguei.

- Amiga você sabe que sua mãe gosta de ser independente – explicou.

- Nossa você fala com uma naturalidade – ironizei afinal Annabeth também sofria do mesmo problema que eu, a mãe dela nem reparava direito nela quando repara é para criticar, acho que é por isso que eu e ela somos tão amigas.

  - Eu sei que não é fácil, mas se a minha mãe esta feliz o que eu posso fazer ? – tentou – Vamos sair de noite eu estou a fim de me divertir hoje no aniversario da minha melhor amiga – abriu um leve sorriso, essa era minha amiga, nunca deixaria que nada a fizesse ficar triste.

Saímos do prédio onde eu morava e pegamos um taxi diretamente para a casa de Annabeth onde eu só sairia para ir à boate onde pretendia levar minha amiga a noite, e esse seria o melhor quinze anos da minha vida, já que me recusei a ter festa, preferi uma viagem por toda América no final do ano.

Foi com esses pensamentos que adormeci, e tive um pesadelo.

- Então gatinha tem planos para mais tarde – um garoto se esfregou em mim e eu eventualmente sorri, podia reparar uma garrafa de Vodca na minha mão, sim eu estava bêbada, novidade.

- Claro gatinho – maliciosamente ele sorriu para mim, que o beijei.

Meu sonho foi para outra parte, nessa eu estava discutindo com minha amiga Zoe, enquanto um garoto. Acho que era o que eu tinha ficado na outra parte do sonho, sorria involuntariamente pelos olhos dele reparei, estava drogado e bêbado.

- Thalia você ira dirigir – decidiu Zoe, acho que ela estava maluca, pois eu me encontrava totalmente bêbada e não era maior de idade.

Depois outra cena surgiu, nessa o carro onde, talvez eu estivesse dirigindo, não sei, batia. Nesse momento uma nova cena veio, um moreno cuidava dos meus ferimentos em uma humilde casa, não reparei em sua face, se era bonito ou não, apenas vi que pelo modo como ele estava segurando os medicamentos parecia bastante tenso.

- Amiga acorda – Annabeth me sacudia, parecia um pouco impaciente.

- Eu dormi muito ? – perguntei e ela apenas confirmou.

- Estava engarrafado e você dormiu o trajeto inteiro – eu arregalei os olhos, não costumava sonhar tanto nem tão pouco dormir muito.

 - Nossa – corei – desculpa Annie – disse saindo do carro, onde a mesma já tinha saído há um tempo.

Subimos com Annabeth falando sobre Luke, em como o mesmo era perfeito, eu neguei a cabeça, não acreditava em perfeição e para mim Luke só era mais um idiota, mas como minha amiga demonstro gostar do mesmo eu também farei uma força para aceita-lo.

- Luke essa é Thalia, vocês, obvio, devem se conhecer, mas talvez nunca falaram formalmente então – minha amiga tinha um sorriso de orelha a orelha e o garoto parecia que me comia com os olhos, acho que é impressão minha.

- Prazer Thalia – ele sorriu me dando um beijo demorado no rosto e eu me senti meio mal com tamanha aproximação, Annabeth ate podia estar certa sobre a beleza e o jeito fofo que ele aparentava, mas estava completamente enganada quanto à honestidade do mesmo.

- Prazer – me limitei a fazer uma leve referencia.

- Annie eu também queria que você conhecesse meu melhor amigo, Perceus Jackson – quando ele falou isso, o sorriso na minha boca diminuiu e o da minha amiga também, pois conhecíamos a fama de Perceus e sabíamos que ele não era da melhor espécie.

- Annabeth – ele pegou a mão da minha amiga e deu um leve beijo na mão da mesma encarando-a, que estranhava, sabíamos que o mesmo só era assim com as conquistas dele, ou seja, ele dava em cima da Annabeth – encantado, Luke fala muito de você – sorriu e Luke também.

- Thalia Grace – dessa vez o mesmo alargou o sorriso, como se me conhecesse muito bem – vejo que nos encontramos de novo – ele deu uma piscadela e todos olharam para mim surpreendidos.

- Vocês se conhecem ? – perguntou Luke intrigado.

- Minha primeira e ate agora única namorada e a primeira garota da minha vida – o mesmo sorria triunfante e eu fuzilei este com o olhar, ninguém sabia, ate agora, sobre o meu rápido e tumultuado romance com Percy, na época que namorávamos ele era diferente, tinha brilho no olhar, mas por um motivo que nem eu sabia o mesmo mudou da água para o vinho.

- É verdade ? – insistiu Annabeth, surpreendida eu apenas balancei a cabeça afirmativamente – Amiga eu acabei de esquecer, vamos lá em cima – assenti, subindo com a mesma, já sabendo o que veria depois.

- Pode falar – cruzei os braços.

- Não acredito que namorou Perceus Jackson e não me contou – ela gritou.

- Primeiro abaixa o tom, se não quiser que todos escutem – ela respirou fundo e eu continuei -  namorei com ele no período que você morou na França por isso que não te contei, sem contar que foi pouco tempo, algo de uma semana, tínhamos 13 anos e ele mudou logo depois que bom – hesitei e a mesma ergue-o a sobrancelha fazendo sinal que continuássemos- tivemos nossa primeira vez – fechei os olhos, só escutei um grito da minha melhor amiga.

- Como é que ? – agora ela falava mais baixo, tentando assimilar as coisas – Não acredito que foi tão tola a esse ponto – negou com a cabeça.

- Ele era tão perfeito comigo, Annie esse garoto que esta ali fora não é o Percy que eu conheci - sorri lembrando-se do garoto pelo qual tinha me entregado e neguei com a cabeça.

- Nossa você é mesmo uma Bitch, como pode ser tão idiota – revirou os olhos.

- Pelo menos eu não acredito em palavras desonestas como as que Luke disse, ou você não percebeu que ele me comia com os olhos – irritei-me.

- É sempre assim não é os garotos que vão atrás de você – sorriu cinicamente a mesma – sai daqui, por favor – disse a mesma tentando conter as lagrimas e eu sai não só do quarto da mesma, como também da casa, pude notar os semblantes de todos confusos.

Quando já estava fora do imenso apartamento, que a família Chase mora, peguei meu celular e liguei para a única pessoa que me alegraria e me levaria para onde eu preciso, Zoe depois de Annabeth ela é minha grande amiga, e digamos que a mesma me acompanhe a todas as festas legais que há em Nova York.

Liguei para mesma, não demorou muito para ela atender e dizer um endereço ao qual me esperaria, não hesitei chamando um taxi para ir. No caminho o celular tocava, era minha mãe querendo saber onde eu estava, obvio, mas recusei todas às chamadas não queria falar com ninguém agora, apenas curtir o meu tão esperado aniversario.

No caminho pedi para o homem do taxi ligar numa radio, queria relaxar e naquele momento só uma música para me fazer esquecer-se da minha vida. Ele ligou a radio, tocava uma música bastante conhecida por mim “nobody’s home- Avril Lavigne” sorri como aquela música me definia sempre, lembro-me da primeira vez que a escutei, tinha brigado com a minha mãe e sai de casa, quando uma galera em frente ao meu prédio se encontrava sentados com o radio ligado, com a voz dessa cantora, enquanto um garoto tocava a música.

Cheguei ao lugar onde minha amiga me esperava, era um beco meio estranho, mas não estranhei, já que quando saia com Zoe sempre ia para esse tipo de lugares, coisa que com Annabeth nem no meu mais lindo sonho, convenceria a mesma disso.

- Oi amiga – sorri e a mesma me ofereceu uma garrafa de alguma bebida que não reconheci muito bem, não pensei duas vezes e dei uma golada.

Acordei com uma dor de cabeça insuportável, não sabia aonde estava, só avistei um garoto que não reconhecia muito bem, como no meu sonho, ele cuidava dos meus ferimentos, vestia uma roupa toda preta e usava um óculos escuro e eu percebia que também usava um óculos.

- Por que estamos usando óculos ? – perguntei bastante grogue e ainda com efeitos da bebida.

- Para tentar inutilmente que ninguém nos reconheça – ele disse colocando um pano quente na minha cabeça.

Meus olhos abriam lentamente, estava sendo carregada nos braços pelo mesmo garoto, acho que estava na casa da Annie, pois reconheci a cor do portão.

- Obrigada por trazê-la aqui, eu nem sei como te agradecer – ela sorriu.

- Thalia acorde – chamou Annabeth.

- O que foi ? – perguntei ainda sonolenta, com a minha cabeça martelando – Me desculpa Annie, por hoje cedo eu – olhei ao redor estava no quarto ao lado do dela – o que aconteceu ?

- Me diga você, a sua sorte é que um garoto te encontrou na rua, cuido de você depois te trouxe para cá – disse e eu coloquei a mão na minha cabeça tentando lembra o que aconteceu.

- Me desculpa – a mesma negou com a cabeça dizendo.

- Não precisa se desculpar, mas agora você precisa descer, já te encobri demais e sua mãe quer falar algo muito serio contigo – nessa hora o sorriso da mesma se desfez.

- O que foi mãe ? – perguntei rispidamente.

- Como você sai assim sem dar satisfação de nada eu sou sua mãe ! – berrou.

- Uma mãe que não participa da minha vida – gritei ainda mais.

- Gente se acalme, não será com brigas que resolveremos – meu pai Zeus interveio.

- Tudo bem estarei disposta a conversar, mas quando ela assumir que tem culpa no cartório – eu disse saindo dali, com Annabeth e Jason atrás de mim.

Cheguei no quarto já chorando mais dessa vez era de raiva, como a minha mãe podia ser tão mesquinha e orgulhosa ?

- Tudo bem maninha vai ficar tudo bem – meu irmão me abraçou.

- Thalia não deixe que isso atrapalhe os últimos momentos do seu aniversario – Annabeth disse com um bolo nas mãos – feliz aniversario – sorriu travessa.