Baile de Máscaras escrita por Mab


Capítulo 1
OneShot


Notas iniciais do capítulo

a melhor fic que eu já fiz na minha vida!
eu amei escrever isso mais doque qualquer coisa que eu ame !o/
espero que vocês gostem tanto quanto eu ! *-*



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É esta noite, mais uma noite de festas sendo arrastado pelo meu pai. Tudo bem, eu podia aguentar. Já sabia mesmo que existia uma espécie de área aberta atrás do salão. Então não poderia ser ruim. Eram só alguns casais se pegando pelos cantos. Só isso, como em todas as outras festas.

Amigos? Serão sempre como o amor materno, impossíveis para mim. Acredito que minha mãe sempre será à noite: Aconchegante, carinhosa, compreensiva. Jamais poderei esperar amor de outra pessoa além do meu pai. Menos ainda da mulher dele. Isso mesmo! Neferet não é minha mãe, é minha madrasta. Coisas completamente diferentes! Essa idéia de ser a mesma coisa é completamente irracional!

Meu pai, Kalona, disse que havia comprado dois pares de asas. Acontece que se ele acha que eu vou de “imortal” como ele, meu pai enlouqueceu! Já Neferet disse que ia de uma tal deusa chamada Nyx. Comprou lentes e tudo mais. Ela diz que Nyx é a deusa da noite e algumas coisas assim, só que Neferet não chega nem perto dela, já que assim que o sol se põe ela já está morrendo de sono e dorme antes mesmo das 10! Mas, afinal, era um baile de máscaras ou festa a fantasia?

O dia havia sido quente, o que indica uma noite mais calorosa do que as outras. O horário havia chegado. Eu, simplesmente com uma calça jeans e uma camiseta acompanhada de uma camisa xadrez aberta por cima entrei no carro do meu pai e fomos até a festa. Antes que eu pudesse pular do carro meu pai disse: “Filho.” O que significava: “Vamos pra casa mais cedo, volte mais tarde!” E que era incrivelmente irritante. Sabia que nos motéis eles servem café-da-manhã e agradecem?

Eu vou voltar pra casa quando quiser, estejam eles lá ou não. Bati a porta do carro com frustração e fui direto para a área aberta. Então repito a pergunta enquanto passo pelo salão: isso é um baile de máscaras ou uma festa a fantasia? Eu podia contar nos dedos quantas pessoas estavam de máscara: NENHUMA!

Aquela área isolada estava bem menos movimentada do que eu imaginei. Era uma festa que a prefeitura estava realizando para arrecadar fundos. Como eles conseguiram alugar o salão? Eles sempre dão um jeito para isso. Sentei em uma dos bancos de cimento perto a beirada da área e encarei a lua me perguntando por quanto tempo eu poderia admirar seus brilhos e receber seus abraços em forma de vento. Foi então que a primeira brisa veio. Toda a frustração e o peso nos ombros foram embora. Era como um aconchego de mãe, a mãe noite. Me derramei sobre o banco e tomei conta dele inteiro. Suspirei profundamente, além da música alta lá dentro eu ouvia um belo silêncio enquanto admirava algumas estrelas ao redor da lua. E tudo se tornou mais agradável quando ouvi a voz dela. Não estava perto, mas era fácil ouvir. Até já conseguia imaginar seus belos cachos dourados se balançando. Agora junto ao vento que acabara de chegar. Era como um aviso, sempre ventava quando ela estava próxima.

-Olá Rephaim! – Zoey me disse parando a minha frente com sua amiga Stevie Rae.

-Oi Zoey. – Dei espaço para se caso elas quisessem sentar e cumprimentei Stevie Rae apenas com a cabeça. Ela respondeu igualmente.

Zoey era uma das poucas pessoas com quem eu falava. Nós nos dávamos bem, mesmo o tal do “padrastotário” dela ser contra a minha madrasta. E era só por isso que me sentia mais a vontade falando com ela. Nós entendíamos bem o mesmo lado da corda. Não é simples nem fácil saber que tem outra pessoa no lugar de alguém que você queria ter por perto. Não quando um deles é quem você mais poderia ter amado.

-Por que você não está lá dentro dançando como todas as outras pessoas? – Ela disse se sentando ao meu lado, e então Stevie Rae se sentou ao lado dela.

-Não gosto disso. Posso perguntar o mesmo de vocês? Olha que vocês estão fantasiadas. – Disse sorrindo.

-Bom... – Zoey pareceu hesitar.

-Viemos descansar. – Stevie Rae disse pela primeira vez.

Sabia que elas estavam mentindo, mas eu sorri como quem acredita. Stevie Rae estava com roupas de cowboy, ou no caso dela, cowgirl. Como esperado, mas não imaginei que ela ficasse mais bonita assim. Já Zoey estava vestida de algo que não consegui entender. Ela estava estranha. Usava um vestido comprido vermelho, qual me lembrava um pouco vampiros, mas também estava usando uma pulseira com desenho esquisito. E tinha falsas tatuagens de teia de aranha em seu braço que me fizeram imediatamente pensar em bruxas... Mas nada superava a beleza de Stevie Rae, talvez nem ela mesma pudesse fazer isso.

-Zo! Encontrei vocês! – Um cara estranho chegou. E sua roupa era tão esquisita quanto ele próprio.

-Droga. – Ouvi Zoey murmurar quase silenciosamente – O que foi Heath? – Ela voltou sua voz ao tom normal.

-Vamos lá dentro dançar.

O olhar de Zoey implorou para si mesma uma resposta inteligente para que não fosse e o convencesse  disso.

-Não dá. To cansada. – Sua voz vacilou.

-Vamos Zo! Sei que você não tá.

-Nós estávamos conversando. – Olhei para o cara soando meio autoritário. Eu poderia estar sendo grosso, mas se Zoey precisava de ajuda, eu daria.

O tal Heath me olhou estranhamente, como se quisesse acabar comigo ali mesmo. Ignorei, e voltei a olhar a lua. Zoey me tocou discretamente, e quando a olhei ela agradecia pelo olhar. Assenti com a cabeça e olhei rapidamente para o cara que ainda me olhava torto. Foi quando outro cara chegou.

-Achei que todos vocês já tinham sumido. Stevie Rae, Dallas ligou. Disse que não pode vir.

-Ah, tudo bem. – Senti decepção em sua voz, e ela abaixou a cabeça.

-Vamos lá pra dentro. – O outro cara que havia chegado pegou Zoey pela mão e a puxou. Dessa vez não pude ajudá-la, mas não me preocupei. Porque agora era Stevie Rae quem estava suplicando a si mesma alguma força para conter a expressão que mantinha desde que recebera a notícia. Heath, o cara estranho havia ido atrás de Zoey, deixando apenas eu e Stevie Rae. Sozinhos.

Mas esse não era o melhor momento. Ela sentia culpa por si mesma. A ouvi suspirar e se levantar. Então a observei. Ela tinha parado perto da beira, e como não estávamos no térreo podíamos enxergar lá em baixo. Ela viu algo e ficou chocada, tão chocada que só conseguiu dar alguns passos pra trás e cair sentada no banco com as mãos no rosto tentando esconder um choro.

-O que aconteceu? – Me aproximei dela arrastando meu corpo pelo banco, a toquei leve no ombro e ela desabou.

-O Dallas estava abraçado com outra garota! – Stevie Rae chorava descontroladamente.

Agora estava prestes a fazer uma coisa que jamais imaginaria que fizesse: eu iria tentar convencê-la que não era o cara que ela gostava. Não fazê-la esquecer dele como eu queria.

-Talvez não fosse ele. – Me agachei a sua frente.

-É ele sim, tenho certeza! – Ela havia se acalmado.

-Mesmo?

-Sim. – Ela fungou.

-Lamento.

-Tudo bem. Eu já devia esperar isso mesmo. Todos são iguais! – Algumas lágrimas voltaram a escorrer.

-Calma. – Sequei uma das lágrimas e acariciei a bochecha dela. Eu havia entendido o que ela disse, mas não me senti tão ofendido, já que ela estava tão deprimida assim.

-Não... – Ela fungou outra vez e me olhou profundamente – Você é diferente.

-Sou? – Me senti um pouco feliz em ouvir aquilo.

-Acho que sim. – Ela sorriu dando um fim as lágrimas – Nenhum cara que eu conheço faria isso que você está fazendo.

-E isso seria um elogio? – Não aguentei e abri um pequeno sorrisinho.

-É, acho que sim. – Ela continuou me encarando profundamente. Sorri levemente e ela corou – Posso perguntar uma coisa?

-Claro.

-Como você vê a Zoey? – Ela perguntou quase decepcionada.

-Como uma amiga.

-Mais profundo... – Ela pediu.

-A única amiga? – Perguntei se era isso que ela queria ouvir.

-Mais...

-Como uma irmã.

-Irmã? Só isso?

-Por quê?

-Ah, a Zoey é bonita e... Tem um monte de garotos bonitos que são afim dela. Na verdade eles amam ela. – Ela abaixou a cabeça.

-A Zoey é como uma irmã pra mim, porque não foi ela que me conquistou. – Sorri levemente, entendendo o motivo da decepção dela.

-Não? – Ela pareceu aliviada, mas ainda meio triste – Quem foi?

-Bom... – Hesitei, não sabia se devia falar ou não.

-Vamos fazer um jogo então. Você me diz a primeira letra e eu tento adivinhar, assim eu me distraio um pouco.

-Tá... ‘S’.

-‘S’? Sophie? – Perguntou duvidosa e sorrindo.

-Não. – Sorri.

-Tá, a segunda letra.

-‘T’.

-Ah, você só está complicando! ‘T’? – Ela pensou – Stella?

-Não. – Ri baixinho – ‘E’.

-‘E’? Tem certeza que não é Stella?

-Tenho.

-Tudo bem. – Ela pensou de novo – Passo pra próxima letra.

-‘V’.

-‘V’...? – Ela confirmou e eu assenti. Então seus olhos se arregalaram e ela ficou sem ação – Não sei, quem é? – O tom brincalhão foi embora e ela estava meio surpresa.

-Ahn... – Não sabia se devia falar. Desviei o olhar e disse baixo, mas num tom normal – Você.

-Ah... – Ela estava confusa e não conseguia falar – Acho que eu vou lá falar com a Zo. – Ela disse buscando uma saída.

-Tá. – Levantei, dei um passo para trás e me virei de costas para ela e encarei a lua.

Ouvi ela se levantar. Ela deve ter parado alguns segundos atrás de mim. Então veio e parou na minha frente. A olhei e ela olhava firme para mim.

-Obrigada. – Disse com um pequeno sorriso enquanto ficava na ponta dos pés e segurava na beirada aberta da minha camisa.

Stevie Rae inclinou um pouco a cabeça e me deu um longo selinho. Não sabia o que realmente ela queria, então não fiz nada. Ela ficou daquele jeito por um tempo, então eu achei que pudesse, mas quando entreabri um pouco os lábios ela se abaixou e saiu. Encarei o chão, pensando se eu havia acabado de estragar aquela única oportunidade. Vi o chapéu que ela usava no chão. Provavelmente caiu quando ela tocou seus lábios nos meus. Abaixe-me lentamente e apanhei o chapéu. Agora com uma grande culpa sentei no banco novamente, com o chapéu dela na mão. Não olhava para ele porque não achei que ela fosse voltar para buscá-lo, então só encarei a lua. Por um longo tempo.

-Stevie Rae me contou. – Zoey chegou e sentou ao meu lado.

-Hum... – Murmurei enquanto ainda olhava a lua – Veio buscar o chapéu dela? – Mostrei, olhando para Zoey.

-Não, vou deixar ela mesma vir buscar isso. – Ela sorriu.

-Tá.

-Por que você não vai lá dentro dançar com ela?

-O que? – Olhei assustado para ela.

-Dançar. É um bom começo.

-Não. Dançar não é comigo. – Menti.

-Tá. – Ela deu uma leve risadinha. Mas logo parou e encarou o céu também – Ele tá dançando com outra. Ela ainda tá meio mal.

-Ele quem? O Balas? – Encarei a lua.

-É Dallas. – Ela riu – É, ele mesmo.

-Por que você não fala com ela? É sua melhor amiga.

-Porque Heath e Stark não saem de perto. É por isso que vim aqui.

-Olha, que ótimo. Daqui a pouco vou tá todo arrebentado por ficar protegendo você.

-Mas é sua obrigação. Você é meu irmão esqueceu? –Ela disse sarcástica.

-É, seu irmão. – Ri.

-Sabe, você poderia me ajudar.

-Ajudar como?

-Eu posso encarar os dois, mas você tem que conversar com a Stevie Rae. – Ela disse calma e um pouco séria.

-Ela nem deve mais querer me ver.

-Eu não diria isso.

-Pode parar Zoey.

-Eu só tava querendo te ajudar, irmão mais velho mal agradecido. – Ela zombou.

-Irmã mais nova travessa! – Retruquei e nós rimos.

-Melhor eu voltar antes que os dois acabem com você mesmo. – Ela sorriu – Boa sorte.

-Pra você também. – Sorri.

-Obrigada! – E ela entrou no salão.

O que eu deveria fazer? Eu não entraria no salão e a tiraria pra dançar. Na verdade, eu não gostava de dançar esse tipo de musica nesses lugares. Bom, na verdade, não sei nem se eu sei dançar, mas tudo bem. Então aquele tal de “Balas” estava realmente com outra. Lembrei de como ela se magoou quando o viu. Tudo bem, ele veio. Mas não com ela, isso é o pior. Nem na pior das hipóteses acho que eu faria isso. Bem, não com a Stevie Rae. Era ruim só em lembrar ela daquele jeito. Sem aquela animação típica dela, o sorriso... Apenas lágrimas. Afastei-me desses pensamentos quando uma forte ventania veio. Ela estava ameaçadora para os outros, e fria, muito fria. Mas era aquele tipo de “abraço” que eu mais gostava. Mãe sabe, mãe sempre sabe. Suspirei e relaxei. Não faria nada em relação a isso. Não poderia fazer nada mesmo.

-Você não se incomoda com esse vento? – Era ela, Stevie Rae.

-Não. Eu gosto. – Dei um curto sorriso. O vento ainda estava forte, ele brincava com seus cachos loiros e até seu colete de couro se mexia.

-Seus mistérios. – Ela riu baixinho e se sentou ao meu lado.

-Meus mistérios? – Perguntei confuso a observando.

-É, não sabia de muitas coisas que eu descobri hoje. – Ela me olhou.

-Como o que?

-Que você gosta de ventos fortes e frios. Que você é educado. Que é diferente dos outros... – Ela sorriu.

-Obrigado? – Perguntei um pouco animado.

-De nada. – Stevie Rae riu – Meu chapéu. Nem dei falta nele! – Ela apontou para o chapéu na minha mão.

-É, acho que caiu quando você saiu.

-Eu acho que não. – Ela foi sincera e desviou o olhar.

Apenas sorri e ofereci o chapéu pra ela. Ela pegou e me observou.

-Eu sabia que era ele. – Stevie Rae voltou me olhar e tinha um olhar triste.

-Não precisa ficar assim. Você vai superar.

-Já superei. – O brilho nos seus olhos voltou. Ela parecia uma nova pessoa.

-Bom, então você é forte. – Sorri.

-Não mais que você. – Ela retribuiu o sorriso.

-Por quê?

-Por guardar o que você sentia. Se fosse eu, não tinha aguentado os três primeiros dias. – Ela riu e eu ri junto um pouco sem graça – Sabe por que esse é um baile de máscaras sem máscaras? – Ela me perguntou com as bochechas um pouco vermelhas.

-Por quê?

-Porque as únicas que tinham caíram. – Stevie Rae abriu um pequeno sorriso e se levantou. Deu alguns passos até chegar perto da beira e fez um sinal para que eu fosse, eu fui e ela segurou minha mão.

-Quais? – Perguntei olhando para onde ela olhava. Era o tal Balas se pegando com uma menina.

-A de Dallas, que na verdade fingia ser gentil. – Ela se virou pra mim e me virei para ela segurando sua outra mão – A minha, por fingir que nem te conhecia mesmo já sentindo algo por você. – Ela vez uma pausa e soltou nossas mãos. Então ela ficou na ponta dos pés de novo e dessa vez se apoiou em meus ombros e olhou profundamente – E a sua, por guardar isso sem que ninguém desconfiasse.

Ela fez como antes, me deu um longo selinho. Mas desta vez eu segurei-a pela cintura e aprofundei quanto pude aquele nosso beijo.


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Notas finais do capítulo

reviews ? :B