Um Dia Daqueles escrita por Shakinha


Capítulo 4
Ayame




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Ayame acordara cedo e estava preparando o café quando Minne chegou na cozinha com cara de quem não tinha dormido direito.

- Minne? O que houve?

- Acho que gripei, chefinho… (espirra) Não vai dar pra ir trabalhar hoje…

- Ih… Hoje só pode ser sexta feira 13! (olha o calendário) Pior que é mesmo! Volte pra cama, Minne, eu cuido das coisas hoje.

- Obrigada!

Ela deu um beijinho no rosto dele e voltou para o quarto. Ele sentou na mesa com uma xícara de café, olhando o que tinha que fazer no dia.

- Aiai, tenho tudo isso pra terminar… E ainda por cima, sozinho! AH!!

Ele se descuidou um segundo e a xícara caiu, derramando café quente em seu colo.

- QUENTE!! QUENTE!!

Pega um copo de água na pia e joga em si mesmo.

- Nada mal pra começar o dia. Tomara que meu real corpinho não fique marcado. – Olha para o relógio. – Hora de abrir a loja.

Ayame troca de roupa novamente e desce para a loja. Era uma sorte morar logo acima da loja, senão ele apostava que ia chegar atrasado para abrir. Estava tudo correndo bem, até... Um fio desencapado soltou umas faisquinhas.

- Hmm. Preciso chamar um eletricista. Mas... Isso vai me fazer gastar. Pra que gastar se eu posso consertar?

Subiu de novo.

- Minne!

- Sim, chefinho? – Ela respondeu do quarto.

Ele foi até lá.

- Você sabe onde está a caixa de ferramentas?

- Ta onde você deixou. Você nunca mexe nela, por que resolveu mexer hoje?

- Vou consertar uma coisinha na loja.

- Só não explode tudo, ok?

Ele riu e foi até o quartinho onde os dois guardavam coisas que nunca usavam. O lugar era cheio de tralha e a tal caixa de ferramentas estava numa prateleira alta.

- Ah, então está aí.

Ele se espichou um pouco e não alcançou. Subiu em uma caixinha (que ele nem sabia o que tinha dentro) e ainda assim não alcançou. Pôs uma caixa em cima da outra e ficou na ponta dos pés.

- Peguei!

Nessa hora, a caixa caiu com tudo em cima dele, que despencou das caixas e levou um belo tombo fazendo um estrondo.

- Chefinho??? – Minne chegou correndo de robe cor-de-rosa. – O que aconteceu??

- Aii...

Minne ajuda Ayame a se levantar e dá um jeitinho na bagunça, jogando tudo pra dentro do armário de novo e fechando a porta.

- Minne, é melhor você voltar pra cama. Eu cuido de tudo hoje. Ai...

- Você é quem sabe, mas não vou dormir antes de colocar gelo na sua cabeça.

Só que, quando ela pegou o gelo, tropeçou e jogou sem querer o gelo na cara dele.

- Ai!

- Desculpa!!

- Sem problemas, agora vá dormir que você ta precisando.

- Ok.

Ela vai pro quarto e Ayame volta pra loja.

-Hm, que cheiro estranho. Na verdade, que cheiro ruim mesmo! Que é isso?

Foi na porta da loja e viu que um esgoto tinha estourado na rua. Tentou ligar para o dique-reclamações, mas só dava ocupado.

- Alguém da realeza como eu devia ter uma linha de telefone particular para números como esses. Vou cuidar de outras coisas enquanto isso.

Ele estava se referindo ao fio desencapado que continuava a soltar faíscas. Pegou a caixa de ferramentas, pensando no que ia fazer.

- Será que eu ligo para o Tori-san?

Pega o celular e liga. Ocupado.

- Ele também devia ter uma linha particular só pra mim. E agora, o que eu faço com isso? Já sei! Vou cortar.

Ayame pega um alicate e corta o fio. Ou melhor, tenta, porque a única coisa que consegue é levar um belo choque e causar um curto, apagando as luzes da loja.

- Ah, que ótimo! Que mais me falta acontecer hoje?

Nisso, Minne aparece na escada.

- Chefinho, o gás acabou. Liguei pra entregadora, mas eles só podem entregar amanhã. Como vamos almoçar?

- Pega as sobras na geladeira!

Pouco depois ela volta.

- Mas aqui só tem comida pra um almoço. Não tem problema, eu divido com você o resto na janta.

- Não! Você precisa comer bem! Eu vou jantar na casa do Gure-san. Já vou ligar pra ele.

- Ok. Ah, só mais uma coisa: por que seu cabelo tá em pé?

- Levei um choque, mas to legal. Volta pra cama.

Ela obedeceu. Ele pegou o telefone e ligou para a casa de seu primo Shigure, dizendo que ia jantar lá. Aproveitou e disse que levaria Hatori. Como ele disse que estava tudo bem, estava combinado. Desligou o telefone, feliz por ter resolvido sobre a comida, mas a felicidade passou num instante quando olhou para o fio que tentara cortar e viu que as faíscas alcançaram um dos panos da loja e iniciara um incêndio.

- FOGO!!! FOGO!!!

Por sorte, a loja tinha esguichadores com detector de fumaça no teto e todos começaram a esguichar água ao mesmo tempo, apagando o foco de incêndio, mas molhando a loja toda. O jeito foi fechar a loja para “manutenção”.

- Não acredito que isso tá acontecendo comigo!

- Isso o que, chefinho?

- Volta pra cama! Não é nada, não! E não venha aqui embaixo!

- Ok!

Ele fica andando de um lado para o outro na loja encharcada.

- Terei que antecipar meus planos. Vou pra casa do Shigure agora!

Ayame liga de novo pra casa do primo.

-Alô?

-Yuki?

-Quem é?

-Não está reconhecendo a linda voz do seu irmão?

-Ayame?

-Exato!

-Que foi?

-Quero avisar que vou pra casa do Shigure agora. Tive uns contratempos aqui e preciso sair da loja. Tchau.

Telefonema rápido, mas foi preciso. Ayame saiu da loja e pisou em algo que não devia.

- Oh, shit! Literalmente... Raios de cachorros que usam a rua de banheiro, ainda mais em frente à minha linda loja. Que mais me falta acontecer?

Nisso, passa um carro na rua, jogando a água do esgoto estourado bem em cima dele.

- ARGH!!

Saiu andando, do jeito que estava. Depois de andar uns dois quarteirões, viu o carro de Hatori parado.

- O que será que ele está fazendo aqui?

Foi até lá e viu o primo ajoelhado no chão falando com alguma coisa.

-Aya? É você, Aya?? Fala comigo!! Caralho, não é pra você sair assim atravessando ruas sem prestar atenção… Ayame, diz alguma coisa!!

Ele pensou: “Hã? Ele ta falando comigo?” Resolveu responder.

-Hatori?

-Ah, você está vivo!!

-É claro que estou.

-Então se mexa!!

-Tori-san… Olhe para trás.

Ayame estava com cara de quem não tava entendendo nada.

-O que você está fazendo aí no chão?

Hatori se levantou, limpando os joelhos com as mãos.

-Nada não. Precisava de um favor seu… Você está molhado??

-É uma longa história. Diga, Tori-san, em que posso ajudá-lo?

-Preciso da sua loja.

Ele olhou para o outro lado com uma cara fechada.

-É outra longa história, mas não posso te levar lá hoje. Tive que fechar a loja mais cedo.

“É, parece que Tori-san não ficou muito feliz com a notícia. Se eu soubesse que ele ia me visitar, nem teria saído da cama hoje. Melhor aproveitar que ele tá aqui e com o carro.”

-Tori-san, posso te pedir um favor?

-Diga.

-Me dá uma carona?

-Claro…

Os dois entraram no carro.

-Nossa, Aya, que cheiro ruim!

-Ah, a culpa não é minha! É que estourou um esgoto em frente à minha loja e quando eu saí, passou um carro e jogou aquela água suja em mim. Sem contar que pisei numa merda de cachorro quando estava vindo pra cá.

-Ai, meu carro…

-Vou descontar no Shigure quando chegarmos lá.

Hatori deu uma freada brusca.

-Hatori!!

-Eu me esqueci!! Esqueci de ligar pro Shigure!!

-Não tem problema, eu liguei.

-E eu tinha que levar umas coisinhas pra Akito na sede e…- Ele jogou as mãos para o alto. -AAAHHHH!!!!!!!!!! AYAME!!!!!!!!

-Que foi??

-A CAIXA!!!

-Que caixa??

-A CAIXA QUE ESTAVA NESSE BANCO QUE VOCÊ SENTOU!!!!!!!!!

-Tinha uma caixa aqui?

Ele se levantou um pouco e tirou uma caixa amassada do assento.

-Está falando disso? Ih, eu nem vi quando entrei. Seja lá o que tinha aqui, ficou amassado.Parece que eram pedaços de tortas.

-ARGH!!!

-Que foi?

-Eram os pedaços de torta que a Akito pediu!!

-Ih… Eram…

Ele bateu a cara no volante.

-Tori, vamos logo pra casa do Shigure, sim?

Dito e feito, foram para a casa do primo, mas, pouco antes de chegarem lá, o carro atolou num lamaçal.

-Perfeito!! Meu carro limpinho!!

Ele acelerou, mas não conseguiu desatolar o carro de jeito nenhum.

-Acho que vamos ter que empurrar o carro, Ayame.

-Mas se nós dois sairmos, quem vai dirigir? E eu não tenho forças para empurrar.

Acabou que Hatori teve que sair pra empurrar o carro enquanto Ayame ficava no volante.

-Acelera, Ayame!!

Ayame pisou fundo, desatolando o carro e foi direto pra casa de Shigure, acelerando.

- Onde é o freio??

Soltou o acelerador e pisou no freio tão rápido que meteu a cara no volante.

- Ai!

Saiu do carro esfregando a testa quando se lembrou de uma coisa.

- Meu deus! Cadê o Tori-san?

Ele se virou e viu Kyo atacando um monte de lama. Levou um susto, mas logo percebeu que a coisa de lama era Hatori. Os dois entraram na casa, Ayame depois de Hatori. Os dois repararam no olho roxo de Shigure. “Que será que ele andou aprontando?” Decidiu que perguntaria depois de tomar um banho.

-Gure-san, preciso tomar banho!!

Depois do banho, estavam todos na sala e Ayame ia se reunir a eles, mas se lembrou de outra coisa: a caixa que ele amassara no carro. Foi até lá buscar e voltou para a sala.

-Parece que isso aqui eram tortas.

-Tortas?

Shigure pegou a caixa. E começou a comer.

-Estive com vontade de comer doces o dia todo!! Mas eu tive uns contratempos…

-Você não foi o único… EI!! Essas tortas eram da Akito!!

Os três se olharam por um instante e Hatori apoiou a cabeça na mão.

-Pode deixar, depois eu compro outras.

-Ela tá nervosa pra cacete.- Disse Shigure. -Parece que tá de TPM. Odeio quando ela tá nessa época.

-Você esteve lá?- perguntou Ayame.

-Ah, é uma longa história, depois eu conto.

Nisso, Kyo chegou e Tohru começou a servir a mesa. Pouco depois Yuki se juntou a eles.

-O que aconteceu?- Perguntou ele, chegando perto.

-Senta aí que a gente te conta. - Disse Shigure.


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Notas finais do capítulo

Foi mal a demora em postar o cap do Ayame. Espero que tenham gostado. ^^ Reviews, please!!