Apocalipse; o Começo do Fim. escrita por XYZ


Capítulo 5
27122012 - O Acampamento.


Notas iniciais do capítulo

Mudei a capa para um desenho meu, e o nome para ficar mais interessante, de qualquer forma, a historia esta tomando um rumo que nem eu esperava.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/125431/chapter/5

Na manhã seguinte acordamos com uma sirene soando. Meu braço ardeu e eu me lembrei do corte do dia anterior, DROGA! Fomos guiados por desconhecidos até um refeitório, onde almoçaríamos, mesmo sendo hora do café da manhã. Após todos termos feito fila, e nós servido, as crianças ficaram um metade de uma das longas mesas. parecia mesmo um acampamento. Todos perguntavam entre si, porque daquilo, o que fariam conosco, etc e tal, até que tudo se silenciou.

Os olhares se voltaram para ele, o rapaz de cabelos castanhos que nós salvou no dia anterior. Subia em um pequeno palanque, e coçava a garganta, percebendo que já tinha a atenção de todos falou, meio sem graça, pelo visto não gostava de ter um publico, medroso, contastei.

- Sabemos que não dá pra simplesmente nós livrarmos de vocês... então vamos leva-los para a cidade mais próxima que não tenha sido tomad...

Fora interrompido, na verdade, eu o interrompi, de pronto como fazia com minha irmã, não nela era pior, eu não pedia permissão. Fiquei de pé e ergui um de meus braços. Eles nos abandonariam, para morrer, longe de nossas familias, longe da Pri, ela não podia ficar sozinha, papai não ia querer isso... achavam que só aquela explicaçãozinha mixuruca bastaria?

- O QUE ERAM AQUELAS COISAS? E QUEM SÃO VOCÊS?


Ele olhou pra mim de cima a baixo, como se lembrasse do dia anterior não era preciso tanto esforço assim, minhas roupas ainda estavam cobertas de sangue, e meus braços arranhados, é meio difícil não distinguir uma criança assim das outras, que no máximo estão sujinhas Mas por incrível que pareça, ao em vez de ficar bravo ele, sorriu. Sorriu apenas com o canto dos lábios divertido, até relaxando, esquecendo do publico, e caminhando em direção a minha mesa, tremi, ele parou ao chegar a ponta desta.

- Não sabemos o que são, sairam de um portal na nossa cidade, as chamamos de "mortalhas". E nós? Sobreviventes. 

O seu sorriso mudou de amigável para sinistro no final da frase, sobreviventes. talvez seja como o ditado, "o que não mata, fortalece". Talvez, e apenas talvez, eu pudesse, não, eu devesse, me juntar a eles. já posso ouvir em minha mente a mamãe "Não devia ver tanto desenho animado!". Olhei para o lado, para Clarisse, ela ignorara aquilo tudo e permanecia comendo seu almoço, tranqüila. Era estranho, nada a atingia.

- Mais alguma pergunta?

A voz ecoou, ninguém, ao menos, nenhuma das crianças, ousou responder. Uma mulher, pelo visto amiga dele levantou a mão e falou, ligeiramente ríspida, mas com uma voz tomada por doçura. "Você poderia ficar quieto agora? Travis." E eu fiz questão de tomar nota mentalmente, Travis, o nome do rebelde era Travis. Mas o problema agora era a curiosidade de saber quem ela era. Um short curto sem cor, na verdade marrom, mas eu acho que era pela terra, e uma blusa camuflada, camiseta, seu cabelo era preto preso em um rabo de cavalo, e os olhos, não sei de que cor eram porque estava longe, mas eram mais frios do que o de um pai dando bronca.

Naquela tarde todas as crianças receberam ordens, treinar, correr, agachar e afins, como em um acampamento de guerra, mas para maioria era apenas uma brincadeira até porque era divertido já que estávamos em perigo. Logo todos estariam em casa, ao menos assim acreditavam, ligariam pros seus pais ao chegar na cidade mais próxima, e iriam para casa.

Correção, todas as crianças menos Max, ele ignorava tudo, não cumpria ordens, e como era de se esperar,um macaco, escalava as cabanas, ficando sentado no telhado, resmungando por ninguém o seguir como costumavam fazer. Tinha uma gangue antes daquilo, agora, nada.

Fugi de um dos treinos, o depois do lanche da tarde, subi no telhado e sentei ao lado dele, em silêncio.

"- Qui é?" - Perguntou mau-humorado.

- Nada, queria ficar no telhado.

- Vá em outro, este esta ocupado.

- Porque não está treinando?

- Vamos morrer de qualquer jeito. Fazer... ou manter amizades só aumenta nossas futuras perdas.

- Quem você perdeu?

- ...

Ele virou o rosto naquele momento, e não respondeu mais nada. O sol se punha, acabou se escondendo, outra sirene, está mandando que fôssemos dormir. Desci e fui pro dormitório(caiu feito bobo, não é? A verdade é que fui até o dormitório dos adultos, mostrei os arranhões e eles fizeram um curativo, dai sim eu fui dormir.). Novamente escrevo sem saber que horas são, a luz de velas, mas dessa vez, apesar de ter Clarisse ao meu lado e da possibilidade de dormir enquanto converso com ela, fiquei olhando a rede de Max, vazia, enquanto o rapaz se mantinha em algum dos telhados.

Admito, que apesar de tudo, me sinto como em um filme de ação, acho que estou ficando corajoso.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!