9:56 escrita por uke_san


Capítulo 1
Oneshoot


Notas iniciais do capítulo

Hee... ficou bem pequenininho! >.< One shoot dedicada à Guren_no_Heya(Mandy)! Já que ela ama o Uru *-* e vai cortar o cabelo igual ao Aoi! Espero que gostem n.n isso, acreditem, eu fiz durante ônibus>aula de álgebra>aula de não sei o quê>casa. ~enrola demais~
Agradecimentos: às minhas amadas canetas, que amam falhar e atrapalhar a minha vida



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Aoi's POV

Confesso que estou quase dormindo. Neste lugar, neste ponto de ônibus nunca há sossego. Há sempre alguma coisa para se observar. Porém eu não consigo mais ver a graça disso. Desse jeito eu fico entediado e meus olhos começam a pesar. Não consigo mais ver aonde os ônibus vão e nem sei onde eu vou.

Vim parar aqui por acaso. O destino me trouxe para cá. Do mesmo jeito que aqui e agora junta pessoas, ele me separou de outra.

Que ironia, não? Gostava tanto dele... Conheço-o desde pequeno, mas faz 5 anos que não vejo. Dizem que muita gente gosta de mim e que eu podia muito bem viver ao lado de qualquer um deles e ser feliz.

Ahhh, mas eu não quero mais enganar ninguém, nem mais meus próprios sentimentos. Só que agora já é tarde... não é?

Quase dormindo, peguei o primeiro ônibus que apareceu pela frente. Após sentar, encostei minha cabeça na janela e adormeci. Como eu gostaria que aquela janela fosse o ombro de Uruha e que eu pudesse adormecer em seus braços.

Somente fui acordar mais ou menos duas horas depois, em um lugar totalmente desconhecido. E o que fazer em um lugar que não se conhece? Caminhar até encontrar o motivo de minha jornada, ou se não, alguma ponte para eu me jogar. Vamos ver. Eu vou procurar até... 9:56 da noite para achar um motivo para eu estar aqui. Caso contrário, procuro na hora o jeito mais rápido para morrer.

Agora são 7:30 da noite. As luzes da cidade estão acesas e a rua onde eu estou é meio vazia. Olho para a cima e observo a paisagem. É tão linda... O céu iluminado pelas estrelas, elas tão longe... Mas ainda posso vê-las. E o céu, tão grande, que me faz sentir tão pequeno...

Continuo andando e agora começo a me aproximar do centro. São 8:15 e os jovens apaixonados trocam carinhos na praça. Como eu gostaria de me juntar a eles também, ao lado de Uruha... Ao contrário, estou aqui sozinho, andando, andando. andando sem chegar a lugar algum! Eu ando, porém me sinto no mesmo lugar, procuro e não encontro.

Cansando, me sento em um banco que não estivesse ocupado por algum casal. A distância, observo a felicidade alheia e penso se eles continuarão juntos ou irão se separar com o tempo...

Sinto um vazio dentro de mim, sei que falta alguma coisa. Me levanto e procuro um lugar mais afastado, onde preeencho o meu vazio com tristeza e lágrimas, Deve ser uma cena ridícula, um adulto como eu, todo encolhido num canto, chorando.

E nem é pela morte que se aproxima. É de amor, solidão, saudade, ciúme e todos os sentimentos que se pode sentir quando se ama alguém. Eu confesso que já me apaixonei muitas vezes, mas nunca, nem de longe, sofri tanto. As minha paixões sempre foram idiotas. Agora eu penso que sou um idiota.

Eu nunca mereci Uruha. Mas não consigo aceitar isso, eu o amo! E eu o perdi para sempre quando deixei de contar a verdade sobre o meu sentimento. Eu menti para ele e para mim.

Idiota! A única saída que me resta é a morte, para que, quem sabe, eu possa me reencontrar com ele em outra vida. Se houver outra vida. Se eu o merecer.

Bato a minha cabeça na parede com força. Ainda não passou. Bato com mais força ainda. Dor. Essa dor parece amenizar a dor no meu peito. Pouco a pouco as lágrimas que escorriam pelo meu rosto dão lugar a sangue que mancha minha roupa.

9:45. Não consigo esperar até 9:56. Preciso me livrar dessa minha sombra que me culpa. Nesse beco onde estou há uma escada de emergência que dá ao telhado de um sobrado, alto o bastante. Subi por elas e olhei o relógio. 9:55. Me posiciono na borda e abro meus braços. Desde pequeno, sempre quis voar.

Agora, quero voar bem longe da realidade e tentar esquecer de tudo.

O alarme do relógio me avisa o horário.

9:56. 9:56.

Nove horas e cinquenta e seis minutos. Levanto o meu pé. Só mais um passo e...

-Aoi!- Ao ouvir isso sinto meu corpo ser abraçado. Um calor imenso percorreu o meu corpo. Eu já morri? Estou no céu?

9:56. Não, ainda sinto um de meus pés no chão enquanto outro está suspenso no ar. Acho que vou cair. Mas ao invés de cair para frente, caí de costas. Em cima da pessoa que me abraçou.

Neste momento o alarme parou de apitar. Tudo isso foi em um minuto? Essa roleta de emoções, foi tudo nesse tempo?

Por quê? Por que ele está aqui? Por que agora? Justo no último minuto desses cinco anos que sofri, ele apareceu? Será que ele também sofreu?

São tantas coisas que eu gostaria de dizer, perguntar, conversar... mas minha boca somente consegue dizer “Uruha... Uruha...” enquanto geme.

Em resposta às minhas palavras ele colocou um de seus dedos em minha boca enquanto sussurrava em minha orelha “Aoi, somente olhe para o céu ao meu lado, por favor, fique ao meu lado...”.

E lá passamos a noite, observando um céu de promessas, cheio de surpresas e alegria a cada novo dia ao lado dele.

Descobrindo que nunca é tarde demais.


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Notas finais do capítulo

Então? *-*
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