As Leis de Victoire escrita por keemi_w


Capítulo 1
Brincar de Frisbee na cozinha é legal.


Notas iniciais do capítulo

Espero realmente que gostem *-*



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Sabem o porquê eu odeio minha vida? Um: Teddy Lupin é um retardado. Dois: eu odeio férias de Natal. E três: Meu salto quebrou no meio do jantar. 

— ARGH! SAI DA MINHA FRENTE, LUPIN! — Gritei alto enquanto ele barrava a escada com as duas mãos. 

— Você é uma metida! — Ele resmungou.

— Seu orgão genital deve ser desse tamanho — mostrei com os dedos uma pequena quantidade —, e além do mais... um dia eu vou te pegar beijando o James. 

Ok... isso aconteceu quando eu tinha 12 anos e não sabia direito como lidar com meus hormônios e minha genética de veela. Mas... a minha relação com Lupin não mudou nadinha. Hoje nos dias atuais é assim...

— Você acha que só porque é uma veela pode conquistar todos, não é Victoire? 

— E você se acha o maioral porque era filho do Remo, certo? Vai se — censurado. 

É onde eu estou agora. E parece que todas as férias de Natal são as mesmas. Meu salto quebra, Teddy me irrita, meu pai me deixa sem sombremesa por eu tratar mal o convidado e daí todo mundo culpa minha TPM. Mas eu não tenho TPM! Eu sou completamente normal e não me irrito fácil. 

— Victoire, me passa o sal, por favor? — Teddy perguntou enquanto nós comíamos.

— Pega você, folgado! — Exclamei. 

É por esse e mais motivos que eu odeio o Natal. E aí eu me pergunto: por que diabos eu tenho que aguentar Teddy Lupin todo o Natal? Seria bem mais divertido se papai desse uma passagem só de ida para ele na Antártica. Ficaria com os pinguins dançando e cantando feito um troglodita machista e que se acha superior além de arrogante e insuportável. 

Ufa, cansei de falar. 

Tentei pegar a ervilha com o garfo, só que eu já falei como eu tenho uma incrível tendência a não conseguir comer direito? É por isso: a ervilha foi parar dentro do meu olho.

Isso mesmo. 

Dentro. do. meu. olho! 

Teddy começou a rir. Numa fúria que até eu mesma desconhecia peguei o garfo e apontei para ele. 

— Eu te odeio tanto... — sussurrei. 

— Fiquei com medo agora — ele respondeu usando todo o sarcasmo e cruzando os braços. 

Como assim? Só eu posso ser sarcástica com ele e cruzar os braços! 

— Eu vou te bater. 

— Com um garfo? 

— Não. Com minhas mãos mesmo. 

Olhei para os lados e Louis assistia a cena com interesse. Quando notou meu olhar sorriu de orelha a orelha. 

Sem pensar duas vezes eu larguei o garfo e ataquei Teddy e seu lindo pescocinho com minhas mãos. Acho que devem ter impedido-me de fazer isso, porém, minha força é maior. Quem diria, hein? Victoire, que todo mundo acha que é frágil, pequena e inocente atacando o imbecil do Lupin. 

Sou foda. 

— Me larga, sua maluca exagerada. Isso mesmo, MALUCA EXAGERADA! — Teddy pontuou. 

Pode ser que eu seja mesmo exagerada, mas dane-se, ele me provocou, agora aguente as consequências caramba! 

Tudo bem, estou errada por atacá-lo por um simples "me passa o sal, por favor"? E talvez... só talvez eu seja estressada um pouquinho.

Então eu larguei o Teddy... e papai me deixou sem permissão para ir à Hogsmead no próximo passeio. Pois é. Só porque eu ia comprar a loja inteira da Dedos de Mel, talvez não toda a loja... mas iria comprar muita coisa porque eu sou chocólatra anônima. 

Por isso que quando eu penso em chocolate começo a tremer. 

Mentira. 

Eu só ia para Hogsmead porque queria tomar cerveja amanteigada. 

— Vez de vocês dois lavarem a louça — mamãe apontou para mim e para Teddy. 

Qual é? Natal. Helo! 

Por que diabos o elfo não pode fazer isso? É uma tremenda sacanagem comigo. Justo eu que odeio o Teddy. Se fosse tipo assim o Louis ou a Dominique tudo perfeito... mas não, minha mãe acha que o Teddy é masoquista. 

Esqueci de falar, não é? Se Teddy passa mais de quinze minutos em um ambiente fechado junto comigo, acontece a) baixarias b) barracos c) sangue.

Teve só uma vez que saiu sangue em uma briga nossa. Eu empurrei Teddy pro chão e ele arranhou o dedo no copo quebrado que eu sem querer tinha deixado lá (para ele pisar, mas o anta foi lá e rasgou o dedo). 

Meus planos são falhidos. 

— Eu mereço. 

Ao dizer isso mamãe me deu um olhar rigoroso e eu fui para lá. Tinha restos de comida nos pratos. Eca, eca. Eca! 

Devo ter feito uma cara horrível porque Teddy começou a rir. 

— Não tem graça — falei —, é nojento. 

— Nojento? Só sabe dizer isso? "É nojento... não, não farei isso porque é nojento, e não posso sujar minhas unhas com isso!" — Teddy fez uma falsa imitação minha.

— Eu não falo como se eu estivesse fazendo um filho. Treine mais. 

— O que eu devo treinar? A parte das unhas? 

— Não, a minha linda e angelical voz! 

Mas eu imaginei a cena a seguir com Teddy falando que minha voz era realmente linda, só que esse... filho da mãe começou a rir e colocar a mão na barriga. 

Como assim? 

— Sua... voz... de taquara rachada... é angelical? — Ele perguntou em meio a risos.

— Minha voz não é de taquara rachada! — Retruquei. 

Então eu fiquei pê da vida. Quem ele pensava que era para chamar a minha voz elegante e sensual de taquara rachada? Pior a dele que parece de um avestruz no meio do parto. Não não, pior: um avestruz se acasalando.

Não, sendo sincera? A voz dele é bonita. Não posso mentir. A voz dele é linda. 

Só que eu não darei o braço a torcer. 

— É sim! Sua voz é de uma taquara asfixiada. 

É isso que ele pensa de mim? Caramba, minha reputação está boa, não? 

— Seu... — olhei ameaçadoramente para ele — gay. 

— Eu não sou gay! — Ele parou de rir e ficou sério de repente. 

— É sim — sorri triunfante —, se fosse hétero acharia a minha voz sexy. Como a maioria dos garotos acham. 

Ele fechou a cara de repente e pegou um prato para lavar. 

Uau, eu estou melhorando... antes até chegar na baixaria nem davam dois minutos de discussão, agora deu uns oito! Victoire arraza. 

— Eu lavo, você seca e guarda — ele disse por fim. 

Apoiei-me na pia com indiferença e remexi nas pontas do meu cabelo. Fiquei distraída, brisando, olhando para o nada, exalando meu poder de veela para os lados, vendo o ventilador rodar na minha frente... até que Teddy me tira dos pensamentos idiotas jogando um copo para mim. Literalmente. Jogando um copo. 

Sorte que eu tenho reflexos de gato, senão estaria morta. Ou com a cabeça partida. 

— Você tem problema, garoto? — Perguntei com raiva. 

— Era para você prestar atenção, entendeu? — Retrucou. 

Então meu espírito vingativo ficou a flor da pele. Peguei um prato e ia tacar na cabeça dele. Só que a vida dele tem muita sorte porque mamãe apareceu na porta com o cenho franzido.

— Está tudo bem, Teddy? — Ela perguntou.

— Claro que está! — Falei imediatamente — É que nós decidimos parar de brigar e jogar frisbee. — Troquei rapidamente o prato, peguei um de plástico — Vamos, Teddy! Pegue! Pega! 

— Eu não sou um cachorro, Victoire. 

Ele me chamou de Victoire? 

Eis a pergunta: Como assim? 

Tudo bem Teddy Lupin me chamar de metida, fresca, orgulhosa, metida, arrogante, superior, metida, maluca, chata, metida... mas não me chamar de Victoire. Segundo minhas contas ele só me chamou três vezes de Victoire. 

Uma foi no amigo secreto de Natal quando tínhamos seis anos, e ele me deu uma vela... achou que veela era uma vela. E ainda por cima me deu uma vela derretida.

A segunda vez foi quando ele teve que me tirar das garras de um tronquilho. Eu estava tentando tirar um tronquilho quando me distrai e cai em cima dele. Aí o Teddy veio me ajudar e me deu uma bronca falando: — Victoire! Você sabe muito bem que não se deve se distrair ao tentar extrair um tronquilho! 

E a terceira vez foi quando ele teve que me levar para a cabine da professora Mcgonagall porque eu estava falando sem parar com a Scarllet. Ele disse: Victoire está muito fofoqueira na minha aula, professora. Trate de conversar com ela. 

Ou seja, isso só prova que além dessa vez Teddy só me chamou de Victoire três — eu disse TRÊS — vezes.

— Victoire! O que você estava fazendo? — Mamãe perguntou batendo o pé no chão frenéticamente. Ah, isso me irrita. 

— Eu nada... Teddy que não quer mais jogar Frisbee — dei um olhar significativo para ele. Vamos, Teddy! Você não pode ser tão trasgorento horrível que quando espirra é capaz de fazer chover na cidade inteira! 

— É uma brincadeira engraçada, Fleur — ele respondeu. 

Joguei então o prato de plástico para ele pegar e bem, ele foi caminhando até lá de quatro igual um cachorro. 

Sim, Teddy, apesar de ser mais velho que eu, ainda tem o espírito de alguém de 16 anos. 

Olhei para a cara dele e ri. Isso mesmo, eu ri com o Teddy e não do Teddy. 

Milagre? Yes. 

Mas cara, quem não riria do professor de Hogwarts andando que nem cachorro atrás de um frisbee. Mas não deixa de ser uma das coisas da qual eu nunca faria. 

Só que logo bateu meus cinco minutos e eu fechei a cara novamente, voltando a lavar os pratos. E xingando Deus e o mundo por não mandar o Elfo lavar, droga droga droga droga! 

— Obrigada — eu disse por fim. 

— Por?...

— Ué, por fingir ser um cachorro. 

Ele deu um meio sorriso. E eu considerei um: por nada. 

Só que um dia vem depois do outro... e no café da manhã seguinte eu estava estressada. Muito estressada. Primeiro que meu sonho em que estava praticamente sendo engolida pela Lula Gigante e um cara loiro aparece me salvando quando o mal comido do Teddy liga aqueles auto-falantes e grita: Acorde! Vamos perder o canto da galinha nesta manhã se você não sair da cama. 

Daí eu corri atrás dele e bati muito. 

Resultado: castigo - lavar a louça do dia inteiro hoje. 

— Bom dia, Vic — Louis me cumprimentou quando cheguei na mesa do café da manhã. 

— Olá, Louis — respondi bocejando. 

— Dormiu bem? — Perguntou. 

— Eu dormiria melhor se alguém — lancei um olhar significativo para Teddy do outro lado da mesa — não tivesse me acordado na melhor parte. 

— Qual melhor parte? 

— Um loirinho vindo me salvar da Lula Gigante. 

Teddy então olhou vitorioso para mim. 

Eu vou matar esse garoto! 


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Notas finais do capítulo

Espero realmente que gostem *-*