Rose.

Eu sinto sua falta.

Você foi embora, foi para aquele mundo trouxa, do jeito que seu pai quis.

E não voltou. Eu tinha esperanças, mas você não voltou.

A última vez que te vi foi naquele último dia de aula. Um dia antes de você partir. Quando nós achávamos que você ficaria aqui, e seríamos sempre um trio. Eu, Alvo e você.

Mas você partiu. Deixou-me. Deixou Alvo. E hoje, depois de anos que se passaram, você está em algum lugar, do mundo trouxa, enquanto eu estou aqui.

Eu me casei. Mudei meu destino. Tenho filhos. Tenho esposa. Mas eu não queria.

Eu apenas precisava continuar a linhagem dos Malfoy. E foi o que eu fiz. Mas agora, tudo mudou.

Minha esposa morreu.

Estou sozinho. Meu pai morreu, minha mãe morreu. E a principal pessoa que deveria estar comigo, que não sei se você soube, mas Alvo morreu. Ele também tinha se casado. E agora, eu estou só. Meus filhos foram embora. Como ela nunca os quis, estão em um orfanato. Você foi embora. E meu amor por você não mudou.

Estou na mansão dos Malfoy. Sozinho. Olhando aquela foto. Uma foto que tiramos onde estávamos Al, eu e você. No terceiro ano.

Eu queria você aqui, para que fosse do mesmo jeito de antes.

Se você estivesse aqui, no momento estaríamos levando nossos filhos para a plataforma nove três quartos. Estaríamos nos despedindo deles e esperando eles encontrarem alguém.

Mas não. Eu estou sozinho. Sem filhos. Sem amigos. Sem vida. Sem você. Se você ler esta carta, eu já estarei morto.

Eu te amo. Esteja onde estiver, grave sempre essas palavras:

Eu te amo.

Eu acabei a carta. E ia mandar pra ela. Porque as duas cartas que mandei, eu tenho certeza que chegaram. E essa também iria chegar. Mas eu não fiz isso. Eu apenas fui para dentro. Entrei na sala. Abri minha gaveta secreta. E lá estavam, minhas 20 cartas, do jeito que eu as deixei. E era lá que eu deixaria esta. Anotei o número 21 na carta, e guardei-a.

Agora tinha acabado. Eu vi um vulto. Eu já sabia daquilo havia semanas. Era uma conversa. Iam me matar. Eu era um Malfoy. Um sangue puro mesquinho. E deveria morrer. Então, a última coisa que vi foi uma luz verde, e a última coisa que eu ouvi foi a minha voz, falando num sussurro:

- Eu te amo, minha Rosa.