Hermione andava pra lá e pra cá, com um pergaminho em mãos e pena em outra. Tinha que fazer aquilo. Não podia deixar que avançasse a um nível que não pudesse nunca mais voltar. Seus sentimentos estavam em contradição.

  Sentou-se na poltrona e suspirou fundo. Já estava há muito tempo namorando Draco escondido, mas essa relação nunca daria certo. Eles sempre foram opostos um do outro, sempre inimigos e neste ano tudo mudou, quando encontrou-se apaixonada por ele e ele por ela.

  Com a pena, tentando manter a mão firme, começou a escrever seu extenso bilhete. Era uma árdua tarefa, pois ela tentava conter as lágrimas inssistentes e ao mesmo tempo não magôa-lo com suas palavras.

  Releu várias vezes e enrolou o pergaminho. Era a hora de acabar com tudo aquilo. Ela subiu a escadaria e deixou a carta ao lado da porta, com uma mecha de seu cabelo e um lindo colar com um pingente em forma de coração, onde tinha a foto deles, dançando.

  Pegou suas coisas e saiu pela porta. Seu destino mudou, quando fez a escolha e não havia mais volta. Desceu a escadaria e encontrou Harry e Rony lhe esperando. Os dois sempre lhe apoiaram, mas quando souberam da relação dela com Draco, não ficaram satisfeitos, mas aceitaram a decisão dela.

  Eles atravessaram o portão e Hermione olhou para trás e viu o Castelo em uma noite nublada e tempestuosa. Era o último dia de aula dela ali, para todos os alunos, porém se ela ficasse não poderia dizer a ele; e o bilhete na hora lhe pareceu uma boa ideia.

  Rony pegou a mão de Hermione e desaparataram, deixando o rastro de uma nuvem, que dissipava-se vagarasomante, como se quisesse que alguém visse.

  Hermione debulhou-se em lágrimas, assim que aparatou no Largo Grimauld. Rony cedeu seu ombro a ela, que aceitou e começou a molhá-lo. Eles entraram e a voz do quadro da senhora Black gritava. Harry muito paciente, subiu a escada.

  - Está tudo bem, Hermione - disse Rony, segurando seus braços e olhando-a nos olhos, chorosos.

  Ela voltou a encostar sua cabeça no peito dele e chorar como nunca chorou. Deixou o amor de sua vida para não sofrer e nem fazê-lo sofrer.

  Rony ajudou Hermione a subir as escadas. Somente ela, do trio, frequentara a escola depois da guerra e pensou que teria um ano livre de emoções fortes, mas se enganara e estava tento uma agora.

  Ela deitou-se na cama e fitou o teto. Na manhã seguinte, Draco leria seu bilhete e lhe odiaria para sempre. Passou a mão por seu ventre e sentiu seu bebê chutar. Draco nunca saberá que tivera um filho com ela. fechou os olhos e começou a imaginar como seria seu filho.

  Rony aceitou ser o pai da criança e Hermione prometeu fazer ele feliz com todas as suas forças.

Draco se espreguiçou e não encontrou Hermione, deitada ao seu lado. Ele rapidamente vestiu suas roupas e lembrou-se da noite de amor que tiveram juntos. Cada detalhe não lhe saia da cabeça. Fora uma das melhores noites de sua vida e com certeza a em que foi mais amado por ela.

  Ele abriu a porta e deu um passo, quando sentiu papel na sola de seu pés. Abaixou-se e pegou o pergaminho enrolado, a mecha de cabelo e o colar. A letra de Hermione naquele pergaminho, na hora, paraceu-lhe um mau sinal.

  Dessenrolou o pergaminho e iniciou sua leitura silenciosa. Ao término, deixou o pergaminho pender de suas mãos e ir parar no chão. Colocou as mão em frente ao rosto e chorou.

  Como ela põde fazer isso com ele?

  No pergaminho aberto...

Draco, desculpe pelo que estou fazendo, mas não há outra maneira em que possa se pensar para tornar as coisas fáceis para nós dois. Sabemos muito bem que nossa relação era arriscada de mais, pois seu pai está foragido e poderia muito bem usar-me contra você.

Meu maior desejo neste instante é ver-te feliz com uma pessoa que lhe ame. Eu te amei e ainda te amo, mas nosso destino fora escrito, quando nascemos. Tivemos criações diferentes e temos ideias contraditórios. Nosso amor nasceu em um tempo de pós-guerra e a certeza era de que nunca daria certo.

Estou fazendo a minha escolha e deixando-te para sempre. Não me procure e nem mande-me cartas, pois não lhe responderei e nunca mais te verei em minha vida. Sinto tanto em ter de fazer isso...

Sentirei falta do seu amor e da proteção que eu sentia ao seu lado. Meu grande e único amor sempre e foi sempre será você, Draco.

Sou fiel a esse amor, mas contruirei minha vida com outra pessoa e você tem que reconstruir a sua. Nosso amor é eterno e enlouquecedor, nosso amor é a coisa mais maravilhosa que ocorreu em minha vida, nosso amor nunca deixará de existir pra mim. Sempre lembrarei cada sorriso que eu vi você exibir, sempre ficarei arrepiada ao ouvir seu nome e sempre e pra sempre te amarei, não importe o que aconteça.

Nossa última noite foi muito importante. Fora a última vez que senti seu corpo, quente, ao meu. Cada minuto do meu prazer será inesquecível e cada segundo da lembrança de você será eterna.

Deixo com você uma parte do meu coração, um pouco de meu cheiro e uma lembrança dos nossos momentos mais lindos. Espero que guarde com carinho todos esses presentes.

A última dança sempre será sua mon amour.

Je t'aime et je t'aime pour l'éternité. Toujours...

Mon cher et que l'amour

Vous êtes mon rayon de soleil

Vous êtes ma route quand je suis perdu;

Sans vous il n'y a pas de sens...

Hermione.

  Draco chorava igual a uma criança que perde os pais. Era muita tristeza pra ele aguentar, levantou-se e entrou no quarto dela e comprovou que Hermione fora mesmo embora. Ele caiu no chão e ficou pertubardo com a ideia de nunca mais vê-la, seu amor.

  Aquele trecho em francês não lhe saia da cabeça e o deixava mais abismado como Hermione demonstrou seus sentimentos em um pergaminho e diz que lhe ama e que sempre lhe amará, mas que ficarem juntos é impossível.

  Draco deitrou-se na cama de Hermione e adormeceu, sentindo seu cheiro.

7 anos depois

Hermione estava saindo de casa, de mãos dadas ao seu pequeno Alexandre e a Isabela, indo em direção ao Gemialidades Weasley. Eles entraram correndo e as crianças logo se separaram dela e correram para os braços do pai. Rony abraçou as crianças e depois deu um selinho em Hermione.

  - Como estamos? - perguntou ele, levando os dois para dentro.

  - Cuide deles Rony, tenho muita coisa para fazer.

  Ela saiu apressada e alguns metros a frente, trombou com uma pessoa. Hermione foi parar no chão e ao ver com quem trombrara, ficou pálida e seu coração acelerou.

  - Desculpe senhora - disse Draco Malfoy, ajudando-a. - Está tudo bem?

  Ela confirmou com a cabeça.

  - Dimitri, o que foi?

  Draco abaixou-se para ficar na altura do garotinho.

  - Papai, quero a mamãe.

  - Vamos ver a Astoria, querido, apenas quero saber se aquela senhora... Aonde ela foi? - ele olhou para todos os lados e não a viu em lugar algum. - Vamos - pegou Dimitri no colo e desceu a rua.

  Hermione estava atrás de um caixote e tapava a boca, contendo os soluços de seu choro. Vê-lo de repente fora um baque e ele tinha um filho, na verdade dois...

  Ela aparatou em sua casa e olhou-se no espelho, logo na entrada. Não poderia estar tão diferente...

  Seus cabelos estavam longos e sedosos, com franja; as feições continuavam a mesma, mas ela tinha marcas de dor e sofrimento. Os anos que se passaram não foram agradáveis a ela e nem a Rony, que dividiam seu tempo entre os garotos, indo e voltando de Londres para Alexandrovisk, Russia.

  Seu amor por Draco nunca acabou e sim diminuiu a intensidade com os meses sem ele, mas ao reencontrá-lo tudo mudou e voltou a ser uma adolescente.

  O bilhete passara-se em sua mente. Aquele dia mudou sua vida.