Noite sem Fim escrita por TreinadorX


Capítulo 94
Ligações genéticas - parte 1




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Surpresa com o gesto de Nomer em beijá-la, Soten se afasta um pouco dele. Ambos ainda não tinham percebido que estavam sendo observados por Shippou.

SOTEN – Por que você fez isso?

NOMER – Sei lá, porque eu gosto de você. (meio sarcástico)

SOTEN – Gosta de mim?! Você nem me conhece direito.

NOMER – Mas eu quero te conhecer melhor. Saber as coisas que gosta, seus planos, conhecer seu pai. Quero saber tudo que diz ao seu respeito.

SOTEN – Mas isso não lhe dá o direito de me beijar assim do nada.

NOMER – Foi tão ruim assim?

SOTEN – Essa não é a questão e...

NOMER – Então você gostou? Diga-me.

SOTEN – Melhor eu ir embora.

Soten se afasta de Nomer, que não se dá por vencido e vai atrás dela. Ao ver essa cena, Shippou teve o impulso de ir até lá para se intrometer, pois não estava gostando nada de ver aquilo, mas preferiu apenas se aproximar um pouco mais para ouvir a conversa e ver a reação de Soten quando Nomer a alcançou se colocando na frente dela.

NOMER – Você ficou assim por que ainda gosta daquele tal de Shippou?

SOTEN – Isso não tem nada a ver.

NOMER – Não mesmo?! Tem certeza? Pois eu acho que tudo tem a ver.

SOTEN – Meus sentimentos por Shippou não estão em questão e sim o fato de você tomar a liberdade de me beijar. Tem que ter consciência de que errou a fazer isso.

NOMER – Quer saber de uma coisa? Eu sei que errei. Sei que você tinha deixado claro que isso não era um encontro. Você tem todo o direito de não falar mais comigo, mas não espere ouvir da minha boca que eu me arrependi por tê-la beijado, pois a verdade é que não me arrependo.

SOTEN – Você não deveria esperar nada de mim e...

NOMER – Eu não estou te pedindo nada. Não estou esperando nada. Só quero te conhecer melhor e caso aceite continuar a sair comigo prometo que vou segurar meus impulsos. Como já tinha dito antes, você desperta o melhor nas pessoas.

SOTEN – Isso está parecendo uma cantada barata.

NOMER – Eu sei, mas é a verdade. (ele suspira) – Acho que sou um nerd bobo que não sabe administrar seus sentimentos. Achei que tivesse visto um sinal seu que permitia beijá-la. Eu vou embora, estraguei tudo. Sou um idiota mesmo e...

SOTEN – Também não precisa exagerar. (ela respira fundo) – Estamos de acordo que você errou e que isso não vai se repetir então acho que podemos continuar o nosso passeio.

NOMER – Então ainda quer ir ao Museu de História Americana?

SOTEN – Quero sim. (ela sorri) – E você não é um nerd bobo. Talvez apenas um nerd.

Nomer sorriu também porque aquela brincadeira de Soten significava que ela o tinha perdoado pela indiscrição do beijo e assim os dois foram juntos para o museu deixando Shippou, que ouviu toda a conversa, chateado.

SHIPPOU – Como é que ela pode continuar a sair com ele depois disso? Esse cara não me parece confiável.

E assim Shippou resolveu continuar seguindo Soten e Nomer e enquanto isso Suke guiava tranquilamente seu carro pelas ruas de Yokohama para ir ao encontro com Runy sem desconfiar de que era seguido por InuYasha e Zuko. De repente ele manobra o veículo para o estacionamento de um clube de strip-tease. Zuko estaciona o carro na rua mesmo á alguns metros de distância.

ZUKO – Vamos descer. (ele sai do carro)

INUYASHA – Acha necessário entrar lá? (ele sai também) - Suke pode estar querendo apenas se divertir aí.

ZUKO – Em um clube de strip-tease ao meio dia? Você deve estar brincando. (ele olha desconfiado para Inu) – Por acaso você está com medo de entrar? Pois se for isso não se preocupe, pois ele ainda deve estar fechado. Isso funciona somente á noite e...

INUYASHA – Ok! Ok! Já entendi. (meio envergonhado) – Vamos nos concentrar no trabalho.

ZUKO – Certo! Esse clube provavelmente deve ser um dos muitos negócios que Natsume manteve para lavagem de dinheiro.

INUYASHA – O que vamos fazer agora?

ZUKO – Primeiro temos que ter certeza de que Hideki ou a ex-namorada dele esteja aqui.

INUYASHA – Eu vou ao estacionamento verificar isso. Já volto.

ZUKO – Estou sentindo que estamos perto de desmantelar essa conspiração.

InuYasha não falou mais nada, concordando com a observação do agente imperial que estava ligando para que mais agentes imperiais viessem auxiliá-los naquela missão e enquanto isso dentro do clube, Suke olha para o gerente do estabelecimento, que, sem dizer nada, aponta para uma mesa nos fundos. E de fato Runy estava ali e por isso, sem perder tempo, Suke foi até ela.

SUKE – Você deve ser Runy.

RUNY – E você deve ser Suke. (ela abre o laptop que estava em cima da mesa) - Sem rodeios e vamos ao que interessa.

SUKE – Hideki tinha razão. Você é direta ao assunto. Gosto disso! (ele se senta á mesa e também abre seu laptop) – Onde está a encomenda?

Runy entrega a pasta com a documentação de Yuri para que Suke verificasse que se tratava mesmo de documentos militares. Suke reconheceu a patente militar.

SUKE – Parece verdadeiro. (ele percebe uma caixa de metal) – O que é isso?

RUNY – Não sei. Já estava no meio dos papeis. Agora complete a transação. (ela entrega um pedaço de papel) – O numero da minha conta.

Suke dá um sorriso ao pegar o pedaço de papel e depois disso começa a mexer para fazer a transferência de dinheiro para a conta de Runy, que olhava ao redor como se tivesse a sensação de estar sendo observada. Suke concluiu a operação.

SUKE – Está depositado. Pode verificar se quiser.

RUNY – Pode ter certeza que o farei.

SUKE – Enquanto isso eu usarei o telefone dos fundos que tem uma linha segura. (ele pega a pequena caixa de metal) – Preciso saber o que é isso?

Suke se levanta para ir para a parte dos fundos do clube enquanto Runy pega seu celular para ligar para o gerente do banco onde tinha conta. Ela queria que o banco enviasse, por e-mail, uma confirmação do deposito efetuado, algo que iria demorar um pouco, e enquanto isso, depois de checar o estacionamento do clube de strip-tease, InuYasha volta para junto de Zuko.

INUYASHA – O carro de Runy está estacionado no local.

ZUKO – Ótimo! Significa que ela está aí. Não vamos mais perder tempo. Vamos invadir e prender Runy e Suke.

INUYASHA – Demorou.

InuYasha e Zuko ficaram a postos para iniciar a invasão, mas naquele momento o celular de Zuko começa a tocar. O agente imperial vê o numero de sua chefa no visor do aparelho o que o faz atender imediatamente.

ZUKO – Senhora Abi.

ABI – Zuko, conseguiu localizar Hideki?

ZUKO – Ainda não, mas fiquei sabendo que a ex-namorada dele está se encontrando com um antigo contato de Naraku. Certamente negociando o conteúdo do arquivo de Yuri.

ABI – Mas não tem nenhum sinal de que Hideki esteja por perto.

ZUKO – Acredito que ele esteja em local seguro. Hideki sabe que estamos vigiando suas operações e também sabe que Runy não tem ficha policial, portanto pode efetuar transações financeiras sem supervisão nossa.

ABI – E o que pensa em fazer?

ZUKO – Bem, Suke e Runy estão em um clube de strip-tease. Por isso InuYasha e eu vamos invadir e prendê-los de surpresa e...

ABI – Não agente Zuko. Eu quero que aborte essa operação e aguarde.

ZUKO – Mas senhora, por que isso? Sabemos onde eles estão. É uma operação simples e...

ABI – Mas acontece que Hideki não está com eles.

ZUKO – Mas eu pensei que os arquivos de Yuri eram a coisa mais importante a ser recuperada.

ABI – Os arquivos militares de Yuri são importantes sim, mas há possibilidade de Hideki ter outra informação valiosa, que ele pretende negociar á parte.

ZUKO – Baseado no que a senhora chegou a essa conclusão.

ABI – Tive acesso aos relatórios militares de Yuri. Não posso entrar em detalhes agora, mas posso dizer que estou indo para o antigo laboratório de Kikyou para ter certeza de uma coisa.

ZUKO – Está bem. Seguirei suas ordens. (ele suspira) - O que a senhora quer que eu faça então?

ABI – Quero que os sigam depois que saírem do clube. Acho que saíram juntos, mas se saírem separados siga a tal de Runy, pois ela nos levará a Hideki. Quando encontrá-lo, prenda-o e o leve para a sede da Agência Imperial em Yokohama.

ZUKO – Sim senhora.

Depois de receber aquelas ordens, Zuko desliga seu celular para em seguida olhar para InuYasha, que tinha entendido o teor da conversa mesmo sem ouvir Abi.

INUYASHA – Por que Abi faz tanta questão de Hideki agora?

ZUKO – Eu não sei, mas ela é a chefe da Agência Imperial e, portanto, está no comando. Vamos aguardar.

InuYasha balança negativamente a cabeça diante daquela situação. Ele sentia que algo ia dar errado por causa daquele adiamento de ataque e enquanto isso em um matagal na periferia de Tóquio, um cerco policial estava armado, pois era o local onde foi encontrado o corpo de mais uma vítima do estrangulador. Guy estava lá observando os peritos levando o corpo da vítima para analises mais detalhadas. Sango chegou ao local para surpresa de seu parceiro.

GUY – O que faz aqui? Pensei que estava cuidando de outro caso.

SANGO – Falou no tempo certo. Estava. Passado. A Agência Imperial resolveu nos deixar de fora e por alguma razão Azuma não lutou muito para evitar isso.

GUY – Deixe-me adivinhar. Ele te mandou para me ajudar nesse caso.

SANGO – É isso aí parceiro. O que temos?

GUY – Está confirmado que a mulher foi mais uma vítima do estrangulador das meias de nylon. Todo a material recolhido no local foi levado para o laboratório do departamento assim como o corpo da vítima, mas as analises preliminares confirmam que ela foi abusada sexualmente e que a hora da morte foi á doze horas.

SANGO – Então ela foi morta ontem á noite. Provavelmente depois do jantar.

ZUKO – Significa mais que isso, Sango. O estrangulador ataca pelo menos três mulheres periodicamente.

SANGO – Sei o que quer dizer. Se essa não foi a terceira, ele pode estar planejando atacar outra nesse momento.

GUY – Precisamos pegar esse cara. A coisa está ficando feia.

SANGO – E vai ficar pior quando a noticia se espalhar. Vamos falar com alguém nas proximidades para ver se viu algo suspeito.

Sango e Guy saem do local para iniciar uma série de entrevistas e enquanto isso, depois de sair da casa de Ayumi, onde estava participando de uma reportagem sobre a vida de Kagome contando um pouco sobre o passado da mesma, Yuka já estava no carro de Houjo para voltar para Urawa, mas ela ainda estava intrigada com o comportamento de Ayumi. Houjo, mesmo ao volante, percebeu a expressão da amiga.

HOUJO – Não tem problema para ti se eu pegar a Shiori.

YUKA – Claro que não.

HOUJO – Ela veio visitar o Souta e soube que eu tinha vindo também.

YUKA – Isso é bom.

HOUJO – Aconteceu alguma coisa?

YUKA – Não é nada. Apenas achei estranho o comportamento da Ayumi.

HOUJO – Deve ser coisa com o marido dela. (ele sorri e resolve mudar de assunto) – Como foi a entrevista?

YUKA – Foi muito legal. A gente lembrou várias histórias da Kagome. Você devia ter participado.

HOUJO – Não. A jornalista devia querer abordar um ponto de vista exclusivamente feminino. Não tinha lugar para mim. Caso ela queira saber algo sobre Kagome e eu, basta me procurar. (ele suspira) – Em Urawa vivemos grandes aventuras.

YUKA – Eu sei. (ela olha para o lado) – Você ainda é apaixonado por ela, não é?

HOUJO – Se me perguntasse isso á alguns anos, diria que sim, mas agora vendo um pouco distante, percebo o que eu sentia por Kagome era uma espécie de obsessão por ser sempre preterido. (Yuka volta a olhar para ele) - Foi assim quando ela fugiu com Kouga e foi assim quando ela se casou com InuYasha. (ele olha para ela com um sorriso no rosto) – Acho que cansei de ser ‘stepy’, se é que me entende.

YUKA – Entendo sim.

Yuka soltou um grande sorriso. De fato ela ainda gostava de Houjo e se sentiu mais aliviada ao perceber que Kagome não era mais um empecilho para um possível relacionamento com o amigo de longa data, mas julgou que aquele não era um momento apropriado para demonstrar seus sentimentos e por isso resolveu mudar de assunto.

YUKA – A Eri não quis aceitar sua carona. Aposto que ela foi ver o tal de Onigumo.

HOUJO – Não me diga que ela gosta dele.

YUKA – E por que não? Vê algum problema? Não pode ser pelo passado criminoso dele, não é?

HOUJO – Claro que não, mas ela deve saber que ele ainda é apaixonado pela falecida noiva dele.

YUKA – Sei, a tal Kikyou que é parecida com a Kagome. Mas isso não é problema nosso. (ele avistou a base militar) – Já chegamos.

Houjo estaciona na rua mesmo e avista Shiori em frente a base. Ela estava de braços cruzados esperando Souta. Houjo e Yuka saem do carro e vão até Shiori.

HOUJO – Shiori.

SHIORI – Oi. (depois olha para Yuka) – Olá.

YUKA – Oi.

HOUJO – Souta ainda não saiu? Pensei que já tinha acabado o turno dele.

SHIORI – E acabou, mas ele me disse que tinha algo para fazer. Tinha a ver com Kagome, mas ele não quis entrar em detalhes e... (ela nota Souta no interior da base) – Ele está vindo.

De fato Souta estava saindo da base militar naquele momento e depois de tê-lo feito foi para junto da namorada, de Houjo e Yuka.

HOUJO – Que assunto importante sobre Kagome era esse, Souta?

SOUTA – Estou precisando urgentemente falar com minha irmã. É um assunto do interesse dela, mas ela não atende e...

YUKA – Mas isso tem uma explicação.

Depois de falar isso, Yuka não diz mais nada e apenas pega seu celular, mas não para fazer uma ligação e sim acionar o modulo de TV do aparelho e na tela mostrava imagem de um discurso que Kagome estava fazendo naquele exato momento. A esposa de InuYasha e candidata a prefeita, falava sobre a repercussão crescente sobre o novo ataque do estrangulador, que estava aterrorizando a população. O prefeito Ryokusei, que estava em seu gabinete acompanhado de Rakusho, também assistia, pela TV, o discurso de sua adversária sobre aquele tema tão delicado. Aquilo o deixava irritado.

RYUKOSEI – Mas que vadia filha da mãe!

RAKUSHO – O senhor não achou realmente que ela ia ficar muda diante desse acontecido.

RYUKOSEI – Mas eu tenho que admitir que ela fala bem. (ele desliga a TV e depois volta os olhos para seu secretário) – Parece que sua política de segurança começa a ferrar minha candidatura.

RAKUSHO – Acho que o prefeito está sendo injusto comigo. Injusto e ingrato depois de tudo que fiz pelo senhor e pela causa que nós dois acreditamos.

RYUKOSEI – Tem razão, Rakusho! (ele se levanta de sua cadeira) – Só estou nervoso pelo modo como as coisas estão se encaminhando e acabo descontando minha frustração na única pessoa que esteve do meu lado o tempo todo e...

RAKUSHO – Ora senhor prefeito, não seja condescendente comigo. (um pouco irritado) – Estou colocando em risco a minha reputação por nossa causa. O Japão não é mais a segunda economia do mundo. A Monarquia não vai fazer nada a respeito, portanto temos que instalar uma republica nesse país se quisermos voltar a crescer. Só por isso estou te ajudando.

RYUKOSEI – Acha que não tenho as mesmas convicções que você tem?

RAKUSHO – O senhor se apegou tanto ao poder que perdeu totalmente a noção de realidade.

RYUKOSEI – Rakusho.

Depois disso, Rakusho se afasta de Ryukosei para ir até porta para sair do gabinete da prefeitura, mas ao tocar na maçaneta da porta ele, repentinamente para e volta a olhar para o prefeito.

RAKUSHO – Eu cumpri o meu dever e estou bem comigo. Acho que o senhor não pode dizer o mesmo. (ele bate continência) – Adeus, senhor prefeito.

Depois de dizer isso Rakusho abre a porta para finalmente sair deixando Ryukosei sozinho com seus pensamentos. Aquilo que ouviu de seu ex-secretário mexeu profundamente com ele. O prefeito começava a se questionar se tudo que ele estava fazendo era pela causa que acreditava ou era por satisfação pessoal. Seja o que for ele tinha ido longe demais e era tarde para voltar atrás em suas ações. Naquele momento a secretária do prefeito fala, através do interfone, que a primeira dama queria falar com ele. Ele resolve atender em uma linha segura.

RYUKOSEI – Conseguiu algo com os arquivos de Yuri que enviei por fax?

ELISA – Sim, mas primeiro tenho que admitir que Rakusho fez um bom trabalho. É uma pena ele se afastar de você e...

RYUKOSEI – Corta esse papo furado e me diz logo o que conseguiu.

ELISA – Está bem. Segundo os arquivos de Yuri, ela conseguiu uma maneira que instalar uma espécie de memória digital no corpo das pessoas de uma forma que os escaneadores mais modernos não conseguiam identificar. Assim você podia colocar essa memória digital dentro de algum material especifico que depois era implantado dentro do corpo de alguém com total segurança.

RUYKOSEI – Estou começando a entender. Se as informações de Hank estiverem corretas de que Kanna tem uma lista secreta com os nomes de todos os membros da conspiração essa informação deve estar em uma memória digital implantada no corpo de alguém. Talvez Kanna tenha pedido para Yuri implantar no corpo dela no momento que fez o parto do filho.

ELISA – Foi a primeira coisa que pensei. O que reforça essa tese é um informe da Segurança Interna onde diz que a segurança pessoal de Kanna, na prisão domiciliar, foi aumentada.

RYUKOSEI – Acha que Natsume e Naraku sabem disso?

ELISA – Claro que sabem. Se eles tiverem acesso a essa lista nós todos estaremos nas mãos deles. Não podemos permitir isso. Vou comunicar isso imediatamente á Haruy, pois é provável que Hideki possa ter essa informação.

RYUKOSEI – Faça isso e também deixe Hank e o resto do conselho informados da situação enquanto isso eu vou cuidar do estrago que o aparecimento de outra vitima do estrangulador fez a minha campanha.

Ryukosei desliga a comunicação com a esposa para depois usar o interfone para falar com a secretária a fim de ela convocar o resto do secretariado dele para uma reunião de emergência e enquanto isso na sede do partido trabalhista, Kagome foi falar com Miroku depois de encerrar o discurso ao vivo.

KAGOME – O que achou?

MIROKU – O texto foi. Ponderado, mas firme. Tenho que dar meus parabéns á Tanuki e Botan. Eles trabalharam bem.

KAGOME – Também acho, apesar de não estar totalmente convencida que esse discurso fosse necessário. Você sabe bem que não gosto de uma tragédia em uma campanha política.

MIROKU – Mas eu já te disse que como candidata não pode se eximir de dar sua opinião em um assunto como esse. Sem falar que você não criticou em nenhum momento o prefeito e fez mais. Deu apoio a polícia local. Os familiares das vítimas vão entender.

KAGOME – Duvido que o prefeito pense assim. (naquele momento Tanuki aparece diante dos dois) – Fez um bom trabalho, Tanuki.

TANUKI – Obrigado, mas eu não mereço o credito sozinho. Botan ajudou muito. Acho que o fato da irmã dela ter sido assassinada contribuiu para que ela colocasse uma sensibilidade particular no texto.

MIROKU – Por isso que eu quero que ela faça parte da nossa campanha. A experiência dela como assessora de imprensa de Gakusajin é inestimável.

TANUKI – Ela sabe disso e está ponderando sobre seu convite, mas não é isso que vim lhes falar. Ambos deixaram seus celulares na sala. (ele olha para Kagome) – Seu irmão está tentando falar com você.

KAGOME – Está bem. Vou falar rapidamente com o presidente do partido e depois cuido disso.

TANUKI – Ok. (depois ele olha para Miroku) – E Sango quer falar com você imediatamente. (ele entrega o celular a Miroku) – Agora.

Miroku sorri e pega o celular entendendo o recado do amigo e assim ele vai para o corredor a fim de fazer a ligação para a detetive, que naquele momento estava no banco do carona do carro da polícia que Guy dirigia á caminho para retornar ao departamento.

MIROKU – Alô, Sango! Queria falar comigo?
SANGO – Sim, queria. Que história foi essa de Kagome falar sobre o estrangulador na TV? Nem tente negar que isso foi idéia sua.

MIROKU – Então é sobre isso?! (meio desapontado) – Sim, foi idéia minha sim. Qual o problema?

SANGO – Você deve estar brincando me fazendo essa pergunta. O problema é espalhar o pânico na população.

MIROKU – O pânico já está espalhado, Sango. Como uma iminente autoridade publica, Kagome não podia se esconder disso. Na política exige posições firmes.

SANGO – Não me fale de política. Deveria saber que a polícia ficaria em uma situação delicada diante de tudo isso, inclusive eu que estou no caso agora.

MIROKU – Está no caso do estrangulador?!

SANGO – Estou! E obrigado por deixar meu trabalho mais difícil.

MIROKU – Porque está jogando isso para mim? Sabe perfeitamente que seu trabalho seria difícil com o discurso de Kagome ou não. Sem falar que foi eu quem te avisou sobre o vazamento de informações aí no departamento. O que está acontecendo?

SANGO – É que Azuma me colocou no caso do estrangulador porque a Agência Imperial não vai mais dividir informação com a gente. Parece que descobriram algo grave e Azuma tem algo com isso, pois ele não lutou muito.

MIROKU – Pelo que conheço do capitão Azuma, deve ser algo importante. Procure falar com ele sobre isso.

SANGO – Ta. (ela respira fundo) – Eu te liguei também por outro motivo. Guy e eu ficaremos muito ocupados nesse caso e portanto...

MIROKU – Quer que eu fique mais com Tamira, certo?

SANGO – Pode fazer isso? Não está muito ocupado?

MIROKU – Posso sim. Deixe que eu cuide de nossa filha. O lado bom em tudo isso é que posso aproveitar o máximo de tempo para ficar com ela.

SANGO – Obrigada. A gente se fala depois.

Sango desliga seu celular e Guy, que estava dirigindo o carro, se manifesta depois de ter ouvido aquela conversa.

GUY – Não devia ter ficado brava com ele.

SANGO – Eu sei. Só que tudo isso é frustrante. Eu queria saber o que o capitão esconde e...

GUY – Escute, Sango. Seja o que for, o capitão tem suas razões e, além disso, estamos em um caso importante. Sei que está interessada em pegar as pessoas que mataram seus amigos e quase fizeram mal a sua filha, mas tem muita gente cuidando disso. Nossa obrigação é dar um pouco de paz aos familiares das vitimas do estrangulador pegando esse marginal.

SANGO – Você tem razão, Guy. Essa é nossa prioridade.

Sango resolveu aceitar o que o parceiro sugeriu e depositar um voto de confiança no capitão e enquanto isso no antigo laboratório de Kikyou, Onigumo ainda trabalhava na identificação do tipo de formiga que aparecia na imagem de Natsume na esperança de encontrar pista sobre a localização do esconderijo da mesma e, em conseqüência, de Naraku. Durante sua pesquisa ele nota que Baren não estava mais trabalhando na construção do radar que localizaria a jóia de quatro almas.

ONIGUMO – O que está fazendo, Baren? (observando ele digitando no computador)

BAREN – Acessando um banco de dados do exercito.

ONIGUMO – E o radar?

BAREN – Infelizmente recebi ordens para deixar isso de lado. (ele para de digitar e olha para Onigumo) - Pelo menos por enquanto. Tenho que fazer uma comparação genética.

ONIGUMO – Isso é ridículo! Fui eu quem trouxe você para cá. Ordens de quem? Comparação genética de quem? (eles ouvem vozes)

BAREN – Acho que logo vai saber.

Baren volta a digitar no computador e Onigumo vai ao encontro das vozes e não demora muito para perceber que se tratava de Ayumi e seus dois filhos, Okko e Yuri, que eram escoltados por um agente da Segurança Interna.

ONIGUMO – Você é a esposa do capitão Azuma. O que está fazendo aqui?

AYUMI – Eu não sei ao certo. Meu marido pediu que acompanhasse esse agente. Nem sei que lugar é esse. Você não sabe para que estamos aqui?

ONIGUMO – Não senhora. Estou no escuro como você.

OKKO – O que é esse lugar?

ONIGUMO – É um laboratório.

OKKO – Tipo laboratório do Dr. Frankenstein?

ONIGUMO – Mais ou menos.

Com um sorriso amarelo, Onigumo não sabia muito bem como reagir a aquela inusitada situação até que Baren, depois de acabar de digitar algo no computador, apareceu diante deles.

BAREN – Olá senhora Ayumi. Meu nome é Baren. Vamos logo iniciar os procedimentos com sua filha.

AYUMI – O que?! O que quer dizer com procedimentos com minha filha?

BAREN – Ela é a razão de estar aqui.

YURI – Eu?!

BAREN – Sim, pequena. (ele se agacha para ficar na altura dela) – Eu preciso pegar uma amostra sua de sangue.

OKKO – Vai tirar sangue dela? Depois vai ser minha vez?

BAREN – Não! Só dela.

YURI – Mamãe. (ela se esconde atrás de Ayumi) – Eu estou com medo.

AYUMI – Não se preocupe, querida. Não deixarei que façam mal a ti. (ela olha para Baren) – Não vão tocar um dedo nela até que me explique porque está fazendo isso.

BAREN – Acho que seu marido não lhe contou tudo, não é?

AYUMI – Azuma não me deu detalhes.

ONIGUMO – Contou o que? (ele encara Baren) – O que está acontecendo, Baren?

Baren nem teve tempo de responder a pergunta porque, de repente, Azuma adentrou no recinto chamando-o para si a atenção dos presentes, principalmente de Yuri e Okko, que correram para abraçar o pai.

AZUMA – É bom vê-los também, crianças.

OKKO – Papai, aquele homem quer tirar sangue da Yuri.

YURI – Estou com medo, papai.

AZUMA – Não se preocupem. Vai ficar tudo bem. (depois ele volta os olhos para a esposa) – Precisamos conversar, mas é imperativo que examinem o sangue de Yuri. (ele suspira) – Ele poderia usar um pedaço de pele ou um fio de cabelo, mas com uma amostra de sangue o resultado sairá mais rápido e o tempo é fundamental. (ele segura a mão da esposa) – Por isso quero que convença a nossa filha. Você é boa nisso.

AYUMI – Está bem, mas primeiro vamos acalmar a Yuri. Depois eu quero uma explicação para tudo isso.

AZUMA – E terá essa explicação.

Ayumi consente com a cabeça para em seguida levar Yuri, pelo braço, até a outra sala do laboratório a fim de que menina dê uma amostra de sangue. Baren vai junto para fazer a coleta. Onigumo permanecia intrigado com tudo aquilo e ainda queria alguma explicação de Azuma.

ONIGUMO – Capitão Azuma, esse laboratório estava sob minha responsabilidade, mas de repente vejo que fui usurpado. Pode me dizer o que está acontecendo?

AZUMA – Abi e uma comitiva do exercito japonês está vindo para cá. Eles darão mais detalhes, mas saiba que tudo isso é necessário.

Depois disso Azuma coloca a mão no ombro de seu filho e assim, os dois, vão para a sala de coleta sob a observação de Onigumo que continuava intrigado.

 

Próximo capítulo = Ligações genéticas – parte 2


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