Noite sem Fim escrita por TreinadorX


Capítulo 88
Conjecturas - parte 1




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No prédio que era a sede da Segurança Interna, mais precisamente em uma sala reservada, Ryukosei e Elisa estavam sentados á sós até que Rambari entra na sala.

RAMBARI – Desculpa por ter os feito esperar muito.

RYUKOSEI – Eu achei que ia pedir desculpas por mandar agentes corruptos me proteger.

RAMBARI – Realmente verifiquei os extratos bancários das respectivas esposas dos dois agentes e descobrimos contas secretas.

ELISA – Mas é claro! Os maridos foram pagos para nos matarem. A sorte do meu marido é que eu já fui uma agente treinada e consegui identificar gestos hostis dos agentes.

RAMBARI – Mas há algumas dúvidas sobre o ocorrido.

RYUKOSEI – Que dúvidas?

RAMBARI – Por que os agentes atacaram os dois juntos e não esperaram que o senhor ficasse sozinho já que só o senhor é alvo de Naraku. Como agentes treinados, sabiam da experiência de sua esposa. A segunda dúvida é sobre esses extratos bancários.

ELISA – O que têm eles?

RAMBARI – Os depósitos foram feitos recentemente e isso não faz sentido. O senhor como ex Ministro da Defesa, deve imaginar que preciso fazer uma investigação meticulosa. As esposas desses agentes serão chamadas para depor.

RYUKOSEI – Eu entendo, mas o senhor vai ter que entender que não vou mais aceitar a segurança de seus agentes. Prefiro contar com minha própria equipe de segurança.

RAMBARI – Desde que o senhor assine que abriu mão de tal segurança, pode fazê-lo.

Rambari, já imaginando tal pedido, exibiu um documento em que Ryukosei se responsabilizava por sua própria segurança. Depois de ler o documento, o prefeito assinou e, junto com sua esposa, se retirou da sala. Elisa parecia preocupada com a desconfiança de Rambari.

ELISA – Rambari pode descobrir tudo.

RYUKOSEI – Não vai! No máximo ficará com dúvidas, mas nunca irá desconfiar de nossa participação. E mesmo que desconfie, não terá meios de iniciar uma investigação sem enfrentar interesses políticos. Sem provas concretas não vai dar em nada.

Ryukosei demonstrava muita tranqüilidade e naquele momento o celular de Elisa começou a tocar. Ela sabia que se tratava de Haruy e por isso atendeu ali mesmo.

ELISA – Já está com Gatenmaru?

HARUY – Infelizmente não.

ELISA – Como não?! (olhando ao redor se ninguém estava observando) – Era só pegá-lo vivo.

HARUY – Ele nos enganou e conseguiu fugir no nosso furgão. O tal de Konshu foi morto.

ELISA – Mas que droga, Haruy! Estou decepcionado com você. Achei que o tinha treinado bem. Agora não temos nada.

HARUY – Talvez tenhamos, senhora. Na verdade duas coisas.

ELISA – Como assim?

HARUY – Uma é que um dos meus homens esqueceu o celular dentro do furgão. Podemos rastreá-lo por satélite até encontrar Gatenmaru.

ELISA – Entendo, mas para isso precisamos da ajuda de Hank. Ele tem os meios de fazer o rastreamento. E qual é a outra coisa que tem para nos ajudar?

HARUY – Nesse momento estou na casa de Konshu e descobri algo interessante. A falecida esposa dele foi médica, mais precisamente obstetra.

ELISA – E daí?

HARUY – Daí que verifiquei que foi ela quem fez o parto do filho de Kanna.

ELISA – Isso realmente é interessante. Pegue tudo que tiver sobre a médica e peça que um de seus homens o leve até minha casa.

HARUY – Sim, senhora.

Depois de falar com seu subalterno, Elisa desliga seu celular e, junto com Ryukosei, sai do prédio da Segurança Interna e enquanto isso Miroku acabava de chegar ao antigo laboratório de Kikyou. Ao entrar no local ele vai logo correndo para onde Soten e Tamira estavam.

MIROKU – Oi meninas. (pegando Tamira no colo)

TAMIRA – Oi papai.

SOTEN – Que bom que está bem. (ela o abraça também) – O que aconteceu?

MIROKU – É uma longa história. Aconteceu tanta coisa.

SOTEN – Soubemos do Naraku. Ele está vivo.

MIROKU – Uma tremenda surpresa para mim. Não sou o único que voltou dos mortos.

TAMIRA – Papai! É verdade que vamos dormir na sua casa?

MIROKU – É sim! É por isso que vim buscá-las. Já falei com sua mãe.

TAMIRA – Mas e ela? Também vai dormir lá.

MIROKU – Ela vem depois, pois está trabalhando.

SOTEN – Sango é muito dedicada ao trabalho.

MIROKU – É sim. (ele olha ao redor e nota que Baren era o único que ficaria no local) – Onde está todo mundo?

SOTEN – Koharo foi levar Genku para a família enquanto Onigumo e Eri saíram minutos antes do senhor chegar.

MIROKU – Eu pensei que Onigumo iria acompanhar esse projeto até o fim. Afinal foi idéia dele.

SOTEN – Eu não sei não, mas ele parecia muito nervoso. Tinha algo a ver com aquela promotora de justiça. Eri foi com ele.

MIROKU – Estranho mesmo. (ele fica pensativo e depois olha para Baren) – Ei amigo!

BAREN – Sim? (meio aborrecido)

MIROKU – Sabe para onde foi Onigumo?

BAREN – Não! Eu não sei. Agora preciso voltar ao trabalho.

Miroku entendeu o recado de que estava incomodando e assim ele, junto com Soten e Tamira, sai do laboratório e enquanto isso Sango estava chegando ao prédio do departamento de polícia e depois de estacionar seu veículo, ela sai de dentro dele para entrar no prédio, mas de repente seu celular começou a tocar.

SANGO – Alô. (fechando a porta do carro)

ONIGUMO – Oi Sango, sou eu.

SANGO – Onigumo?! Aconteceu algo com o projeto?

ONIGUMO – Aquilo está na mesma. Estou te ligando por causa da promotora Midoriko.

SANGO – O que tem ela?

ONIGUMO – Ela pediu ao assistente que continuasse a investigar Ozai e ele acabou descobrindo uma série de ligações de Ozai com empresas americanas. Tudo trabalho free-lance.

SANGO – Isso é interessante.

ONIGUMO – Acontece que Midoriko achou seu assistente morto, mas antes de ser assassinado ele enviou um drive com uma lista dessas empresas.

SANGO – Isso é ótimo! Vou entrar em contato com Midoriko e...

ONIGUMO – Esse que é o problema, Sango. Ela estava falando comigo pelo celular e de repente ouvi o som de uma freada brusca e depois a ligação caiu. Desde então estou tentando ligar para o celular dela, mas sem resposta.

SANGO – Acha que aconteceu algo com ela?

ONIGUMO – Infelizmente sim. Quem matou o assistente dela devia saber que ele mandou o drive para ela.

SANGO – Certo. Azuma vai participar de uma teleconferência com Abi e Rambari. Vou relatar isso á ele e veremos o que se pode fazer a respeito.

ONIGUMO – Eu já estou fazendo alguma coisa.

SANGO – Como assim?

ONIGUMO – Midoriko disse que estava vindo até o laboratório para me encontrar, portanto estou fazendo o caminho de volta até o prédio da promotoria de justiça. Houve algo com ela pelo caminho.

SANGO – Não devia fazer isso, Onigumo. É muito perigoso.

ONIGUMO – Te ligo se descobrir algo.

Depois dessas palavras, Onigumo desliga seu celular sem dar a chance de Sango retrucar sua atitude. Ele voltara a prestar atenção na direção de seu carro pela estrada. Eri, que estava no banco de carona, permanecia calada. Onigumo resolve se manifestar.

ONIGUMO – Não devia ter vindo comigo. Isso pode...

ERI – Ser perigoso?! (ela olha para ele) - É isso que ia dizer?

ONIGUMO – Já disse que não quero que se machuque.

ERI – Acha que não sei o que está acontecendo?

ONIGUMO – E o que está acontecendo?

ERI – Desde que soube que esse Naraku está vivo, você tem uma idéia fixa de que tem que fazer de tudo para impedi-lo. Mesmo que arrisque sua vida. Como se isso fosse sua responsabilidade.

ONIGUMO – Não deixa de ser.

ERI – Não seja convencido! Não sei muito desse Naraku, mas ele se tornaria esse monstro com ou sem sua ajuda.

ONIGUMO – Você não entende.

ERI – É você que não entende e...

Eri para de falar devido a uma freada brusca provocada por Onigumo, que depois disso sai imediatamente de dentro do carro fazendo com que Eri fizesse o mesmo. A antiga colega de Kagome estava curiosa para saber o motivo de tudo aquilo.

ERI – O que houve, Onigumo?

ONIGUMO – Veja você mesma.

Onigumo apenas aponta para um poste derrubado. Ele sabia que aquela queda ocorreu naquela noite, pois já tinha feito aquele trajeto mais cedo e não tinha visto poste caído, mas o que chamou a atenção dele o fato de haver sinais de batida, como marcas de freadas, mas não havia o veículo.

ONIGUMO – Onde está o carro?

ERI – Talvez já tenham recolhido e...

ONIGUMO – Não! A polícia teria que isolar o local. É procedimento padrão. Mesmo em casos de acidentes.

ERI – Acha que isso não foi acidente?

ONIGUMO – Não mesmo.

E assim Onigumo e Eri começaram a vasculhar o local na esperança de encontrar algo que pudesse explicar aquilo tudo e enquanto isso já no departamento de polícia, Sango contava para Azuma e Guy o que Onigumo tinha lhe dito.

AZUMA – Essa informação pode ser bem útil na teleconferência.

SANGO – Foi o que pensei.

GUY – Você pode participar disso, Sango, mas eu vou me concentrar no caso do estrangulador. Pegar esse bandido é minha prioridade. Esses dados, que me trouxe da Segurança Interna, vão me ajudar a identificar esse meliante.

SANGO – Sei que posso confiar em você. (ela olha para Azuma) – O capitão poderia chamar Nomer de volta e...

AZUMA – Amanhã a gente vê isso.

GUY – Então eu vou indo. Amanhã a gente se vê.

Guy sai da sala deixando Azuma e Sango a sós e assim ele liga seu computador para participar da teleconferência. Abi e Rambari, em seus respectivos postos de trabalhos, já estavam linkados.

AZUMA – Desculpe a demora, mas a detetive Sango soube de uma informação que pode ser vital para o caso.

RAMBARI – Eu também.

ABI – Fale primeiro senhor Rambari.

RAMBARI – Há poucos instantes fiquei sabendo que o prefeito foi alvo de uma tentativa de atentado por parte de agentes da Segurança Interna.

ABI – Tentativa?! Então o prefeito está bem?

RAMBARI – Sim. Segundo ele, sua esposa, que é uma ex agente, foi capaz de identificar a tentativa e posteriormente neutralizá-la, matando os dois agentes.

AZUMA – Eu entendi bem, senhor Rambari? O senhor disse que dois agentes de sua responsabilidade eram homens ligados á Naraku?

RAMBARI – Há indícios que apontam isso, mas ainda farei uma investigação mais minuciosa. As esposas dos agentes serão interrogadas amanhã.

ABI – Gostaria de participar desse interrogatório. Agora é o senhor, capitão. Qual a novidade?

AZUMA – A promotora de justiça Midoriko, que ajudava InuYasha e Cia na investigação, descobriu, através de seu assistente, que Ozai, o homem que ajudou Ryoma e que espionava Sesshoumaru no jornal, tinha ligações formais com empresas americanas. Desde consultor até porteiro. Tudo free-lance para não parecer oficial.

ABI – Se isso for verdade, essas empresas americanas estão, de alguma maneira, ligadas á libertação de Naraku e, possivelmente, á sua fuga e proteção.

RAMBARI – Nossas investigações já apontavam uma ajuda estrangeira á Natsume. Acho que se confirmarmos a veracidade dessa informação, teremos a certeza de que essa ajuda é americana e isso reduziria muito nosso leque de buscas.

ABI – Azuma! A promotora Midoriko tem os nomes dessas empresas?

SANGO – Senhor Rambari! Senhora Abi! Aqui é a detetive Sango. Fui eu quem deu essa informação ao capitão. Eu a consegui através de Onigumo, que estava falando com Midoriko no momento que ela, aparentemente, sofreu algum tipo de atentado, pois a ligação caiu bruscamente. Desde então ele não consegue falar com ela.

ABI – Bem, detetive, se não me engano esse Onigumo é o mesmo que já foi assistente de Naraku e também foi responsável por uma prisão de seu falecido irmão.

SANGO – Eu sei disso, senhora Abi.

ABI - E ainda sim confia na palavra dele?

SANGO – Onigumo já deu provas que está do nosso lado. Sim, eu confio na palavra dele.

ABI – Está bem. Vou pedir que minha assistente ligue para a promotora. Precisamos dessa lista. Agora vamos ao assunto que motivou essa reunião. Diretrizes para a busca de Naraku.

Como a Agência Imperial era quem comandava a investigação, coube a Abi determinar como a busca por Naraku seria feita e enquanto isso InuYasha, Kagome e Shippou estavam chegando em casa e se surpreendem ao ver Tanuki em frente á residência. Depois que InuYasha estaciona o carro, todos saem do veículo.

KAGOME – Tanuki?! É quase meia noite. O que está fazendo aqui?

TANUKI – Precisamos conversar, Kagome.

INUYASHA – Está meio tarde para isso, não acha? Podem conversar amanhã e...

TANUKI – Tem que ser agora, pois amanhã pode ser muito tarde.

INUYASHA – é política! Diante dessa confusão até me esqueço que minha esposa é candidata á prefeita. (ele da um beijo nela) – Converse o que tem que conversar com seu assessor. (ele se vira para Shippou) – Vamos Shippou! Você tem que acordar cedo.

SHIPPOU – E eu não sei disso? Tenho muito que fazer amanhã.

E assim os quatro entram na casa e enquanto Shippou e InuYasha vão para seus respectivos quartos, Kagome fica na sala com Tanuki. Ela o convida a se sentar.

KAGOME – Agora me conte o que é tão urgente que não pode esperar amanhã para me contar.

TANUKI – É Ungai! Ele está conspirando contra você.

KAGOME – Conspirando como?

TANUKI – Como todo Japão, ele viu que Naraku permaneceu vivo secretamente por dez anos em uma operação internacional e que teve o dedo de Ryukosei.

KAGOME – E daí?

TANUKI – Ele acha que devemos usar esse episódio para enfatizar a opinião publica de que Ryukosei não é confiável. Ungai tem certeza que você vai ser contra.

KAGOME – E ele está certo. Sou contra sim.

TANUKI – Mas por quê?! Isso pode ser uma boa estratégia. E isso não seria jogo sujo, pois estaremos abordando um tema técnico sem questões pessoais.

KAGOME – Então é por isso que está aqui. Não só para me avisar do que Ungai pretendia mais também tentar me convencer a usar essa estratégia?

TANUKI – Eu gosto muito de você, Kagome. Conheço as artimanhas partidárias melhor do que você. Sinceramente acho um grande erro não usar isso contra Ryukosei.

KAGOME – Olha Tanuki. O motivo de ser contra essa estratégia não tem nada a ver com ser ou não jogo sujo e sim por ser uma faca de dois gumes.

TANUKI – Como assim?

KAGOME – Caso não tenha se esquecido, Ryukosei era ministro da defesa e, portanto, representante desse governo. E isso foi feito contra um homem que foi considerado um semi demônio para combater atividades terroristas. Se atacarmos isso vamos dizer ao publico que somos partidários do terrorismo e aí as pessoas podem ver Ryukosei como vítima e não vilão.

TANUKI – Eu nunca tinha pensado por esse ângulo.

KAGOME – Mas eu sim. Não é porque estou no meio de tudo isso que vou me esquecer das minhas responsabilidades partidárias. Se Ungai quer mesmo ir até o fim com isso, deixe-o vir. Posso ser novata nisso, mas não sou boba.

TANUKI – Estou vendo isso. (ele se levanta) – Saiba que Ungai abordará esse tema na reunião de logo cedo.

KAGOME – Eu imagino que sim.

Naquele momento eles ouvem o som de um carro estacionando logo em frente.

KAGOME – Deve ser Koharo trazendo Genku.

TANUKI – Então está na minha hora de ir. (ele ia se afastando até que ela se manifesta)

KAGOME – Tanuki!

TANUKI – Sim?

KAGOME – Como está Botan?

TANUKI – Ainda arrasada. Agora mais ao saber que a morte de Momiji tem ligação com a libertação de Naraku.

KAGOME – Até agora não vi ligação alguma a não ser que o pai dela era prisioneiro de Natsume, mas tudo que as agencias de investigação souberam da libertação de Naraku nada tem a ver com Takeshi.

TANUKI – Acha que Natsume manteve Takeshi prisioneiro por outro motivo?

KAGOME – Ele não estava lá de férias.

TANUKI – Pode ser.

Naquele momento a porta se abre e aparecem Koharo e Genku, que logo corre para os braços de Kagome. A esposa de InuYasha, logicamente, retribui o abraço.

KAGOME – Como é bom ver seu rostinho, filho.

GENKU – Eu estava com saudades, mamãe.

KAGOME – Eu também. (ela olha para Koharo) – Obrigada por trazê-lo, Koharo.

KOHARO – Não foi nada.

TANUKI – Bem eu já vou indo.

KOHARO – Eu estou de carro, posso de dar uma carona, Tanuki.

TANUKI – Eu vou aceitar sim. Obrigado.

KOHARO – Então vamos.

KAGOME – Hei Tanuki.

TANUKI – Sim?

KAGOME – Obrigado por vir.

Tanuki sorri e depois, junto com Koharo, sai da casa de Kagome, que fechou a porta depois que a dupla saiu e ao olhar para trás vê Genku correndo para InuYasha a fim de abraçá-lo.

INUYASHA – Agora vá para seu quarto, pois preciso falar com sua mãe.

GENKU – Eu vou, mas antes vou falar com o mano Shippou. (ele olha para Kagome) – Boa noite, mamãe.

KAGOME – Boa noite. (ela dá um beijo na testa dele) – Durma com os anjos.

Genku sobe as escadas que davam acesso ao quarto dele deixando InuYasha e Kagome a sós na sala.

KAGOME – O que você quer falar comigo, hein? (ela o abraça)

INUYASHA – Eu ouvi parte da conversa que teve com Tanuki. Fiquei muito impressionado como lidou com aquela situação e o argumento que usou.

KAGOME – Mas sei que Ungai será bem mais enfático na reunião de amanhã. Mas eu não tenho medo.

INUYASHA – Sabe de uma coisa?

KAGOME – O que?

INUYASHA – Além de amá-la muito descobri que também lhe admiro. Não só como esposa e mãe mais também como pessoa. Quando vejo seus olhos vejo o melhor de um ser humano. (ele a beija) – Mas minha opinião é suspeita, pois sou perdidamente apaixonado por você.

KAGOME – Se tudo que me disse for a verdade você tem grande responsabilidade nisso, pois desde que te conheci e fiquei sabendo o que fazia, sempre procurei me aperfeiçoar como pessoa, pois para mim é você que representa o que o ser humano tem de melhor.

INUYASHA – Eu não sei o que seria de mim se não te conhecesse.

KAGOME – Bem. (ela sorri) – Acho que seria um velho rabugento.

InuYasha dá uma gargalhada diante daquela afirmação para em seguida beijar apaixonadamente sua esposa juntamente com carícias mais ousadas.

KAGOME – InuYasha! Você sabe que tenho uma reunião amanhã cedo, não?

INUYASHA – Sei. (ele a pega no colo) – Mas isso é problema seu, senhora candidata.

InuYasha carrega Kagome no colo até o quarto do casal deixando bem claro quais eram suas intenções e enquanto isso em um novo furgão, Haruy e outros capangas avistaram o furgão preto que Gatenmaru roubou deles para fugir. O veículo estava estacionado no meio da estrada.

HARUY – Vamos lá gente. É agora.

Haruy e os homens saíram do veículo com armas em punho e se aproximaram bem devagar, por ambos os lados, do furgão roubado e viram que não tinha ninguém nele.

HARUY – Droga! Ele deve ter trocado de carro. Mas por que ele deixaria o furgão no meio da estrada? (ele olha para os homens) - Examinem o veículo.

Haruy se afastou um pouco para ligar para Elisa, que naquele momento, já de volta á sua residência, examinava os documentos e anotações da esposa de Konshu, que um de seus capangas trouxeram até lá.

ELISA – Haruy?! Conseguiu localizar o furgão através do sinal do celular que Hank enviou?

HARUY – Consegui sim, senhora. O encontramos no meio da estrada, mas Gatenmaru não estava ele. Presumo que ele tenha trocado de carro achando que seria rastreado. Mas tem algo estranho.

ELISA – O que?

HARUY – Estamos perto de um desfiladeiro. Se Gatenmaru quisesse se livrar do furgão, o jogaria lá em baixo.

ELISA – Cuidado, Haruy. Pode ser uma armadilha.

No instante que Haruy ouviu essa afirmação, o furgão, que seus homens vasculhavam, de repente explodiu fazendo com que a ligação, com Elisa, caísse.

ELISA – Haruy! Haruy!

Por ser uma ex agente da CIA, Elisa sabia que o som que ouviu foi de uma explosão e concluiu que aquilo devia ter sido realmente uma armadilha de Gatenmaru. O prefeito Ryukosei, que tomava um drink, apenas observa Elisa desligar o celular o celular.

RYUKOSEI – Por que o desespero? Por acaso você dorme também com esse Haruy? (irônico)

ELISA – Dá um tempo, Ryukosei. (meio aborrecida com aquelas ironias) – Temos uma situação grave para contornar e não estou com disposição de aturar suas indiretas.

RYUKOSEI – O caso dos agentes já está resolvido. Eles nunca descobrirão e...

ELISA – Não estou falando dos agentes que você assassinou e sim de uma nova ameaça que surgiu.

RYUKOSEI – Que ameaça?

ELISA – Hank me enviou o memorando da reunião que teve com os membros do conselho. Eles descobriram que Kanna tem uma lista de nomes e funções de todos nossos operativos pelo país.

RYUKOSEI – Isso é ridículo! Kanna não tem tudo isso, pois se tivesse ela não ficaria presa nenhum dia.

ELISA – Eu sei e é isso que não faz sentido para mim, mas os membros do conselho disseram a Hank que muitos deles receberam telefonemas logo depois do anuncio da ameaça de Naraku. Em outras palavras, Kanna sabe mais do que pensávamos.

RYUKOSEI – Isso tudo é hipótese e...

ELISA – Escute aqui, Ryukosei. Você pode me odiar, me desprezar pelo que te fiz passar, pela humilhação de ser traído. Pode fazer o que quiser, mas quando se trata de negócios estamos do mesmo lado. Kanna deu provas de que tem posse de uma lista que pode não só arruinar sua candidatura a reeleição como também nosso projeto maior.

RYUKOSEI – Está bem. Mas o que essas anotações dessa falecida médica podem ajudar?

ELISA – Essa é a única coisa nova que sabemos de Kanna, pois se Naraku ou o governo japonês tivessem posse dessa lista já teríamos sabendo.

RYUKOSEI – Isso é verdade.

Naquele momento o celular de Elisa começa a tocar e para surpresa dela o nome de Haruy aparece no visor. Um sinal de que ele tinha sobrevivido á explosão.

ELISA – Haruy?! Você está bem?

HARUY – Mais ou menos. (ele estava muito machucado) – Eu sobrevivi porque estava meio distante do furgão, mas os outros morreram. Todos eles.

ELISA – Maldito Gatenmaru.

HARUY – Não foi uma bomba cronometrada. Ela foi acionada assim que os homens começaram a vasculhar o furgão. (ele olhava ao redor) – Aposto que Gatenmaru observou de algum ponto. Mal vejo a hora de colocar minhas mãos no pescoço dele. Ele vai me pagar por isso e...

ELISA – Deixe isso para depois.

HARUY – Mas senhora, ele deve estar aqui por perto e...

ELISA – E a polícia também. Você tem que reconhecer os corpos de seus homens. Não podemos deixar que a polícia os encontre para identificá-los.

HARUY – Entendo. Farei isso imediatamente.

ELISA – Eu odeio isso, mas vou ter que pedir ajuda de Natsume. Ela tem um local onde se pode livrar dos corpos. Vá até o esconderijo.

HARUY – Sim senhora.

Elisa desliga o celular e volta a olhar para o marido, que estava com uma expressão de reprovação.

ELISA – Por que está e olhando assim? Ainda mais você que ficou amiguinho do Naraku.

RYUKOSEI – Não fiquei amiguinho de ninguém. São negócios. Eu sei por que Naraku ficou no Japão. Ele sabia o tempo todo do plano de vocês e concluiu que ele é mais forte aqui no Japão. Aqui ele pode ser livre desde que a Monarquia caia. É por isso que ele está sendo tão ‘bonzinho’ comigo, mas ele não me engana.

Elisa preferiu ignorar a soberba do marido e voltou a analisar as anotações da falecida esposa de Konshu na esperança de encontrar algo e naquele momento o celular de Ryukosei começa a tocar.

RYUKOSEI – Sim?

NATSUME – Sou eu, senhor prefeito. Só estou ligando para saber se aquela historinha que o senhor inventou sobre a traição dos agentes foi aceita pelas autoridades.

RYUKOSEI – Rambari ficou um pouco desconfiado, mas já era algo que eu esperava. Devido á pressa para fazer a ‘enrolação’ até que se saiu bem.

NATSUME – Eu fico feliz, pois agora todos nós somos parceiros mais do que nunca, não é?

RYUKOSEI – Desconfio que essa não foi sua única motivação para me ligar. Diga o que quer de uma vez?

NATSUME – É um homem bem esperto, senhor prefeito. Vou direto ao ponto, mas primeiro me diga se Elisa está com você.

RYUKOSEI – Sim, ela está comigo.

NATSUME – Então coloque o seu celular no viva-voz. Quero que ela participe.

RYUKOSEI – Ok. (ele faz o que Natsume mandou e depois olha para Elisa) – Natsume quer que você participe da conversa.

ELISA – Estou ouvindo, Natsume.

NATSUME – Ótimo! Para começar os cientistas que estão cuidando de Naraku disseram que o melhor jeito para ele se recuperar por completo é ele ficar em uma espécie de animação suspensa por alguns dias ou semanas devido aos maus tratos que ele sofreu nos últimos dez anos.

ELISA – Meio radical, não?

NATSUME – É sim. Por isso resolvi falar com vocês.

RYUKOSEI – Se os cientistas estão dizendo que essa é a única forma, o que nós temos com isso?

NATSUME – Estou ligando só para avisar que torça para que esse procedimento dê certo, pois se algo der errado, não vou pensar duas vezes em entregar todos vocês. Eu posso acreditar nesses cientistas americanos?

ELISA – Pode. Todos nós temos muito a perder se Naraku morrer.

NATSUME – Podem acreditar que sim.

Natsume desliga seu celular para em seguida olhar para o grupo de cientistas que cercavam Naraku, que estava deitado em uma maca. O líder dos cientistas olhava para Natsume como se esperasse alguma autorização. Natsume apenas se aproximou de Naraku.

NATSUME – Você vai ficar bem, meu amor. (ela dá um selinho nele)

NARAKU – Eles deram garantias?

NATSUME – Eles sabem muito bem do que sou capaz. Depois desse procedimento você será um novo homem, meu amor.

Naraku sorri em gratidão. Natsume olha para o líder dos cientistas e maneia positivamente com a cabeça e em seguida outro cientista coloca uma mascara que introduzia anestesia e algo para ele adormecer e assim Naraku é colocado em uma espécie de câmara de suspensão animada.

 

Próximo capítulo = Conjecturas – parte 2


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