Noite sem Fim escrita por TreinadorX


Capítulo 83
A fuga espetacular - parte 2




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/12481/chapter/83

Dentro do furgão e já bem distante do perímetro de busca dos agentes imperiais, Natsume usou seu celular para ligar para Elisa, que naquele momento percorria os corredores da prefeitura. Sabendo que era do outro lado da linha a primeira dama da cidade verifica se estava sozinha antes de atender.
ELISA – Já está com Naraku?
NATSUME – Sim. (ela olha para Naraku muito debilitado) – Ele está pior do que pensei. Precisa urgentemente da jóia de quatro almas. Estamos á caminho do esconderijo.
ELISA – E quanto á InuYasha, Shippou e Miroku?
NATSUME – Tudo sob controle. Explico os detalhes quando vierem aqui.
ELISA – Está bem. Também tenho algumas novidades a te contar, mas antes vamos cuidar para que os agentes não venham atrás de vocês. Ryukosei está prestes a participar de uma teleconferência com Abi, da Agência Imperial, e Rambari, da Segurança Interna. A gente se vê depois.
Elisa desliga seu celular ao se aproximar do gabinete do prefeito. Ela entra e vê Ryukosei terminando de falar com alguém por telefone.
RYUKOSEI – Acabei de falar com Rakusho, que está na Segurança Interna. Rambari já está conectado.
ELISA – E Abi?
RYUKOSEI – Ela está no departamento de polícia. Estão preparando um link digital lá mesmo para ela.
ELISA – Ryukosei! Tem que ter somente a participação de Abi, pois Azuma não pode ficar sabendo de Naraku.
RYUKOSEI – Não se preocupe. Abi sabe disso. (ele sorri e se levanta de sua cadeira) – Tenho certeza que tanto Rambari quanto Abi acatarão minha idéia. (ele se aproxima dela) – Tudo por sua causa, amor. (ele a beija) – Você é um gênio.
ELISA – Não fale assim. Eu fico encabulada. (ela se afasta um pouco) – Eu falei com Natsume e ela já está com Naraku. Sabe que temos que nos encontrar com eles, não?
RYUKOSEI – Eu sei. Não gosto disso. Naraku deve estar com raiva de mim, já que sou um dos responsáveis pela sua situação. Não queria ficar nas mãos de Natsume.
ELISA – Mas você não pode dar o luxo de perder essa eleição. Vamos fazer o jogo de Natsume até conseguirmos algo contra ela. Confie em mim.
RYUKOSEI – Eu confio.
Ryukosei beija novamente Elisa sem ainda desconfiar de que ela era agente duplo que estava a serviço e enquanto isso no departamento de polícia, alguns agentes imperiais estavam na sala do capitão Azuma preparando o link digital para a teleconferência. Azuma, um pouco inconformado, e Abi apenas observavam.
AZUMA – Pode me explicar porque não posso participar?
ABI – Deve perguntar isso ao seu chefe. A idéia da teleconferência foi dele. (ela olha para ele) – Ryoma ainda está com o advogado?
AZUMA – Sim. Guy está com eles na sala de interrogatório para ter certeza que não saberão da teleconferência.
ABI – Ótimo. Vou assegurar que o prefeito colabore com a Agência Imperial e nos de a custódia de Ryoma.
Azuma, sem saber o motivo de todo aquele sigilo, se afasta de Abi para ir até a sala de interrogatório onde estavam Ryoma, que estava algemado, seu advogado Sado, além de Guy.
SADO – O que vai acontecer com meu cliente?
AZUMA – Ele ficará um pouco mais aqui. Talvez o prefeito autorize a transferência de custódia de seu cliente. (ele olha para Ryoma) – Por que não fala com a gente, Ryoma. Se falar onde é o esconderijo de Natsume, podemos te ajudar.
RYOMA – Vocês me ajudar?! (ele vira o rosto e começa a rir) – Não me faça rir, capitão. Vocês nem mesmo podem se ajudar.
Azuma contou, mentalmente, até cinco para se acalmar diante da resposta de Ryoma. O ex-agente imperial não estava querendo colaborar e estava disposto a enfrentar o interrogatório de seus ex-colegas.
AZUMA – Seu... (Guy se manifesta)
GUY – Calma, capitão. Ele vai receber o que merece. (depois ele olha para Ryoma) – Se você sabe onde é o esconderijo de Natsume, eles vão arrancar isso de você. Pode ter certeza.
Ryoma não fala nada, mas tinha uma expressão de medo na fase dele e naquele momento Nomer entra na sala trazendo uma caneca de porcelana com água dentro. Ele a deu para Sado.
SADO – Obrigado, rapaz.
NOMER – De nada. (ele olha para Azuma) – Capitão.
AZUMA – Sim, Nomer.
NOMER – O senhor não vai participar da teleconferência em sua sala?
Azuma e Guy arregalam os olhos diante da pergunta de Nomer, pois era para manter aquela notícia em segredo de Sado e Ryoma. O advogado do ex-agente imperial foi logo se manifestando.
SADO – Que teleconferência é essa? É á respeito do meu cliente?
AZUMA – Claro que não é. (sorrindo amarelo e depois olha para Guy e Nomer) – Vocês dois. Venham comigo.
Azuma, Guy e Nomer saem da sala de interrogatório, deixando Ryoma e Sado sozinhos lá.
RYOMA – Eles estão mentindo! É sobre mim sim. (ele olha para o advogado) – Eles estão armando algo contra mim. Precisa fazer alguma coisa.
SADO – Não se preocupe. (ele coloca a mão no ombro de Ryoma) – Eu não permitirei arbitrariedades contra você. Tenho contatos. Farei algumas ligações.
RYOMA – Eu não quero voltar para a Agência Imperial. Depois que tirarem tudo de mim, me deixaram em uma cela e jogaram a chave fora. Preciso sair daqui.
SADO – Eu já disse, Ryoma. Tenho contatos. Você não será entregue á Agência Imperial. (ele sorri e fala baixinho) – Você sairá daqui. (depois olha para o teto onde tinha uma câmera de vigilância) – Tenho que fazer as ligações fora daqui. Esse local não é seguro.
Depois disso Sado se afasta de Nomer para sair da sala e em seguida ir para fora do departamento de polícia. Azuma, Guy e Nomer observavam a cena.
NOMER – Me desculpe, senhor. Eu não sabia que era segredo e...
AZUMA – Esquece isso, Nomer. Agora já foi, mas que esse tipo de coisa não se repita.
NOMER – Sim senhor. (ele sai deixando Azuma e Guy conversando)
GUY – Pega leve com ele, capitão. O advogado de Ryoma não pode fazer nada.
AZUMA – Eu sei. Talvez quisesse guardar segredo por ter sido preterido na teleconferência. O que o prefeito pensa em fazer?
GUY – Seja o que for, duvido que saibamos, já que ele deixou até o senhor de fora.
AZUMA – É. (ele respira fundo) – E como está a investigação sobre o estrangulador?
GUY – Eu ainda estou esperando os dados da Segurança Interna para identificar o suspeito. Só a Segurança Interna tem autorização para cruzar informações de e-mails e rastrear a navegação na internet. Essa teleconferência só está me atrasando.
AZUMA – Ok. Informe-me quando tiver alguma novidade.
Guy se afasta de Azuma e naquele momento o celular do capitão começa a tocar. Ele, prontamente atende.
AZUMA – Azuma falando.
SANGO – Azuma, sou eu. Já cheguei ao local. (ela observa os agentes imperiais retirando corpos em sacos plásticos)
AZUMA – Encontrou InuYasha e os outros?
SANGO – Não, mas houve uma matança aqui. Só soldados por enquanto
AZUMA – Isso é uma boa notícia. É sinal de que estão vivos.
SANGO – Espero que sim, mas tem uma coisa que me chamou a atenção. Os soldados mortos não eram japoneses e sim americanos.
AZUMA – Então esse sistema prisional é uma base americana, mas qual será a ligação de Natsume com esse lugar?
SANGO – Deve ser o prisioneiro LPAP de que tanto Natsume queria. O agente imperial responsável me disse que já estabeleceram um perímetro de busca. Se Natsume, InuYasha, Miroku ou Shippou estiverem por aqui, irão ser encontrados. (ela percebe um agente chamando-a com gestos)
AZUMA – Vai ligar para Kagome?
SANGO – Melhor não. (ela começa a andar até o agente) - Pelo menos não enquanto não tiver alguma certeza. Tenho que desligar.
AZUMA – Me liga quando tiver novidades.
Sango desliga seu celular e vai até ao agente imperial que estava comandando aquela missão. O agente segurava um celular.
SANGO – Sim?
AGENTE – Você disse que seus amigos estavam aqui.
SANGO – Sim, um deles é pai da minha filha, por quê?
AGENTE – Encontramos esse celular em um local estratégico. Foi encontrado sozinho e desligado. (ele exibe o aparelho) – Reconhece?
SANGO – Deixe-me ver. (ela pega e observa melhor) – Estou reconhecendo sim. É o celular de Shippou.
Assim que percebeu isso, a detetive ligou o aparelho, mesmo sem a autorização do agente imperial que até ia repreendê-la por isso, mas de repente o aparelho começa a tocar. Sango olha para o agente imperial como se pedisse permissão. Ele maneia com a cabeça e assim a detetive atendeu o aparelho.
SANGO – Alô.
SOTEN – Sango?! O que está fazendo com o celular de Shippou?
SANGO – É você, Soten?
SOTEN – Sim, sou eu. Agora me diz o que está fazendo com o celular de Shippou.
SANGO – Isso é uma longa história e...
SOTEN – Eu sei que está acontecendo algo grave. A senhora Kagome disse que Shippou, o senhor InuYasha e o senhor Miroku estavam sumidos. Eu e Koharo estamos feito loucos ligando para eles.
SANGO – Olha Soten, eu...
SOTEN – Por favor, Sango. Não minta para mim. O que está acontecendo?
SANGO – Nem eu mesma sei direito. Estou em um local onde foram encontrados vários soldados americanos mortos. Certamente Natsume está por trás disso, mas não encontrei nenhuma pista de nenhum dos três. Soten, espere um minuto. (ela olha para o agente imperial) – É particular. A jovem com quem estou falando é irmã da minha filha.
AGENTE – Está bem, mas só um minuto e depois ficamos com o celular.
Sango maneia coma cabeça concordando com aqueles termos e assim o agente imperial se afasta para dar privacidade á detetive, que volta a falar com Soten.
SANGO – Soten, você está com a Tamira?
SOTEN – Sim. (ela olha para Tamira conversando com Genku sob os olhares de Koharo) – Estou olhando para ela.
SANGO – Escute Soten. (ela observa o agente voltando) - Não deixe que essa notícia do desaparecimento de Miroku chegue aos ouvidos dela.
SOTEN – Não se preocupe. Eu e Koharo concordamos que é melhor deixar as crianças fora disso.
SANGO – Onde vocês estão?
SOTEN – Estamos em um posto de gasolina abastecendo o carro. Depois vamos ao encontro da senhora Kagome em um antigo laboratório da tal Kikyou.
SANGO – Por que lá?
SOTEN – Eu não sei, mas foi a senhora Kagome que pediu isso.
SANGO – Ta. Eu tenho que desligar, mas, por favor, Soten. Cuide de Tamira por mim.
SOTEN – Claro. E você ache meu pai.
SANGO – Pode deixar. É o que mais quero. Tchau.
Sango desliga o celular e o entrega para o agente imperial que confiscaria o aparelho como prova e enquanto isso, depois de falar com Sango, Soten relatou, á Koharo, tudo o que a detetive tinha acabado de falar com ela pelo celular.
KOHARO – Isso é terrível.
SOTEN – E eu não sei disso? (ela olha para o interior do carro onde estavam Tamira e Genku) – Eu nem posso imaginar como eles ficariam se algo de ruim acontecesse com meu pai, com o senhor InuYasha e com Shippou.
KOHARO – Eu sei, mas devemos ser otimistas. Pelo menos na frente das crianças. (ela coloca a mão no ombro da jovem) – Deve estar sendo muito difícil para você sabendo que Miroku e Shippou estão nessa situação.
SOTEN – Confesso que estou apavorada e só vou me tranqüilizar quando ouvir as vozes dos dois, aliais, dos três, pois também gosto do senhor InuYasha.
KOHARO – Eu sei. (ela respira fundo) – Temos que ir.
Koharo forçava um sorriso para tentar tranqüilizar Soten. A jovem enxugou as lágrimas que estavam teimando em cair e assim as duas entram no carro para irem ao antigo laboratório de Kikyou e enquanto isso Shippou estava fazendo o caminho de volta do trajeto de fuga dele para ir ao encontro do local onde era mantido refém por Natsume. O rapaz estava tão preocupado que nem estava se importando se algum capanga de Natsume o encontrasse. Ele queria chegar ao local o mais rápido possível e quando finalmente isso aconteceu, ele se apavorou ao ver a cena de três corpos caídos no chão.
SHIPPOU – Essa não! (ele coloca as mãos na cabeça) – PAI!
Sem perder tempo, Shippou correu até o corpo de InuYasha e para sua grata surpresa, percebe que ele não estava morto, mas apenas inconsciente. Depois verificou que Miroku se encontrava na mesma situação. Diferente de Derek, que ele não conhecia. Embora estivesse feliz com aquilo, Shippou ficou intrigado.
SHIPPOU – Por que ela os deixou vivos?
Shippou se questionava perante aquilo, mas era uma questão para o futuro. Estava feliz em saber que o pai e seu amigo estavam vivos e assim o jovem tampou as narinas de seu pai até que este despertasse. InuYasha ficou tossindo um pouco á procura de ar. Aquilo era uma técnica que o próprio InuYasha tinha ensinado á ele para fazer alguém recobrar a consciência. Depois Shippou fez o mesmo com Miroku, que também acabou despertando. Shippou sorria.
SHIPPOU – Pai.
INUYASHA – Shippou?! (ele abraça o rapaz) – Que bom que esteja bem, filho.
SHIPPOU – Eu pensei que estavam mortos. (ele se solta do abraço e olha para Miroku) – Os dois.
MIROKU – É. (ele coloca a mão na cabeça) – Ai que dor.
SHIPPOU – Vocês levaram uma pancada e tanto.
INUYASHA – Temos muito que falar, Shippou. (ele também estava com dor de cabeça) – Deixe eu me sentar para te contar algo muito grave, filho.
Shippou olhou curioso para o pai, imaginando que algo grave era aquele e enquanto isso a teleconferência entre o prefeito Ryukosei e mais Abi, da Agência Imperial, e Rambari, da Segurança Interna, estava prestes a começar.
RYUKOSEI – Primeiramente, obrigado por atenderem meu pedido para que participassem dessa reunião.
ABI – Tudo bem, senhor prefeito, mas saiba que aceitei isso porque quero pedir que transfira, imediatamente, a custódia do prisioneiro Ryoma. O senhor, como ex-chefe da Segurança Interna, sabe muito bem a gravidade da situação.
RYUKOSEI – Claro que sei. Trata-se de Naraku. Saiba senhora Abi que só não transferi a custódia para evitar que a senhora cometesse um erro sem precedentes. Apenas quis ser prudente.
RAMBARI – Pode ser mais caro, senhor prefeito? Pois eu não entendi essa insinuação.
ABI – Faço minhas as palavras de Rambari.
RYUKOSEI – Claro. Vou ser mais claro. O fato inegável é que Natsume conseguiu resgatar Naraku e pelas informações que obtive, são poucas as chances de encontra-los, correto, senhora Abi?
ABI – São poucas, mas elas existem e...
RYUKOSEI – Acontece que a população acha que Naraku está morto há dez anos. Se a busca por Naraku se tornar publica, todas as instituições desse país ficaram desmoralizadas.
RAMBARI – Espere aí! O senhor está sugerindo que deixamos Naraku e Natsume escaparem?
RYUKOSEI – Exato.
ABI – Isso é um absurdo e...
RYUKOSEI – Não é não e a senhora sabe disso. Pense bem, Abi. Se seus agentes tivessem impedido a fuga era uma coisa, mas não foi o que aconteceu. Naraku está livre e não sabemos onde ele está.
RAMBARI – O que ele disse faz sentido, Abi. Se a busca por Naraku se tornar publica, não vamos conseguir controlar o fluxo de informação. Tenho certeza que o Imperador não ia querer isso.
ABI – Tudo bem. Concordo que as palavras do prefeito fazem sentido, mas e quanto aos soldados americanos mortos? Não temos como esconder isso dos EUA e...
RYUKOSEI – E nem vai precisar. (ele olha para Elisa) – Tenho contatos com o governo dos EUA. Eles também não vão querer a divulgação de que Naraku está vivo. Isso seria muito ruim para eles também.
ABI – E vamos deixar Naraku solto assim?
RYUKOSEI – Claro que não. Por isso pedi essa reunião. Tenho certeza que Naraku e Natsume fugirão do país. A minha idéia é que deixe isso acontecer e que os EUA cuidem dele lá fora. Eles tem bem mais recursos e informações do que nós.
RAMBARI – Entendo. Deixando Naraku fugir do país, isentamos o Japão de qualquer culpa.
RYUKOSEI – Exato.
ABI – Mas acontece que ainda podemos captura-lo sem chamar a atenção do publico. Provavelmente Natsume levou Naraku para o esconderijo dela. É só o prefeito transferir a custódia de Ryoma. Tenho certeza que ele sabe onde fica o esconderijo de Natsume. Podemos chegar lá antes que Naraku e Natsume saiam do país.
RYUKOSEI – Para mostrar boa vontade, vou transferir a custódia do prisioneiro, mas acho razoável que a senhora Abi cancele a busca por Naraku. O departamento de polícia já está muito envolvido com a investigação e é prudente controlarmos o fluxo de informações.
RAMBARI – Abi. Eu concordo com o prefeito. A sua melhor chance de encontrar Naraku é com Ryoma.
ABI – Tudo bem, senhor prefeito. Só vou aceitar isso porque fui informada pelo agente, responsável pela busca, que meus homens não encontraram nenhuma pista de Natsume, portanto preciso que transfira a custódia de Ryoma para a Agência Imperial.
RYUKOSEI – Está sendo providenciado. (ele observa Elisa fazendo um sinal positivo) – Chegará por fax. (ele sorri) - Como chefe do departamento de polícia de Tóquio eu autorizo, se quiser, que inicie o interrogatório aí mesmo.
ABI – Eu já tinha pensado nisso. O agente que faz interrogatórios médicos esta aqui. Podemos iniciar os procedimentos imediatamente. Com a confirmação de que Ryoma está envolvido com atos terroristas, seu advogado não vai conseguir impedir o interrogatório.
RAMBIRA – Acho que estamos todos de acordo. A Segurança Interna monitorará a provável saída de Naraku do país. Acho que essa reunião está encerrada.
ABI – Obrigada.
O link digital é desfeito e assim Abi se levanta e vai até o fax da sala, que naquele momento estava recebendo um papel. Era a autorização do prefeito Ryukosei para que o departamento de polícia de Tóquio transferisse a custódia de Ryoma á Agência Imperial.
ABI – Ótimo! É o que eu precisava.
De posse daquela autorização, Abi sai da sala de Azuma e fala, ao pé de ouvido, com um agente imperial. Ela estava pedindo que ele ligasse para o outro agente imperial, que estava no sistema prisional, para que ele cancelasse a busca por Naraku. Depois disso Abi foi até Azuma, que estava conversando com Sado, advogado de Ryoma.
ABI – Aqui está a autorização. (ela exibe aos dois)
AZUMA – Parece que conseguiu.
ABI – Consegui sim.
SADO – Isso não importa. O meu cliente ainda tem seus direitos e...
ABI – Não tem mais! A Agência Imperial tem provas da participação dele em um crime contra a segurança nacional e portanto, seus direitos são imediatamente revogados. (ela olha para um agente que carregava uma maleta preta) – Vamos!
SADO – Espere. (ele fica na frente dela) - Por acaso vai tortura-lo?
ABI – Farei o que for preciso para proteger a segurança desse país. (ela o agarra pelo colarinho) – Agora saia da minha frente e me deixa fazer meu serviço.
SADO – Isso é um abuso.
Abi ignorou o comentário do advogado e assim o tirou da frente para, junto com outro agente de maleta preta, seguir seu caminho. Azuma apenas observava a cena.
AZUMA – Melhor não mexer com ela.
SADO – Vocês policiais e agentes são todos iguais.
AZUMA – Poderia dizer o mesmo de vocês advogados, mas não cometerei essa injustiça. Sem falar que...
Azuma não termina a frase, pois ouve um grito estridente de Abi chamando por ele, o que o fez ir correndo até a sala de interrogatório. Ao chegar lá, ele se depara com uma cena assustadora. Era Ryoma com cortes profundos nos pulsos e no pescoço com Abi e o outro agente tentando parar o sangramento.
AZUMA – O que aconteceu?
ABI – Isso aconteceu. (ela aponta os cacos da caneca de porcelana no chão) – Ele a usou para se matar, mas ele está vivo.
AZUMA – Vou chamar u médico.
ABI – Limite o acesso até aqui
Azuma usa seu celular para falar com algum médico que estivesse no departamento e enquanto isso InuYasha estava guiando o carro roubado. Shippou estava no banco do carona e Miroku no banco de trás. O jovem ficou sabendo de tudo que houve com o pai e o amigo e também a verdadeira motivação de Natsume.
SHIPPOU – Então Naraku está vivo mesmo? Mas que loucura.
INUYASHA – Se eu mesmo não tivesse visto, não acreditaria.
SHIPPOU – Tudo que passamos nos últimos quatro anos foi para que Natsume libertasse Naraku. Tudo começou com aquele Derek que morreu.
MIROKU – Sim. Foi ele que avisou Natsume que Naraku ainda estava vivo. Agora com ele solto é o começo do verdadeiro pesadelo.
SHIPPOU – Acha que não acabou?
MIROKU – Não. Essa operação toda é algo pessoal contra todos nós. Naraku não se esqueceu da gente.
INUYASHA – Escute, Shippou. Por algum motivo Naraku nos deixou vivos. Ele podia nos matar, mas não o fez. Estou com um mau pressentimento.
SHIPPOU – Vocês contaram que ele estava muito debilitado e doente. Não pode fazer mal á ninguém e...
INUYASHA – Você está se esquecendo da jóia de quatro almas! Foi para curar Naraku que Natsume a queria tanto. Acredite, a jóia vai curá-lo e depois disso ele virá atrás de nós e...
InuYasha não completa a frase porque, de repente, aparece um veículo com uma luz ofuscante, fazendo o marido de Kagome parar imediatamente o carro que dirigia. De dentro do veículo saíram vários agentes imperiais, todos com armas em punho e enquanto isso, ainda dentro do furgão e á caminho de seu esconderijo, Natsume falava, pelo celular, com Elisa, que estava sentada no banco de trás carro oficial da prefeitura com Ryukosei ao lado.
ELISA – Isso mesmo. (ela olha para Ryukosei) – Ryukosei cuidou para que você e Naraku tivessem tempo de fugirem e eu cuidei de Ryoma. Ele não será mais problema.
NATSUME – Tem certeza?
ELISA – Tenho sim. Estamos indo até aí para acertarmos os últimos detalhes do acordo.
NATSUME – Certo. Já estamos chegando ao esconderijo. Certifiquem-se de que não serão seguidos.
ELISA – Claro.
Depois de falar com Natsume sobre o andamento da missão, Elisa desliga seu celular e volta a olhar para o marido, que estava curioso com algo.
RYUKOSEI – Me diga uma coisa, Elisa. Como conseguiu convencer Ryoma a se matar?
ELISA – Digamos que Sado pode ser bem persuasivo quando quer. Por isso foi que eu o escolhi para ser advogado de Ryoma. (naquele momento o celular dela toca e ela vê o numero no visor) – É ele. (ela atende) – Fale, Sado.
SADO – Não saiu tudo como planejado. Ryoma ainda está vivo, mas perdeu muito sangue. Vão levá-lo para o hospital.
ELISA – Quais são as chances dele sobreviver?
SADO – Poucas, quase nenhuma. Foi ótimo deixar a caneca de porcelana do lado dele.
ELISA – Vá com ele e me mantenha informada.
SADO – Sim senhora.
Sado desliga seu celular e fica observando Ryoma sendo levado, em uma maca, para fora do departamento de polícia. Perto dali, Nomer recebia uma bronca de Azuma pelo que houve agora pouco.
AZUMA – Foi você que trouxe a caneca de porcelana. Não devia deixá-la lá.
NOMER – Mas capitão, foi o advogado que pediu.
AZUMA – Eu sei. (ele observava Sado entrando na ambulância que levaria Ryoma)
NOMER – Esse foi meu segundo erro. O primeiro foi quando falei da teleconferência e...
AZUMA – Não se martirize, Nomer. Erros acontecem. (ele olha para o relógio de pulso) – Acho que já pode ir. Você é temporário aqui, seu expediente acabou.
NOMER – Então posso ir? (o capitão maneia positivamente com a cabeça) – Então já vou.
AZUMA – Nomer.
NOMER – Sim, capitão?
AZUMA – Esse foi só o primeiro dia. Depois as coisas melhoram.
Nomer sorri com as palavras encorajadoras do capitão e assim vai embora. Azuma não pode deixar de sentir um pouco de remorso por ter dado bronca nele. Naquele momento seu celular toca.
AZUMA – Sim?
SANGO – Sou eu de novo, Azuma. Ainda estou no sistema prisional. Preciso que me tire uma dúvida. Está acontecendo algo estranho aqui.
AZUMA – Estou ouvindo.
SANGO – Os agentes imperiais tinham recebido uma ordem de cancelar o perímetro de busca do prisioneiro que Natsume libertou.
AZUMA – Você falou ‘tinham’?
SANGO – Isso. No passado, pois eles receberam uma contra ordem para voltar a buscar. Não sei o que está acontecendo. Pode falar com Abi?
AZUMA – Posso. Eu ainda não sei porque teve a ordem de cancelar a busca, mas a contra ordem acho que sei a causa.
SANGO – O que foi? O que está acontecendo aí?
AZUMA – Infelizmente Ryoma tentou se matar.
SANGO – O que?!
AZUMA – Isso mesmo que ouviu! Ele quebrou uma caneca de porcelana e usou os cacos para tentar se matar. Bem na hora que Abi iria levá-lo para a Agência Imperial.
SANGO – Você falou tentar? Então ele ainda está vivo?
AZUMA – Sim. Ele está sendo levado para o Hospital Memorial.
SANGO – Vou tentar tirar mais alguma coisa dos agentes imperiais.
AZUMA – Avise-me se soube de mais alguma coisa.
SANGO – Eu peço o mesmo.
Muito intrigada com aquela tentativa de suicídio, por parte de Ryoma, Sango desliga seu celular e percebe vários agentes vindo na direção dela. Um deles se manifesta.
AGENTE – Detetive. Poderia nos acompanhar.
SANGO – Por que? (ela percebe os outros agentes cercando-a) – O que está acontecendo?
AGENTE – Venha com a gente. Por favor.
SANGO – Isso é uma ordem?
AGENTE – É um pedido, que quero que seja atendido. Por favor, detetive.
Sango percebeu que aquilo era uma intimação e como estava cercada, não tinha muito que fazer. Assim, ele consentiu com aquele ‘pedido’ e acompanhou os agentes.
SANGO – Posso saber para onde estão me levando?
AGENTE – Para o interior do sistema prisional.
Sango arqueou a sobrancelha ao ouvir aquilo. Não estava tendo um bom pressentimento, o que acabou se confirmando depois ao perceber que os agentes a levaram até uma sala e a trancaram lá.
SANGO – Eu estou presa?
AGENTE – Por enquanto sim, mas isso e só uma medida cautelar, detetive.
SANGO – Isso é um abuso. Eu não fiz nada. (ela bate na porta) – Me deixe sair.
O agente imperial, que a trouxe para o local, simplesmente a ignora ficando de guarda na porta. Muito irritada, Sango pega seu celular para ligar para alguém, mas antes que fizesse isso, o agente imperial se manifesta.
AGENTE – Eu esqueci de contar. Este sistema prisional bloqueia a freqüência de banda larga. Em outras palavras, seu celular não vai funcionar.
SANGO – O que?!
Sango, á princípio, não acredita naquelas palavras, mas depois de tentar usar o aparelho, percebe que o agente estava falando a verdade. Seu celular não tinha sinal. A detetive tinha que se conformar. Ela se sentou em um canto tentando imaginar o que estava acontecendo. De repente ela ouve barulhos do lado de fora da sala. Depois a porta se abre e aparecem InuYasha, Shippou e Miroku. Depois os agentes fecham novamente a porta.
SANGO – Vocês?! (ela se levanta)
MIROKU – Sango?!
INUYASHA – O que faz aqui?
SANGO – Estava á procura de todos vocês. O que está acontecendo?
MIROKU – Se tivesse uma cadeira, lhe pediria para sentar.
SHIPPOU – Você vai cair para trás.
Sango não estava entendendo aquela conversa e assim Miroku, InuYasha e Shippou começaram a contar á detetive tudo que eles viveram nas últimas horas. Contaria inclusive que Naraku estava vivo.

Próximo capítulo = A fuga espetacular – parte 3

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Noite sem Fim" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.