Noite sem Fim escrita por TreinadorX


Capítulo 71
Uma grande decisão - parte 1




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Na manhã do dia seguinte aos acontecimentos do capítulo anterior, onde foi oficializada como candidata do partido trabalhista á prefeitura de Tóquio, Kagome era informada, por InuYasha e Shippou, sobre a gravidez de Satsuki. A descrição da cena era a seguinte: Shippou assustado em um canto enquanto InuYasha tentava segurar Kagome, que estava possessa com a notícia da gravidez.


KAGOME – Me solta, InuYasha.


INUYASHA – Você disse que não ia bater nele.


KAGOME – Mas eu não vou bater. Eu vou tirar a capacidade dele respirar. Ele nem vai sentir dor.


INUYASHA – Não seja melodramática, Kagome.


KAGOME – Melodramática?! (ela volta a olhar para Shippou) – Eu tenho apenas 35 anos! Isso não é idade para ser avó! Como pode fazer isso comigo, seu moleque?


SHIPPOU – Por Kami, InuYasha. Segure-a, por favor.


KAGOME – Solte-me, InuYasha e...


INUYASHA – Agora já chega, Kagome! (ele fica entre os dois, mas olhando para a esposa) – Eu sei que está brava, mas isso não é o fim do mundo.


KAGOME – Eu sei.


INUYASHA – Deveria ficar orgulhosa da atitude de Shippou em assumir sua responsabilidade. Ele só agiu assim porque você o criou bem. O criou para ser um homem de bem.


SHIPPOU – Eu sei que está decepcionada comigo, Kagome, mas eu não posso mudar o que aconteceu. Satsuki está grávida e não há nada que se possa fazer. O que a senhora queria que eu fizesse? Que abandonasse Satsuki?


KAGOME – Claro que não! Eu só estou preocupada com o seu futuro. Ter um filho, muda, por completo, suas prioridades. Eu temo que não esteja preparado para ser pai e...


SHIPPOU – Você era um ano mais nova do que eu quando me adotou. Naquela época estava preparada para ser mãe? Não estava, mas mesmo assim se tornou a melhor mãe que eu poderia ter.


KAGOME – Mas não é a mesma coisa, Shippou. (ela fica de costas para eles) – Aquilo não foi uma coisa que eu pude escolher. Quando minha amiga morreu, ela pediu para que eu e Kouga tomássemos conta de você. Naquela época abrimos mão de muitas coisas, de muitos de nossos sonhos e... (ela nota o olhar triste dele e percebe o que estava falando) – Mas eu não me arrependi em nenhum momento daquela decisão.


SHIPPOU – Eu sei disso, Kagome. (ele se aproxima dela) – Sei que abriu mão de muitas coisas por mim e por isso você é minha inspiração. (ele coloca uma das mãos no ombro dela) - Eu tentarei ser o melhor pai que puder para meu filho assim como você foi a melhor mãe que eu podia ter.


KAGOME – Eu queria outra coisa para você, meu filho. Outro futuro. Não isso.


INUYASHA – Isso já está decidido. (ele olha para o filho) – Shippou! Vá acordar Genku para que ele vá á escola. Você ainda tem que falar com os policiais sobre as mortes dos funcionários.


SHIPPOU – Mas eles não podem falar com Sango? Ela sabe mais do que eu e...


INUYASHA – É trabalho deles, ouvir todas as pessoas envolvidas.


SHIPPOU – Está bem.


Shippou se afasta para ir ao seu quarto deixando InuYasha e Kagome á sós na sala. Kagome ainda estava apreensiva com aquela situação.


KAGOME – Agora entendo porque ele terminou com Soten.


INUYASHA – Ele foi honesto com ela.


KAGOME – E eu achava que conhecia meu filho. Eu nunca imaginei que ele tinha ido tão longe com Satsuki.


INUYASHA – Não há nada que possamos fazer á não ser o apoiarmos, como bons pais que somos.


KAGOME – Pais e futuros avôs. (ela olha para o chão) – Nunca imaginei que isso chegaria tão cedo e...


INUYASHA – Kagome. (ele levanta o rosto dela com a mão) – Você será a avó mais linda do mundo.


KAGOME – Se está dizendo isso para que eu me sinta melhor. (ela sorri) – Está dando certo, sabia?


INUYASHA – Então eu acho que sei de uma coisa que poderá fazê-la se sentir ainda melhor.


InuYasha a pega pela cintura e a beija apaixonadamente. Com aquele gesto, InuYasha dizia que eles apoiariam a decisão do filho. Kagome entendia isso perfeitamente, mas algo ainda a incomodava.


INUYASHA – Ainda preocupada?


KAGOME – Sim, pois tem outra diferença entre o meu caso e o do Shippou. Quando tomei a decisão de cuidar do Shippou, tinha o Kouga do meu lado e naquela época nós nos amávamos.


INUYASHA – O que quer dizer com isso?


KAGOME – Eu não sei se o Shippou realmente ama Satsuki. Um casamento infeliz pode arruinar a infância dessa criança.


INUYASHA – Eu já pensei nisso, Kagome, mas o Shippou já tem 18 anos. Ele é adulto para saber a dimensão de suas decisões. E nós, como pais, devemos apenas observar e torcer para que ele esteja certo.


KAGOME – Mas...


INUYASHA – Por acaso já se esqueceu de ontem?


InuYasha olhava de maneira enigmática para a esposa fazendo com que ela se recorde de uma conversa importante que teve ontem com alguém muito próximo á ela.


FLASH BACK


Depois da entrevista coletiva, onde fora anunciada como candidata oficial do partido trabalhista, Kagome se juntou á InuYasha, Shippou e Genku para irem para casa a fim de descansar daquele longo e inesquecível dia e na saída do prédio ele avistam, de longe, a senhora Higurashi andando de um lado para outro, fato que deixa Kagome muito surpresa.


KAGOME – O que minha mãe faz aqui?


SHIPPOU – Ela veio junto comigo.


INUYASHA – Kagome. Saiba que ela e Souta foram de grande ajuda sobre aquele assunto do DDM-145.


SHIPPOU – E talvez as coisas teriam sido diferentes sem essa ajuda e Miroku fosse obrigado a fazer o que a senhora sabe.


GENKU – Do que estão falando?


Por causa da presença de Genku, Shippou não usou o verbo ‘matar’, mas Kagome sabia muito bem o que seu filho adotivo mais velho queria dizer. Ainda sim a esposa de InuYasha parecia na defensiva com a mãe, pois era muito difícil esquecer a estória do passado onde ela culpou Kagome pelo abatimento do marido que posteriormente o levou á morte sendo que ela, a senhora Higurashi, escondeu que o pai de Kagome foi responsável pela infertilidade da filha.


HIGURASHI – Filha.


É isso que a senhora Higurashi fala ao avistar a filha e imediatamente parando de andar de um lado para o outro e indo, lentamente, até Kagome, que permanecia parada.


HIGURASHI – Eu sei que prometi nunca mais te procurar, mas é que eu precisava te ver. Ter certeza absoluta de que está bem.


KAGOME – Eu estou bem como pode ver. E Souta?


HIGURASHI – Ele está bem. Já está fora de perigo.


KAGOME – Isso é bom. Depois eu faço uma visita á ele.


HIGURASHI – Ele vai gostar. (ela sorria e percebe que a filha não estava confortável diante daquela situação) – Bem, eu só queria te ver, filha. Já vou indo.


A senhora Higurashi, com lágrimas nos olhos, dá ás costas e se afasta de todos, que ficaram surpresos com a forma fria que Kagome tratou a mãe, mas ninguém podia culpá-la depois de tudo que ela sofreu. Não só naquele dia, mais também no passado. No momento em que a senhora Higurashi iria dobrar o corredor sumindo das vistas dos outros, Kagome se manifesta.


KAGOME – Mãe, espere!


Ao ouvir aquilo, a senhora Higurashi para imediatamente e vê Kagome andando em sua direção e pode notar que ela também tinha lágrimas nos olhos. As duas se abraçam sob os olharem emocionados dos outros, que preferiam manter distância para deixá-las á sós.


HIGURASHI – Eu queria tanto abraçá-la, filha.


KAGOME – Eu também, mãe.


HIGURASHI – Filha, eu senti tanto medo por você. Eu queria estar no seu lugar.


KAGOME – Eu sei o que sentiu, mãe. Se eu estivesse no lugar da senhora e Shippou ou Genku estivessem seqüestrados, também desejaria estar no lugar deles. (elas cessam o abraço) - Acho que isso é ser mãe.


HIGURASHI – Mas você foi uma mãe muito melhor do que eu e...


KAGOME – Não existe competição para ver quem é melhor mãe. Fazemos o que achamos o certo. O tempo é o senhor da razão.


HIGURASHI – Eu sei. (ela passa a mão no rosto de Kagome) – Eu estou tão orgulhosa de você. E não falo só porque vai ser candidata, mais sim porque se tornou uma grande mulher, esposa dedicada e mãe amorosa sem desviar sua conduta de pessoa honrada. (ela respira fundo) – Na época que fugiu com Kouga, tanto seu pai como eu interpretamos que você estava nos afrontando quando na verdade você só estava buscando sua felicidade e eu não te apoiei quando mais precisava de mim.


KAGOME – Por que está falando disso agora?


HIGURASHI – Porque se tem uma coisa que posso te ensinar é que essa experiência você também viverá. Chegará o dia que terá que confiar na decisão dos seus filhos. Essa é minha lição, filha. Não cometa o mesmo erro que eu cometi.


KAGOME – É um bom conselho, mãe.


Kagome volta a abraçar a mãe em um sinal claro de que tinham feito as pazes.


FIM DO FLASH BACK


Kagome se lembrava da conversa que tivera com a mãe, onde fizeram as pazes.


KAGOME – Eu me lembro sim, InuYasha. (ela se afasta um pouco do marido) – Só pensei que isso iria demorar um pouco.


INUYASHA – Eu também, mas é como você mesmo disse á sua mãe. O tempo é o senhor da razão. Devemos apenas torcer.


KAGOME – Sei. Agora é Shippou, depois será Genku.


INUYASHA – E nós vamos envelhecer juntinhos, curtindo os netos que eles nos darão.


InuYasha sorria enquanto beijava a esposa. Ele estava certo, pois ele e Kagome só podiam torcer pela felicidade do filho e enquanto isso na casa de Sesshoumaru, ele acabara de tomar seu café da manhã na cozinha enquanto folheava o jornal e naquele momento, Satsuki aparecia diante dele.


SATSUKI – Bom dia, pai.


SESSHOUMARU – Bom dia. (virando a pagina do jornal)


SATSUKI – Não vai ao trabalho hoje?


SESSHOUMARU – Mais tarde. Preciso antes postar a coluna que fiz em homenagem á Momiji.


SATSUKI – Quando é o enterro dela?


SESSHOUMARU – Ao meio dia. Todos nós vamos.


SATSUKI – Sim. (ela olha ao redor e sente falta de alguém) – Rin ainda está dormindo?


SESSHOUMARU – Não. (ele olha para ela) - Ela saiu á uns minutos. Sango telefonou dizendo que tinha algo para ela. (ele volta a folhear o jornal) – Ela vai se encontrar com a gente no cemitério.


SATSUKI – Ta. (se sentando á mesa) – O tio Inu e a tia Kagome vêem aqui mais tarde?


SESSHOUMARU – Claro que sim. Aquele moleque também vem. Vamos colocar a situação em pratos limpos e...


SATSUKI – Sem brigas, pai. O senhor prometeu.


SESSHOUMARU – Claro que não. Até porque estamos ‘todos no mesmo barco’.


SATSUKI – Está pensando em Natsume?


SESSHOUMARU – E não tem como deixar de pensar. (ele segura a mão da filha) – Nunca teremos sossego enquanto Natsume não for capturada. (ele solta a mão dela) – Mas vamos resolver um assunto de cada vez.


Satsuki deu um leve sorriso para o pai, mas ela ainda se sentia mal com a mentira de dizer que Shippou era o pai do seu filho e enquanto isso no departamento de polícia de Tóquio, Sango era informada, por Azuma, sobre as novidades sobre a investigação da Agência Imperial sobre as mortes de Momiji e Ling.


AZUMA – A Agência Imperial concluiu que se trata de um crime passional.


SANGO – Tem certeza?


AZUMA – Sim. Eles fizeram todo o laudo. Checaram os motivos, verificaram a oportunidade e tudo se encaixou perfeitamente.


SANGO – Perfeitamente demais se quer saber.


AZUMA – Olha Sango! Eu também queria que houvesse algo escondido, mas eu mesmo vi o relatório. Tudo se encaixa para crime passional. O quase caso que teve com Sesshoumaru, de certa maneira, condena Momiji.


SANGO – Mas a irmã dela garante que ela não teve caso nenhum com o marido de Ling. Somado á isso tem a dúvida de por que Ling usou uma arma para se matar e não a usou para matar Momiji.


AZUMA – Os crimes passionais são assim mesmo. Na maioria das vezes não é planejado e...


Azuma para de falar ao avistar Guy entrando no departamento e por isso ele, junto com Sango, vai até ao detetive.


AZUMA – Deveria estar descansando, Guy. Passou por muita coisa ontem e...


GUY – Não quero descansar. Quero trabalhar. Esse é meu dever. Tem um maníaco á solta e é meu dever encontrá-lo e tirá-lo das ruas, portanto eu quero reassumir o caso do estrangulador das meias de nylon o quanto antes.


SANGO – Você não tem que se esforçar, Guy. Posso cuidar disso e...


GUY – Com todo respeito, Sango, você tem muitas outras coisas de que cuidar.


Guy dizia isso ao observar Soten e Tamira, que estavam sentadas em um banco de espera.


SANGO – Guy! Elas estão aqui por causa de Miroku.


GUY – Ele ainda está aqui?! Pensei que já tinha sido solto.


AZUMA – Ele está livre, mas ainda tem que regularizar algumas pendências com a justiça.


GUY – Que seja.


Guy foi se sentar á sua mesa sob os olhares de Azuma e Sango que notaram de cara a amargura em suas palavras.


SANGO – Ele ainda está chateado com você?


AZUMA – De certo modo, sim, mas comigo é algo contornável. Agora com Koharo, o negócio é outro.


SANGO – Eu o entendo. Ele está se sentindo assim porque ele ama Koharo, mas ela ama Miroku. Por isso ela fez tudo o que fez.


AZUMA – Mas e você? Ainda ama Miroku, não?


SANGO – Eu não quero falar disso. Aconteceu muita coisa no dia de ontem. Quero dar um tempo e... (ela vê alguém) – Com licença, mas tenho algo á fazer.


Sango não queria falar para Azuma de seus sentimentos por Miroku e aproveitou ter avistado Rin entrando no departamento. A esposa de Sesshoumaru estava conversando com Soten e Tamira até que Sango chega até elas.


SANGO – Que bom que veio, Rin. Tenho algo para te mostrar.


RIN – Ok. Foi para isso que vim. (ela volta a olhar para Soten) – Então apareça mais tarde. Tenho certeza que Satsuki vai estar lá.


SOTEN – Farei isso.


Depois dessa conversa rápida, Rin segue Sango e conseqüentemente se afastando de Soten e Tamira. A detetive guiava a esposa de Sesshoumaru até a sala de provas e durante o trajeto, elas conversavam.


SANGO – Por curiosidade, o que Soten quer falar com Satsuki?


RIN – Eu não sei, mas aposto que tem a ver com Shippou. (ela fica desconfiada) – Soten não lhe contou nada?


SANGO – Não, mas acredito que não seja nada sério. Pendências de garotas que gostam do mesmo garoto.


RIN – Nem me fale.


Naquele momento as duas entram na sala de provas e Rin fica observando Sango procurando algo até encontrar um envelope.


SANGO – Falando nisso todos sabem que Momiji tinha uma queda pelo seu marido.


RIN – Esse assunto não, Sango.


SANGO – Calma. Vai entender. (ele exibe o envelope) – Tome. Momiji deixou para você.


RIN – Para mim?! (surpresa ela pega o envelope)


SANGO – Está endereçado á seu nome. Por questão legal, a Agência Imperial não o abriu, mas mesmo assim ficaram curiosos em saber o conteúdo dele.


RIN – Eu acho que sei o que é. Momiji prometeu conseguir algo para mim em troca de aceitar trabalhar com ela.


SANGO – O que?! Você e Momiji trabalhando juntas depois do que houve entre ela e Sesshoumaru? O que te deu na cabeça, Rin?


RIN – Esquece isso. Agora que ela está morta, nada disso tem importância. (ela abre o envelope e vê o conteúdo)


SANGO – Posso saber o que ela prometeu conseguir?


RIN – O prontuário médico de Satsuki. (ela abre o envelope e confirma sua suspeita) – Eu estava certa. É um prontuário.


SANGO – Tem algum problema com Satsuki e a gravidez dela?


RIN – Está tudo bem. Só estou sendo uma madrasta zelosa. (ela sorri colocando o papel de volta no envelope) – Sou bem diferente das madrastas dos contos de fadas. (ela se afasta) – Obrigado por me chamar, Sango.


Depois disso, Rin saiu rapidamente da sala de provas deixando Sango sem entender a atitude dela em pedir á Momiji o prontuário médico de Satsuki, mas a detetive tinha outras coisas para pensar, pois ao voltar para sua mesa, ela avista Miroku conversando com Tamira e Soten. Por isso, a detetive se aproxima devagar do trio.


SANGO – Oi, Miroku. (ele automaticamente se vira para ela)


MIROKU – Oi, Sango.


SANGO – Parece que já resolveu tudo, não?


MIROKU – Já. Acabei de assinar alguns papeis e agora sou oficialmente um homem livre. (ele se coloca entre Soten e Tamira) - E como prometido, vou levar essas duas princesas para um passeio em família.


SOTEN – Sango podia vir com a gente.


TAMIRA – É mamãe. Vem com a gente.


SANGO – Eu?! Não posso, Soten. Infelizmente tenho um acumulo de trabalho devido ao dia agitado de ontem. Vão vocês três.


MIROKU – Então vamos.


TAMIRA – Tchau mamãe.


SANGO – Tchau, meu bem. (ela da um beijo na testa dela) – Divirta-se.


Os três se afastam de Sango e saem do departamento de polícia e enquanto isso em sua casa, mais precisamente em seu escritório particular, Ryukosei recebia Koharo para acertar os detalhes de sua situação.


RYUKOSEI – Pois bem. (ele assina um cheque) – Acho que isso paga seus serviços. (ele entrega o cheque)


KOHARO – Ok. (pegando o cheque)


RYUKOSEI – Me diga uma coisa, Koharo. Sabia que Miroku estava vivo o tempo todo?


KOHARO – Eu não tenho que responder isso, senhor prefeito. (ela se levanta da cadeira) – Se é só isto, eu vou indo e...


RYUKOSEI – É muito triste uma mulher como você dedicar sua vida, seus sonhos, seu amor á um homem que não te ama. Você me dá pena, Koharo.


KOHARO – Eu dispenso a sua opinião sobre minha pessoa.


Depois de dizer isso, Koharo sai do escritório, passando por Elisa, que imediatamente foi falar com o marido.


ELISA – Você a demitiu?


RYUKOSEI – Mas é claro. Não posso ter uma pessoa pouco confiável trabalhando para mim, principalmente em um momento como esse.


ELISA – Se está falando da sua nova união com Natsume, seria melhor ligar para ela.


RYUKOSEI – Farei isso mais tarde. Agora temos um compromisso importante. Hank está no Japão. Precisamos acertar os detalhes do financiamento da minha campanha.


ELISA – Você disse ‘nós’?! Eu tenho que ir encontrá-lo também?


RYUKOSEI – Sim, querida. Você e ele são americanos. Acho que ele pode se sentir melhor com sua presença.


ELISA – Mas é muito chato.


RYUKOSEI – Eu sei que é. (ele segura a mão dela para puxá-la para si) – Mas ele é o maior contribuinte. (ele dá um selinho nela) – Faça isso por mim.


ELISA – Está bem. Eu vou com você, mas saiba que fica me devendo uma, senhor prefeito. (sorrindo ironicamente) – Vou me arrumar no quarto.


RYUKOSEI – Ta. O encontro será na prefeitura.


Ryukosei dá outro beijo em Elisa, que logo em seguida se afasta do marido indo ao quarto do casal e ao chegar lá, a primeira dama pega seu celular e liga para Natsume.


NATSUME – Fale.


ELISA – Sou eu. Já conseguiu encontrar Gatenmaru?


NATSUME – Não.


ELISA – Como não?! Ele não poderia ter fugido.


NATSUME – Eu sei, Elisa. Acabei de falar com Haruy. Ele acha que alguém ajudou Gatenmaru.


ELISA – Acha que ele entrou em contato com alguém?


NATSUME – Pouco provável. Acho que alguém o tirou de lá sem saber de quem se tratava. Gatenmaru não sabe nada sobre a missão.


ELISA – Mas mesmo assim não podemos arriscar. Tem que saber que Ryukosei quer tentar virar o jogo contra você.


NATSUME – Não esperava menos do grande Ryukosei, mas ele vai aprender a não entrar em um jogo que não pode ganhar.


ELISA – Eu tenho que desligar.


NATSUME – Ok mantenha-me em contato.


Natsume desliga seu celular para depois ir até uma sala ao lado onde Ryoma estava.


NATSUME – Tudo pronto?


RYOMA – Sim. E as coordenadas?


NATSUME – Ainda estou esperando a decodificação. Vai recebê-las assim que eu for informada.


RYOMA – Lembre-se, Natsume. Quero estar fora desse país quando essa missão for completada, pois serei um dos homens mais procurados no Japão e quem sabe do mundo.


NATSUME – Faça sua parte e receberá seu dinheiro. Com ele pode ter uma nova vida, como nova identidade e coisa e tal.


RYOMA – Ok! Vamos lá.


NATSUME – Está bem. (ela olha para o relógio) – Melhor se apressar, pois seu irmão entra no turno dele daqui á duas horas. (ela volta a olhar para ele) – E tome cuidado com os agentes imperiais. Provavelmente estão vigiando seu irmão.


RYOMA – Eu já fui um agente imperial, se esqueceu? Conheço os protocolos de vigília.


Ryoma pega uma bolsa, que continha alguns pertences, para depois se afastar de Natsume a fim de iniciar sua parte na missão e naquele momento o celular de Natsume volta a tocar. Ao olhar no visor ela sabe de que se tratava de Haruy, capanga responsável pela busca de Gatenmaru.


NATSUME – Conseguiu achá-lo?


HARUY – Não, mas encontrei uma pista. (ele olha uma poça de sangue) – Eu estou em uma estrada de terra onde encontrei uma poça de sangue. (ele olha ao redor) – Mas nada de corpo.


NATSUME – Está dizendo que Gatenmaru conseguiu escapar?


HARUY – Não necessariamente. (ele olha para cima) – Ninguém sairia andando depois de uma queda dessas. (ele volta a olhar para a estrada de terra) – Alguém deve tê-lo ajudado. (ele se agacha para observar melhor as marcas de pneus na terra) – Pelas marcas de pneus, foi uma pick-up que o apanhou.


NATSUME – Se é uma estrada de terra quer dizer que não passa muitos carros por aí. (ela começa a mexer no computador) - Sabe a direção que foi a pick-up?


HARUY – Sim, ela foi ao norte.


NATSUME – Ok, espera. (ela continua digitando algo até encontrar o que queria) – Achei! Tem uma vila pequena mais ao norte. Essa é uma região rural. Quem pegou Gatenmaru deve morar lá.


HARUY – Entendido. Já estou indo.


NATSUME – Escute, Haruy! Faça o que for preciso para encontrar Gatenmaru. Depois o mate. E mate também quem o ajudou.


HARUY – Pode deixar.


Haruy desliga seu celular e, com um assobio, chama os outros capangas, que estavam espalhados. Agora eles tinham uma pista da localização de Gatenmaru e enquanto isso Miroku, guiando seu carro com Soten e Tamira nele, chegava até sua antiga casa onde pode avistar Tanuki á frente dela. O assessor de Kagome observava alguns homens arrumando o local. Miroku estaciona o carro para que ele e as meninas saíssem do veículo.


TAMIRA – Que casa é essa?


MIROKU – É minha, Tamira. (ele pega a filha no colo) – Mas não podemos entrar ainda.


Tanuki percebe a presença deles e assim vai até eles.


TANUKI – Senhor Miroku. (ele olha para Soten e Tamira) – Meninas.


MIROKU – Tanuki.


TANUKI – Veio cedo, hein?


MIROKU – Eu digo o mesmo.


TANUKI – Temos uma reunião partidária onde decidiremos quem fará parte da equipe de trabalho para a campanha de Kagome. Temos muito trabalho.


MIROKU – Imagino. (ele olha para a casa) – Ela continua igual á cinco anos. (ele respira fundo) – Parece que foi uma eternidade.


TAMIRA – Se essa casa é do senhor então o senhor vai morar aqui?


MIROKU – Isso mesmo. (ele coloca o braço em volta do ombro de Soten) – E Soten vai morar comigo.


SOTEN – Será bom.


TAMIRA – Então eu e a mamãe também vamos morar aqui?


MIROKU – Bem. (ele coloca a filha no chão e se agacha para olhar nos olhos dela) – Você e sua mãe são outra questão, querida.


TAMIRA – Não entendi. Agora que o tio Zakira foi embora, achei que o senhor e a mamãe ficariam juntos.


MIROKU – Eu queria que fosse simples, mas não é. (ele coloca a mão na cabeça dela) – Quando crescer, você vai compreender melhor. Portanto você ficará com sua mãe, mas poderemos nos ver muitas vezes.


TAMIRA – Ta. (meio contrariada)


MIROKU – Soten, fica um pouco com Tamira.


SOTEN – Claro e...


TANUKI – Espere um pouco.


Naquele momento Tanuki vai até o carro dele e de dentro do veículo ele tira duas caixas pequenas. De posse de caixas, ele volta para junto de Miroku, Soten e Tamira.


SOTEN – O que é isso? O que tem nas caixas.


MIROKU – Acho que você vai gostar. Pegue uma.


Soten faz o que Miroku pediu ao pegar uma das caixas e ao abri-la ela vê que se tratava de um celular muito moderno.


SOTEN – Está dizendo que é meu?


MIROKU – Não! Não é seu não, Soten! Eu comprei esse celular para que você entregue para o primeiro que encontrar na rua. (sorrindo ironicamente) – Claro que é seu, bobinha.


SOTEN – Eu nem sei o que dizer. (ela abraça Miroku) – Adorei, senhor... Quer dizer, pai.


MIROKU – Eu sei. Sabia que ia gostar. Não tem sentido você não ter o seu próprio celular.


TAMIRA – Então na outra caixa tem outro celular?


MIROKU – Sim. (ele abre e tira o celular de dentro da caixa)


TAMIRA – Ele é meu, papai?


MIROKU – Seu?! Claro que não. E desta vez não estou brincando. Esse é meu.


TANUKI – Ambos estão habilitados para o uso.


TAMIRA – Ah! Por que só a Soten ganha presente? Eu queria um também.


SOTEN – Tenho certeza que ganhará um depois que crescer, mas até lá você pode brincar um pouco com o meu. Tenho certeza que esse aparelho tem muitos jogos.


TAMIRA – Eu sei! Ás vezes o tio Zakira me deixava brincar com o celular dele.


SOTEN – Então você me mostrar como jogar.


Depois de falar isso, Soten se afasta com Tamira para deixar Miroku e Tanuki á sós. O assessor de Kagome estranhou a forma como Tamira se referia ao antigo noivo de Sango.


TANUKI – Tamira não sabe que Zakira foi morto, não é?


MIROU – Não sabe e nem precisa saber. (ele respira fundo) – Aquele maldito Zakira tratava Tamira bem para ganhar a confiança dela e assim implantar o DDM-145.


TANUKI – Mas que sujeito sujo. Ainda bem que ele morreu.


MIROKU – Eu ainda não sei se isso foi bom, pois Zakira poderia nos informar mais sobre Natsume. Seja o que for que ela esteja planejando, não é boa coisa. E pior de tudo é que eu não tenho nem idéia do que seja. Nenhuma pista.


TANUKI – Não deveria pensar nisso, senhor Miroku. (ele observa Tamira e Soten de longe) – Agora o senhor tem duas filhas.


MIROKU – Mas é nelas que estou pensando, Tanuki. Não vou sossegar enquanto Natsume estiver livre.


TANUKI – Sei. (ele fica com um olhar triste) – Muita gente morreu por causa dela.


MIROKU – Aposto que está pensando em Momiji.


TANUKI – Sim. Botan está sofrendo muito pela morte da irmã. Ela está muito mal.


MIROKU – Não tive uma grande convivência com ela, mas lhe darei meus pêsames.


TANUKI – O senhor vai ao cemitério?


MIROKU – Sim. Vou aproveitar para visitar o tumulo do senhor Mushin. (ele respira fundo) – Já vou indo. Só queria ver como estava a minha casa.


TANUKI – Hoje mesmo estará pronta. Não vai precisar passar a noite em um hotel. (ele olha para Soten brincando com Tamira) – E como está Soten?


MIROKU – Ela não fala nada, mas sei que está sofrendo por causa de Shippou. Eu queria muito ajudar a minha filha, mas nada posso fazer a não ser apoiá-la nesse momento. Nunca imaginei que o amor dela por ele fosse tão forte que resistiu a esses cinco anos de afastamento.


TANUKI – Esse amor parece muito com o seu por Sango. (ao ouvir isso Miroku o olha surpreso) – Ora senhor Miroku. Não tente negar que ainda gosta de Sango. Eu percebi como ficou desconfortável quando a pequena Tamira pensou que todos vocês iriam morar juntos.


MIROKU – Melhor irmos.


Miroku se afastou de Tanuki para chamar Tamira e Soten para irem embora, mas na verdade Miroku não queria mais tocar no assunto Sango, pois não sabia como ficaria a relação deles, pois cinco anos não eram cinco meses. Muita coisa mudou. Eles mudaram e de certo modo Miroku tinha receio de que Sango não o amasse mais como antes. Naquele momento o celular de Tanuki começa a tocar e ao olhar no visor do aparelho, ele vê o numero de Kagome, que naquele momento estava no carro de InuYasha, que estava na direção enquanto Shippou e Genku estavam no banco de trás.


TANUKI – Kagome.


KAGOME – Oi Tanuki. Estou ligando só para confirmar a reunião na parte da tarde.


TANUKI – Está confirmada sim. Onde você está agora?


KAGOME – Estou levando Genku para a escola. (ela percebe que o veículo se aproximava da escola e pode notar também um aglomerado de gente) – Acho que tem muitos curiosos por causa da minha candidatura.


TANUKI – Vai se acostumando, pois ainda vai piorar. Agora você é uma celebridade.


KAGOME – Eu acho que a ‘ficha ainda não caiu’.


TANUKI – Vai aparecer no cemitério?


KAGOME – Claro que vou e aí depois vamos discutir a situação de Shippou e Satsuki. (ela passa a mão na testa) – Eu não acredito que isso está acontecendo.


TANUKI – Essas coisas acontecem. A gente se vê depois.


KAGOME – Ta. Até mais.


Kagome desliga seu celular e percebe a expressão de contrariedade de Shippou por causa daquele comentário. Naquele momento o carro chega á escola fazendo com que InuYasha estacionasse o veículo e assim Genku desce e todos os outros alunos e seus respectivos pais ficaram olhando para Kagome, reconhecendo-a como candidata á prefeitura. Kagome, sem sair do veículo, acenou para todos e depois voltou a dar atenção ao filho menor falando com este pelo janela do carro.


KAGOME – Eu quero que se comporte, garotinho.


GENKU – Ta.


KAGOME – Agora dá um beijo.


Genku obedece ao pedido de Kagome dando um beijo no rosto dela para em seguida entrar na escola junto com seus colegas. Já Kagome olhou para o banco de trás e percebeu que Shippou ainda estava meio chateado. InuYasha resolve se manifestar.


INUYASHA – Melhor apaziguar seu espírito antes da conversa que teremos com Sesshoumaru.


KAGOME – Eu sei, amor. (ela continuava a olhar para Shippou) – Por que está assim?


SHIPPOU – Porque você está me tratando como moleque.


KAGOME – E engravidar uma garota não foi atitude de moleque?!


SHIPPOU – Poxa! Não da para conversar com você.


KAGOME – Shippou, não me provoque.


INUYASHA – Vocês dois querem parar?! (chamando a atenção dos dois) – Temos uma decisão muito importante a tomar e...


SHIPPOU – Não InuYasha! Eu tenho uma decisão a tomar.


INUYASHA – O que quer dizer com isso?


SHIPPOU – Você saberão na casa de Satsuki.


InuYasha e Kagome se entreolharam diante daquelas palavras do filho, mas ali não era hora e nem local para uma discussão, além do mais, eles tinham um funeral á comparecer.


 


Próximo capítulo = Uma grande decisão – parte 2


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