Noite sem Fim escrita por TreinadorX
Na manhã do dia seguinte aos acontecimentos do capítulo anterior, onde foi oficializada como candidata do partido trabalhista á prefeitura de Tóquio, Kagome era informada, por InuYasha e Shippou, sobre a gravidez de Satsuki. A descrição da cena era a seguinte: Shippou assustado em um canto enquanto InuYasha tentava segurar Kagome, que estava possessa com a notícia da gravidez.
KAGOME – Me solta, InuYasha.
INUYASHA – Você disse que não ia bater nele.
KAGOME – Mas eu não vou bater. Eu vou tirar a capacidade dele respirar. Ele nem vai sentir dor.
INUYASHA – Não seja melodramática, Kagome.
KAGOME – Melodramática?! (ela volta a olhar para Shippou) – Eu tenho apenas 35 anos! Isso não é idade para ser avó! Como pode fazer isso comigo, seu moleque?
SHIPPOU – Por Kami, InuYasha. Segure-a, por favor.
KAGOME – Solte-me, InuYasha e...
INUYASHA – Agora já chega, Kagome! (ele fica entre os dois, mas olhando para a esposa) – Eu sei que está brava, mas isso não é o fim do mundo.
KAGOME – Eu sei.
INUYASHA – Deveria ficar orgulhosa da atitude de Shippou em assumir sua responsabilidade. Ele só agiu assim porque você o criou bem. O criou para ser um homem de bem.
SHIPPOU – Eu sei que está decepcionada comigo, Kagome, mas eu não posso mudar o que aconteceu. Satsuki está grávida e não há nada que se possa fazer. O que a senhora queria que eu fizesse? Que abandonasse Satsuki?
KAGOME – Claro que não! Eu só estou preocupada com o seu futuro. Ter um filho, muda, por completo, suas prioridades. Eu temo que não esteja preparado para ser pai e...
SHIPPOU – Você era um ano mais nova do que eu quando me adotou. Naquela época estava preparada para ser mãe? Não estava, mas mesmo assim se tornou a melhor mãe que eu poderia ter.
KAGOME – Mas não é a mesma coisa, Shippou. (ela fica de costas para eles) – Aquilo não foi uma coisa que eu pude escolher. Quando minha amiga morreu, ela pediu para que eu e Kouga tomássemos conta de você. Naquela época abrimos mão de muitas coisas, de muitos de nossos sonhos e... (ela nota o olhar triste dele e percebe o que estava falando) – Mas eu não me arrependi em nenhum momento daquela decisão.
SHIPPOU – Eu sei disso, Kagome. (ele se aproxima dela) – Sei que abriu mão de muitas coisas por mim e por isso você é minha inspiração. (ele coloca uma das mãos no ombro dela) - Eu tentarei ser o melhor pai que puder para meu filho assim como você foi a melhor mãe que eu podia ter.
KAGOME – Eu queria outra coisa para você, meu filho. Outro futuro. Não isso.
INUYASHA – Isso já está decidido. (ele olha para o filho) – Shippou! Vá acordar Genku para que ele vá á escola. Você ainda tem que falar com os policiais sobre as mortes dos funcionários.
SHIPPOU – Mas eles não podem falar com Sango? Ela sabe mais do que eu e...
INUYASHA – É trabalho deles, ouvir todas as pessoas envolvidas.
SHIPPOU – Está bem.
Shippou se afasta para ir ao seu quarto deixando InuYasha e Kagome á sós na sala. Kagome ainda estava apreensiva com aquela situação.
KAGOME – Agora entendo porque ele terminou com Soten.
INUYASHA – Ele foi honesto com ela.
KAGOME – E eu achava que conhecia meu filho. Eu nunca imaginei que ele tinha ido tão longe com Satsuki.
INUYASHA – Não há nada que possamos fazer á não ser o apoiarmos, como bons pais que somos.
KAGOME – Pais e futuros avôs. (ela olha para o chão) – Nunca imaginei que isso chegaria tão cedo e...
INUYASHA – Kagome. (ele levanta o rosto dela com a mão) – Você será a avó mais linda do mundo.
KAGOME – Se está dizendo isso para que eu me sinta melhor. (ela sorri) – Está dando certo, sabia?
INUYASHA – Então eu acho que sei de uma coisa que poderá fazê-la se sentir ainda melhor.
InuYasha a pega pela cintura e a beija apaixonadamente. Com aquele gesto, InuYasha dizia que eles apoiariam a decisão do filho. Kagome entendia isso perfeitamente, mas algo ainda a incomodava.
INUYASHA – Ainda preocupada?
KAGOME – Sim, pois tem outra diferença entre o meu caso e o do Shippou. Quando tomei a decisão de cuidar do Shippou, tinha o Kouga do meu lado e naquela época nós nos amávamos.
INUYASHA – O que quer dizer com isso?
KAGOME – Eu não sei se o Shippou realmente ama Satsuki. Um casamento infeliz pode arruinar a infância dessa criança.
INUYASHA – Eu já pensei nisso, Kagome, mas o Shippou já tem 18 anos. Ele é adulto para saber a dimensão de suas decisões. E nós, como pais, devemos apenas observar e torcer para que ele esteja certo.
KAGOME – Mas...
INUYASHA – Por acaso já se esqueceu de ontem?
InuYasha olhava de maneira enigmática para a esposa fazendo com que ela se recorde de uma conversa importante que teve ontem com alguém muito próximo á ela.
FLASH BACK
Depois da entrevista coletiva, onde fora anunciada como candidata oficial do partido trabalhista, Kagome se juntou á InuYasha, Shippou e Genku para irem para casa a fim de descansar daquele longo e inesquecível dia e na saída do prédio ele avistam, de longe, a senhora Higurashi andando de um lado para outro, fato que deixa Kagome muito surpresa.
KAGOME – O que minha mãe faz aqui?
SHIPPOU – Ela veio junto comigo.
INUYASHA – Kagome. Saiba que ela e Souta foram de grande ajuda sobre aquele assunto do DDM-145.
SHIPPOU – E talvez as coisas teriam sido diferentes sem essa ajuda e Miroku fosse obrigado a fazer o que a senhora sabe.
GENKU – Do que estão falando?
Por causa da presença de Genku, Shippou não usou o verbo ‘matar’, mas Kagome sabia muito bem o que seu filho adotivo mais velho queria dizer. Ainda sim a esposa de InuYasha parecia na defensiva com a mãe, pois era muito difícil esquecer a estória do passado onde ela culpou Kagome pelo abatimento do marido que posteriormente o levou á morte sendo que ela, a senhora Higurashi, escondeu que o pai de Kagome foi responsável pela infertilidade da filha.
HIGURASHI – Filha.
É isso que a senhora Higurashi fala ao avistar a filha e imediatamente parando de andar de um lado para o outro e indo, lentamente, até Kagome, que permanecia parada.
HIGURASHI – Eu sei que prometi nunca mais te procurar, mas é que eu precisava te ver. Ter certeza absoluta de que está bem.
KAGOME – Eu estou bem como pode ver. E Souta?
HIGURASHI – Ele está bem. Já está fora de perigo.
KAGOME – Isso é bom. Depois eu faço uma visita á ele.
HIGURASHI – Ele vai gostar. (ela sorria e percebe que a filha não estava confortável diante daquela situação) – Bem, eu só queria te ver, filha. Já vou indo.
A senhora Higurashi, com lágrimas nos olhos, dá ás costas e se afasta de todos, que ficaram surpresos com a forma fria que Kagome tratou a mãe, mas ninguém podia culpá-la depois de tudo que ela sofreu. Não só naquele dia, mais também no passado. No momento em que a senhora Higurashi iria dobrar o corredor sumindo das vistas dos outros, Kagome se manifesta.
KAGOME – Mãe, espere!
Ao ouvir aquilo, a senhora Higurashi para imediatamente e vê Kagome andando em sua direção e pode notar que ela também tinha lágrimas nos olhos. As duas se abraçam sob os olharem emocionados dos outros, que preferiam manter distância para deixá-las á sós.
HIGURASHI – Eu queria tanto abraçá-la, filha.
KAGOME – Eu também, mãe.
HIGURASHI – Filha, eu senti tanto medo por você. Eu queria estar no seu lugar.
KAGOME – Eu sei o que sentiu, mãe. Se eu estivesse no lugar da senhora e Shippou ou Genku estivessem seqüestrados, também desejaria estar no lugar deles. (elas cessam o abraço) - Acho que isso é ser mãe.
HIGURASHI – Mas você foi uma mãe muito melhor do que eu e...
KAGOME – Não existe competição para ver quem é melhor mãe. Fazemos o que achamos o certo. O tempo é o senhor da razão.
HIGURASHI – Eu sei. (ela passa a mão no rosto de Kagome) – Eu estou tão orgulhosa de você. E não falo só porque vai ser candidata, mais sim porque se tornou uma grande mulher, esposa dedicada e mãe amorosa sem desviar sua conduta de pessoa honrada. (ela respira fundo) – Na época que fugiu com Kouga, tanto seu pai como eu interpretamos que você estava nos afrontando quando na verdade você só estava buscando sua felicidade e eu não te apoiei quando mais precisava de mim.
KAGOME – Por que está falando disso agora?
HIGURASHI – Porque se tem uma coisa que posso te ensinar é que essa experiência você também viverá. Chegará o dia que terá que confiar na decisão dos seus filhos. Essa é minha lição, filha. Não cometa o mesmo erro que eu cometi.
KAGOME – É um bom conselho, mãe.
Kagome volta a abraçar a mãe em um sinal claro de que tinham feito as pazes.
FIM DO FLASH BACK
Kagome se lembrava da conversa que tivera com a mãe, onde fizeram as pazes.
KAGOME – Eu me lembro sim, InuYasha. (ela se afasta um pouco do marido) – Só pensei que isso iria demorar um pouco.
INUYASHA – Eu também, mas é como você mesmo disse á sua mãe. O tempo é o senhor da razão. Devemos apenas torcer.
KAGOME – Sei. Agora é Shippou, depois será Genku.
INUYASHA – E nós vamos envelhecer juntinhos, curtindo os netos que eles nos darão.
InuYasha sorria enquanto beijava a esposa. Ele estava certo, pois ele e Kagome só podiam torcer pela felicidade do filho e enquanto isso na casa de Sesshoumaru, ele acabara de tomar seu café da manhã na cozinha enquanto folheava o jornal e naquele momento, Satsuki aparecia diante dele.
SATSUKI – Bom dia, pai.
SESSHOUMARU – Bom dia. (virando a pagina do jornal)
SATSUKI – Não vai ao trabalho hoje?
SESSHOUMARU – Mais tarde. Preciso antes postar a coluna que fiz em homenagem á Momiji.
SATSUKI – Quando é o enterro dela?
SESSHOUMARU – Ao meio dia. Todos nós vamos.
SATSUKI – Sim. (ela olha ao redor e sente falta de alguém) – Rin ainda está dormindo?
SESSHOUMARU – Não. (ele olha para ela) - Ela saiu á uns minutos. Sango telefonou dizendo que tinha algo para ela. (ele volta a folhear o jornal) – Ela vai se encontrar com a gente no cemitério.
SATSUKI – Ta. (se sentando á mesa) – O tio Inu e a tia Kagome vêem aqui mais tarde?
SESSHOUMARU – Claro que sim. Aquele moleque também vem. Vamos colocar a situação em pratos limpos e...
SATSUKI – Sem brigas, pai. O senhor prometeu.
SESSHOUMARU – Claro que não. Até porque estamos ‘todos no mesmo barco’.
SATSUKI – Está pensando em Natsume?
SESSHOUMARU – E não tem como deixar de pensar. (ele segura a mão da filha) – Nunca teremos sossego enquanto Natsume não for capturada. (ele solta a mão dela) – Mas vamos resolver um assunto de cada vez.
Satsuki deu um leve sorriso para o pai, mas ela ainda se sentia mal com a mentira de dizer que Shippou era o pai do seu filho e enquanto isso no departamento de polícia de Tóquio, Sango era informada, por Azuma, sobre as novidades sobre a investigação da Agência Imperial sobre as mortes de Momiji e Ling.
AZUMA – A Agência Imperial concluiu que se trata de um crime passional.
SANGO – Tem certeza?
AZUMA – Sim. Eles fizeram todo o laudo. Checaram os motivos, verificaram a oportunidade e tudo se encaixou perfeitamente.
SANGO – Perfeitamente demais se quer saber.
AZUMA – Olha Sango! Eu também queria que houvesse algo escondido, mas eu mesmo vi o relatório. Tudo se encaixa para crime passional. O quase caso que teve com Sesshoumaru, de certa maneira, condena Momiji.
SANGO – Mas a irmã dela garante que ela não teve caso nenhum com o marido de Ling. Somado á isso tem a dúvida de por que Ling usou uma arma para se matar e não a usou para matar Momiji.
AZUMA – Os crimes passionais são assim mesmo. Na maioria das vezes não é planejado e...
Azuma para de falar ao avistar Guy entrando no departamento e por isso ele, junto com Sango, vai até ao detetive.
AZUMA – Deveria estar descansando, Guy. Passou por muita coisa ontem e...
GUY – Não quero descansar. Quero trabalhar. Esse é meu dever. Tem um maníaco á solta e é meu dever encontrá-lo e tirá-lo das ruas, portanto eu quero reassumir o caso do estrangulador das meias de nylon o quanto antes.
SANGO – Você não tem que se esforçar, Guy. Posso cuidar disso e...
GUY – Com todo respeito, Sango, você tem muitas outras coisas de que cuidar.
Guy dizia isso ao observar Soten e Tamira, que estavam sentadas em um banco de espera.
SANGO – Guy! Elas estão aqui por causa de Miroku.
GUY – Ele ainda está aqui?! Pensei que já tinha sido solto.
AZUMA – Ele está livre, mas ainda tem que regularizar algumas pendências com a justiça.
GUY – Que seja.
Guy foi se sentar á sua mesa sob os olhares de Azuma e Sango que notaram de cara a amargura em suas palavras.
SANGO – Ele ainda está chateado com você?
AZUMA – De certo modo, sim, mas comigo é algo contornável. Agora com Koharo, o negócio é outro.
SANGO – Eu o entendo. Ele está se sentindo assim porque ele ama Koharo, mas ela ama Miroku. Por isso ela fez tudo o que fez.
AZUMA – Mas e você? Ainda ama Miroku, não?
SANGO – Eu não quero falar disso. Aconteceu muita coisa no dia de ontem. Quero dar um tempo e... (ela vê alguém) – Com licença, mas tenho algo á fazer.
Sango não queria falar para Azuma de seus sentimentos por Miroku e aproveitou ter avistado Rin entrando no departamento. A esposa de Sesshoumaru estava conversando com Soten e Tamira até que Sango chega até elas.
SANGO – Que bom que veio, Rin. Tenho algo para te mostrar.
RIN – Ok. Foi para isso que vim. (ela volta a olhar para Soten) – Então apareça mais tarde. Tenho certeza que Satsuki vai estar lá.
SOTEN – Farei isso.
Depois dessa conversa rápida, Rin segue Sango e conseqüentemente se afastando de Soten e Tamira. A detetive guiava a esposa de Sesshoumaru até a sala de provas e durante o trajeto, elas conversavam.
SANGO – Por curiosidade, o que Soten quer falar com Satsuki?
RIN – Eu não sei, mas aposto que tem a ver com Shippou. (ela fica desconfiada) – Soten não lhe contou nada?
SANGO – Não, mas acredito que não seja nada sério. Pendências de garotas que gostam do mesmo garoto.
RIN – Nem me fale.
Naquele momento as duas entram na sala de provas e Rin fica observando Sango procurando algo até encontrar um envelope.
SANGO – Falando nisso todos sabem que Momiji tinha uma queda pelo seu marido.
RIN – Esse assunto não, Sango.
SANGO – Calma. Vai entender. (ele exibe o envelope) – Tome. Momiji deixou para você.
RIN – Para mim?! (surpresa ela pega o envelope)
SANGO – Está endereçado á seu nome. Por questão legal, a Agência Imperial não o abriu, mas mesmo assim ficaram curiosos em saber o conteúdo dele.
RIN – Eu acho que sei o que é. Momiji prometeu conseguir algo para mim em troca de aceitar trabalhar com ela.
SANGO – O que?! Você e Momiji trabalhando juntas depois do que houve entre ela e Sesshoumaru? O que te deu na cabeça, Rin?
RIN – Esquece isso. Agora que ela está morta, nada disso tem importância. (ela abre o envelope e vê o conteúdo)
SANGO – Posso saber o que ela prometeu conseguir?
RIN – O prontuário médico de Satsuki. (ela abre o envelope e confirma sua suspeita) – Eu estava certa. É um prontuário.
SANGO – Tem algum problema com Satsuki e a gravidez dela?
RIN – Está tudo bem. Só estou sendo uma madrasta zelosa. (ela sorri colocando o papel de volta no envelope) – Sou bem diferente das madrastas dos contos de fadas. (ela se afasta) – Obrigado por me chamar, Sango.
Depois disso, Rin saiu rapidamente da sala de provas deixando Sango sem entender a atitude dela em pedir á Momiji o prontuário médico de Satsuki, mas a detetive tinha outras coisas para pensar, pois ao voltar para sua mesa, ela avista Miroku conversando com Tamira e Soten. Por isso, a detetive se aproxima devagar do trio.
SANGO – Oi, Miroku. (ele automaticamente se vira para ela)
MIROKU – Oi, Sango.
SANGO – Parece que já resolveu tudo, não?
MIROKU – Já. Acabei de assinar alguns papeis e agora sou oficialmente um homem livre. (ele se coloca entre Soten e Tamira) - E como prometido, vou levar essas duas princesas para um passeio em família.
SOTEN – Sango podia vir com a gente.
TAMIRA – É mamãe. Vem com a gente.
SANGO – Eu?! Não posso, Soten. Infelizmente tenho um acumulo de trabalho devido ao dia agitado de ontem. Vão vocês três.
MIROKU – Então vamos.
TAMIRA – Tchau mamãe.
SANGO – Tchau, meu bem. (ela da um beijo na testa dela) – Divirta-se.
Os três se afastam de Sango e saem do departamento de polícia e enquanto isso em sua casa, mais precisamente em seu escritório particular, Ryukosei recebia Koharo para acertar os detalhes de sua situação.
RYUKOSEI – Pois bem. (ele assina um cheque) – Acho que isso paga seus serviços. (ele entrega o cheque)
KOHARO – Ok. (pegando o cheque)
RYUKOSEI – Me diga uma coisa, Koharo. Sabia que Miroku estava vivo o tempo todo?
KOHARO – Eu não tenho que responder isso, senhor prefeito. (ela se levanta da cadeira) – Se é só isto, eu vou indo e...
RYUKOSEI – É muito triste uma mulher como você dedicar sua vida, seus sonhos, seu amor á um homem que não te ama. Você me dá pena, Koharo.
KOHARO – Eu dispenso a sua opinião sobre minha pessoa.
Depois de dizer isso, Koharo sai do escritório, passando por Elisa, que imediatamente foi falar com o marido.
ELISA – Você a demitiu?
RYUKOSEI – Mas é claro. Não posso ter uma pessoa pouco confiável trabalhando para mim, principalmente em um momento como esse.
ELISA – Se está falando da sua nova união com Natsume, seria melhor ligar para ela.
RYUKOSEI – Farei isso mais tarde. Agora temos um compromisso importante. Hank está no Japão. Precisamos acertar os detalhes do financiamento da minha campanha.
ELISA – Você disse ‘nós’?! Eu tenho que ir encontrá-lo também?
RYUKOSEI – Sim, querida. Você e ele são americanos. Acho que ele pode se sentir melhor com sua presença.
ELISA – Mas é muito chato.
RYUKOSEI – Eu sei que é. (ele segura a mão dela para puxá-la para si) – Mas ele é o maior contribuinte. (ele dá um selinho nela) – Faça isso por mim.
ELISA – Está bem. Eu vou com você, mas saiba que fica me devendo uma, senhor prefeito. (sorrindo ironicamente) – Vou me arrumar no quarto.
RYUKOSEI – Ta. O encontro será na prefeitura.
Ryukosei dá outro beijo em Elisa, que logo em seguida se afasta do marido indo ao quarto do casal e ao chegar lá, a primeira dama pega seu celular e liga para Natsume.
NATSUME – Fale.
ELISA – Sou eu. Já conseguiu encontrar Gatenmaru?
NATSUME – Não.
ELISA – Como não?! Ele não poderia ter fugido.
NATSUME – Eu sei, Elisa. Acabei de falar com Haruy. Ele acha que alguém ajudou Gatenmaru.
ELISA – Acha que ele entrou em contato com alguém?
NATSUME – Pouco provável. Acho que alguém o tirou de lá sem saber de quem se tratava. Gatenmaru não sabe nada sobre a missão.
ELISA – Mas mesmo assim não podemos arriscar. Tem que saber que Ryukosei quer tentar virar o jogo contra você.
NATSUME – Não esperava menos do grande Ryukosei, mas ele vai aprender a não entrar em um jogo que não pode ganhar.
ELISA – Eu tenho que desligar.
NATSUME – Ok mantenha-me em contato.
Natsume desliga seu celular para depois ir até uma sala ao lado onde Ryoma estava.
NATSUME – Tudo pronto?
RYOMA – Sim. E as coordenadas?
NATSUME – Ainda estou esperando a decodificação. Vai recebê-las assim que eu for informada.
RYOMA – Lembre-se, Natsume. Quero estar fora desse país quando essa missão for completada, pois serei um dos homens mais procurados no Japão e quem sabe do mundo.
NATSUME – Faça sua parte e receberá seu dinheiro. Com ele pode ter uma nova vida, como nova identidade e coisa e tal.
RYOMA – Ok! Vamos lá.
NATSUME – Está bem. (ela olha para o relógio) – Melhor se apressar, pois seu irmão entra no turno dele daqui á duas horas. (ela volta a olhar para ele) – E tome cuidado com os agentes imperiais. Provavelmente estão vigiando seu irmão.
RYOMA – Eu já fui um agente imperial, se esqueceu? Conheço os protocolos de vigília.
Ryoma pega uma bolsa, que continha alguns pertences, para depois se afastar de Natsume a fim de iniciar sua parte na missão e naquele momento o celular de Natsume volta a tocar. Ao olhar no visor ela sabe de que se tratava de Haruy, capanga responsável pela busca de Gatenmaru.
NATSUME – Conseguiu achá-lo?
HARUY – Não, mas encontrei uma pista. (ele olha uma poça de sangue) – Eu estou em uma estrada de terra onde encontrei uma poça de sangue. (ele olha ao redor) – Mas nada de corpo.
NATSUME – Está dizendo que Gatenmaru conseguiu escapar?
HARUY – Não necessariamente. (ele olha para cima) – Ninguém sairia andando depois de uma queda dessas. (ele volta a olhar para a estrada de terra) – Alguém deve tê-lo ajudado. (ele se agacha para observar melhor as marcas de pneus na terra) – Pelas marcas de pneus, foi uma pick-up que o apanhou.
NATSUME – Se é uma estrada de terra quer dizer que não passa muitos carros por aí. (ela começa a mexer no computador) - Sabe a direção que foi a pick-up?
HARUY – Sim, ela foi ao norte.
NATSUME – Ok, espera. (ela continua digitando algo até encontrar o que queria) – Achei! Tem uma vila pequena mais ao norte. Essa é uma região rural. Quem pegou Gatenmaru deve morar lá.
HARUY – Entendido. Já estou indo.
NATSUME – Escute, Haruy! Faça o que for preciso para encontrar Gatenmaru. Depois o mate. E mate também quem o ajudou.
HARUY – Pode deixar.
Haruy desliga seu celular e, com um assobio, chama os outros capangas, que estavam espalhados. Agora eles tinham uma pista da localização de Gatenmaru e enquanto isso Miroku, guiando seu carro com Soten e Tamira nele, chegava até sua antiga casa onde pode avistar Tanuki á frente dela. O assessor de Kagome observava alguns homens arrumando o local. Miroku estaciona o carro para que ele e as meninas saíssem do veículo.
TAMIRA – Que casa é essa?
MIROKU – É minha, Tamira. (ele pega a filha no colo) – Mas não podemos entrar ainda.
Tanuki percebe a presença deles e assim vai até eles.
TANUKI – Senhor Miroku. (ele olha para Soten e Tamira) – Meninas.
MIROKU – Tanuki.
TANUKI – Veio cedo, hein?
MIROKU – Eu digo o mesmo.
TANUKI – Temos uma reunião partidária onde decidiremos quem fará parte da equipe de trabalho para a campanha de Kagome. Temos muito trabalho.
MIROKU – Imagino. (ele olha para a casa) – Ela continua igual á cinco anos. (ele respira fundo) – Parece que foi uma eternidade.
TAMIRA – Se essa casa é do senhor então o senhor vai morar aqui?
MIROKU – Isso mesmo. (ele coloca o braço em volta do ombro de Soten) – E Soten vai morar comigo.
SOTEN – Será bom.
TAMIRA – Então eu e a mamãe também vamos morar aqui?
MIROKU – Bem. (ele coloca a filha no chão e se agacha para olhar nos olhos dela) – Você e sua mãe são outra questão, querida.
TAMIRA – Não entendi. Agora que o tio Zakira foi embora, achei que o senhor e a mamãe ficariam juntos.
MIROKU – Eu queria que fosse simples, mas não é. (ele coloca a mão na cabeça dela) – Quando crescer, você vai compreender melhor. Portanto você ficará com sua mãe, mas poderemos nos ver muitas vezes.
TAMIRA – Ta. (meio contrariada)
MIROKU – Soten, fica um pouco com Tamira.
SOTEN – Claro e...
TANUKI – Espere um pouco.
Naquele momento Tanuki vai até o carro dele e de dentro do veículo ele tira duas caixas pequenas. De posse de caixas, ele volta para junto de Miroku, Soten e Tamira.
SOTEN – O que é isso? O que tem nas caixas.
MIROKU – Acho que você vai gostar. Pegue uma.
Soten faz o que Miroku pediu ao pegar uma das caixas e ao abri-la ela vê que se tratava de um celular muito moderno.
SOTEN – Está dizendo que é meu?
MIROKU – Não! Não é seu não, Soten! Eu comprei esse celular para que você entregue para o primeiro que encontrar na rua. (sorrindo ironicamente) – Claro que é seu, bobinha.
SOTEN – Eu nem sei o que dizer. (ela abraça Miroku) – Adorei, senhor... Quer dizer, pai.
MIROKU – Eu sei. Sabia que ia gostar. Não tem sentido você não ter o seu próprio celular.
TAMIRA – Então na outra caixa tem outro celular?
MIROKU – Sim. (ele abre e tira o celular de dentro da caixa)
TAMIRA – Ele é meu, papai?
MIROKU – Seu?! Claro que não. E desta vez não estou brincando. Esse é meu.
TANUKI – Ambos estão habilitados para o uso.
TAMIRA – Ah! Por que só a Soten ganha presente? Eu queria um também.
SOTEN – Tenho certeza que ganhará um depois que crescer, mas até lá você pode brincar um pouco com o meu. Tenho certeza que esse aparelho tem muitos jogos.
TAMIRA – Eu sei! Ás vezes o tio Zakira me deixava brincar com o celular dele.
SOTEN – Então você me mostrar como jogar.
Depois de falar isso, Soten se afasta com Tamira para deixar Miroku e Tanuki á sós. O assessor de Kagome estranhou a forma como Tamira se referia ao antigo noivo de Sango.
TANUKI – Tamira não sabe que Zakira foi morto, não é?
MIROU – Não sabe e nem precisa saber. (ele respira fundo) – Aquele maldito Zakira tratava Tamira bem para ganhar a confiança dela e assim implantar o DDM-145.
TANUKI – Mas que sujeito sujo. Ainda bem que ele morreu.
MIROKU – Eu ainda não sei se isso foi bom, pois Zakira poderia nos informar mais sobre Natsume. Seja o que for que ela esteja planejando, não é boa coisa. E pior de tudo é que eu não tenho nem idéia do que seja. Nenhuma pista.
TANUKI – Não deveria pensar nisso, senhor Miroku. (ele observa Tamira e Soten de longe) – Agora o senhor tem duas filhas.
MIROKU – Mas é nelas que estou pensando, Tanuki. Não vou sossegar enquanto Natsume estiver livre.
TANUKI – Sei. (ele fica com um olhar triste) – Muita gente morreu por causa dela.
MIROKU – Aposto que está pensando em Momiji.
TANUKI – Sim. Botan está sofrendo muito pela morte da irmã. Ela está muito mal.
MIROKU – Não tive uma grande convivência com ela, mas lhe darei meus pêsames.
TANUKI – O senhor vai ao cemitério?
MIROKU – Sim. Vou aproveitar para visitar o tumulo do senhor Mushin. (ele respira fundo) – Já vou indo. Só queria ver como estava a minha casa.
TANUKI – Hoje mesmo estará pronta. Não vai precisar passar a noite em um hotel. (ele olha para Soten brincando com Tamira) – E como está Soten?
MIROKU – Ela não fala nada, mas sei que está sofrendo por causa de Shippou. Eu queria muito ajudar a minha filha, mas nada posso fazer a não ser apoiá-la nesse momento. Nunca imaginei que o amor dela por ele fosse tão forte que resistiu a esses cinco anos de afastamento.
TANUKI – Esse amor parece muito com o seu por Sango. (ao ouvir isso Miroku o olha surpreso) – Ora senhor Miroku. Não tente negar que ainda gosta de Sango. Eu percebi como ficou desconfortável quando a pequena Tamira pensou que todos vocês iriam morar juntos.
MIROKU – Melhor irmos.
Miroku se afastou de Tanuki para chamar Tamira e Soten para irem embora, mas na verdade Miroku não queria mais tocar no assunto Sango, pois não sabia como ficaria a relação deles, pois cinco anos não eram cinco meses. Muita coisa mudou. Eles mudaram e de certo modo Miroku tinha receio de que Sango não o amasse mais como antes. Naquele momento o celular de Tanuki começa a tocar e ao olhar no visor do aparelho, ele vê o numero de Kagome, que naquele momento estava no carro de InuYasha, que estava na direção enquanto Shippou e Genku estavam no banco de trás.
TANUKI – Kagome.
KAGOME – Oi Tanuki. Estou ligando só para confirmar a reunião na parte da tarde.
TANUKI – Está confirmada sim. Onde você está agora?
KAGOME – Estou levando Genku para a escola. (ela percebe que o veículo se aproximava da escola e pode notar também um aglomerado de gente) – Acho que tem muitos curiosos por causa da minha candidatura.
TANUKI – Vai se acostumando, pois ainda vai piorar. Agora você é uma celebridade.
KAGOME – Eu acho que a ‘ficha ainda não caiu’.
TANUKI – Vai aparecer no cemitério?
KAGOME – Claro que vou e aí depois vamos discutir a situação de Shippou e Satsuki. (ela passa a mão na testa) – Eu não acredito que isso está acontecendo.
TANUKI – Essas coisas acontecem. A gente se vê depois.
KAGOME – Ta. Até mais.
Kagome desliga seu celular e percebe a expressão de contrariedade de Shippou por causa daquele comentário. Naquele momento o carro chega á escola fazendo com que InuYasha estacionasse o veículo e assim Genku desce e todos os outros alunos e seus respectivos pais ficaram olhando para Kagome, reconhecendo-a como candidata á prefeitura. Kagome, sem sair do veículo, acenou para todos e depois voltou a dar atenção ao filho menor falando com este pelo janela do carro.
KAGOME – Eu quero que se comporte, garotinho.
GENKU – Ta.
KAGOME – Agora dá um beijo.
Genku obedece ao pedido de Kagome dando um beijo no rosto dela para em seguida entrar na escola junto com seus colegas. Já Kagome olhou para o banco de trás e percebeu que Shippou ainda estava meio chateado. InuYasha resolve se manifestar.
INUYASHA – Melhor apaziguar seu espírito antes da conversa que teremos com Sesshoumaru.
KAGOME – Eu sei, amor. (ela continuava a olhar para Shippou) – Por que está assim?
SHIPPOU – Porque você está me tratando como moleque.
KAGOME – E engravidar uma garota não foi atitude de moleque?!
SHIPPOU – Poxa! Não da para conversar com você.
KAGOME – Shippou, não me provoque.
INUYASHA – Vocês dois querem parar?! (chamando a atenção dos dois) – Temos uma decisão muito importante a tomar e...
SHIPPOU – Não InuYasha! Eu tenho uma decisão a tomar.
INUYASHA – O que quer dizer com isso?
SHIPPOU – Você saberão na casa de Satsuki.
InuYasha e Kagome se entreolharam diante daquelas palavras do filho, mas ali não era hora e nem local para uma discussão, além do mais, eles tinham um funeral á comparecer.
Próximo capítulo = Uma grande decisão – parte 2
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!