The Story Of a Fighter Girl: The Secret escrita por Mona


Capítulo 17
Calor


Notas iniciais do capítulo

Mais uma semana, mais um capítulo. Yuhu~



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Acordei com mais preguiça do que na hora que fui me deitar. Estava desconfortável, quente de mais. Passei a mão em minha testa, onde meu cabelo grudava por causa do suor. Empurrei as várias cobertas com o pé, sem forças para levantar. Olhei para o relógio: quatro e meia! Não acredito que acordei duas horas e trinta minutos antes do despertador tocar, e vai ser muito difícil de dormir de novo, ainda mais nessa poça de água em que estou agora.

O verão vai começar daqui a duas semanas e o tempo virou de uma hora para outra. Fui dormir com um pijama quente forrado de lã, como geralmente faço, e dois cobertores. Agora não aguento nem ficar mais nessa cama.

Levantei com um pouco de dificuldade e fui para o banheiro lavar meu rosto e trocar de roupa, colocando um pijama mais fresco.

Quando voltei para o quarto, Livvie estava sentada na cama, no escuro, feito um fantasma. Levantei uma sobrancelha. É muito difícil ela levantar no meio da noite, seu sono é pesado. Diferentemente do meu.

–Livvie, -sussurrei- está tudo bem?

Ela não respondeu, então cutuquei seu ombro. Ela virou a cabeça para trás com os olhos arregalados, como se houvesse um monstro atrás dela. Levei um susto e gritei, e ela me acompanhou.

Você está louca, me dando um susto desse jeito?! –eu disse com a mão no coração acelerado.

–Você que chegou gritando feito porco em abate!

–Você que estava sentada aí feito fantasma... Porco em abate?

Entreolhamo-nos e começamos a rir, caindo no chão. Duas meninas, suadas que nem ginastas, rindo de uma comparação sem noção e se debatendo no chão. Talvez fosse o sono tendo efeito de óxido nitroso¹.

Depois de acabar a graça da história dos porcos, deitei novamente na cama tentando dormir. Sem sucesso. Fiquei pensando na vida, porque é o que todo mundo faz quando não consegue dormir (não adianta negar).

Pensei no sonho daquele outro dia, aquele sonho ridiculamente ciumento. Pensei se Daisy sentia o mesmo, e cheguei à conclusão que não, porque ela parecia gostar bastante dele. E eu não gostava. Não mesmo. Talvez eles até namorassem, ia ser estranho. Eu sei que ele já namorou Livvie, mas faz tempo e não houve nenhuma relação amorosa desde então. E aquilo não foi exatamente uma relação amorosa..

Então, comecei a pensar nos meus pais. Será que eles se amavam bastante? Será que eles me amavam bastante? Meus olhos encheram d’água, eu nunca saberia.

O alarme escandaloso de Livvie começou a tocar, eram 7 horas. Levantei um pouco animada, porque havia ganhado algumas bermudas da minha tutora e eu nunca usei bermudas na minha vida. Corri para o banheiro e, depois de um banho gelado e refrescante, pulei até o armário.

–Que animação é essa, fofa? –falou minha companheira de quarto com a voz sonolenta (ou era sono, ou ela estava bêbada).

Estendi uma bermudinha jeans escura para ela, fazendo uma dancinha com a cabeça.

–Vou usar bermuda! Vou usar bermuda!

Ela deu um risinho e se arrastou para o chuveiro. Foi então, que eu percebi a minha perna. A minha perna era feia, parecia perna de menino. Como eu nunca usei saia sem meia-calça ou bermuda, nunca... Bom... depilei.

Livvie, –foi um grito contido- você necessita me emprestar aquela maquininha que deixa sua perna feminina.

–Na verdade, eu não a uso desde o ano passado, –tive vontade de bater nela por ter pernas bonitas naturalmente- mas a Kathy me emprestou uma que parece ser muito boa.

Não tive tempo de perguntar por que ela pegou algo que não usa emprestado. Expulsei-a do banheiro e tranquei a porta.

Peguei uma maquininha delicada, dourada com detalhes em prata. Tinha que ser perfeita, ora, era da francesa. Liguei-a na tomada e comecei a passar na minha coxa. O aparelho, apesar de estar cortando parte do meu ser, era macio. Livvie dizia que doía depilar, mas eu não estava sentindo nada. Talvez porque o aparelho seja da Kathryn Champoudry.

Foi aí que ele parou de funcionar, assim repentinamente. Mexi na tomada, não era mau-contato. Bati algumas vezes do lado e nada. Chacoalhei-o e nada. Bati com mais força e recomeçou a funcionar, mas com o dobro da força. Levei um choque, deixando o objeto dourado cair da minha mão, batendo no meu joelho e abrindo um corte.

Droga! –gritei mais pelo susto do que pela dor.

Agora, além do problema inicial, minha perna estava com outro problema maior. O corte era bem comprido, mas não fundo e sangrava pouco. Mas o ruim era que não ia dar para usar bermuda com o joelho daquele jeito.

Limpei o sangue com um pedaço de papel e cobri com esparadrapo e algodão. Estava morrendo de raiva. Saí do banheiro chutando a porta.

–O que aconteceu? –perguntou Livvie.

–Aquela porcaria daquele parelho francês arruinou ainda mais minha perna, olha! –ela fez uma expressão de consolo.

Fui para a aula de calça jeans, a blusa mais fresca que eu tenho e rabo-de-cavalo. Mesmo assim, eu quase virei bacon. Além de que eu era a única de calça comprida na escola inteira. A maioria das meninas estava usando shorts minúsculos.

Na hora do almoço, olhava com inveja todos se divertindo com o calor enquanto eu assava com o jeans. Foi aí que eu vi outra pessoa com calça.

Ai meu Deus! Eu não sou a única! Essa pessoa é minha benção, ela sabe o que estou sentindo e...

–Olá Sophie, Livvie. –eu reconheceria esse sotaque francês em qualquer lugar.

Ela vestia um daqueles minúsculos shorts que todas estavam usando, mas era um pouco maior que o da maioria, praticamente do mesmo tamanho que o de Livvie. Sua blusa de alcinha tinha a Torre Eiffel estampada em branco e preto e ela usava trança no cabelo. Por que ela tinha a necessidade humilhar todos com sua beleza exterior exagerada? Fiquei tão atordoada com o cheiro maravilhoso de seu perfume que perdi de vista a pessoa que estava usando calça.

–Olá Kathy! –Livvie aproximou-se dela, dando um beijinho em sua bochecha.

Que cena adorável. Agora vou ter que ser educada também.

–Oi Kathy. –fiz o mesmo que Livvie.

–Lembra aquele dia em que você, querida Sophie, teve um, como se diz, leve ataque de insanidade e Rupert nos salvou? -leve ataque de insanidade?– E acabou que combinamos de sair? –leve ataque de insanidade?

–Sim, eu me lembro. –disse Livvie.

–Leve ataque de insanidade? –sussurrei entredentes, me segurando para não enfiar o aparelhinho de depilar dourado pela garganta francesa dela.

–Bom, combinamos de ir à doçaria da escola.

–Café de Liverpool. –sussurrei.

–Então você já foi lá.

–Com Ruddy. –ela fez uma expressão de interrogação, já que ele não era mais da escola, infelizmente. –Ninguém.

–Nossa, estou muito animada!

Rangi os dentes. Ela realmente ia sair com ele.



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Notas finais do capítulo

Olha o Rupert pegador shauhsauh -que
Espero que tenham gostado e que suas mãos estejam coçando para mandar reviews. rs
Até semana que vem seus lindos.



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