Lust escrita por melisica


Capítulo 1
Único.




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Era uma noite amena de inverno no sul de Londres. Drew Asher caminhava vagarosamente em meio da leve camada de chuva, com as mãos nos bolsos de seu sobretudo preto e se equilibrando perfeitamente sobre seu salto altíssimo vermelho de verniz, fazendo um ritmado barulho na avenida de paralelepípedos. Ela dava passos largos em direção ao pub onde encontraria seu próximo alvo: Pete Turner, filho de um importante e corrupto parlamentar, O garoto tinha vinte e três anos, era drogado e devia centenas de libras aos maiores traficantes do país. Mais um filhinho de papai que seria morto.

Drew entrou e o sino acima da porta anunciou sua chegada. Recebeu vários olhares, e entre eles, vários pecaminosos. Se pudesse ler pensamentos, com certeza veria muitas coisas, digamos, depravadas para a normalidade. Alguns pensamentos até lhe chamariam a atenção, mas nada poderia a distrair, apesar de adorar ter todos os olhares sobre si. Esboçou um leve sorriso e se dirigiu ao balcão. 

-Uma dose dupla de Black Label ou o uísque mais forte que você tiver. –ela disse sentando numa banqueta de couro preto, cruzando as pernas e debruçando-se sobre o balcão. Viu o barman encarar seus seios e depois levar sua atenção aos seus carnudos lábios vermelhos.

-Isso não é muito forte pra você, boneca? –ele perguntou descendo novamente seu olhar pervertido para a pequena fresta aberta de seu sobretudo. 

“Está aí um ser desprezível: aquele que subestima uma mulher.", ela pensou. 

-Não me recordo do momento em que pedi a sua ilustre opinião... Então, acho melhor você não se meter querido. -Asher disse de maneira suave e ainda sim, ameaçadora. Seu olhar denunciava seu perigo. 

-Claro. –ele concordou e ela lhe lançou um sorrisinho e se voltou para os outros presentes no pub. No lugar mais escuro, tinha alguém, que parecia ser Turner, engolindo uma prostituta qualquer. Pegou seu copo e se levantou, andando em direção a ele e sua companhia. Ainda sentia alguns olhares sobre si, mas era hora do trabalho. 

-Com licença... –ela começou com sua melhor voz sensual. –Seu tempo acabou, querida. Seu cafetão mandou te chamar. Falou que você vai pra casa de algum ricasso por aí. –a "senhorita" fez uma cara de tédio. –Ele disse que se você não for, vai mandar Jack te encontrar. –disse sabendo que prostitutas sempre tinham problemas com cafetões e, junto a eles, os caras que surravam e matavam as prostitutas. Jack foi só um nome fictício, mas, de acordo com a cara dela, funcionou. A prostituta saiu correndo, sendo xingada por Pete. Ele encarou Drew em seguida, desconfiado. 

-Não tinha nenhum Jack ou cafetão, né? -perguntou o rapaz de cabelos negros desfiados, que cobriam parcialmente seus profundos olhos azuis. 

-Posso trabalhar no teatro? –ela perguntou cínica e se sentou no mesmo sofá que ele, inclinando seu corpo fazendo que seu sobretudo se movesse e formasse um decote insinuante. 

-Acho que sim... Nós nos conhecemos? –ele perguntou, ficando bastante interessado. 

-Não e nem precisamos. Não para o que eu quero... –ela disse se aproximando dele, escorregando suas longas unhas pintadas num tom fechado de vinho por seu peitoral. Encarou o rosto dele e avaliou que o rapaz era ao menos "bonitinho". Tinha um nariz bem feito, lábios finos e o formato de seus olhos eram muito bonitos. 

-E o que você quer? –ele perguntou e abriu um sorriso malicioso. 

-Você. –Drew disse com voz rouca e um olhar luxuriante. Ele estava nas mãos dela, como qualquer outro estaria. Deu um gole em sua bebida e lançou um novo olhar sedutor para cima dele, fazendo-o imaginar o que viria a seguir. –Está pronto para mim? –as pupilas de Pete já estavam completamente dilatadas de excitação. 

-Porra princesa, quando você quiser... –ele também começou a provocar. Levantou-se e chegou mais perto dela. Com os olhos fixos nos dela, começou a alisar o corpo perfeito da garota escondido debaixo do sobretudo, e ela como boa sedutora, deu uns passos para trás e saiu andando em direção à porta, sendo seguida por Pete, que tentava esconder um sorriso no canto da boca. 

Drew se distanciou do pub, olhando alguns carros ao redor. Mesmo intrigado com a garota, Pete continuou a seguindo, pretendia tirar a sorte grande, aquela noite.

-Vamos muito longe? –ele perguntou, já não segurando a testosterona. 

-Não, não. Só me diga qual deles é o seu. –ela disse passando as pontas dos dedos levemente sobre o capô de vários carros importados. 

-Esse aqui. –ele apontou para uma BMW esportiva prata, que com certeza valia muitas libras. 

Ela avaliou o automóvel por alguns segundos e o puxou pela gola da camisa pólo. O encostou contra a porta do carro e começou a desabotoar sua própria roupa. Quando a peça finalmente escorregou e chegou ao chão, Pete se aproximou vendo que a garota estava apenas de lingerie, usava um luxuoso colar de diamantes e estava de luvas de renda que combinavam com suas roupas íntimas. Um sutiã muito provocante preto com rendas roxas cobria seus seios fartos, redondos e muito bem feitos. Suas coxas levemente bronzeadas e perfeitamente torneadas eram vestidas por uma fina meia-calça preta e uma cinta liga presa junto à sua pequena calcinha. A visão do corpo da garota fez com que o rapaz começasse a imaginar tudo o que poderia fazer com ela. 

Ela se debruçou sobre o corpo de Pete e começou a se esfregar nele. Era impossível não notar que a excitação dele só crescia e Drew sentia o resultado disto contra suas coxas. Ele espalmou uma de suas mãos na cintura dela e com a outra, abaixou as duas alças de seu sutiã. Observou as duas tiras negras escorregarem pelos delicados ombros da garota e rapidamente desabotoou a peça, fazendo com que a mesma caísse no chão. Segurando a cintura dela, massageou com força os seios da garota e levou a língua a eles, lambendo e sugando os bicos. Enquanto fazia isto, uma de suas mãos deslizou para a virilha dela, invadindo a calcinha e brincando com os dedos em sua fenda. Ela deu um suspiro fingido - porque na verdade, não sentia prazer nenhum com isso, era apenas parte de seu trabalho - que ele levou como um pedido para que ele continuasse. Introduziu dois dedos dentro dela e Drew, como resposta, jogou a cabeça para trás forjando prazer novamente. 

Apoiou uma de suas longas e delineadas pernas sobre o capô do carro, a dobrando, enquanto ele fazia movimentos de vai-e-vem fortes e se deliciava com os gemidos dela. Drew levou suas mãos para a calça dele e apertou o membro do rapaz ainda coberto pela jeans. Colou ainda mais seus corpos e arranhou a nuca de Turner o fazendoele soltar um gemido sôfrego. Ele continuou com movimentos de vai-e-vem e segurou com força a coxa dela, apertando sem dó. 

Desejando logo acabar com aquilo, ela se abaixou arranhando seu peitoral sobre a camiseta e abrindo seu cinto. Ele sentiu seu membro pulsar ainda mais de desejo enquanto ela deslizava ao solo, esfregando seus seios por todo seu corpo em chamas. Ela rapidamente alcançou o objeto que estava no bolso de seu sobretudo que jazia no chão e olhou para ele novamente, que sorria maliciosamente. 

-Que desperdício... –Drew se lamentou, e em seguida enfiou uma faca desde sua virilha, rasgando até o pescoço –Ele até que era bonitinho... 

Drew empurrou com força o corpo cortado, que caiu no chão e pôs seu sutiã e seu sobretudo novamente. Abandonou sua faca ao lado do corpo do rapaz e sorriu feliz pelo trabalho bem feito. Abaixou-se e afundou a mão dentro do bolso da calça dele e pegou as chaves de seu carro. Tirou as luvas de rendas pretas - que já era sua marca registrada, sempre as deixava na cena do crime - e as colocou dentro do bolso de sua pólo e sorriu mais uma vez. Adorava a ideia de ser matadora de aluguel, era incrivelmente excitante seduzir tão facilmente todos esses homens tolos que só pensavam em sexo com ela e depois matá-los com a maior facilidade do mundo. Pulou o corpo e o deixou agonizando até a morte. Pegou seu celular e discou um número que já lhe era muito conhecido.

-Está feito Sr. Collins. –disse sem rodeios e desligou, entrando no automóvel de Pete Turner e abrindo o teto, o tornando um conversível. Debruçou-se sobre o banco do passageiro e abriu o porta-luvas se deparando com vários CDs. Tinha CDs desde The Kinks, puro rock clássico, passando pelo indie dos Strokes até o pop americano. Escolheu um que conhecia muito bem, de uma banda que gostava há tempos: Cobra Starship. Drew amava o tom provocante que Gabe Saporta, o vocalista, dava as músicas. Escolheu a faixa preferida daquele álbum, a canção que mais gostava do grupo "The Church of Hot Addiction".

-"Tonight I'm the drug you can't deny" -cantou alto pensando na pessoa que no fim da música faria uma ligação e deu uma risada -"Tonight G-A-B-E is going to get you high, my light is eletric" -aumentou ainda mais o volume do rádio -"Hey hey hey, my light is eletric yeah, hey hey hey my light is eletric". 

Robert estava organizando toda a papelada que estava em sua mesa. Ser um detetive da Interpol era um cargo que precisava de paciência para ser executado. Principalmente com os subordinados que tinha. Ouviu o telefone tocar e revirou os olhos de tédio. “Secretária imprestável...”, pensou, indo atender. 

-Alô? -falou ainda lendo alguns papéis. 

-Detetive Levine? –ele ouviu aquela voz novamente. A voz mais sexy e cortante que poderia imaginar. 

-Você. –ele respondeu e pôde ouvir um sorriso leve e debochado do outro lado da linha, acompanhado de uma música que ele não pôde identificar.

-Liguei pra aumentar a minha lista de homicídios... -falou displicente, fazendo pouco caso.

-Quem? -perguntou olhando novamente para os papeis em sua mesa e encaixando o telefone entre a orelha e os ombros.

-Pete Turner, o filho do parlamentar, filho de John Turner. -disse séria -Num pub aqui de Londres. 

-Eu vou prender você... Eu ainda vou ter esse prazer. –ele ameaçou e ela gargalhou, fazendo a raiva de Robert aumentar ainda mais. 

-Eu mal posso esperar pra nos encontramos, meu amor... -Drew riu e jogou o telefone roubado com força na rua e o viu estraçalhar. Ligou o possante e voltou a cantarolar o cd que escutava. 

Drew dirigiu em direção ao centro de Londres. Depois de vinte minutos, entrou num estreito beco e parou o carro ao lado de um homem de terno alinhado preto que lhe estendeu um cartucho de cor bege. Ela pegou e sem trocar nenhuma palavra, deu ré com a BMW recém furtada e voltou para a avenida. Olhou de relance para o conteúdo que o cartucho armazenava e se animou com ideia de ter de contar as libras, fruto de seu último assassinato e sorria vendo aquele monte de papel com o rosto da rainha. Amava dinheiro, mas não mais do que algo que iria visitar naquele momento. Deu partida e acelerou como uma louca, aproveitando o veículo e aumentando ainda mais o som. Sentiu a brisa fria contra seu rosto e seus cabelos balançarem conforme o vento. 

- É, Lucy... Eu vou ter que ficar até mais tarde por aqui... Você sabe como é a minha "maravilhosa" equipe. -disse irônico e fez uma pausa -Não, não precisa me esperar acordada não. -fez uma pausa novamente -Eu também te amo Lucy... Beijo e tchau. –Robert desligou o telefone. Era a terceira vez na semana que ele ficava no trabalho até tarde e deixava sua esposa sozinha em casa. Ele estava cansado de ter todo o trabalho burocrático para ele, sendo que havia coisas que seus subordinados podiam fazer. 

Ele estava no milésimo papel para ser assinado quando ouviu algo. Estava sozinho naquele andar. Pegou sua arma e pôs em cima da mesa, só por precaução. Continuou revendo toda a papelada, mas ainda com a sensação de estar sendo observado. Estava tenso. Odiava essa sensação de impotência, vulnerabilidade. Procurou se concentrar ao máximo possível, mas estava difícil. Jurou ouvir passos, mas quando se concentrou, o silêncio era absoluto, a não ser pelo ventilador. Ele voltou a rever os papéis que amontoavam sua mesa. 

-Oi, meu amor... –ele sacou sua arma rapidamente, apontando para a pessoa parada à frente da porta –Ops... Desculpa se eu te assustei. – Drew disse com as mãos para o ar. 

-Drew? -ele perguntou surpreso.

-Que bom que você ainda me reconhece, amor. – ela disse, dando passos para mais perto da mesa, já com as mãos abaixadas, apesar de ele não ter tirado a arma da direção dela. –Vai atirar em mim? 

-Eu posso, sabia? E eu posso te prender exatamente agora. –Robert disse nervoso. 

-Pode, mas não vai... Ou vai? –ela falou desafiadora, levantando uma sobrancelha. 

-Não me provoque... -ele cerrou os olhos minimamente. 

-Abaixe essa arma, Robert. – ela disse, se sentando na cadeira em frente à mesa dele. –A Interpol não vai me querer morta. –Robert abaixou sua arma. Ela estava certa, a Interpol a queria viva. Ele se sentou, ainda raivoso. 

- O que veio fazer aqui?! –ele perguntou, vendo-a brincar com um clip.

-Não é óbvio, amor? -sorriu -Ser presa é que não foi. –ela foi sarcástica e se levantou. Robert tentou pegar sua arma de novo, mas ela foi mais rápida, pegando a mesma da mesa, retirando as balas e jogando-as pela janela. –Agora, sim. 

-Eu posso emitir um alarme e todos os policiais da Europa vão vir pra cá, vão te caçar pelo mundo, se acontecer algo comigo. –Robert ameaçou Drew, e ela sorriu.

-Acha que eu vou te matar, amor? –ela gargalhou. – Que visão horrorosa você tem de mim... 

-Que visão eu teria de um monstro, Drew? –ele disse com a voz amargurada. Ela esboçou um sorriso leve e abriu seu sobretudo, revelando a mesma lingerie preta, que ele também julgou muitíssimo provocante. Ele encarou o corpo dela e depois o olhar. Podia ver pura luxúria neles. Será que ela podia ver que seus olhos dele carregavam isto também? 

-Essa visão é boa o bastante pra você? –Drew disse baixo, arremessou o sobretudo longe e soltou seus longos cabelos lisos que anteriormente estavam presos num alto e displicente coque.

-O que você está fazendo? –ele perguntou, olhando fixamente nos olhos dela, enquanto ela soltava a cinta-liga. 

-O que você acha de flashbacks, amor? –ela disse, se aproximando mais dele e beijando seu maxilar.

-Seja direta. –ele bravejou. 

-Mais? –ela levantou uma sobrancelha -Vamos concordar que você ainda se sente atraído por mim, Bob. –ele gargalhou nervoso. 

-Eu?! -perguntou com voz ofendida -Eu sou casado, querida! –ele riu alto, sarcasticamente. 

-Grande casamento o seu... –ela disse, sentando-se na ponta da mesa de madeira, de frente para ele. Ele se levantou bravo. 

-Quem é você pra saber sobre relacionamentos?! -indagou nervoso -Ou você esqueceu que você é um desastre?! 

-Foi isso que o nosso relacionamento foi pra você? -perguntou sorrindo -Um desastre?! 

-VOCÊ é o desastre! –ele gritou, ainda de frente para ela –Eu te amava, Drew... Eu queria me casar com você! E você simplesmente sumiu! -fez um gesto com as mãos, algo como um "puff" -Nem uma carta! Só umas fotos depois... No seu primeiro assassinato. –ele falava com os olhos meio perdidos nas lembranças. –Meu Deus, como eu te amava... Eu daria a minha vida por você! Eu fiquei meses me perguntando por quê... Me culpando, me perguntando o que poderia ter acontecido, o que eu poderia ter feito pra você... –ele bagunçou os próprios cabelos. –E eu conheci a Lucy e ela tratou todas as minhas feridas, ela me amou... 

-E você Robert? Você a ama, é apaixonado por ela? –Drew perguntou, se levantando e ficando na frente dele. 

-Ela é incrível, meiga, carinhosa... -suspirou -Ela me amou antes que eu pudesse amá-la e... 

-Isso não responde a minha pergunta. –Drew o cortou. –Você a ama? A ama como sempre me amou? A deseja como sempre me desejou? Seu coração dispara com ela, como era comigo? –a cada frase, Drew chegava mais perto e perto. –Ela faz você se arrepiar com só um toque, como eu faço? –ela tocou os lábios dele, fazendo-o se arrepiar. –O cheiro dela te deixa tonto, como o meu? –ela levou as mãos para a nuca dele, o olhando nos olhos e aproximando seus rostos –O beijo dela faz tanta falta quanto o meu? Ela te provoca as mesmas sensações? –ele segurou firme na cintura dela, puxando-a mais pra perto, unindo os corpos. 

-Não, não para todas as perguntas. -ele disse sem hesitar -Ninguém faz comigo o que você faz. Ninguém consegue me enlouquecer como você. -olhou nos olhos da garota -Eu não consigo amar nenhuma outra mulher enquanto você não sair da minha vida... Definitivamente. 

-E você quer que eu saia? –ela sussurrou perto dos lábios dele. Ele desistiu de resistir. Pegou a nuca de Drew com a mão livre e a beijou. 

Drew conseguira. Conseguira ter novamente o único homem que amava, ali, beijando-a, desejando que ela fosse dele de novo. Robert a puxava cada vez mais para perto de seu corpo, como se tivesse medo de que ela lhe escapasse – e realmente tinha. Drew foi deslizando suas mãos e tirando rapidamente a jaqueta que Robert vestia. Robert, que parecia estar gostando, soltou um sorriso entre o beijo e se deixou levar por ela. Começou a acariciar o corpo dela, enquanto as mãos delicadas dela invadiam seus botões e retirava aos poucos suas roupas, deixando seu corpo à mostra por partes. As unhas dela deslizavam pele abdômen dele, fazendo um frio percorrer toda sua espinha. Definitivamente, não tinha outra que fazia o que ela fazia. 

Os dois quebraram o beijo para ela poder tirar a camisa cinza que ele vestia e arremessá-la longe. Ele tirou os sapatos com os pés e voltou a grudar seus lábios nos dela. Ela perdeu a respiração e parou o beijo, sorrindo. Levou suas mãos à calça dele, tirando o cinto e depois a calça, enquanto ele dava mordidas e chupões no pescoço dela, provocando sensações que ela sabia que nunca sentiria com nenhum outro. Quando a calça também foi jogada longe, Robert levantou uma perna dela na altura de sua cintura, fazendo Drew dar um impulso para cima e fechar as pernas na cintura dele, sentindo a ereção nítida. 

Ele a pôs em sua mesa, fazendo a maior parte das coisas caírem no chão. Ele beijava-a avidamente desejando-a cada vez mais, e mais, e mais. Enquanto beijava o pescoço dela, ele desabotoou o sutiã, que teve o mesmo fim que o resto das roupas dele: no chão. Os dois estavam igualados em relação a roupas. A pressão do corpo dela contra o dele, faziam os dois se excitarem cada vez mais. Robert fez movimentos mais provocativos, prensando seu sexo contra o dela, mesmo que ainda separados pela calcinha e a pela boxe dele, os fazendoeles quererem logo se livrar delas. 

Robert lambeu e sugou os seios da garota enquanto apertava com força sua cintura. Fez um caminho de beijos pela barriga dela, deixando um rastro de saliva nítido. Roçou seus lábios em seu baixo ventre e com as mãos, afastou delicadamente suas pernas. A masturbou com as pontas dos dedos apenas invadindo a calcinha dela e beijou suavemente seus lábios. Tirou a calcinha e aproveitou para alisar as pernas dela enquanto a retirava. Passou a ponta da língua devagar por cima do clitóris dela, a fazendo soltar um gemido que o deixou arrepiado. Drew agarrou os cabelos dele e como resposta, ele aprofundou a língua inteira nela fazendo-a soltar um gemido mais intenso. 

-Vai Bob, você faz melhor que isso. -ela falou entre gemidos, puxando com força os curtos cabelos louros escuros dele.

Robert segurou forte na coxa de Drew e passou a língua em movimentos rápido por todo clitóris dela enquanto ela gemia e gemia cada vez mais alto. Ele dava chupadinhas que sabia que a deixava louca de prazer, e por fim, ficou a chupando por um tempo mais longo até a ouvirela soltar um gemido estendido e puxar seu cabelo levando sua cabeça para trás, se contorcendo. Ela estava ofegante e com um sorriso extremamente safado no rosto. Ele sorriu de volta, dessa vez sem malícia, apenas sabendo que ela havia tido um orgasmo e havia gostado bastante. 

-Eu amo... Sexo oral. -ela disse suspirando. Robert deu uma risada e chegou com a boca perto do pescoço dela e o beijou delicadamente, sugando e mordendo a pele dela -E você ainda pratica tão bem Bob... -ela disse acariciando a nuca dele, que riu escorregando seus dedos novamente para a área latejante do corpo dela. 

Introduziu três dedos vagarosamente vendo ela se contorcer a cada milímetro que seus dedos aprofundavam em seu íntimo e quando entraram por inteiro, ela soltou um gemido alto. 

-Seus dedos já não me intimidam mais, meu amor. -ela sussurrou ao pé de seu ouvido, provocando-o.

-Ah não? -ele perguntou rindo -E isso? -indagou cínico e a penetrou com força e de uma vez só. 

-Eu ainda acho que pode fazer melhor do que isso. -Drew sussurrou entre gemidos. 

-Concordo com você querida... –ele a puxou pela nuca e grudou seus lábios nos dela de novo, entrando ainda mais dentro dela e começando com leves estocadas. 

-Eu te amo Bob. -ela sussurrou no ouvido dele. 

-O quê? -ele se espantou e a encarou. 

-Eu te amo. Sempre te amei. -sorriu empurrando-se contra ele, fechando as pernas em volta de sua cintura -Meu corpo pode ter sido de outros, mas minha mente sempre foi sua... Meu coração sempre foi seu, Bob. –sorriu e ele lhe devolveu sorriso, pondo uma mecha do cabelo dela para trás da orelha –Me faz ser sua... Seja meu, Bob. Seja meu que eu sou sua pra sempre. –ele a beijou suave e continuou com as estocadas, que gradativamente, foram aumentando de velocidade. 

Robert puxava os longos e lisos cabelos castanhos escuros conforme investia seu membro nela, fazendo-a soltar gemidos altos. Levine colocou uma mão de cada lado da cintura dela e a fitou. Ela estava com um sorriso quase pornográfico e um olhar luxuriante, totalmente inebriante. Em meio às fortes investidas, ela tentou o beijar, mas não conseguiu, já que estava soltando constantes suspiros leves. Ficaram apenas com num roçar de línguas, mantendo-as encostadas, entrelaçando-se. Robert não pôde evitar manter os olhos abertos para assistir o prazer da mulher que tanto amava. Continuou a penetrando, mantendo a mesma velocidade, por vezes aumentando. Conforme os movimentos, apertava com um pouco mais de força a fina cintura da mulher, devido o prazer que começava a sentir. Ela abria e fechava a boca soltando gemidos baixos e ele apertava as laterais de seu corpo. 

Os corpos fundidos, as respirações formando uma só, os olhares luxuriosos, os gemidos de prazer. Tudo só contribuía para que o prazer se tornasse tão sublime. Gemidos ecoavam pelo andar, os corpos estavam completamente suados, a mesa de madeira rangia. E diante de tudo isso, Drew sentiu o prazer invadi-la totalmente, fazendo seus dedos do pé ficarem dormentes. Robert chegou ao ápice segundos depois, soltando um gemido tão alto quanto o de Drew. Os dois estavam ofegantes, abraçados. Robert pegou Drew no colo, sem desconectar os corpos, e a levou para um sofá que tinha em sua sala. Deitou-a e deitou por cima dela, beijando-a, mas saindo de cima dela em seguida, abraçando-a de conchinha e cobrindo-os com uma manta que por acaso, tinha aparecido durante uma faxina em seu armário. Ele ficou acariciando os cabelos dela e beijando o pescoço da garota de leve. 

-Eu devia te prender, sabia? -ele disse sério -Por assassinato, por resistir à prisão e por seduzir um policial da Interpol. –concluiu e Drew riu. 

-Não sabia que esse último era crime... –ela gargalhou e ele logo a acompanhou. Quando as risadas cessaram, eles voltaram a ficar em silêncio, se acariciando. 

-Posso te perguntar uma coisa? –Robert perguntou, sussurrando no ouvido dela. 

-Pode. –ela disse se virando de frente pra ele. Robert beijou o topo de sua testa e ela sorriu –É algo sério, não é? Algo que você está com receio de perguntar... –ele levantou a sobrancelha –Que foi? Ainda sei te desvendar, tá?! –ambos riram –Fala logo, Robert.

-Por que você sumiu Drew? -ele indagou acariciando a bochecha dela -Por que me abandonou aqui, sem me dar nenhuma explicação? Sem deixar nem um bilhete com um "tchau"? 

-Você deve estar a quatro anos se perguntando isso, não está? –ela perguntou sorrindo e ele esboçou um sorrisinho sem-graça –Eu estava perdida. Depois que os meus pais e o meu irmão morreram naquele acidente, eu fiquei desnorteada. Eu estava sozinha... Ou pelo menos achava que estava. Eu não sabia o que fazer, o que pensar. 

-Eu estava com você, Drew! -ele disse bufando.

-Mas eu não enxergava isso, amor! -ela explicou -Eu achava que você só queria o físico... Não entendia seu amor ainda... O nosso amor. -ela fechou os olhos o sentindoele acariciar sua nuca.

-Como você virou uma das assassinas mais perigosas e procuradas da Interpol? -ele perguntou franzindo o cenho.

-Eu já sabia algumas coisas que o meu pai tinha falado pra mim e pro meu irmão sabe, depois que ele entrou para o serviço secreto... -Drew balançou a cabeça -E além disso, eu encontrei gente que me ensinou muita coisa. Gente que vocês acham que são do bem e, na verdade, são bem piores que eu. -apontou para si mesma -Eles, sim, que deveriam estar na lista dos mais procurados da Interpol. 

-Se você quiser me passar alguns nomes... –ele disse e Drew gargalhou. 

-E ser morta logo em seguida? Acho que não. –negou com a cabeça e se abraçou mais a ele, que a aconchegou em seus braços. –Acabou o interrogatório, detetive Levine?

- Sim, senhorita Drew.

-Então já pode acontecer um segundo round? –ela disse com provocação no olhar e na voz. Robert sorriu e começou a beijá-la, começando as preliminares do segundo round.

[...]

Um mês e meio. Esse era exatamente o tempo que Drew ia, pelo menos, três vezes na semana, no escritório da Interpol se encontrar com o Robert. Vocês devem estar se perguntando: “Por que no escritório da Interpol, e não em um motel?” Aventura. Os dois achavam que a adrenalina sempre esquentava as coisas. 

-Já pensou se algum dia seu chefe entra aqui e descobre a gente? –Drew supôs, já abraçada a Robert, depois do sexo. 

-Nós dois somos presos e fim. Você por assassinato, e eu por ser seu cúmplice. –os dois riram nervosos. Sabiam que isso poderia acontecer a qualquer momento. Eles ficaram parados, sentados, abraçados no sofá. -Isso vai acabar algum dia? –Robert perguntou com a voz meio triste. 

-Isso o quê? -ela perguntou beijando seus lábios de leve.

-Nós. Você vai sumir e me deixar sozinho de novo? 

-O que aconteceria se eu o fizesse? –ela perguntou, se soltando dos braços dele e o encarando. 

-Eu não poderia fazer nada. Só gostaria que você me avisasse se fosse embora... Eu prometo que não vou tentar te impedir de ir. –ele a beijou. 

-Não acho que aconteça... –ela sussurrou e ele começou a esboçar um sorriso. –Mas, se acontecer, eu prometo que aviso. –ele ficou sério de novo e concordou. 

-Que horas são? –ela perguntou bocejando logo depois. Robert pegou o telefone e viu sete chamadas perdidas de Lucy. 

-Merda. -ele bufou.

-O que houve? -ela perguntou arrumando os cabelos, os penteando com os dedos. 

-Lucy. Esqueci de avisar que ia ficar até tarde... Que droga. –ele disse, se levantando rápido e indo até o telefone de sua sala. Drew fez uma cara feia –Ela me ligou sete vezes. –Robert discou o número de casa, mas chamava, chamava e ninguém atendia. –Ela não está em casa?! 

-Uhhhhh... A esposinha também arrumou alguém pra se divertir... –Drew zombou de Robert, que lançou um olhar meio bravo a ela, que soltou um risinho. –Brincadeira amor... 

-E se ela estiver vindo pra cá, Drew? -ele disse claramente nervoso -Ela deve estar desconfiada! Faz um mês e meio que eu estou dando desculpas, recuando... Qualquer mulher suspeitaria! 

-Você não está... Dormindo com ela? –Drew perguntou parecendo inocente. 

-Bom, dormir tem sido a única coisa que a gente faz junto, porque transar... Sem chance. –ele brincou, tornando a ligar pra Lucy –O celular dela está desligado. Se ela estiver vindo pra cá, a gente tá ferrado e... –Drew o interrompeu de repente, beijando-o. 

-Calma... -afagou o rosto dele -Ela já deve estar dormindo. Fica tranqüilo... –ela foi beijando-o de leve e descendo suavemente pelo pescoço e pelo peito nu dele. 

Ele riu e puxou firme a cintura dela, fazendo os dois caírem na poltrona de couro. Eles gargalharam e Drew se ajeitou, ficando sobre o colo dele. Os dois recomeçaram com as carícias, os toques mais íntimos, os gemidinhos de prazer... Drew estava provocando Robert, masturbando-o e beijando seu pescoço, além das leves mordidas que distribuía, quando Robert olhou para a porta e viu seu pesadelo tornando real. 

-Lucy...? –ele sussurrou abismado, e Drew parou suas carícias para encará-lo. Ele estava branco como papel, olhando para a porta atrás dela. Drew virou e deu de cara com uma mulher ruiva, com o rosto banhado de lágrimas e uma arma apontada para eles. 

-Até tarde trabalhando Robert?! –Lucy gritou raivosa. Drew não conseguia se mover, assim como Robert, que pensava em algo para dizer, mas não havia nada que pudesse explicar, a cena falava por si só.

-Lucy, amor... Larga essa arma. –ela tinha visto a cena e pegado a arma de Robert que tinha sido deixada no chão, perto do sofá. –Por favor, anjo... 

-Cala a boca, Robert! Eu só vou largar depois de matar essa vagabunda! -apontou com a cabeça para Drew -Só assim a gente vai ser feliz! Só nós dois. –gritou e Drew, que estava só de lingerie, se levantou e ficou de pé, ao lado da mesa. Lucy a seguiu com a arma.

-Pode matar. –Drew disse desafiadora, andando em direção à ruiva e abriu os braços.

-Drew! –Robert gritou, repreendendo-a. 

-Não duvide de mim, sua puta! –Lucy disse, destravando a arma.

-Eu não duvido. –Drew disse com a voz meio soberba –Acha mesmo que se me matar, ele vai te amar? -levantou a sobrancelha -Ele não te ama garota! Ele nunca te amou... Pode até ter muito carinho por você, mas nunca te amou. -sorriu -E isso não vai começar a acontecer com a minha morte. 

-Vamos ver. –depois dessa frase de Lucy, foi tudo muito rápido. O estampido do tiro, Drew fechou os olhos e quando os abriu de novo, viu Robert, desfalecendo em sua frente, com um tiro no pulmão direito e segundos depois dele ter caído, ainda pôde ver a ruiva com a arma na mão e o rosto que estampava o seu choque gigantesco. 

-Sua estúpida! Olha o que você fez! –Drew gritou, abaixando-se para falar com Robert. Virou-o de barriga para cima. –Robert, fala comigo! Fala comigo, Robert! Fala comigo, meu amor... –Drew foi interrompida pelo barulho da arma caindo no chão e de Lucy saindo correndo e chorando dali. –Covarde... –Drew pôs a mão na jugular de Robert e ainda havia batimentos, porém, eram mínimos. 

-Ei... -Robert sussurrou perto do ouvido dela -Não chora meu amor. -ela tirou seu corpo de cima do dele e viu que sua barriga estava manchada de sangue -Eu vou estar sempre com você, sim? Sempre vou estar aqui. -colocou seu indicador sobre o lado esquerdo do peito dela, próximo ao coração -Eu te amo. 

-Eu também Robert... -ela sentiu seus olhos embaçarem quase que imediatamente e lágrimas se formaram em seus orbes castanhas, correndo por seu rosto -Agüenta meu amor! Eu vou chamar uma ambulância e...

-Não. -ele balançou a cabeça negativamente -Só me beija pela última vez. 

Ela sequer secou suas lágrimas e grudou seus lábios nos dele, molhando o rosto do homem que mais amou com sua tristeza. Foi um beijo calmo, apaixonado, quase sem forças para ser quebrado. Drew somente partiu o ósculo quando sentiu que Robert não correspondia mais seus movimentos, aos seus toques, quando não sentiu a respiração quente dele contra sua pele. Desgrudou seus lábios e fechou os olhos dele delicadamente, com o dedo indicador e o médio. Fechou o mais vagarosamente que pôde, não querendo acreditar que estava vendo aquele verde ímpar ser coberto pelas pálpebras lavanda pela última vez em toda sua vida. 

Acariciou com carinho os cabelos dele, num tom entre o castanho claro e o loiro escuro. Desenhou com as pontas dos dedos as feições e contornos do rosto de Robert, feições que jamais esqueceria. Tocou-lhe os lábios e viu que as gotas que enchiam seus olhos não haviam cessado e agora deslizavam pelo rosto dele. Apoiou a cabeça no peito dele e chorou. Deixou que todo o ódio e a tristeza que agora dominavam seu coração extravasassem. O único que ela amou, o único realmente amara, estava morto agora. Sentiu um infinito vazio no lado esquerdo do peito, o mesmo que seu amado lhe tocara minutos atrás. 

Olhou em direção à porta e encontrou a solução para seus problemas: o objeto jazia ali, inerte, esquecido, imóvel. Engatinhou até a arma e a pegou na mão, destravando e apontando para seu próprio crânio. Antes de disparar, deitou-se sobre o corpo de Robert e deu-lhe um leve beijo sobre os lábios que já haviam perdido boa parte de seu calor. 

-Eu te amo. -sussurrou e em seguida, ouviu-se apenas um forte e alto estampido que o revólver em suas mãos provocaram. Por um segundo, tudo era pura escuridão, até que o viu ali, parado à sua frente, de braços abertos e um enorme sorriso nos lábios, lábios que ganharam vida novamente. 


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