And Then Will There Be None Birthday? escrita por SoraHalloween


Capítulo 1
Capítulo 1 - And Then Will There Be None Birthday?


Notas iniciais do capítulo

Capítulo único, espero que gostem. E eu não vou parar minha outra fic, só pensei nessa e gostaria de escrever q

Curtam ;D



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A Scarlet Devil Mansion não tem muitas visitas. Talvez porque seja o lar de duas vampiras, uma garota que ama ler e não sai da biblioteca, outra que ama artes marciais e uma empregada que usa facas como arma.

A mansão possui várias salas, entre elas uma sala principal.

A sala principal é decorada com vários vasos antigos, uma mesa de madeira bem sofisticada, com algumas cadeiras e tapetes enormes.

- Sakuya, algo de errado? - perguntou a vampira mais velha, Remilia. - Você está tão preocupada.

Sakuya parecia estar bastante pensativa. Sentada em uma cadeira, perto da mesa, Remilia olhava desconfiada para a empregada. Ela nunca foi assim.

- Desculpe, senhora Scarlet. - Sakuya pareceu acordar de um sonho. - Eu estava pensando em uma coisa.

Remilia cruzou as pernas e bebeu um pouco de chá da sua xícara branca com detalhes vermelhos. A empregada não era de ficar preocupada...

- Se for algo que tenha acontecido, pode me contar. - disse Remilia, um pouco preocupada.

Sakuya exitou um pouco. Sentou-se ao lado da vampira, e disse:

- A senhorita Flandre Scarlet tem... - pensou. - Aproximadamente 495 anos, certo?

- Certo. - por que Sakuya se interessou repentinamente pela idade da irmã mais nova? - Algum problema com isso?

Sakuya assustou-se. Não deveria pensar nisso.

- E em que dia ela faz aniversário? - Pronto. Remilia ia brigar como louca agora. Diria que não era da conta dela, e que Flandre não merecia nada de bom, nem deveria ter saído do porão.

- Por que gostaria de saber isso? - Remilia não entendia mais o que se passava. - Vai fazer um aniversário para ela?

Até que não seria uma má ideia, pensou Sakura. Mas Remilia não deixaria. Mas por que não deixaria?

- É que... - Sakuya encheu a xícara da vampira com chá. - Ela nunca saiu de casa para brincar, ou se divertir. E isso faria bem a ela.

- De fato, faria. - Remilia concordava. Não teria problema algum. - Mas eu não sei que dia é o aniversário dela, pergunte a ela.

 - Isso significa que...?

- Que pode fazer algo para ela, eu não ligo.

Remilia tinha concordado, mas esse não seria seu maior problema. Flandre sequer sabia o que era um aniversário, quanto mais em que dia nasceu. Mas não custava nada perguntar.

- Senhora Scarlet, se me der licença... - e se levantou da cadeira. - Tenho que limpar o resto da casa.

- Tudo bem, Sakuya. - disse Remilia, abanando. - Pode ir.

x-x-x

Flandre estava no porão, como sempre. Não ligava para que dia era, nem que ano era. Todo dia era a mesma coisa. Acordava, brincava, comia, dormia. Só. A irmã não ligava para ela, nem sequer falava com ela. Nunca brincou com ninguém, sem ser Sakuya. Só Sakuya ligava para ela. Patchouli era obrigada a dar aula para as duas vampiras, e não conversava muito com Flandre. Por que ninguém ligava para ela? Queria sentir alguma vez na vida que importava. Se morresse ou fugisse, ficariam mais preocupados se ela tinha levado algo deles junto ou quebrado algo.

Flandre estava tão ocupada em seus pensamentos, que nem ouviu a batida da porta.

- Senhorita Scarlet? - era a voz de Sakuya, sua única amiga. - Posso entrar?

Flandre disse que sim, com uma voz bem baixa, e continou brincando de quebrar suas bonecas.

Sakuya entrou no porão, que estava um pouco empoeirado, já que Remilia não deixava ela passar muito tempo lá, e assim que estava começando a se divertir com Flandre, tinha que sair, e nunca tinha tempo para limpar.

- O que foi? - Flandre parou de brincar e olhou para Sakuya.

A empregada pensou um pouco. Como poderia perguntar isso para ela? Não seria um simples "Que dia nasceu?" nem "Quando faz aniversário?".

- Flandre. - sentou-se perto da vampira mais nova. - Você sabe o que é um aniversário?

Flandre tentou lembrar-se dessa palavra. Vagamente lembrava do significado.

- É o oposto da morte. - respondeu. - É quando a pessoa nasce.

Alívio. Ela sabia o que era. Agora ficaria mais fácil perguntar.

- E você sabe a data de aniversário da... - pensou rapidamente. - Remilia?

Como saberia? Remilia não contava nada a ela. Não sabia nem a cor favorita dela.

- Não, só sei que ela é cinco anos mais velha que eu. - respondeu, triste.

- E qual a data do seu aniversário?

Flandre ficou tão surpresa que parou de brincar. Nunca tinha pensado nisso... Em que dia nasceu? Em que ano? Que mês? Não sabia nada disso, e nem tinha vontade de saber. Mas por que? Porque ninguém ligaria, e ficaria mais triste ainda se soubesse, pois não receberia presentes.

- Eu também não sei. - respondeu Flandre. Sakuya percebeu que ela tinha ficado um pouco triste com isso, e resolveu falar algo para a amiga.

- Sabe, Flandre. - disse, um pouco nervosa. - Quando eu era menor, ninguém ligava para mim.

- E você tinha 10 anos, certo? - e antes que a outra respondesse, ela continuou. - Eu tenho 496 anos. Não é a mesma coisa.

496 anos. Ela disse isso mesmo. 496 anos. O aniversário dela tinha passado e ninguém tinha se importado. Agora ficaria se sentindo culpada pelo resto do ano. Ou até da vida... Mas ela só era uma de suas patroas. Por que estava se sentindo culpada por isso? Não era da conta dela a vida pessoal de Flandre. Mas não conseguia evitar a culpa.

- Desculpe. - Sakuya levantou-se rapidamente e saiu do porão com a cabeça abaixada.

Flandre não entendeu muito bem o que aconteceu. Mas reparou numa coisa. Ela estava chorando. Não sabia se era culpa dela, mas Sakuya estava chorando.

x-x-x

Realmente não era a mesma coisa. Ela só tinha 10 anos, e Flandre tem mais de 400. Não sabia bem por que estava chorando. Só sabia que estava muito triste.

- Já sei. - Parou de chorar repentinamente e teve uma ideia tão brilhante que ficou com vontade de colocá-la em prática imediatamente. Mas tinha que esperar. Era só esperar a noite chegar.

x-x-x

Onze horas da noite. Remilia estava um pouco cansada, e resolveu ir dormir.

- Irei dormir, Sakuya. - disse a vampira mais velha, se esticando. - Traga para mim um copo d'água, no meu quarto.

- Está bem, senhora Scarlet. - Sakuya quase não conseguia disfarçar a vontade de fazer o plano agora mesmo. Tinha sido um milagre a patroa não ter ido ela mesma até a cozinha. - Eu levarei.

Remilia foi andando até seu quarto. Sakuya encheu um copo com água e levou até o quarto de Remilia. Esperou a vampira cair no sono, para executar seu plano. Só precisava ir até a cozinha, pegar o ítem e ir até o porão. Só isso.

Sakuya foi rapidamente até a cozinha, procurou na enorme geladeira da mansão um pequeno embrulho, meio redondo, e caminhou até o porão. Seu plano ia funcionar. Tinha certeza.

x-x-x

Flandre ouviu passos, e alguém bateu na porta. Era Sakuya novamente. Mas antes de abrir, ela disse:

- Desculpe por antes, Flandre. - a voz de Sakuya parecia muito feliz. - Eu trouxe algo para você.

- Entre. - Flandre continuou brincando com suas coisas. Sakuya entrou. Como estava muito escuro, Flandre não viu muito bem o que Sakuya carregava.

De repente, Sakuya parou de andar, sentou-se perto da garota vampira e tirou o pano que cobria o embrulho. Flandre continuou sem enxergar direito, até que uma luz se acendeu. Era uma vela, em cima do embrulho. E o embrulho era um bolo. O mais lindo que já tinha visto.

- Eu mesma que fiz. - Sakuya sorriu. - E feliz aniversário.

Flandre nunca tinha comemorado um aniversário. Nem sabia se fazia 496 anos hoje. Mas nunca perderia uma chance dessas.

- Desculpe se eu fui um pouco rude, Sakuya.

- Não tem problemas. - Sakuya riu. - Me dê um abraço.

Algumas pessoas dizem que o resto da noite foi muito bom, pois no dia seguinte, Sakuya saiu do porão com um grande sorriso no rosto, e Flandre estava muito feliz, mesmo estando no porão.

Não se sabe muito bem o que aconteceu lá dentro, e a maioria das pessoas tenta até hoje descobrir o que aconteceu.

Tudo o que podemos dizer sobre aquilo tudo é algo que Sakuya disse para Flandre, enquanto estavam comemorando sozinhas o aniversário de Flandre:

- Assopre a vela, e faça um pedido. - disse Sakuya.

- Meu pedido já se realizou. - Flandre riu. - Se é que me entende.

Sakuya já sabia qual era o pedido de Flandre. Não contaria a ninguém. Não seria necessário. Nem Remilia saberia da comemoração. Mentiria no dia seguinte, dizendo que Flandre estava com problemas para dormir. Poderia receber até uma reclamação, mas não se importava. Até Flandre merecia algo de bom, pelo menos uma vez na sua vida.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado da oneshot, foi minha primeira rs. Foi a fic que eu mais curti escrever. Não sei porque, mas me deixou muito triste -q

Agora estou com vontade de fazer outras oneshots -s :/

Espero que tenham gostado e esperem por novidades :D