Innocenza escrita por medusa


Capítulo 5
Ressaca e sono.


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo para vocês. Bem interessante aliás. Pesquisei um pouco sobre drogas em alguns sites e descobri coisas bem interessantes... Façam isso também, é bom se manter informado sobre esses assuntos. Espero que gostem! :)



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Felipe acordou com o despertador do celular. Ele não sabe como conseguiu fazer isso, se estava morrendo de sono.

– Porra. – Grunhiu por causa da dor de cabeça. Afastou o lençol da cama que ele usou para se cobrir, e foi em direção ao banheiro. Levantou a privada e vomitou a bile da ressaca.

Lavou o rosto e jogou água no cabelo. Bagunçou ele e secou um pouco com a toalha.

Colocou um suéter justo GAP e puxou as mangas. Colocou seu colar com pingente de madeira, a marca registrada. Vestiu a calça jeans Diesel e tirou o cartão de crédito que havia esquecido lá. Calçou um All Star velho.

Ouviu a campainha tocar, desceu as escadas e pegou o material que havia jogado no sofá no dia anterior.

– Bom dia senhor Berganotti. – Falou o motorista contratado pelo pai para ser o responsável pela ida de Felipe ao colégio. Uma pessoa nojenta e sarcástica assim como o patrão.

Foram até o carro BMW e Felipe sentou no banco do passageiro.

– Senhor, acorde. Chegamos à escola. – Disse o motorista. Felipe abriu os olhos devagar, e sua cabeça doía mais do que quando acordara.

Saiu do carro e foi andando lentamente até a sala de aula, tropicando às vezes. Droga de vodca barata.

Sentou na carteira.

– Ei, acorde – ouviu uma voz de menina. Abriu bem lentamente os olhos. Era aquela Beatriz.

– O que é?

– Você sentou no meu lugar de novo – ela riu.

Olhou para trás. Havia uma carteira vazia atrás dele. Levantou, pegou o material e sentou no lugar. Deitou a cabeça na mesa, mas dessa vez ficou com os olhos abertos.

– O que aconteceu com você? – Ela virou para trás e perguntou.

Ele poderia inventar qualquer coisa, mas resolveu falar a verdade. Assim não ia ter que responder tantas perguntas.

– Ressaca e sono.

– Foi para festinha privada ontem, é? – Ela sorriu.

– Sim.

– Aniversário de quem?

Ele não pôde segurar a risada. Risada rouca e lenta. Aniversário? Essa garota ainda está na época de que vai a uma festinha por semestre, para cortar bolinho e comer brigadeiro? Comédia.

– O que foi? – Ela perguntou ao o ver rindo.

– Que aniversário o caralho. Fui à boate beber. Está bem para você? Agora vou dormir.

Beatriz entendeu bem o recado.

– Boa noite – virou-se para frente.

Mas ela não engoliu aquilo. Boate? Como assim de repente foi a uma boate? Os pais dele não ligam para esse garoto? Meu Deus! E quem imagina o que ele fez lá... Bebeu a noite inteira pelo jeito. Que horror.

Chegando a hora do lanche, Beatriz fez questão de acordar Felipe. Era engraçado encher o saco dele.

– Hora do lanche, dorminhoco bebum. – Ela virou para trás. Ele não ouviu. – Ei, acorde. – Ela falou mais alto. Ele abriu os olhos.

– Porra, por que você me acordou?

– Hora do lanche, bobinho.

– E. Daí.

– Você tem que sair da sala!

Se ele não levantasse logo essa criança ia ficar enchendo o saco dele o tempo todo. Então, foi o que ele fez.

Beatriz reparou em um bolso da calça dele com algo preto de plástico quase caindo. Enquanto ele andava, a embalagem caiu. Ela esperou ele sair da sala, levantou-se e pegou a embalagem. Era uma camisinha. Ela riu.

Pelo jeito ele não só bebeu na boate. Será que ele tinha namorada? Mas, pensando bem, talvez não tenha acontecido nada. Ou essa embalagem estaria vazia.

De qualquer forma, decidiu guardar e não falar nada. Talvez um dia isso se resuma a uma história engraçada.

– O que você guardou no bolso? – Beatriz ouviu a voz de Julie. Respirou fundo e virou-se para ela.

“Merda, eu guardei merda no meu bolso! M-E-R-D-A! Está satisfeita?”

– Ahn, eu guardei... Minhas chaves. – Pegou as chaves que também estavam no bolso, com o cuidado de não deixar a camisinha aparecer. Até por que... O que pensariam dela se vissem uma camisinha caindo da calça do uniforme dela?

– Ah, está bem. Pensei que tinha visto uma camisinha, sei lá.

– Camisinha? – Beatriz riu alto. Essa coisa de “ator” estava contagiando ela também. – Você tem cada ideia, Ju.

Ela riu também.

A aula acabou e Felipe estava dormindo. Beatriz resolveu acordá-lo novamente.

– Ei, acabou a aula. – Ela disse.

Ele, dessa vez, acordou de primeira. Arrumou o fichário e colocou a bolsa nas costas. Saiu andando.

Beatriz riu consigo mesma.

Felipe entrou na BMW e deitou em cima da bolsa que estava em seu colo.

– Está de ressaca, vagabundo? – O pai riu.

– Vai se foder.

– Na verdade eu não me fodo. Eu somente fodo. Entendeu a diferença?

Felipe virou o rosto para o outro lado.

Chegando em casa, fez o de sempre: deixou os materiais em casa e foi encontrar Rodrigo.

Viu ele andando em sua direção.

– Ei cara, vamos lá na casa do Tiago?

– Vamos.

Rodrigo estacionou na parede do prédio e os dois subiram o elevador até o último andar. Abriram a porta do elevador e já estavam dentro do apartamento.

– E aí, galera? – Disse Tiago assim que os viu.

– Opa – respondeu Rodrigo.

Havia mais alguns caras na sala de estar. Todos conhecidos.

– O que você tem aí para nos mostrar? – Perguntou Felipe.

– Bem, agora que vocês chegaram, vamos começar a festa. – Tiago arrastou da despensa uma mesa pequena com um pacote no meio e alguns canudos. Ele abriu o pacote, que era cheio de um pó branco. Espalhou pela mesa. – Achei esse pacotinho de cocaína no chão do bar. O fodão aqui tem muita sorte, não tem? Mas como eu sou amigo, decidi compartilhar com vocês. E não vão ter que me pagar nada. É só pegar um canudo e cheirar, não preciso dar instruções, certo? Eu experimentei um pouquinho já. No começo arde um pouco o nariz, mas depois você vai às alturas! – Ele abriu os braços de excitação. – Podem começar.

Cada um pegou um canudo e começou a cheirar a droga. Alguns pegaram um pouco do pó na mão e foram sentar no sofá.

– E eu chamei umas putas para a gente aqui, também. Se liguem que a diversão está só começando! – Tiago foi à cozinha e trouxe algumas garrafas de uísque importado nas mãos trêmulas, colocando-as do lado de alguns copos que já estavam com gelo.

A campainha tocou. Roberto, um dos caras que estavam lá, abriu a porta do elevador.

– E aí, vagabundas? – Gritou Tiago, quando viu quem havia chegado. – Vieram todas? – Ele contou quantas mulheres saíam do elevador. Eram sete – exatamente o número de homens que havia lá. – Podem ficar calmas, docinhos. Tem bebida para todo mundo aqui!

Felipe cheirou a cocaína. Seu nariz ardeu um pouco mas depois ele se sentiu bem. Mais feliz, mais alto... Fora de si... Tragou mais uma vez. Pegou uma das putas e beijou-a. Uns três caras subiram com as respectivas mulheres e o resto ficou na sala mesmo.

Ele estava excitado, drogado, bêbado, curtindo o momento. Quando a mulher começou a tirar a roupa e beijar outras partes do corpo de Felipe, ele tomou o resto do uísque que havia no copo e cheirou o resto do pó que havia na sua mão.


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Notas finais do capítulo

Vocês repararam nas marcas que eu cito na história? É para dar ênfase no quanto Felipe é rico. Aliás, aqui no Brasil um suéter GAP custa de 200 a 300 reais, e uma calça Diesel custa a partir de 900 reais. O colar não tem marca... Daqui a um tempo vocês vão descobrir o significado dele. Beijos!