After The Storm escrita por Manu Potter


Capítulo 7
A surprising dinner


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo quentinho pra vocês. Super novidades aqui. Espero que gostem. Beijos. Visitem meu tumblr.
repelo-trouxatum.tumblr.com



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Harry saiu da Toca para os jardins, pensando se realmente havia tomada uma decisão acertada. Caminhou passando as mãos no cabelo, bagunçando-os mais e pensando em como viveria parcialmente longe dos Weasley. “Será melhor. Eles terão sua privacidade preservada e eu também. Poderão ficar em família.” “Mas e Hermione?” a vozinha irritante gritou em sua cabeça. “Hermione está com Rony. Já faz parte da família.” “Você também faz parte da família.” Porém Harry não se deixou convencer pelos pensamentos subconscientes. Deveria se mudar e pronto, estava decidido. Só tinha de comunicar aos outros Weasley agora.

         Depois de horas andando pelas estradas próximas, sentou-se numa raiz de árvore e recostou-se, fechando os olhos, imaginando como seriam o resto de suas férias, até a volta à Hogwarts. Quanto tempo levariam encontrando os pais de Hermione? Demoraria até Hogwarts ser destruída? Como tudo seria a partir de agora? Seu receio da nova vida a partir de agora só aumentava, mas ele nada podia fazer, a não ser continuar vivendo. Vivendo agora como o Homem que sobreviveu. Mas precisava botar em ordem sua vida. Focaria nos seus estudos e no que viria depois, curso de auror. E a família? Apesar de tudo Harry sentia como se houvesse perdido parte de si mesmo. Pessoas que ele amava e considerava sua verdadeira família já não estavam amis entre eles e por mais que muitos estivessem bem ao seu lado, incluindo ele mesmo, nada seria o mesmo sem Lupin, Tonks, Olho-Tonto e todos os outros que morreram por um motivo nobre.

         Porém, agora tudo deveria voltar ao mais normal possível. Harry se surpreendeu ao lembrar que não haveria mais nenhum mistério pra resolver, nem mais Voldemort para vencer no final do ano. Como seria Hogwarts, tão normal quanto antes de ele chegar? Monótona? Não, sorriu ao pensar, Hogwarts nunca seria monótona.

         Encostou a cabeça na árvore e abriu os olhos. O céu já estava escuro, estava anoitecendo. Percebeu quanto tempo havia passado quando seu estômago roncou alto, incomodando-o. Levantou-se e tomou o caminho de volta para a Toca com as mãos nos bolsos e a cabeça baixa.

Subiu as escadas da varanda e entrou na casa. A Sra. Weasley estava terminando o jantar e arrumando os lugares à mesa. Ficou observando-a durante um tempo. Ela parecia um pouco melhor que pela manhã. Cantarolava uma música desconhecida baixinho enquanto balançava a varinha, arrumando os pratos e mexendo o molho.

Quando notou Harry ali, a Sra. Weasley virou-se e sorriu

- Harry, querido. O jantar logo estará pronto. Você pode chamar Rony, Hermione e Gina, por favor.

- Sim, Sra. Weasley, estou indo.

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Levantou-se da cama, secando o rosto com as mãos. Já chorara demais e devia parar, sabia disso. Já era perto da hora do jantar. Gina lavou o rosto pra tirar o vestígio de que chorara o resto da manhã e a tarde inteira. Caminhou até a porta e saiu rumo à cozinha. Descia as escadas quando encontrou Harry. Seus olhares se encontraram de repente e tão rápido quanto ambos olharam para o lado oposto.

- Sua mãe está chamando para o jantar – disse, olhando para os sapatos.

- Ah, tudo bem.  – Gina sorriu levemente e continuou seu caminho.

Chegando lá, Gina olhou para mãe que a encarou levemente.

- Ah Gina, que bom que decidiu sair do quarto. Deve estar com fome querida? – ela até agora não havia se dado conta, mas a verdade é que perdera o almoço, então estava realmente com fome.

- Sim, estou. – respondeu, ajudando a mãe com as tarefas da cozinha.

- Almoçamos somente eu, Rony e Hermione. - Gina virou bruscamente para a mãe.

- Harry não veio almoçar? – perguntou surpresa.

- Não, ele saiu caminhar e só voltou há alguns minutos. – Gina parou por alguns instantes, mas logo continuou o que estava fazendo.

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- Cara, por onde você andou? – disse Rony, a voz mostrando alívio. Contemplou a cena. Hermione estava em pé, mostrando que estava andando de um lado pro outro, e Rony sentado na cama, com olhar preocupado.

         - Tá tubo bem. Só fui caminhar um pouco – respondeu, confuso.

         - Um pouco? – disse Rony, levantando. – Você não voltou para o almoço e ficou a tarde toda fora!

         - Tá legal, eu devia ter avisado. Mas eu nem percebi o tempo passando – encarou os amigos – Sua mãe está chamando para o jantar. – e virou-se para a porta.

         - Harry, espere. – disse Hermione. Harry virou-se novamente e viu que a garota torcia as mãos e olhava para Rony, o que o fez perceber que o que quer que ela fosse dizer, eles já haviam discutido anteriormente.

         - Diga, Hermione. – respondeu, meio impaciente.

         - Sabe, essa decisão repentina de se mudar, sumir a tarde toda.. tudo isso, quero dizer, tem algum motivo especial? Aconteceu alguma coisa?

         Harry sabia que isso iria acontecer. Hermione era perspicaz demais para achar que ele se mudaria sem algum motivo aparente, apenas por se mudar. Mas Harry não queria falar sobre aquilo, sobre Gina, sobre família. Apenas respondeu negativamente e saiu pela porta, antes que ela pudesse insistir. Pouco depois, Rony e Hermione estavam descendo as escadas, atrás de si.

         Chegando a cozinha, a mesa já estava posta, a comida pronta e Gina, Sra. Weasley sentadas à mesa junto com Percy, Sr. Weasley e Jorge, que haviam voltado do trabalho. Cumprimentou a todos e sentaram-se também, porém Harry percebeu que havia um lugar a mais. Estava imaginando se a Sra. Weasley se enganara, contando com Fred quando um lince prateado aterrissou no centro da cozinha. Harry se assustou, pois lembrava dos momentos seguintes da última vez que isso acontecera, mas acalmou-se quando ouviu a voz grave de Kingsley soar alta.

         - Chegarei dentro de cinco minutos, Arthur. – e a ave desapareceu.

         Harry, Rony e Hermione se entreolharam até que Jorge explicou.

         - Kingsley vem jantar conosco. Ele diz que tem alguns comunicados.

         - Sobre o quê? – perguntou Rony, curioso.

         - Não sabemos. Apenas disse que tinha umas notícia e papai o convidou para jantar.

         - Percy, conseguiu um novo emprego, querido? – questionou Sra. Weasley.

         - Sim, serei auxiliar do ministro. Kingsley estava sem um auxiliar e precisará de um agora para organizar tudo com o pós-guerra. – respondeu inflando o e lembrando a Harry como ele fazia antigamente, quando recebera o distintivo de monitor chefe.

         Continuaram conversando sobre o novo emprego de Percy e o quão desorganizado estava o Ministério quando ouviram um estalido de aparatação do lado de fora da casa. O Sr. Weasley levantou-se, abriu a porta e todos o ouviram cumprimentando Kingsley. Ambos entraram sorrindo.

         - Boa noite a todos – disse ele, sendo guiado pelo Sr. Weasley ao lugar vazio, próximo dele e da esposa.

         O assunto da visita não foi discutido inicialmente. Iniciaram o jantar falando sobre banalidades como quando haveria nova Copa Mundial de Quadribol. Logo passaram para sobre como andavam os interrogários dos Comensais da Morte capturados.

         - Azkaban está lotada. E os dementadores estão lá novamente. Mas não sei se ainda podemos confiar neles, levando em conta como se portaram quando Voldemort retornou.

         Harry percebeu que Rony o olhava toda hora e parecia muito curioso sobre o assunto que o ministro queria falar. Achou aquilo engraçado. Na verdade, ele não estava muito interessando, nem curioso. Mal prestava atenção na conversa, apenas comia calado.

         Quando todos acabaram de comer vários pratos do ensopado da Sra. Weasley, e devoraram o pudim, cerca de duas horas depois, Kingsley pigarreou, se preparando para dize algo.

         - Molly, o jantar estava maravilhoso. – disse ele educadamente

         - Obrigada, Kingsley.

         - Sou eu quem agradeço – respondeu sorrindo – Mas agora chegou a hora de anunciar o por que de eu estar aqui esta noite.

         A feição de todos transpareciam um misto de curiosidade e apreensão. Até Harry se sentia curiosidade agora.

         - Bom, a primeira notícia é que Hogwarts estará pronta para receber seus alunos novamente no dia 1º de setembro. – disse, sorrindo. – Minerva McGonagall tomará conta da direção a partir de agora, assim como tem tomado as rédeas da reconstrução de nossa querida escola.

         Houve murmúrios gerais de aprovação, todos falavam juntos. Harry ficou feliz em saber que voltaria para sua verdadeira casa. Mas como seria agora, sem Dumbledore?

         - A segunda notícia – o silêncio se instalou novamente – é que haverá um baile.

          - O quê? – disse Jorge

         - Um baile? – perguntou Rony

         - Sim, um baile. Será como uma espécie de comemoração à queda de Voldemort. Será feita uma homenagem aos nossos amigos, heróis de guerra. Será feito um memorial de guerra que permanecerá no átrio do ministério simbolizando a vitória da comunidade bruxa e também em Hogwarts, onde ocorreu a batalha.

         Harry não sabia o que pensar. Ele não se sentia realmente feliz com a idéia de um baile. Porém ficava feliz com a homenagem. Seus queridos amigos seriam lembrados como heróis. Todos se entreolharam, animados de certa forma.

         - Mas Kingsley – Harry se manifestou – não sei se há clima para um baile agora.

         - Todos sabemos disso, Harry. Mas precisamos mostrar a comunidade bruxa que estamos livres agora. Estamos todos abalados por tudo, mas devemos crer que tudo acabou, apesar das consequências. E você será o convidado especial da noite. Você, Hermione e Ronald. – todos olharam a Harry, como se esperassem sua resposta. Ele pensou por um momento e decidir que talvez fosse o melhor mesmo.

         - Ok. Um baile então. – disse com um sorriso amarelo.

         - Ótimo. – disse Kingsley – Ah, mais uma coisa. O baile será daqui a três semanas. Receberão convites formais. E... – Olhou para ao trio - Vocês três receberão, na noite do baile, uma homenagem também. Mas essa será uma surpresa.

         - O quê? – disseram os três em uníssono, Rony deixando escapar um pequeno sorriso.

         - Sim. Vocês merecem, depois da contribuição a toda a sociedade bruxa.

         Os três se olharam, porém nada disseram.

         - Então, já terminei meus comunicados – disse o novo ministro, levantando-se da cadeira. Todos se levantaram também – Obrigada novamente, Molly, pelo jantar estupendo.

         - Não há de que, Sr. Ministro.

         Todos cumprimentaram Kingsley e foram até o jardim até que ele desaparatasse. Harry ficou sozinho na cozinha pensando nas notícias e lembrou de repente que também tinha um comunicado a fazer. Logo, sentiu Hermione sussurrando perto dele.

         - Não vai falar da nossa viagem? – a voz parecia ligeiramente apreensiva – Esqueceu?

         - Não, vou falar agora. – respondeu baixo, enquanto todos voltavam para a cozinha.

         - Bom, acho que já é hora de ir pra cama, meninos. – disse Molly, solene.

         - Eu tenho alguns comunicados também – disse Harry em voz alta. Todos os rostos viraram para ele, apreensivos, menos o de Gina, que olhou para as mãos, torcendo-as.

         - O que é, Harry, diga. – disse o Sr. Weasley.

         - Na verdade, são dois comunicados. – ele olhou para os amigos – bom, primeiro eu quero dizer que eu vou me mudar.

         O silêncio foi total. Jorge, Sr. E Sra. Weasley e Percy o olhavam surpresos. Rony fitava seus cadarços e Hermione estava examinando a cozinha como se nunca estivesse estado ali antes. Harry fitou Gina e seus olhos eram tristes, mas não estavam surpresos. Sra. Weasley quebrou o silêncio.

         - Não, Harry, não pode, querido. Onde iria morar? – perguntou, como se explicasse algo delicado a uma criança de cinco anos.

         - No Largo Grimmauld. Na casa que Sirius deixou para mim. – ele desviou os olhos de Gina. – Não posso viver aqui para sempre.

         - E por que não? – perguntou ela.

         - Devo ter minha vida, Sra. Weasley. – ele respondeu sem graça. – Mas vocês ainda farão parte dela. Vocês são minha família. Só quero ter minha privacidade.

         - Deixe o garoto, Molly. – disse Sr. Weasley, botando a mão no ombro da esposa. – ele sabe o que faz. Não é mais um menininho.

         - Oh, está bem então. – disse ela resignada.

         - Tem mais uma coisa – disse Harry, determinado a acabar logo com aquilo. – Eu, Rony e Hermione viajaremos para a Austrália.

         A Sra. Weasley ficou branca. Ficara tempo demais longe deles. Não gostaria de fica nem mais um minuto. Olhou para Gina e dessa vez ela parecia surpresa.

         - Será uma viagem breve. – ele disse rapidamente. – Iremos procurar os pais de Mione para traze-los de volta. Partiremos em três dias.

         O silêncio predominou novamente. Ninguém dizia uma só palavra. Harry viu sua deixa para sair dali. Sentia-se desconfortável

         - Bom, eu já dei meus recados. Vou me deitar. Boa noite a todos.

         E Harry seguiu para o quarto de Rony, deixando os Weasley processando as novidades da noite.

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         Um par de olhos azuis acinzentados a olhavam. Não expressavam nenhum tipo de emoção, apenas a fitavam. Imóveis, sem vida, sem brilho. Sem o sentimento que demonstravam antes. Os cabelos loiros bagunçados no rosto morto. O corpo escorado na parede de uma loja, num lugar totalmente desconhecido. Draco estava morto. Ouviu alguém gritando seu nome e virou para o lado, enquanto um jato verde vinha em sua direção.

Luna acordou com o rosto suado. Olhou para os lados e viu que continuava em seu quarto, com os rostos de seus amigos pintados. O coração batia descompassado batia desesperado em seu peito. Sentou-se na cama e passou a mão na testa, enxugando-a. Tentou tirar o pesadelo de sua mente, mas as imagens teimavam em aparecer em sua mente. Desde à derrota Daquele-Que-Não-Devia-Ser-Nomeado ela tinha sonhos recorrentes, onde ela e Malfoy corriam de algo ou alguém que ela não sabia o que ou quem era, e depois se via duelando com alguém que ela não conhecia, ao lado do loiro. O sonho sempre terminava da mesma forma. Com Draco morrendo. Não entendia o porquê dos sonhos, muito menos porque se sentia tão abalada com a possibilidade de Draco Malfoy. Nunca tivera nenhuma proximidade com ele, a não ser quando era prisioneira e ele conversava com ela ao levar comida para eles. Mesmo sem entender, não gostava nada desses pesadelos. Deixavam-na angustiada, sem chão e triste.

Levantou-se, vestiu o roupão e desceu a escada circular, da casa reconstruída, em direção à cozinha. Pegou um copo de água e sentou-se numa cadeira, tentando clarear os pensamentos. As imagens agora iam fugindo. A única que ainda persistia era a que ela via dia e noite diante de seus olhos, dormindo ou acordada. O rosto sem vida de Malfoy. Tomava aos poucos de seu copo, olhando pra outra cadeira, sem realmente vê-la e espantando alguns zonzóbulos. Será que aqueles sonhos tinham algum significado?

Esvaziou o copo e deixou-o na mesa. Subiu novamente as escadas, até seu quarto, e deitou-se novamente, pensando nas mudanças que a guerra e seu tempo de prisioneira tinham trazido. Ainda era a doce e avoada Luna, mas não como antes. A guerra havia trazido suas consequências e Luna estava mais madura. E as lembranças a inundaram.

*Flashback*

Ouviram o barulho da porta do porão gigantesco, a luz projetou-se para dentro do aposento escuro. Um garoto loiro trazia uma bandeja com os pratos da sopa rala e pão embolorado que lhes eram servidos. Luna, esperou os outros pegarem as suas e fracamente se dirigiu ao garoto. Apanhou o prato e sentou-se no chão. Então ele sentou-se ao seu lado. Apesar de estar presa e fraca, ela sentia-se à vontade de Malfoy. E se surpreendia com isso. Ele sempre fora um dos que a caçoara em Hogwarts chamando-a de Di-Lua. Mas agora ele parecia outra pessoa. Não fazia as mesmas brincadeiras infantis e parecia constantemente amedrontado. Comia sem dizer uma palavra, e Malfoy a observava, com uma expressão indecifrável. Naquele dia ele não falou. Apenas a fitava. Quando todos terminaram, ele levantou-se, pegou a bandeja e se foi. Porém, não sem antes lançar mais um olhar à Luna.

         *Fim do flashback*

Voltou a si, e balançou a cabeça, tentando esquecer as memórias do cativeiro. Seus pensamentos voltaram a se desviar para o pesadelo, e aos poucos, com as imagens anuviadas em sua mente, ela adormeceu.


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