Amor ou Poder escrita por MateusGomez


Capítulo 6
Capítulo Final




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Tom se incomodava com isso. Queria saber o que aconteceu com a garota, se ela estava melhor. Queria poder cuidar dela, pois conhecia poções de todos os tipos, sabia como melhorar um mal estar, um enjôo. Ainda assim, não queria perder seu tempo e distrair-se pensando em Nefer, mas inevitavelmente seus pensamentos chegavam a noite maravilhosa que passara com ela.

Nefer voltou a noite para a sala comunal, onde encontrou Vivian estudando. Ao ver a amiga chegar, ela saiu de sua mesa e foi comprimentá-la. Nefer parecia abatida.

- E aí, o que houve? Está melhor? – perguntou Vivian, dando um abraço na amiga.

- Estou sim... foi só... uma... indigestão.

- Nossa, que bom, não é nada grave então.

Nefer demorou a responder.

- Não, não é.

- Que bom então. É melhor irmos dormir, os exames de N.I.E.M.s começam amanhã e no final da semana eles encerram. Sei que para você não é problema, já que sempre tira boas notas – disse Vivian, modesta, já que também costuma tirar notas excelentes – mas é bom dar uma descansada.

Vivian acordou cedo para se arrumar e se preparar para os exames finais, mas notou uma coisa estranha: Nefer não estava em sua cama, que estava impecavelmente arrumada. "Ela deve ter acordado cedo para estudar", pensou. Não se preocupou até então. Mas também não encontrou a amiga na mesa da Corvinal no café da manhã. Vivian se juntou a um grupo de garotas que gostava de conversar, mas não eram suas melhores amigas. Sentou-se ao lado de Talassa Seadragon, cumprimentou a colega e perguntou se ela, ou alguma outra que estava no grupo, viram Nefer.

-Não, não vimos não!

Um bando de corujas, como acontece em quase todas as manhãs adentrou o salão, deixando suas cartas, jornais e bilhetes com alguns alunos. O Profeta Diário narrava a morte de Eva como um "suicídio acidental". Após a entrada de todas as corujas, uma bela ave de penas azul metálica e dourada entrou voando pela janela das corujas. A cor chamava muita atenção, e os alunos comentavam e apontavam para a ave que definitivamente não era uma coruja. Vivian notou que tratava-se de um falcão, que voava graciosamente pelo salão, exibindo-se para os alunos. De fato era uma ave muito bonita. A ave voou mais baixo e fez duas paradas. Uma, na mesa da Corvinal, deixando um pergaminho com Vivian, e outra na mesa da Sonserina. As meninas cochicharam e brincaram com a garota "Deve ser um admirador secreto! Que romântico!". Vivian não riu da brincadeira das amigas, mas gostaria muito que a carta fosse mesmo de um admirador. Sabia quem era o remetente sem antes ler a carta, que dizia:

"Querida amiga.

Infelizmente não poderei ficar em Hogwarts essa última semana e me formar com você. Sei que você, eu e Eva prometemos uma a outra nos formarmos juntas, mas estou com um problema que só posso resolver agora e fora da escola. O problema do qual falo será uma maldição para os meus pais, então estou fugindo de casa também Estou grávida. Vou para o Brasil, morar com meu filho, talvez me gradue por lá e consiga, quem sabe virar curandeira. O pai do meu filho, Tom Riddle, não pode saber de jeito algum que estou grávida. Não se preocupe comigo, tenho bastante ouro guardado, tradição lá do Egito. Quero continuar me correspondendo com você, mas só mandarei meu endereço quando já estiver no Brasil. Saiba que sou e sempre serei sua amiga, aconteça o que acontecer.

Beijos de sua Eterna amiga..

Nefer Menkauré"

Vivian não suportou o peso de mais uma ausência. Agora Nefer também estava longe. A garota começou a chorar. Lembrou mesmo do dia em que elas prometeram se formar juntas. Uma promessa que Eva e Nefer quebraram. Estava agora sozinha em Hogwarts. Vivian foi abraçada por Talassa. Outras garotas da Corvinal foram consolá-la, oferecendo um copo d'água. Mas ela optou por não justificar suas lágrimas

O pergaminho deixado na mesa da Sonserina era destinado a Tom Riddle. O rapaz abriu o pergaminho com desdém.

"Querido Tom.

Eu realmente não sei o que aconteceu com a gente esse mês. A noite do baile foi tão maravilhosa, você foi muito doce comigo. Mas depois daquilo, você ficou frio, não sei porque. Você chegou a ir ao enterro de Eva, me abraçou, mas depois saiu. O que eu fiz?Eu não sei. Talvez o meu erro tenha sido me apaixonar por você. Estou saindo da escola, de casa, da Inglaterra para tocar a minha vida que vai começar a mudar totalmente. Eu pretendo voltar a Hogwarts daqui a uns anos como visitante, espero encontrá-lo como professor. Quero que saiba que, se fiz algo que desagradou você, me desculpe, eu nunca tive a intenção de desagradá-lo. E saiba também que eu o amo, nunca amei ninguém como eu amo você e, provavelmente, nunca amarei.

Beijos.

Nefer Menkauré"

Tom não pode suportar. Nunca mais veria a menina de pele escura e olhos negros amendoados. Nunca mais passaria uma noite romântica com ela. Nunca mais veria a lua refletida naqueles olhos. Nunca mais sentiria o dragão quimar suas costas e seu estômago congelar. Nunca mais daria um sorriso bondoso e verdadeiro. Nunca mais receberia um beijo ou um abraço afetuoso.

Tom deixou a comida na mesa, não terminou o café da manhã. Desceu as escadas e saiu do castelo indo direto para o gramado. Foi para o lugar a beira do lago onde ele e Nefer passaram o baile. Sua visão escureceu. O sol quente deu lugar a uma lua cheia refletida no lago. E, ao seu lado, estava Nefer, com o seu lindo vestido de baile. "Me perdoe... Meu amor!" disse Tom a imagem da garota que estava em sua mente. O rapaz retirou o Colar de Boleyn que estava em seu bolso. A jóia lembrava Eva, que lembrava Nefer. Atirou o colar e a carta no lago, o mais longe possível. Depois, sacou a varinha de dentro do bolso e encostou a ponta na têmpora dele. Tom era muito poderoso para sua idade, já sabia executar feitiços sem dizer as palavras. Mas naquela situação, estava difícil executar um feitiço sem falar:

Mens Delere! – disse o rapaz.

Tudo foi se apagando. A carta, o falcão voando no café da manhã. Nefer saindo correndo da sala, indo falar com ele numa manhã. O enterro e o assassinato de Eva. O colar de Boleyn. A noite com Nefer, o incêndio no baile. Os sorrisos e os olhares da garota. As conversas com Eva. O dragão em suas costas e o gelo no estômago. Todo o seu sentimento mais puro. Tudo foi apagado de sua memória. Para ele, nada mais daquilo existia. Nefer e Eva nunca existiram.

Tom não sabia o que estava fazendo ali,na beira do lago. Lembrou do seu exame naquele dia e voltou correndo para o interior do castelo. Viu uma garota loira, de olhos azuis da Corvinal chorando bastante. Tom escutou alguns comentários de que ela chorava por que uma amiga sua fugiu da escola. "Garota insolente, fraca!" pensou Tom.

Tom Riddle teve que escolher: o Amor ou o Poder. Lord Voldemort optou pelo poder, o que não significa que ele não conheceu o Amor. Ele conheceu, mas para continuar o caminho ao Poder, teve que eliminar dele o Amor.

Muitos anos se passaram. Vivian se formou, é hoje um dos Inomináveis, que trabalha no Departamento de Mistérios do Ministério da Magia. Casou-se com Edward Wyatt e teve dois filhos: George Edward Oaktalker Wyatt e Maeva Oaktalker Wyatt.

Em um dia de aula comum, em 1995, Uma senhora com um belo vestido azul de seda e um chapéu da mesma cor e uma enorme pena de avestruz preso a ele visitava a escola acompanhada de uma mulher bela e alta, pele escura e cabelos negros muito liso. A senhora procurava o diretor. O diretor de Hogwarts a recebeu em sua sala, onde havia uma bela fênix.

- Em que posso ajudá-las madames? – disse o diretor, muito simpático.

- Bem, não sei se o senhor lembra de mim... Estudei aqui, fui aluna do senhor.

- Claro, não poderia esquecer da menina que desapareceu da escola... a Senhorita Nefer Menkauré! – disse o diretor, Albus Dumbledore, simpático – e presumo que esta bela senhorita seja sua irmã!

- Sim, sou eu... Núbia não é minha irmã. É minha filha!

- Nossa, ou a senhora está muito conservada ou ela esta acabada – disse Dumbledore, brincando.

- Não, eu ative muito cedo!

- Creio então que foi por isso que fugiu, certo?

- Certo – disse uma envelhecida, mas ainda muito bonita, Nefer.

- Entendo... Esses adolescentes... – o diretor sorriu – mas quem é o pai? Algum ex-aluno?

- Sim, acho que ele é professor aqui... Defesa Contra Artes das Trevas.

- Acho improvável! Este ano estamos com uma professora.

- Ah, ta – respondeu a senhora, desanimada – ele dizia que queria ser professor aqui, achei que ele seria, já que era excelente aluno... monitor, monitor-chefe.

- Desculpe a pergunta, mas quem é? – perguntou Dumbledore, intrigado.

- Riddle. Tom Riddle.

Dumbledore calou-se. Seu rosto simpático e sorridente deu lugar a uma expressão momentânea de horror. Mas ele continuou.

- Bem, senhora, desculpe, mas vou pedir que a senhorita Núbia saia do meu escritório. Temos muito o que conversar... Em particular...


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