Como Chocolate escrita por Daijo


Capítulo 1
Capítulo Único - Como Chocolate


Notas iniciais do capítulo

Oneshort curtinha, inspirada na imagem da capa.

Boa leitura!



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A jovem estendeu a caixinha em direção ao arrancar, com um sorriso brincando nos lábios. Ele hesitou um pouco antes de pegar o objeto, ainda com a costumeira expressão inexorável no rosto. Assim que o embrulho prendeu-se em seus dedos pálidos, Ulquiorra abriu-o sem parecer surpreso com o que descobriu estar lá dentro.

Era marrom, luzidio e com aroma adocicado. Mas o que deixava-o realmente curioso era a estranha forma que possuía.

- O que é isso, mulher? – indagou, fazendo menção em agarrar ‘aquilo’ que descansava no interior da caixa.

- Espere!

Orihime encostou os dedos na mão fria do companheiro, afastando-a delicadamente. Sentiu as maçãs do rosto esquentarem com o gesto, porém não se abalou.

- Isso é um chocolate. – disse-lhe, pegando com cuidado a iguaria. – E tem o formato de um coração.   

Desde que eles haviam fugido daquele mórbido lugar que fora aprisionada, Inoue decidira mostrar àquele arrancar aparentemente sem sentimento algum, as coisas agradáveis do mundo em que vivia. Talvez assim afastasse o ar melancólico que pairava sobre ele e apagasse as memórias indesejáveis adquiridas em Las Noches.

- Então é assim um coração?

- O formato é apenas uma representação de como ele seja. – A jovem levou lentamente o doce próximo à boca do nº 4. – Mas o sabor é como uma personificação do sentimento mais bonito que um coração pode ter.

Inoue encostou o chocolate nos lábios de Ulquiorra. Ele entendeu o recado e entreabriu-os, mordiscando um pedaço do que fora lhe oferecido.

- É doce e prazeroso. – falou ela, observando-o cerrar os orbes verdes por instantes, enquanto sentia o confeito derreter no interior da boca. – E quando nós o recebemos, como uma dádiva, nosso coração parece se aquecer.

O espada abriu os olhos e deparou-se com Orihime deliciando-se, também, com um pedaço do alimento. Então tocou a mão dela, suja com resquícios do doce que a pouco começara a derreter com o calor de suas mãos humanas. A garota virou-se curiosa para ele.

- E que sentimento é esse, mulher? – indagou, intrigado com a sensação agradável que percorrera seu paladar.

- É o amor, Ulquiorra-kun.

Ela entrelaçou seus dedos aos dele, com um sorriso nos lábios. E como todas as vezes em que chamava-o daquele jeito, Ulquiorra sentiu algo incomodar-lhe no lugar aparentemente vazio em seu peito.

“Amor”, refletiu internamente. O sentimento humano que ele não compreendia, que não estava nas possibilidades de um arrancar. Algo conhecido apenas por tolos e fracos como os humanos. Fora o que sempre concluíra.

- Eu não te entendo, mulher. – ditou por fim, começando a caminhar pelo parque sem, no entanto, soltar-se do contato com ela.

- Mas você entenderá.

Um dia iria, Orihime tinha certeza. Ela o faria entender. Ainda havia muito que mostrar a Ulquiorra do seu mundo, pequenas coisas e gestos que o levariam a compreender o que era um coração. E principalmente o que era o amor.

O sentimento que Inoue nutria. E que desejava compartilhar com ele.


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