O Rei das Fadas escrita por Mirytie
Notas iniciais do capítulo
E aqui está o último capitulo especialmente especial para vocês com uma revelação chocante da fic principal "Enquanto o amor durar"
Enjoy ^^
Depois do dia de trabalho ter acabado e o resto da noite ter sido perfeita ao lado de Ren, Kyoko ficou com medo de adormecer.
Tinha a impressão que aqueles sonhos estavam a tentar dizer-lhe qualquer coisa e ela não tinha bem a certeza se queria descobrir o que era.
Sabendo que tinha que dormir de qualquer maneira depois do dia árduo com os Vie Ghoul, ela deitou-se e fechou os olhos, adormecendo num instante.
…
Tal como esperava, o sonho levou-a de novo até à sua infância depois da conversa com Corn. Ela voltava para casa com um grande sorriso na cara.
Teria que se despedir de Corn dali a uns dias mas tinha uma pedra com os poderes do príncipe das fadas e tinha a certeza que algum dia veria Corn outra vez, apesar de ele ir morar para o mundo das fadas.
Devia ficar contente por ele. Tinha a certeza que não tardaria nada para ele ser rei e ela seria feliz com o Shotaro.
Sim, iria tudo acabar bem, no final.
Mesmo sabendo que a mãe não ia estar em casa, Kyoko entrou com a certeza que não podia estar mais contente.
O que ela não sabia é que, na casa de Kuon, lhe diziam que ele nunca mais voltaria a ver Kyoko.
- O que é que estão a dizer!? – perguntou Kuon em frente aos pais. A mãe tentava evitar olhar para os olhos do filho. Sabia que, provavelmente, ele nunca mais veria aquela menina e era por isso que ele estava revoltado.
- Partimos amanhã à noite. – repetiu Kuu – Passamos a manhã juntos e depois fazes as malas à tarde, percebeste?
- Mãe…? – quando viu a mãe a desviar os olhos, Kuon sentiu-se sozinho.
Kuu não estava à espera daquilo, Julie não estava à espera daquilo…raios, ele próprio não estava à espera daquilo mas Kuon era apenas um rapaz de dez anos e as lágrimas que caiam naquele momento eram a prova disso mesmo.
- Kuon… - Julie tentou dizer alguma coisa mas Kuon recuou e correu para o seu quarto, trancando-se lá dentro.
- Sinto-me mal com isto. – admitiu Julie pondo uma mão no peito – Já não me lembrava de ver o nosso filho a chorar, Kuu. Tenho medo que ele se esteja a afastar cada vez mais de nós.
- Vai ficar tudo bem. – prometeu Kuu sentando-se ao lado de Julie – Quando voltarmos a casa vai ficar tudo bem.
Julie esperava que assim fosse. Tinha medo de perder o filho que conhecia e amava.
…
Por muito que batessem à porta, Kuon continuava na cama, enterrado por baixo dos cobertores com grandes sombras negras por baixo dos olhos graças à noite que tinha passado em branco.
Ele não era um miúdo mimado como a maioria das pessoas pensavam e, apesar de já ter-se rebelado algumas vezes, nunca tinha pedido grande coisa aos pais e, agora que pedia, eles rejeitam de uma maneira tão rápida e simples?
Para quê dar-se ao trabalho de agradar?
No entanto, Kyoko dava-se.
Ela dava-se ao trabalho de agradar e nunca obtivera nada a não ser o desprezo da mãe. Kuon queria protege-la daquela dor, fugir com ela mas sabia que aquilo não era possível.
Ele voltaria para casa com os pais e ela continuaria a sofrer.
E nunca mais se veriam.
…
E nunca mais se veriam.
Era nisso que Kyoko pensava também e que, não importava como, queria vê-lo outra vez, apesar de saber quer seria impossível.
A mãe ainda não tinha voltado o que significava que teria de fazer tudo sozinha durante mais um dia. Foi ao quarto da mãe e pegou numa pequena carteirinha que tinha sido a prenda do seu aniversário. Na altura a mãe dissera que o mais provável era que ela a fosse estragar por isso guardara-a no seu quarto.
Bem, agora ela tinha um motivo para usar a carteira.
Com todo o cuidado, abriu a pequena carteira e colocou a pedra mágica lá dentro. A partir daquele dia iria andar sempre com ela.
Saiu de casa e correu para casa de Shotaro, olhando uma última vez para a floresta antes de partir com ele para a escola.
…
O dia de Kyoko pareceu ter quarenta e oito horas mas, mal conseguiu, escapou-se para a floresta onde Corn deveria estar, definitivamente, à sua espera.
Mas, quando chegou lá, não estava ninguém à sua espera.
- Ele vem. – murmurou Kyoko sentando-se na rocha onde Corn sentara-se tantas vezes – Ele vem.
Mas ele não veio.
O sol já se tinha posto e as lágrimas dela molhavam a cara refletindo o seu coração despedaçado.
Mesmo que fosse para casa ninguém ia estar lá para ela, de qualquer maneira. A única pessoa que a tinha feito sentir-se especial tinha partido para outro mundo deixando apenas aquela pedra como recordação e aquele sorriso.
Aquele sorriso cheio de dor.
…
Kyoko acordou com os olhos vermelhos e almofada molhada das lágrimas que ela tinha deixado cair durante o sonho.
Levantou-se, foi lavar a cara e lembrou-se daquele sorriso outra vez.
Teria confundido as coisas por estar a viver com Ren?
Não, não era isso.
Aquele no seu sonho era definitivamente Kuon e aquele sorriso pertencia-lhe mas, se assim era, o que Sho tinha dito era verdade.
Inundada por emoções, Kyoko deixou-se cair de joelhos no chão da casa de banho.
Estava contente por ver o seu “Corn” outra vez, não estava? Mas, se o Ren era mesmo o Kuon isso não significava que ele lhe tinha mentido durante todo aquele tempo? E ele sabia quem ela era desde aquele dia na LME. Porque é que ele não tinha dito nada?
Devia pedir-lhe explicações ou deixar a mentira continuar?
Por alguma razão, sentiu-se traída e as lágrimas inundaram-lhe os olhos outra vez. Ele tinha-a protegido da sua mãe e fizera o sacrifício de acolhê-la em sua casa. Se não lhe tinha contado devia ter uma boa razão.
Decidida a pedir-lhe explicações, Kyoko saiu e procurou-o pela casa toda mas só encontrou um bilhete colado ao frigorífico.
Com vontade de chorar e gritar até estar completamente vazia, Kyoko pegou no papel e deixou-se escorregar até ao chão. Aquilo só podia ser mentira, pensou ela enquanto lia o recado vezes e vezes sem conta até as lágrimas grossas e quentes começarem a correr e os soluços apoderarem-se do seu corpo.
E, mais uma vez, estava sozinha.
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Espero mesmo que tenham gostado desta fic. ^^
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