Cap 14.

Eu acordei e logo pensei que a noite anterior tivesse sido um sonho, tudo um sonho, minha perna, e o parque misterioso de diversões. Eu abri os olhos ainda com esperanças de voltar para São Paulo, acordar no meu quarto e rever meus amigos, mas claro, mais uma vez eu estava errada. Acordei na minha cama da nova casa, tudo bem ainda podia ter sido tudo um sonho, mas logo vi uma de minhas pernas com uma tala suspirei, mas e o parque de diversões... e o menino? Teria aquilo sido real? Fiquei com duvidas até ver em cima da minha poltrona azul o vestido. O vestido que ele havia me emprestado. Sentei na cama e suspirei, isso era totalmente impossível.

Eu estava perdida em meus devaneios quando minha mãe abriu a porta do quarto toda despenteada e com um hobby branco e uma cara de sono. Então olhou para mim e fez uma cara de duvida, parou por um minuto e disse com uma voz rouca de sono:

-Não dormiu de novo?- Eu não sabia se ela estava brava ou outra coisa pois parecia um passarinho rouco.

-É claro que eu dormi mãe.- me surpreendi com a clareza na minha voz.

-E acordou? Cedo? Sozinha?

-Que horas são?

-São 6:00.

-Sério?- Fiquei surpresa

-Sim

Ficamos um momento em silencio então minha mãe disse:

-Escola?

-Ah claro, é já estou descendo

-Precisa de ajuda com a tala?

-Ah não acho que já esta tudo bem, não é a primeira vez não é?

-Claro, desça pra tomar café.

Eu me levante meio surpresa por ter acordado sozinha, puis o uniforme horroroso da minha nova escola fui ao banheiro e fiz a higiene pessoal. Passei um pouco de rimel puis meu tênis e desci tomei um café e minha mãe me levou para a escola, toda a revolta que eu estava sentindo a respeito da minha mãe tinha sumido quando fui para aquele hospital, agora eu entendia a minha mãe e o mais importante admirava ela, que tipo de mulher traria sua filha para uma cidade devastada que deixaria seu conforto e tudo para ajudar os necessitados? Minha mãe agora... eu a entendia e não estava mais tão brava.

Quando cheguei desci do carro com um pouco de dificuldade e mirei o enorme e imponente portão do colégio, respirei fundo e entrei o menos desajeitada possível com aquela tala. É claro que o irmão do mal de Gregório tinha que aparecer, Eric o idiota, eu desviei minha rota e ele me olhou com um olhar de quem se olha um premio, revirei os olhos e tentei andar mais rápido com aquele troço na perna.

Eu entrei na sala e ainda não tinha ninguém eu fui para o fundo da sala onde tinha pequenos armários de madeira e eu olhei no papel que eu havia ganhado o meu numero, 214, era na penúltima fila, lá embaixo já que tinham 4 fileiras na horizontal e 6 na vertical. Me abaixei como pude e coloquei os livros que tinha pego do jeito mais organizado que pude e sem eu cair de bunda, eu estava quase conseguido quando caiu tudo, eu xinguei mentalmente, suspirei e tentei começar a arrumar quando a porta se abriu, eu olhei naquela direção e tirei o cabelo que tinha todo caído em meu rosto, era Gregório.

-Bom dia- Ele disse em seu tom casual de sempre meio serio demais para um adolescente.

-Ah, oi bom dia!- Respondi enquanto me equilibrava na minha perna boa e tentada arrumar os livros de física e história que eram os únicos que não queriam cooperar.

-Quer ajuda- Ele perguntou me olhando vendo que eu estava naquela situação ridícula. Droga Alice! Você sempre faz papel de idiota na frente dele! Qual o seu problema?!

-Ahh não- tentei falar do modo mais casual o possível.

-Tem certeza?

-Tenho- Dei uma risadinha, e então tudo caiu do armário de novo- Droga

Ele ignorou o fato de eu ter recusado sua oferta de ajuda e foi la me ajudar.

-Não se preocupe, esses armários são muito pequenos mesmo pra quantidade de material que temos.

-Ah, claro- Eu disse meio sem grassa. Ele empilhou todos os livros enquanto estava ajoelhado no chão e arrumou os por ordem de tamanho e pois tudo no armário sem muitas complicações, ajeitou um ou outro colocou alguns no espaço que sobrara em cima e tharam estava tudo certo.- Ah, muito obrigada.... – Eu disse olhando em seus olhos, que eram verdes meio cinzentos tão lindos. Eles estavam tão perto, ele se levantou e estendeu a mão para me ajudar a levantar e continuamos nos olhando nos olhos, ele abaixou um pouco a cabeça e eu senti sua respiração roçar em meu rosto, ele estava perto... Quando toucou o sinal.

A sala começou a encher e nós fomos para os nossos lugares, ele puxou a cadeira para eu sentar.

Os dias passaram, eu me sentei com o Gregório e com a Anna de novo que ficaram muito quietos no inicio, mas as semanas se passaram e nós viramos super amigos, Anna apesar de tímida era super divertida e Gregório, bom era o Gregório, ele era bem reservado mas era super divertido e um amigo de verdade, sempre me ajudava nas matérias e em qualquer coisa. Eu e minha mãe temos nos dado melhor e eu quase não tenho sentido saúdes de São Paulo, estava tudo ocorrendo bem, o irmão doido de Eric ainda me encarava sempre e se achava demais, mas eu percebi que na escola ele estava no topo da hierarquia e do lado dele uma menina que eu nunca conversara Helena. Pra falar a verdade ela era meio estranha e sempre me encarava nos corredores também era um 1 ano mais velha e estudava com o irmão do Greg, ela me encarava de um jeito estranho e principalmente quando eu estava com o Greg. Eu nunca tinha entendido se ela tinha alguma relação com o irmão dele, mas as vezes sempre vejo eles se pegando as escondidas mas tipo, é só isso, apesar de nunca ter conversado com ela eu sentia que ela não ia muito com a minha cara e era um tanto metida o pai dela era dono de alguma marca importante de água da região, e estava sempre viajando ela só andava de motorista como Anna havia me contado e a mãe era uma socialite metida e alcoólatra, então imagine como Helena deve ser simpática, parece ate coisa de filme.

Eu fui aprendendo muitas coisas sobre a escola nessas ultimas semanas, e uma coisa que eu aprendi era que missas dão sono e existem mais santos do que dias letivos, acredite em mim. E eu aprendi mais coisas mas deixa pra lá, mais tarde eu conto, agora vou falar do parque. Bom eu cumpri a minha promessa. Eu fui até la outra vez, e dessa vez não quase morri(vivaaaas para mim), bom eu tentei devolver o vestido mas ele pareceu quase ofendido, me fez jantar de novo, e uma coisa que se eu voltasse la ele teria que me explicar é como aparece magicamente tudo lá embaixo, ele acabou me levando para um lugar lindo todo ornamentado com o que parecia ouro! E lembrava muito um estúdio de balé não sei porque, mas me lembrava apesar de ser a céu aberto e não ter quase nada fora uma fonte que tinha água MAGICAAA! Sim! Mágica! Eu nãos sei como mas aquela água da fonte dourada curou minha perna e um pequeno corte na mão que eu tinha feito na aula de marcenaria naquele mesmo dia, ele não me explicou direito e disse que estava tarde e que minha mãe ficaria preocupada, mas eu vou voltar lá em breve, lá é tudo tão perfeito e eu senti uma vontade de dançar ao lado da fonte mais ao canto perto de um arranjo enorme do jardim tinha um piano também dourado, e quando ele começou a tocá-lo eu senti uma coisa que eu não sentia a muito tempo...