Simply Love. escrita por Julyana


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Bem pessoal, essa fic foi um surto que me veio quando eu li essa frase: " - Só o amor cura. "
Ela tem um pouco de romance com ar de poesia e eu gostei muito de escrevâ-la! ^.^
Espero que gostem *---*



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/124079/chapter/1

Era simplesmente tão... Puro e perfeito aos seus olhos que ele jamais poderia entender como algumas pessoas conseguiam se encarar no espelho tendo qualquer tipo de preconceito contra eles.

Continuou a afagar os cabelos negros de seu pequeno enquanto sua mente e seu coração se enchiam do mais puro amor. O simples fato de estar com ele fazia seu coração bater acelerado e seus olhos transmitirem todo o amor e o carinho que nunca havia conseguido disfarçar.

Haviam passado por tanta coisa para estarem juntos assim e, ao olhar para trás, a simples idéia de não tê-las feito lhes parceria repugnante. Nada do que passaram, os olhares tortos, as portas fechadas, a incerteza, a incompreensão, seus próprios sentimentos ou formas de ser poderiam fazer com que eles se separassem e assim o foi.

Enquanto continuava a caricia pelo rosto de seu pequeno uma lágrima silenciosa não pode ser contida. Havia nela tantos sentimentos que era difícil até para ele mesmo entender. Sentimentos pela pessoa fechada e dura que fora por tanto tempo, sentimentos pela pessoa que fizera chorar o único a quem poderia amar, sentimentos por aquele que havia se tornado e pelo responsável por essa mudança.

Um sorriso de satisfação não pode deixar de se fazer presente quando a lembrança do primeiro encontro e de como tudo acontecera entre eles voltava com tudo a sua mente. Não passaria de mais um dia normal e extremamente entediante se um garoto não tivesse passado correndo pelo meio da rua e quase sido atropelado por ele. Sua surpresa só aumentou quando aqueles grandes olhos azuis o fitaram cheios de lágrimas e o seu coração, em uma reação que o assustou mais do que tudo, quase saiu de seu peito enquanto o incoerente pensamento enchia sua cabeça: “ – Finalmente! Ai está você!”

Mesmo estando desgostosa da vida era um homem de bem e como tal havia levado o tal garoto ao médico e lá descoberto que ele não tinha mais ninguém. Seus pais haviam morrido recentemente e sua tia, a irmã de sua mãe, que havia ficado encarregada de cuidar deles pelos meses seguintes, até ele completar 18 anos, o havia posto para fora naquela mesma manhã dizendo que não o amava e não o queria ali.

Que mais uma pessoa com coração, mesmo que pouco, poderia fazer? Quando viu o garoto já estava em sua casa e ele estava responsável pelo mesmo. Ele estava responsável por outra vida. Era quase uma ironia o destino colocá-lo nessa situação. Logo ele que nunca havia conseguido conviver bem com outro ser humano. Não havia sido por isso que seu casamento havia acabado? O que mesmo sua ex-mulher alegara? A sim... Que ele não tinha sentimentos e que ela não podia mais conviver com alguém assim.

No entanto o garoto não pareceu ter tido qualquer tipo de problema para se adaptar ao seu estilo de vida. Mesmo com tudo que havia passado tinha sempre um sorriso nos lábios e uma palavra gentil a proferir. Havia notado logo de inicio que ele não via a vida com bons olhos e, aparentemente, havia decidido que era sua missão naqueles meses mostrar-lhe tudo que havia de bom e que ele deliberadamente não está enxergando. Mesmo quando o mais velho era grosso ou rude consigo ele não desistira e após lágrimas e risos as coisas começaram a acontecer.

Foi com surpresa que aqueles que o conheciam viram as mudanças que aquele pequeno estava operando. O sorriso que antes praticamente nunca era visto e que agora vinha se tornando mais freqüente e bonito. Sua forma de agir estava mudando e pouco a pouco ele se tornava mais gentil e paciente e o mais impressionante: a mudança no olhar, que agora trazia uma nova camada de esperança e fé, suplantando e substituindo totalmente o olhar vazio e sem vida que outrora ele carregara.

O tempo e a convivência só serviram para ajudá-los a enxergar, entender e aceitar o sentimento que ambos haviam vislumbrado no instante em que seus olhos haviam se cruzado pela primeira vez. A surpresa e a incerteza, a voz da razão e do coração, os sentimentos e os desejos, tudo serviu para fazer real o que eles verdadeiramente queriam e que fora planejado para que tivessem.

O amor nasceu de uma forma não planejada. Quando finalmente notaram não havia mais nada a se fazer. A presença, o olhar, um leve toque e os corações já se exaltavam e o mundo ao redor de ambos parecia parar de girar. Quem pode lutar contra a força que nos mantêm vivos? Eles não puderam e, sinceramente, também não quiseram.

Quando você consegue tudo que jamais pode imaginar desejar faz sentido lutar contra? O mundo volta a ter cor, os pássaros começam a cantar por onde quer que vocês passem, a lua adquire uma beleza a mais. Ainda que existam aqueles que não consigam entender sua felicidade ela não é atingida e assim você vive.

E assim eles viviam. Felizes. De uma forma que nenhum dos dois jamais imaginou. De uma forma que nenhum dos dois mudaria. E quando seu pequeno piscou acordando do cochilo que havia tirado deitado em seu colo a emoção ultrapassava qualquer palavra. Tudo que aquele pequeno ser havia feito por ele, a vontade de viver que ele havia devolvido, a luz que voltara a brilhar em seus olhos e que brilhava mais intensamente quando o mirava ou pensava nele, tudo que agora podiam dividir...

E o belo sorriso que agora se abria no jovem rosto enquanto esse o fitava. O carinho com o qual seu pequeno o olhava trouxe novas lágrimas aos seus olhos. E quando uma delas caiu, correndo por seu rosto, a mão quente e macia de seu amado não tardou em ampará-la.

O amor estava expresso no rosto de ambos enquanto eles encurtavam a distância entre si. A leveza do primeiro toque dos lábios vez um discreto sorriso se fazer presente na face do mais velho, enquanto ele guiava sua mão até a cintura do outro e o trazia mais para perto de si, aprofundando o beijo enquanto o menor passava suas mãos pelo pescoço de seu amado, aumentando o contato dos corpos.

A intensidade do beijo teria tirado o fôlego de qualquer um. Eles tentavam, através daquele pequeno gesto, demonstrar tudo que lhes ia ao coração. E enquanto seus lábios, línguas e dentes travavam aquela silenciosa e divina batalha os corações batiam em um só ritmo. O ritmo deles. Que o amor havia descoberto e que entrega àqueles que têm o coração aberto para isso.

Amor esse que havia mudado para sempre e irremediavelmente a vida de ambos. Tanto daquele que não acreditava mais na vida quando daquele não tinha mais ninguém. O amor os havia unido e permitido que se conhecesse e que se reconhecessem. Por que, afinal, só o amor cura.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E ai, gostaram?
Espero que sim!!! *-----*
Mereço comentários? ;)