Capítulo 03 - Academia

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Decidi fazer academia e natação porque eu não agüentava mais aquele “grupo de corrida MATINAL”. Essas "aulas" são chatérrimas, e além disso, é num horário que o meu cérebro não está acordado.

Então eu decidi entrar nesse esporte mais "legal" porque além de eu estar fazendo um esporte, já que é obrigatório na minha casa. Eu aprendo a nadar e também entro em forma, com mais energia. E como se não bastasse, eu perco as minhas gordurinhas extras de um jeito mais divertido.

Mas, o mais importante é: COMO tudo isso começou? Simples:

" - Manhê, por favor! Eu não agüento mais levantar de manhã pra fazer essas corridas logo cedo! E também não quero essa coisa de aula de tênis para riquinhos que você quer tacar pra cima de mim! Por favor, deixa eu ser livre e feliz! A educação física já é suficiente pra mim sofrer! - eu implorei pra minha mãe

– E nem tente fazer eu jogar golfe! – eu continuei - É um tédio! Leva meia hora para botar a bolinha no lugar certo e mais meia hora para se ajeitar! Para quê? Para tacar a bolinha do outro lado do campo!

E ela respondeu:

– Filha, como médica, dona de uma academia E socialite, é sua OBRIGAÇÃO como minha filha fazer um esporte extra curricular. Tem hipismo, tem natação, tem até artes-marciais... Você não queria cavalgar mais? E aprender a nadar? E não vivia reclamando que só tem tarado no meio da rua? Você tem até segunda pra decidir um esporte e entrar pra uma aula. Ia ficar feliz se você escolhesse mais de uma aula pra fazer. - ela falava e falava cheia de idéias na cabeça

– MÃE. UM esporte já é o suficiente. Eu topo. Mas, você vai me tirar do meu castigo de não sair a noite por um mês, ou nada feito.

– Eu topo se você ir mais na academia pra dar mais publicidade. E ir mais nas festas publicitárias.

– Fechado. – é né, fazer o quê?

– Foi bom negociar com você."

É, minha mãe é bem... moderna. E eu acabei não me livrando de fazer esportes. Lindo. Querida mamãe, eu já disse que te amo?

E graças a ela, eu comecei a ir na academia na semana seguinte.

Mas até que não foi tão ruim, Sam começou a ir na academia comigo, não só para me fazer companhia, mas também para espiar os garotos da outra sala.

– Vamos lá! – ela dizia, animada – Vai que eles chamam a gente para sair?

– Não, muito obrigada, já tenho namorado.

– Sua chata... – ela saia andando em direção à sala e eu ficava sozinha.

Às vezes eu ia com ela, só para me certificar de que ela não faria nenhuma besteira. Foi em uma dessas idas à outra sala que eu o conheci. Eu fui depois de Sam e percebi que não ela não estava mais lá. Nem a maioria dos garotos. Apenas um deles socando o saco de areia.

Era uma visão hipnotizante. Eu olhava para o garoto. Ele parecia um pouco mais velho do que eu. Dava para ver a determinação em seus olhos claros. Aqueles olhos...

Ele parou de socar e olhou para baixo. E depois para mim. Fiquei tão envergonhada que nem sabia onde enfiar a cara. Os olhos deles encontraram os meus e eu fiquei contemplando-os. Foco, Megan, você tem um namorado!

Senti algo no meu ombro direito e me virei para ver quem era, levando um susto. Não tinha ninguém. Olhei para frente e vi Sam sorrindo para mim.

Pulei para trás, tamanho o susto que levei. PORRA, a Sam ta QUASE SEMPRE sorrindo! Tipo, que bom, viva bem, mas tem hora que assusta, querida!

– Eu tava te procurando! – ela disse irritada

– Ah, oi... – respondi.

Me inclinei para ver se o garoto ainda estava lá. Não estava.

– O que foi? – ela se virou para trás para ver também.

– Não... Não foi nada não...

Capítulo 04 - Sorriso

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Senti algo queimando no meu rosto. Abri os olhos e fui cegada pela luz do sol. Droga! Porque minha mãe tem essa mania de vir abrir a janela do meu quarto todo dia pra me acordar?

– Mãe! Você prometeu não fazer mais isso! – disse olhando pra ela se preparando pra sair do meu quarto de fininho.

– Ah! Você acordou... – é lógico que eu acordei. Com tanto sol na minha cara ela achava que eu ia ficar dormindo?! NOTA MENTAL: Comprar uma daquelas máscaras de dormir. Acho que inventaram elas pras pessoas que tem uma situação parecida com a minha, dormirem em paz. E viverem felizes.

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– É, infelizmente – resmunguei

– Vai se vestir. Preciso que você vá até a academia entregar um formulário pra mim. Entrega pra Jessica, pode ser? – ela disse. Jessica era a secretária da minha mãe.

Ela me acorda do nada só para entregar essa droga de formulário? Eu sou adolescente, preciso de uma boa noite de sono se eu quiser crescer e ter uma vida mais saudável! Depois é ela que diz que eu tenho que me exercitar para ter um corpo melhor. Olha a hipocrisia!

– Tudo bem...

Decidi usar essa roupa, mais leve... Porque alem de ir entregar os formulários, eu vou aproveitar e ficar alguns minutos na esteira...

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Depois que eu me vesti eu fui tomar o meu café da manhã. Então, depois de escovar os dentes e tudo o mais, fui até a academia.

A academia não é muito longe da minha casa, então não tenho problemas em ir andando até lá. Quando eu cheguei na academia, recebi um “bom – dia” de Kate, a secretária, balconista, ou sei lá a função dela... Que fica na recepção. Isso, recepcionista, ela é a recepcionista.

Coloquei meu cartão na “catraca”, e fui até o escritório da minha mãe.

– Oi Jessica! – disse quando avistei-a

– Oi Megan, já está aqui tão cedo? O que a sua mãe quer? – ela disse. É, ela me conhece. Acordar de manhã não é o meu forte.

– Eu fiz um acordo com a minha mãe pra vir mais aqui. E além disso, ela me pediu pra te entregar isso. – eu falei entregando a pasta pra ela

– Ah tudo bem. Te vejo por ai... – ela disse e eu fui até a esteira mais próxima.

Mas, antes de eu colocar o meu pé naquela esteira, eu vi... ele. Aqueles olhos azuis se penetraram nos meus. Lindo. Ele sorriu para mim e foi pra outra sala.

Morri. Aquilo não tinha sido uma visão?

Continuei fitando, abobalhada, a sala vazia, com o rosto do garoto na minha mente. O sorriso dele era tão lindo...

Depois que alguns garotos entraram na sala, eu balancei a cabeça para os lados, a fim de me focar. Me virei e fui em direção à esteira. Não ia ser nada legal se achassem que eu estava autistando ou sei lá o quê eles pensariam. Se as mulheres soubessem o que se passa na cabeça do homem, as coisas não seriam tão complicadas.

Coloquei uma música alegre para tocar no meu iPod. Vi em um site uma lista de músicas boas para se exercitar. E o site se confirmou bom quando olhei para o relógio da academia e saí correndo para casa. Estava atrasada para a aula.

Vesti meu uniforme peguei minha mochila e corri até a escola. Por sorte, ela era na rua paralela de onde eu morava. Você deve estar se perguntando (ou não, mas mesmo assim eu vou falar)... Por que eu estudo a tarde?

Bom, a teoria é simples. Se é muito óbvio que o meu cérebro é totalmente DESLIGADO = INATIVO de manhã, significa que eu estudo a tarde. Na verdade, é só esse ano mesmo, porque ano que vem eu e a Sam vamos para o turno da manhã, eu conheço muita gente lá, então não vou ter problemas...

– Sam! – eu chamei ela quando a avistei

– Oi! – ela disse.

Abri a mochila e vi que não tinha feito o dever de casa. Droga. Mas pedir cola para Sam? Nunca.

– Nat, me dá cola? – cheguei que nem um furacão nele.

Por sorte, ele era um dos melhores alunos da sala. Bonito, inteligente, sensível, compreensível, o que mais eu ia querer?

Ele me deu a folha de matemática e copiei rapidinho. Devolvi a folha para ele. Eu tenho que dar uma bronca na minha mãe. Se ela não tivesse que me obrigar ir para academia, eu ia ter feito o dever. Se eu ficar com nota baixa, a culpa vai ser dela.

No recreio, eu e Sam estávamos fofocando quando uma em particular me despertou a atenção.

– Mike e Clara estão namorando.

Todos achavam que Mike era gay. Mas agora vemos que não é. Mas agora acham que Clara é sapatão porque namora um gay. Que imaginação fértil das pessoas que inventaram isso, não?

– Como você soube disso? – eu perguntei

– As gêmeas, dã – ela respondeu

– Só podia ser... - comentei

As gêmeas as quais a Sam estava se referindo eram Annie e Caroline Scarlet. Eram super bem informadas e andavam juntas sempre. Eram uma pessoa só. Meu Deus, sem elas, o mundo estaria acabado. Essas duas espertinhas são ricas e tem 16 anos mas, infelizmente elas não são da nossa sala. Elas trazem a alegria da qual o mundo precisa. É só elas entrarem e um raio de sol ilumina o quarto, fazendo todos sorrirem. Ta, é exagero, mas é algo parecido. Pena que elas estudam de manhã...

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Mas falando em novidades... Pessoas, fofocas...

É isso, só elas podem me ajudar.