My Little Heir escrita por bremsstrahlung


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Há muitas coisas que eu tenho de esclarecer antes de tudo.

O protagonista não será Tom Riddle (Voldemort), seu nome é THOMAS Riddle, filho de Voldemort.

Sim, ele tem uma cicatriz um tanto parecida com a do Harry, e eu esclarecerei isso mais para frente.

Charlie e Charlotte são a mesma pessoa, Charlie é seu apelido *-*

Tom e Thomas tambem são a mesma pessoa. Quando eu for me referir a Tom Riddle eu o colocarei como Lord Voldemort mesmo u.u

O Primeiro capítulo pode realmente ficar confuso, mas tenarei esclarecer tudo no 2 ;D

Bom, é isso por enquanto... Boa leitura ^^



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Aquela noite estava escura e chuvosa. O vento gélido balançava furiosamente as folhas das árvores, produzindo um estranho barulho no meio do profundo silêncio da noite.

Em Little Hangleton, uma jovem mulher dava a luz a um pequeno garoto.

A mulher sentia-se fraca e cansada. Tudo que queria naquele momento era render-se a escuridão que pouco a pouco tomava conta dela. Não sentia mais seu próprio corpo, nem mesmo conseguia enxergar com clareza, mas a única razão de continuar agüentando aquilo era por seu pequeno filho que estava a nascer.

Um choro de criança ecoou pela velha mansão dos Riddles, e naquele momento um homem de aparência fria e cruel adentrou no quarto, observando com desdém o minúsculo garoto que mexia-se no braço de sua mãe.

-Meu pequeno Lorde. – ele sussurrou, arrancando o garoto sem piedade alguma dos braços da mãe.

-Mi-i-lor-de, eu não entendo. – gaguejou um de seus comensais, que assistia toda a cena. – Por que um filho?

-Por que em breve já não estarei mais aqui. – falou o homem calmamente. Não havia nem um mínimo de carinho em seus olhos ao olhar para seu pequeno filho aconchegado em seus braços. – Deixarei que Harry Potter mate-me. 

-C-como? – perguntou novamente seu comensal, mostrando claro pânico em sua face.

-Você ouviu bem. Em breve estarei morto. – o homem sorriu cruelmente e virou-se para janela, assistindo a tempestade lá fora.

A mulher na cama olhava para seu filho como se quisesse pega-lo ao menos uma vez, mas parecia temer demais o homem que o segurava, portanto não fazia nada mais do que respirar fracamente.

-Saia daqui, Dolohov. Este assunto agora é entre pais e filhos.

O comensal assentiu, saindo do quarto ainda com o rosto pálido e assustado.

-Deixe-me segura-lo, Tom. – A jovem mulher sussurrou sem forças. 

O homem riu. Sua risada gélida ecoou por todo o local, antes do mesmo tirar de suas vestes negras sua varinha.

Sem piedade alguma proferiu a maldição da morte, matando a jovem moça com uma veloz raio verde. 

O pequeno bebê parou de chorar no mesmo momento, e passou a encarar com curiosidade os intensos olhos vermelhos de seu pai. Não parecia com medo, e sim fascinado.

-Meu pequeno herdeiro... – o homem murmurou sem emoção alguma em sua voz, colocando o pequeno garoto na cama.

Pela segunda vez naquela noite levantou sua varinha, mirando agora em seu filho.

Proferiu algum feitiço extremamente antigo, e por uma fração de segundos todas as luzes de Little Hangleton se apagaram.

Quando tudo novamente ficou claro, o pequeno bebê chorou o mais alto que pode, e uma estranha cicatriz brilhou rapidamente na cor verde, logo depois deixando um estranho raio por todo o rosto do garoto.

Ao lado dele, Lord Voldemort caiu no chão sem forças.

Onze anos depois, esta mesma cena fez o pequeno Thomas Riddle acordar abruptamente no meio da madrugada...

x

Thomas abriu os olhos assustado, respirando descompassadamente e com o coração batendo tão forte que parecia sair de seu peito.

Seu rosto estava coberto de suor, assim como todo seu corpo.

Com a mão tremendo, o garoto pegou um copo de água em cima de sua cabeceira e o tomou rapidamente, tentando acalmar-se.

Não era a primeira vez que sonhava com aquilo. Não era nem mesmo um das dez primeiras vezes que sonhava com isso, mas simplesmente não conseguia evitar assustar-se sempre que aquela cena vinha a sua mente durante a noite.

Thomas levantou-se da cama, jogando seus lençóis no chão e indo até a outra parte do quarto, onde ficava um grande espelho.

Encarou e si mesmo ali, observando seu rosto mais pálido que o comum.

Muitos diziam que ele herdara uma beleza fora do comum, mas Thomas discordava disso.

O que o fazia ser tão bonito assim?

Seus olhos azuis esverdeados? Mas seu colega, Jeremy, também os tinhas e nem por isso era considerado tão belo.

Seus cabelos negros e rebeldes? Muita pessoas também os tinham, isso era algo comum.

Talvez sua pele pálida, ou seu tipo físico, mas o que havia de tão especial em ser branco como um fantasma e magricela?

Era obvio que ele não gostava de nenhum detalhe de si mesmo. Odiava principalmente a larga cicatriz que vinha de sua testa até o queixo, e que muitos diziam ser um raio, mas que para ele era nada mais que uma linha disforme.

Thomas suspirou e voltou para sua cama, mesmo sabendo que não conseguiria dormir mais aquela noite. Além do mais já eram quatro e meia da madrugada, logo amanheceria.

Pensou em ir até o quarto de Charlotte, sua irmã mais velha, mas esta ainda deveria estar a dormir, ou se estivesse acordada provavelmente não iria querer ser incomodada.

Poderia ir até a sala assistir televisão, mas naquele momento assistir a filmes idiotas não iria ajuda-lo a se distrair.

Por fim, resolveu que o melhor a se fazer era tomar um banho e aguardar que sua família acordasse.

x

Já havia amanhecido, e todos os Beckendorf tomavam seu café da manhã, exceto por Charlotte que ainda dormia.

A irmã mais velha de Thomas era uma garota um tanto rebelde. Acordava a hora que queria, saia sem dar satisfações e quase todos os dias levava os pais à loucura. Mas apesar de tudo era ela a única pessoa que Tom conseguia chamar de amiga.

O garoto não era muito de conversar com ninguém. Não tinha muitos amigos (na realidade, não tinha amigos). Era inteligente e reservado, e as únicas pessoas com quem ria e brincava era com a sua família, principalmente com sua irmã Charlie.

Thomas sabia que não era realmente filho dos Beckendorf. O casal havia lhe contado que fora deixado em sua porta, com um pequeno bilhete contendo apenas seu nome: Thomas Riddle. Nada Mais.

Naquele momento suspirou e balançou a cabeça quase imperceptivelmente, tomando logo em seguida um grande gole de seu suco de laranja. Não gostava de lembrar que nem mesmo sua família biológica o quisera.

-Olá família. – Charlotte desceu as escadas rapidamente e sorriu, sentando-se ao lado de Tom na mesa.

O Sr. Beckendorf fez uma pequena careta e resmungou algo que mais ninguém além dele entendeu, voltando sua atenção aos jornais logo em seguida.

-Dormiu bem, Tommy? – perguntou a garota sorridente, ignorando completamente seus pais.

-Nem tanto. – respondeu o menino. – Tive aquele mesmo sonho estranho de novo.

A Sra. Beckendorf, que vinha fingindo estar distraída até aquele momento, voltou sua atenção para Thomas e o encarou curiosamente.

-Que sonho, querido? – perguntou ela.

-Hum, nada de importante, mãe.

Thomas fingiu estar interessado demais em suas torradas, apenas para não ter que responder as milhares de perguntas que a mãe faria a seguir. A coisa mais irritante na Sra. Beckendorf era sua super proteção e preocupação.

O restante da refeição seguira normalmente. O Sr. Beckendorf concentrado demais em seu jornal para participar de qualquer conversa, a Sra. Beckendorf fazendo pergunta bobas aos filhos, e Charlotte e Thomas tentando acabarem o mais rápido possível seu café da manhã.

Por fim, Tom subiu novamente para seu quarto, onde pretendia passar quase todo seu fim de semana.

Havia um computador, um radio e uma televisão... o que mais ele precisava?

Sentou-se na ponta de sua cama e abriu as cortinas, para que ao menos o lugar não ficasse tão sombrio. Era estranho, mas ele sentia-se muito melhor sozinho em seu quarto, sem ter que sorrir para alguém e fingir estar interessado em qualquer coisa estúpida que dissesse.

Ele simplesmente não sabia o por que de ser tão diferente de tudo e todos, e isso irritava. Era horrível sentir-se tão deslocado!

Suspirou entediado e apoiou a cabeça nas mãos, assistindo as pessoas passarem lá fora. Aquelas ao menos eram pessoas normais, com amigos e uma vida que não se resumisse a livros e aparelhos eletrônicos.

-Hey, Tommy, não me diga que ira ficar trancado nesse quarto novamente? – A voz de Charlotte o despertou de seus pensamentos, e logo chegou-se mais para o canto dando espaço para a garota sentar-se ao seu lado.

-Não há mais nada para fazer alem de me isolar nesse mundo ridículo. – ele respondeu dando um meio sorriso.

-Não seja idiota. Qual é, estamos de férias e você as aproveita dentro desse quarto? – Charlie insistiu, tentando em vão, animar o irmão.

-Estou me divertindo aqui. – aquilo era mentira, obviamente.

Ela revirou os olhos e lhe deu um leve tapa na cabeça.

-Seja um garotinho normal pelo menos uma vez nada vida, Tommy. – ela disse arrastando-o para fora do lugar. – Venha, vamos dar uma volta.

-Não, Não quero! – resmungou Tom, mesmo sabendo que não adiantaria de nada.

Os dois saíram sem um lugar específico em mente, mas meio que automaticamente seguiram o caminho em direção ao velho parquinho da cidade, onde tudo que restava eram dois balanços quebrados, paz e silêncio.

O dia não estava nem ensolarado e nem nublado, o que era perfeito.

Juntos chegaram ao velho lugar e sentaram-se cautelosamente em um empoeirado banquinho situado debaixo de uma árvore.

-Hey, o que há com você, Tommy? – Charlie perguntou, vendo que o irmão andava estranho demais na ultima semana.

-Eu não sei, mas ando me sentindo cada vez mais diferente de todos. – respondeu ele, suspirando em seguida.

-Não fique assim, sabe que eu também não sou muito popular. O problema é com os habitantes dessa maldita cidade. – ela sorriu, tentando conforta-lo.

Tom deu os ombros e voltou a observar a paisagem em silêncio. Não havia muito para admirar ali, mas era bom ficar em silêncio, olhando apenas para o nada.

-Olha só quem está aqui! Se não é o Thomas bobão. – disse a voz de um garoto, seguido por um coro de risadas.

Naquele mesmo momento, Peter, um garoto detestável do colégio de Tom, aparecera junto com seus amigos imbecis que tudo que faziam era dar risadas de cada palavra dita por ele.

Peter era gorducho, tinha cabelos louros jogadas para trás graças a muito gel, olhos negros e perversos, junto de um sorriso irritante.

-O que faz aqui, esquisitão? – perguntou o menino para Tom.

Vendo que Charlotte iria até lá defende-lo, Thomas logo tratou de para-la e seguir ele mesmo em direção à Peter, com os olhos queimando de raiva.

-O que você faz aqui, seu imbecil? – cuspiu as palavras com raiva, dando um leve empurrão no garoto.

Peter e seus colegas apenas riram.

-Agora o Thomas bobão está querendo dar uma de valentão?

Tom não sabia o que estava acontecendo exatamente com ele, mas a cada palavra dita por Peter seu corpo tremia mais e mais de raiva, e tudo que se passava por sua cabeça era fazer aquele garoto sentir dor, muita dor.

Peter aproximou-se mais, com o punho erguido e Thomas apenas fechara os olhos, esperando por ao menos do impacto do soco, mas tudo que ele ouvira ou sentira fora o som de algo cair no chão, e ao abrir os olhos Peter estava jogado no chão, fitando-o com pânico no olhar.

-O que você fez seu anormal? – perguntou ele, levantando-se e afastando-se o máximo possível de Tom.

-Eu... eu...

Em volta de seu corpo havia uma espécie de bolha protegendo-o e tudo a sua volta ventava furiosamente.   

As folhas das árvores chacoalhavam, o céu a seu redor começava a ficar negro e encoberto por nuvens terrivelmente assustadoras e seu corpo tremia cada vez mais.

-O que está acontecendo, Tom? – gritou Charlotte, em meio ao barulho do vento.

-Eu não sei, Charlie. – Thomas respondeu meio que choramingando e claramente assustado com aquilo.

Pouco a pouco seu corpo fora voltando ao normal, o vento cessando e as nuvens sumindo novamente. Sua respiração que estava acelerada, fora ficando regular novamente e no final, já não restava nada mais do que ele mesmo jogado de joelhos no chão.

Peter e seus colegas haviam ido embora aterrorizados e ali só restava Charlie, que no mesmo instante correra para ajudar o irmão.

-Está tudo bem, Tommy?

-Depende. Se você me disser que tudo isso fora um sonho e nada acontecera realmente, então sim, está tudo bem.

-Desculpe, mas se eu lhe dissesse isso estaria mentindo. – falou ela, ajudando-o a levantar.

Thomas parou. Respirou profundamente uma ou duas vezes e logo em seguida correu o mais longe possível de lá, deixando até mesmo sua irmã para trás.

x

Já era tarde. Os três Beckenfords estavam reunidos em sua sala de estar, esperando desesperadamente que Thomas entrasse pela porta da frente, mas até agora não havia nenhum sinal dele.

Charlotte não contara aos pais exatamente o que acontecera lá. Achou que o mais certo seria esperar que Tom aparecesse e ele mesmo os dissesse tudo. Mas a cada minuto que se passava as esperanças de que o garoto voltasse iam ficando cada vez mais pequenas.

-Ele tem que voltar... – sussurrou Charlie.

Naquele mesmo momento a porta se abrira, e por lá entrara um pequeno garoto magricela, de olhos azuis e uma estranha cicatriz pelo rosto. Thomas estava de volta.

-Desculpe se os deixei preocupados. – disse ele com a voz um pouco rouca. Subindo logo em seguida para seu quarto.

Charlotte fora atrás dele, não se importando a mínima se ele queria ficar ou não sozinho.

Bateu uma ou duas vezes na porta, entrando logo em seguida, sem nem esperar resposta.

-Está tudo bem? – perguntou ela, sentando-se na ponta da cama.

-Não, não está. Eu sou uma aberração, Charlie!

-Nós nem sabemos o que realmente aconteceu lá. Quem garante que foi você que fez aquilo? – Charlotte disse, tentando faze-lo sentir-se melhor.

Thomas não lhe respondeu, tudo que fizera fora abrir um livro qualquer, na esperança que este o fizesse se distrair.

Do andar de baixo da casa, ouvi-se um alto estalo e no segundo seguinte o Sr. Beckendorf estava na porta do quarto de Tom, com o rosto pálido como papel.

-Há um homem... – disse, –  ele quer falar com você. Simplesmente apareceu em nossa sala com um barulho estranho! Acredita nisso?


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